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Saúde 4 (CS4)

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.4 Limitações da Pesquisa

Alguns pontos deixaram de ser considerados neste trabalho. Quase todos relativos à dificuldade de obtenção de dados consistentes. Por exemplo faltaram ser analisadas informações, externas, importantes, tais como:

a) Perfil sócio econômico dos ingressantes (SPADY, 1970, UKPABI, 2005) dos cursos de graduação da UnB. Embora essa informação venha sendo exigida dos candidatos já há um bom tempo, ela só recentemente passou a ser registrada formalmente na instituição. Sem dúvida é uma variável que deve ser objeto de estudos futuros sobre a retenção;

b) Informações sobre o desempenho dos ingressantes no processo seletivo pelo qual ele ingressou na Universidade, bem como história escolar anterior ao ingresso na educação superior (MARTINDALE e HAMMONS, 2012);

c) Efeitos da implementação de políticas públicas que visam a adoção de ações afirmativas (CASTLE, 1993) e inclusivas.

Além disso, do ponto de vista interno, não foram consideradas algumas inter-relações, dentre elas:

 Informações retroativas do desempenho (na UnB) dos alunos de graduação. Poder reconstruir o Índice de Rendimento Acadêmico (IRA) possibilitaria analisar com mais precisão o efeito deste rendimento na retenção;

 Dados relativos aos recursos orçamentários destinados as diferentes áreas consideradas na Matriz MEC/ANDIFES, no OPI – Orçamento Programa Interno da Universidade. Conhecer quanto cada área recebeu de recursos da Universidade e comparar seu desempenho em relação aos recursos recebidos; e,

 Um variável que possivelmente impacta na retenção é a ocorrência de movimentos que paralisam a Universidade. Normalmente nos semestres em que ocorrem greves, a tendência é de existir alterações do calendário acadêmico, o que pode acabar por interferir no rendimento dos alunos. Nestes período é normal aumentar os trancamentos de matrícula e reprovações.

Outra limitação é a impossibilidade de excluir da base os alunos (e sua trajetória) que ingressaram na UnB através do PIE – Programa Pedagogia para Professores em Exercício no Início da Escolarização, que propiciou que em 2001 cerca de 1.934 professores do GDF fossem matriculados na UnB. Isto elevou significativamente naquele período a quantidade de ingressantes dos cursos de graduação presenciais da Universidade, bem como no quantitativo de alunos matriculados.

Todavia dificuldades operacionais e restrições dos sistemas corporativos da Universidade de Brasília (PINTO, 2012) não permitiram coletar todos estes dados de maneira consistente. Apesar das limitações citadas foi possível o levantamento de dados significativos do desempenho acadêmico dos cursos de graduação presenciais da UnB por um período de 14 anos, resultando numa base de dados inédita e consistente.

3.5 A instituição objeto de pesquisa

A Universidade de Brasília praticamente nasceu com a nova capital da república, sendo instituída pela Lei n. 3.998, de 15 de dezembro de 1961 e inaugurada em 21 de abril de 1962. Foi pioneiramente implantada como uma Fundação autárquica, cujo estatuto e estrutura orgânica foram aprovados pelo Decreto n. 500 de 15 de janeiro de 1961. Já trazia em seu bojo uma

mantenedora, a Fundação Universidade de Brasília (FUB) responsável pela mantida, a Universidade de Brasília.

Foi criada de forma a ser autônoma, não governamental e com patrimônio próprio de maneira a garantir sua sustentabilidade (UnB, 1961). Seu projeto pedagógico era de vanguarda, prevendo a estrutura acadêmica composta de Instituto e Faculdades, tendo os institutos a função de formação básica e as faculdades uma formação mais profissionalizada.

A missão atual da UnB está associada às suas finalidades essenciais – ensino, pesquisa e extensão – e aos princípios norteadores definidos em seu Estatuto, a saber:

“Ser uma universidade comprometida com o saber e a busca de soluções de problemas do País e da sociedade, educando homens e mulheres para o compromisso com a ética, com os direitos humanos, o desenvolvimento socioeconômico sustentável, a produção de conhecimento científico, cultural e tecnológico, dentro de referenciais de excelência acadêmica e de transformação social” (UnB, 2012 a)

A estrutura organizacional da UnB compõe-se atualmente de:

Quadro 8 – Componentes Institucionais – UnB – 2012

Unidades Quantidade Decanatos 7 Institutos e Faculdades 26 Departamentos 55 Secretarias 4 Órgãos Complementares 6

Centros Vinculados a Reitoria 19*

Órgãos Auxiliares 4

Campi 4

Fonte: UnB (2012,b) e UnB (2013 a). * Existem Centros vinculados às Unidades

A Universidade de Brasília atualmente (UnB, 2013 a) possui 2.361 professores, 2.731 técnicos- administrativos e 31.404 alunos regulares de graduação (28.318 presenciais e 3.086 na modalidade a distância), 6.292 alunos regulares de pós-graduação e 181 de residência Médica (UnB, 2012 b).

Os cursos de graduação que a UnB possuía em 2012 (UnB, 2012 b) estão listados no quadro a seguir.

Quadro 9 – Quantidade de Cursos e Alunos Matriculados de Graduação, Turno e Campi – UnB – 2012

Diurno Noturno Diurno Noturno

Campus Darci Ribeiro 53 29 82 18.109 6.281 24.390

Campus Ceilândia 5 5 1.470 1.470 Campus Gama 5 5 1.358 1.358 Campus Planaltina 3 2 5 693 407 1.100 Cursos a Distância 12 3.086 TOTAL 66 31 109 21.630 6.688 31.404 Fonte: UnB 2012 b Campi Turno TOTAL

Qtde Cursos Qtde Alunos Matriculados

Turno

TOTAL

É interessante observar que embora 28,44% dos cursos sejam ofertados no turno noturno, apenas 21,50% do corpo discente estão matriculados neste turno. Quanto a modalidade de oferta 90,17% ainda é presencial.

A UnB, assim como as demais Instituições Federais de Ensino Superior, tem no Poder Público a sua principal fonte de receita. No caso específico, a UnB, além dos recursos governamentais também conta com significativa receita proveniente de recursos próprios, frutos do patrimônio que tem desde a sua fundação e mediante realização de concursos e outras prestações de serviços, aluguéis, taxas, entre outras, para sua manutenção. Conta ainda, com fontes financiadoras oriundas especialmente de órgãos de fomento (CAPES, FINEP, CNPq, MCTI) e de outras entidades, públicas ou privadas, nacionais ou internacionais.

A proposta de orçamento do programa interno da FUB para 2013 foi elaborada a partir de critérios e parâmetros aprovados pelo Conselho Universitário (CONSUNI) da UnB, em consonância com os limites orçamentários definidos pelo MEC, para o exercício de 2013, e com a base na LOA – Lei Orçamentária Anual. Na Tabela a seguir é apresentado os grandes números orçamentários para o ano de 2012 e 2013.

Tabela 12 – UnB – Valores orçamentários para o ano de 2012 e 2013 Em R$ $ % $ % Var % Recursos do Tesouro 889.703.023 68,4% 947.444.334 74,5% 6,5% Recursos Próprios 411.092.443 31,6% 325.028.676 25,5% -20,9% TOTAL 1.300.795.466 100,0% 1.272.473.010 100,0% -2,2%

Fonte: SIAFI, DPO (UnB, 2013 b)

LOA 2012 LOA 2013

Fonte

É possível verificar que são significativos os recursos próprios da UnB, se comparado com outras IFES. Todavia na previsão orçamentária de 2013 há uma queda nesta fonte de recursos de 20,9% em relação a 2012. Numa instituição que tem dependência desta fonte de recursos, esta diminuição pode trazer problemas ao gestor.