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5.2.1 – Alterações verificadas decorrentes da aplicação do PDM

A avaliação da transformação da paisagem urbana é um procedimento fundamental no processo de ordenamento territorial, na medição do grau de execução do PDM e na obtenção de informação para futuras decisões, permitindo determinar a influência do plano no território e na vida da população local.

Nos últimos 25 anos a Seara sofreu alterações no território ao nível da paisagem, nomeadamente no tecido urbano.

A actual forma urbana da freguesia advém de um conjunto de transformações resultantes de um crescimento orientado pelas disposições dos PDM, nomeadamente no que diz respeito às diferentes formas de ocupação do solo, ao uso e à escala das edificações.

Da análise do PDM de primeira geração verifica-se que a consolidação ocorrida na malha urbana da Seara é traduzida pelo desenho da habitação, de iniciativa privada.

O tipo de habitação predominante é a moradia unifamiliar de 1 ou 2 pisos, com os vazios urbanos utilizados para a actividade agrícola, onde são construídos edifícios de apoio à agricultura.

Para além do uso habitacional e agrícola referidos destacam-se os edifícios de uso misto, combinando o uso habitacional no piso elevado com o de comércio ou de serviços no piso ao nível da cota de soleira.

Das 68 operações urbanísticas licenciadas, maioritariamente referem-se a construções novas com área superior a 200 m² e em seguida obras de alteração.

Apesar de neste espaço temporal de 10 anos terem entrado em vigor os principais instrumentos de ordenamento territorial, nomeadamente o PDM em 1995, estes regimes não provocaram alterações significativas na leitura da paisagem urbana, por estabelecerem continuidade ao nível da implantação e das composições volumétricas das edificações.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A APLICAÇÃO DO PLANO DIRECTOR MUNICIPAL (PDM) NA FREGUESIA DA SEARA, PONTE DE LIMA

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Sob influência do PDM de segunda geração o crescimento urbano continua a ser caracterizado pelo preenchimento e consolidação da malha urbana, sobretudo devido à iniciativa privada.

As obras públicas basearam-se fundamentalmente na beneficiação de infraestruturas viárias e em obras de conservação de alguns edifícios e arranjo envolvente.

Neste período, a paisagem urbana mantém a predominância de habitações unifamiliares isoladas de um ou dois pisos e edifícios agrícolas, com o aparecimento de dois novos usos - indústria e armazém. Pontualmente ao longo das estradas nacionais surgem também edifícios de uso misto (habitacional e comércio ou serviços).

Em relação ao PDM de 1995, verificou-se um aumento de 18 operações urbanísticas, num total de 86 processos de licenciamento.

As novas construções mantêm-se como as operações urbanísticas mais representativas, com grande diferença, e depois as obras de alteração.

A área de construção das edificações mais contabilizada continua a ser a superior a de 200 m².

Por forças das disposições de ambos os PDM na freguesia da Seara também se verificou situações de continuidade na paisagem urbana.

A cércea das edificações manteve-se constante, no máximo com dois pisos elevados (R/c + 1 piso equivalente).

A malha urbana continuou a desenvolver-se na metade poente da freguesia, por imposição da política de usos dada ao solo da freguesia pelos PDM, mantendo a metade nascente destinada a uso florestal e agrícola, limitando a construção.

Embora em espaços urbanos fossem permitidos, não se verificou a construção de nenhum loteamento na vigência dos PDM. No único loteamento existente na freguesia (de 1993, antes dos PDM) apenas foram promovidas alterações dos parâmetros urbanístico em alguns lotes, onde se manteve o uso habitacional para moradias unifamiliares centradas no lote, de dois pisos acima da cota de soleira.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Nesta medida, na transformação da paisagem urbana da Seara, regulada pelas políticas de urbanismo e pela classificação atribuída ao território na vigência de ambos os PDM, destaca-se:

- Uma relação umbilical com os principais traçados: o desenvolvimento da malha urbana resulta da ocupação linear das áreas sobrantes ao longo dos seus eixos viários principais (estrada nacional 203 Ponte de Lima-Viana do Castelo e estrada nacional 204 que liga a Barcelos) e secundários, que se desenvolvem a partir daqueles;

- A manutenção da estruturação da rede viária na direcção norte-sul como as principais vias de atravessamento da freguesia;

- A transformação da malha urbana sem expansão do seu perímetro;

- Uma continuidade com a malha já edificada, regulada pelas disposições dos planos: não se verificam alterações significativas na leitura da forma urbana ao nível da implantação e escala (manutenção da cércea máxima R/c + 1 piso equivalente), por força das normas urbanísticas vertidas nos regulamentos dos PDM;

- A construção nova como a operação urbanística predominante, a habitação unifamiliar como o uso mais representativo e a introdução do uso de indústria e de armazém;

- O crescimento do tecido edificado sem gestão de recursos disponíveis, nomeadamente pela permissão de novas construções em parcelas de terreno não servidas por arruamentos infraestruturados;

- A consolidação da dicotomia paisagística poente-nascente, onde a poente se mantém a mancha do tecido edificado e a nascente o solo de aptidão florestal;

- A inexistência de uma estratégia de hierarquização de espaço público como complemento à estabilização das áreas residenciais e ao estímulo do desenvolvimento de actividades económicas e geradoras de emprego;

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A APLICAÇÃO DO PLANO DIRECTOR MUNICIPAL (PDM) NA FREGUESIA DA SEARA, PONTE DE LIMA

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Fig. 5.2 Rede viária principal, ligação da EN 204 (esquerda) à EN 203 (direita) – cruzamento do “Pinheiro Manso”

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

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