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No Estado do Amapá existem atualmente uma reserva biológica e uma estação ecológica, cujas principais características serão apresentadas a seguir.

13 ICMBIO. Plano de Manejo da Estação Ecológica Rio Acre. Disponível em: <http://www. icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/esec_rio_acre.pdf> Acesso em: 10/12/2011.

14 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação. Ministério do Meio Ambiente. Governo Federal. Disponível em:

<http://sistemas.mma.gov.br/cnuc/index.php?ido=relatorioparametrizado.exibeRelato-rio&relatorioPadrao=true&idUc=68>. Acesso em: 10/12/2011.

3.2.1 Reserva Biológica do Lago Piratuba

A Reserva Biológica do Lago Piratuba foi criada pelo Decreto nº 84.914, de julho de 1980, com área inicial de 395.000 ha, que posteriormente foi reduzida pelo Decreto nº 89.932, de julho de 1985, para 357.000 ha. Os municípios abrangidos pela área da Reserva são os municípios de Pracuúba, de Tartarugalzinho e de Amapá, todos do Estado do Amapá.

A Reserva Biológica do Lago Piratuba localiza-se ao norte do Amapá, limita-se a oeste com o Igarapé dos Camaleões e com o Lago Comprido; ao sul, com o rio Araguari; a leste, com o oceano Atlântico e, ao norte, com o igarapé Macarri e com o oceano Atlântico15. A principal via de acesso à unidade é pelo município de Cutias do Araguari, a 130 km da capital.

A área da REBIO é um complexo lacunar e de transição, que está inserido no Bioma da Floresta Amazônica, ocupando 2,5% da superfície de todo o Estado, possuindo ambientes aquáticos e hábitats naturais típicos de ambientes úmidos. Dentro da área da unidade há quatro comunidades e outras oito que residem nas suas proximidades. Ressalte-se que essas comunidades ocupavam a área antes da declaração dela como Reserva Biológica; sendo assim, são atendidas pelo IBAMA/ICMBio dentro da suas estratégias participativas de planejamento e gestão16.

Há nesta unidade, um conflito notório, pois por ser uma área de proteção integral a Reserva Biológica não poderia permitir o livre acesso e muito menos a extração de qualquer recurso natural, sob nenhuma circunstância, segundo regulamentado pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Todavia, tanto as comunidades que ocupam a área da unidade como os grupos de pescadores e também os habitantes dos municípios vizinhos utilizam as águas da Reserva como fonte de proteínas e isca para pesca em alto mar.17 Além disso,

15 SILVEIRA, O. F. M. A planície costeira do Amapá: dinâmica de ambiente costeiro influen-ciados por grandes fontes fluviais quartenárias. 1998. 206f.

16 DELGADO-MENDEZ, Jesus Manuel. Proteção de áreas naturais e desenvolvimento so-cial: percepções de um conflito na gestão de unidades de conservação de proteção integral. Piracicaba, 2008. Tese de doutoramento. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Universidade de São Paulo – USP. Disponível em: < www.teses.usp.br/teses/disponi-veis/11/11150/.../Jesus_Mendez.pdf>. Acesso em: 20/12/2011.

17 DELGADO-MENDEZ, Jesus Manuel. Proteção de áreas naturais e desenvolvimento social: percepções de um conflito na gestão de unidades de conservação de proteção inte-gral. Piracicaba, 2008. Tese de doutoramento. Escola Superior de Agricultura Luiz de

Quei-a ReservQuei-a é formQuei-adQuei-a em suQuei-a mQuei-aioriQuei-a por terrQuei-as devolutQuei-as dQuei-a União. E Quei-a situQuei-ação fundiária é consideravelmente complexa.

A Reserva Biológica do Lago Piratuba possui conselho gestor, no entanto não possui plano de manejo. A unidade possui embarcações simples e a sede tem sistema de abastecimento de água.

3.2.2 Estação Ecológica de Maracá Jipioca

A Estação Ecológica de Maracá Jipioca foi criada pelo Decreto nº 86.061, de junho de 1981. O município abrangido pela área da unidade de conservação é o Município de Amapá, no Estado do Amapá, sendo que a estação está localizada na ilha de Maracá, que é dividida em Maracá Norte e Maracá Sul, pelo canal denominado Igarape do Inferno e pela Ilha de Jipioca18.

A sede da Estação Ecológica está situada na Rua Guarany, 275, Centro- Base Continental da Estação Ecológica de Maracá Jipioca, sendo que a principal via de acesso à unidade é pelo porto do município de Amapá19.

A unidade de conservação se localiza no litoral Atlântico do Estado do Amapá, sob influência direta do delta do rio Amazonas e próximo à foz dos rios Cunani, Calcoene, Sucuriju e Amapá Grande, sendo que o rio Amapá Grande desemboca no canal de Carapaporis, que separa a ilha do continente. A Estação possui uma área total de 75.000 km2, um relevo extremamente plano, o solo de hiromóficos indiscriminados, hálicos associados e manguezais, a geologia

roz. Universidade de São Paulo – USP. Disponível em: <www.teses.usp.br/teses/disponi-veis/11/11150/.../Jesus_Mendez.pdf>. Acesso em: 20/12/2011.Sobre os conflitos existentes ainda destaca que um“outro problema grave que provavelmente está modificando o equi-líbrio da UC é a drenagem das águas internas dos lagos, ocasionada pela exploração buba-lina descontrolada. A existência dessa espécie exótica sob exploração comercial na região provocou a disseminação de animais que estão modificando a paisagem, provocando drenos nas planícies inundáveis e a consequente seca constante de campos, caminho adequado para os demorados incêndios que tomam conta da reserva na época da seca. A caça de animais silvestres é outro problema que afeta a REBIO.”

18 XAVIER, Bruno de Freitas e BOSS, Roberta Lúcia. Estação Ecológica de Maracá Jipioca. In

Conservação de aves migratórias neárticas no Brasil. Disponível em: < http://www.con-servation.org.br/publicacoes/files/avesmigratorias/norte/Aves_jipioca.pdf>. Acesso em 16/12/2011.

19 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação. Governo Federal. Disponível em: <http://sistemas.mma.gov.br/cnuc/index.php?ido=relato-rioparametrizado.exibeRelatorio&relatorioPadrao=true&idUc=57> Acesso em: 10/12/2011..

totalmente sedimentar e a hidrologia radicular indiscriminada20.

A Estação Ecológica de Maracá Jijoca possui três formações fitofisionômicas características de ecossistemas de várzea do setor Atlântico do Estado do Amapá21.

A biodiversidade preservada é a do bioma da Amazônia, sendo que nos Manguezais é possível verificar a existência de espécies arbóreas típicas desse ecossistema, e também se pode verificar a existência de mata de várzea e campos alagados devido a fatores associados à variação da maré e ao enorme volume de chuvas que caem na região. Uma peculiaridade da unidade é a preservação de amostras significativas de formações pioneiras em ambiente costeiro-marinho, sob influência do Rio Amazonas22.

Segundo Bruno de Freitas Xavier e Roberta Lúcia Boss, foram observados 15 visitantes nearticos23. De acordo com os autores, a estação ecológica possui

20 XAVIER, Bruno de Freitas e BOSS, Roberta Lúcia. Estação Ecológica de Maracá Jipioca. In: Conservação de aves migratórias neárticas no Brasil. Disponível em: <http://www. conservation.org.br/publicacoes/files/avesmigratorias/norte/Aves_jipioca.pdf>. Acesso em 16/12/2011.

21 “Estes são compostos por extensos siriubais, formados pelas espécies Avicennia nítida, A.

tomentosa e A. germinans, além de duas espécies de Rhizophora (R. mangle e R.

harriso-nia) e da espécie Laguncularia racemosa; apresenta grandes extensões de campos inundados compostos por espécies herbáceas. Possui ainda a formação de tesos, pequenas formações florestais latifoliadas com espécies encontradas nas matas de várzeas do continente (BRUCK et al. 1979, FARIAS, 1986, COSTA NETO, 2004, COSTA NETO et AL, 2004, SILVEIRA et al. 2004).” In: Cadastro Nacional de Unidades de Conservação. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <http://sistemas.mma.gov.br/cnuc/index.php?ido=relatoriopara-metrizado.exibeRelatorio&relatorioPadrao=true&idUc=58> Acesso em: 16/12/2011. 22 MINISTÉRIO DO MEIO AMBENTE. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação.

Disponível em <http://sistemas.mma.gov.br/cnuc/index.php?ido=relatorioparametrizado. exibeRelatorio&relatorioPadrao=true&idUc=58>. Acesso em: 16/12/2011.

23 “A águia-pescadora (Pandion haliaetus, Pandionidae) foi registrada entre os meses de julho a janeiro; o falcão-peregrino (Falco peregrinus, Falconidae) foi observado de agosto a outu-bro e também teve uma observação no mês de abril de 2006. A batuira-de-bando (Charadrius

semipalmatus, Charadriidae), o macarico-pintado (Actitis macularius, Scolapacidae), o

ma-carico-grandede- perna amarela (Tringa melanoleuca, Scolopacidae), o vira-pedras (

Arena-ria interpres, Scolopacidae), o macarico-branco (Calidris alba, Scolopacidae) e o

macarico--rasteirinho (Calidris pusilla, Scolopacidae) podem ser observados o ano todo, com picos de observação entre os meses de outubro a marco. A gaivota-alegre (Leucophaeus atricilla, La-ridae) tem ocorrência ente agosto e dezembro; o trinta-reis-miudo (Sterna antillarum, Ster-nidae) esta presente em Maraca entre os meses de outubro a abril, sendo que dois indivíduos foram avistados no mês de maio de 2006; o trinta-réis-boreal (Sterna hirundo, Sternidae) foi observado entre os meses de agosto a fevereiro; o papa-lagartas de asa vermelha (Coccyzus

americanus, Cuculidae) teve dois indivíduos observados em Maracá no mês de novembro

de 2005; o papa-lagarta-de-bico-preto (Coccyzus erythropthalmus, Cuculidae) teve quatro indivíduos observados em Maracá em novembro de 2005 e dois em novembro de 2006; a

várias ameaças potenciais à biodiversidade local. Entre elas estão os incêndios não naturais (criminosos) que ocorrem periodicamente, causados pela atividade humana ilícita. Tais incêndios seriam provocados por pescadores e caçadores para emboscar a caça, destacando-se, entre os objetos da caça, a manada de búfalos ferais, que mesmo após a criação da Estação Ecológica, não foi retirada da ilha. Não há registro de existência de população tradicional na área.

A Estação Ecológica Maracá Jijoca, segundo informações oficiais, possui conselho gestor, mas não possui plano de manejo; sua sede possui telefone fixo, sinal de telefonia celular e acesso à internet. A unidade não possui portaria, mas possui sede, guarita, alojamento, sendo que a sede está localizada dentro do limite da unidade de conservação e conta com sistema renovável de energia. A Unidade possui gerador a combustível, um sistema de abastecimento de água local sem tratamento e um esgoto que tem “destinação direta para o curso d’agua mais próximo, sem tratamento”24.

As informações oficiais são de que há somente dois funcionários trabalhando na atividade fim e que há, na unidade, um veículo de tração, uma embarcação miúda e uma embarcação de médio porte25. A situação fundiária está parcialmente regularizada.

No documento pesquisa e preservação (páginas 37-41)