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Estação Ecológica de Murici

No documento pesquisa e preservação (páginas 70-75)

3.7 TOCANTINS

4.1.1 Estação Ecológica de Murici

A Estação Ecológica de Murici foi criada pelo Decreto s/n de 28 de maio de 2001. Está localizada a 50 km de Maceió, na região nordeste do Estado de Alagoas, nos Municípios de Murici, Messias e Flexeiras10. Possui uma área aproximada de 6.100 hectares. Além dos objetivos gerais da categoria, os objetivos específicos da unidade são “proteger e preservar amostras do ecossistema de Mata Atlântica nordestina, bem como propiciar o desenvolvimento de pesquisa científica e programas de educação ambiental”11.

A ESEC de Murici está situada em área considerada prioritária para a conservação de aves, sendo habitat de pelo menos quatro espécies endêmicas. O relevo é bastante acidentado, com altitude variando de 110 a 640m. O clima da região é o tropical úmido, com verão seco e inverno chuvoso. As temperaturas variam pouco, ficando em torno de 25ºC12.

A rede hidrográfica da região é abundante. A ESEC e seu entorno possuem uma grande quantidade de nascentes, pequenos riachos e grotas, que alimentam os rios Mundaú e Jitituba. Destacam-se ainda na região os rios Bulangi e Remédios que são afluentes do Rio Mundaú. A água que abastece o município de Fleixeiras é proveniente da Estação Ecológica Murici13.

O acesso à ESEC é feito a partir da BR-101, até o Município de Murici, de onde se deve seguir pela BR-10414. A unidade de conservação está envolvida pela Área de Proteção Ambiental de Murici, unidade de conservação estadual criada pela Lei nº 5.907, de 14 de março de 1997, do Estado de Alagoas15. As duas

10 Embora no ato legal de criação não seja mencionado, o CNUC e o Plano Operativo de Pre-venção e Combate aos Incêndios Florestais da ESEC Murici indicam que o Município de Fleixeiras (AL) também abrigaria parte da Estação Ecológica Murici.

11 Cf. art. 1º do Decreto s/n de 28 de maio de 2001.

12 MMA/IBAMA/Prevfogo. Plano operativo de prevenção e combate a incêndios florestais da Estação Ecológica de Murici, 2006, p. 4. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/documen-tos/planos-operativos-em-ucs-federais . Acesso em: 28.09.2012.

13 MMA/IBAMA/Prevfogo. Plano operativo de prevenção e combate a incêndios florestais da Estação Ecológica de Murici, 2006, p. 4. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/documen-tos/planos-operativos-em-ucs-federais . Acesso em: 28.09.2012.

14 MMA/IBAMA/Prevfogo. Plano operativo de prevenção e combate a incêndios florestais da Estação Ecológica de Murici, 2006, p. 3. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/documen-tos/planos-operativos-em-ucs-federais . Acesso em: 28.09.2012.

15 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação--CNUC. Relatório Parametrizado – Unidade de Conservação. Estação Ecológica de Murici.

unidades teriam por função ‘minimizar os efeitos causados pelo desmatamento concentrado na região do eixo da BR-101 e a redução e fragmentação do ambiente devido ao aumento das áreas agrícolas e das outras ações antrópicas”16.

A unidade ainda não possui Plano de Manejo. Há notícia que o ICMBio vem realizando estudos e reuniões para sua elaboração, com a colaboração da Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste (Amane). Esse apoio seria resultado de Termo de Cooperação firmado entre as duas entidades em 2008. Segundo informação do Chefe da unidade, a Amane tem colaborado tecnicamente com ela, mas sem aporte de recursos financeiros17.

Quanto a isso, é importante destacar que o financiamento para a elaboração do plano de manejo tem sido feito pela organização não-governanmental SOS Mata Atlântica. Segundo informações do Chefe da unidade, a previsão é que o plano de manejo esteja concluído e seja publicado em meados de 2014. A definição dos limites da zona de amortecimento deverá constar no Plano de Manejo18.

Embora não possua ainda o plano de manejo, a UC já conta com um plano operativo de prevenção e combate a incêndios florestais, elaborado em 2006, do qual retiramos algumas informações básicas que compõem essa pesquisa. Esse plano de prevenção e combate a incêndios pode ser considerado um instrumento de apoio à gestão19.

A ESEC Murici possui conselho gestor instalado, o qual criado pela Portaria IBAMA nº 152, de 21 de novembro de 2002, publicada no DOU em 22 de novembro de 2002. De acordo com o art. 2º dessa Portaria, o Conselho Consultivo da Estação Ecológica Murici conta com os seguintes membros: o Chefe da Estação Ecológica Murici, que o preside; um representante do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas; um representante da Prefeitura Municipal

Disponível em: http://sistemas.mma.gov.br/cnuc/index.php?ido=relatorioparametrizado.exi-beRelatorio&relatorioPadrao=true&idUc=59 . Acesso em: 2mar2013.

16 MMA/IBAMA/Prevfogo. Plano operativo de prevenção e combate a incêndios florestais da Estação Ecológica de Murici, 2006, p. 3. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/documen-tos/planos-operativos-em-ucs-federais . Acesso em: 28set2012.

17 Informação fornecida por email pelo Chefe da ESEC Murici, Jailton Fernandes, em 2mai2013. 18 Informação fornecida por email pelo Chefe da ESEC Murici, Jailton Fernandes, em 12abr2013. 19 MMA/IBAMA/Prevfogo. Plano operativo de prevenção e combate à incêndios florestais da Estação Ecológica de Murici, 2006. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/documentos/ planos-operativos-em-ucs-federais . Acesso em: 28set2012.

de Murici/AL; um representante da Prefeitura Municipal de Messias/AL; um representante do Batalhão Ambiental do Estado de Alagoas; um representante da Sociedade Nordestina de Ecologia/PE; um representante do Instituto Murici de Desenvolvimento Integrado/AL; um representante do Instituto Vila Flor de Desenvolvimento Humano/AL; um representante dos Produtores Rurais dos Municípios de Murici e de Messias/AL; um representante da Associação dos Pequenos e Micro-empresários de Murici/AL; um representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Murici/AL.

Segundo informação do Chefe da unidade, atualmente o conselho gestor está passando por uma fase de reestruturação, pois algumas entidades com representação ou não existem mais, ou nunca indicaram representantes, ou ainda não comparecem às reuniões. Com a modificação, portanto, deverão ocorrer substituições e/ou exclusões de entidades do Conselho Gestor. Assim, ainda que formalmente constituído, o colegiado não tem se reunido periodicamente20.

A totalidade da unidade ainda não se encontra com a situação fundiária regularizada. Segundo informações contidas no Plano Operativo de Prevenção e Combate a Incêndios da ESEC Murici, as áreas prioritárias para regularização, mediante indenização, seriam o Sítio Yapiguara, pois está totalmente no interior da Estação; a Fazenda Bananeiras, por ser a área com o maior grau de preservação, onde são realizadas pesquisas; e a Fazenda Salão, devido à proximidade com a BR 101, principal acesso à Estação Ecológica21.

De acordo com o Chefe da ESEC, as prioridades seriam a Fazenda Salão e a Fazenda Bananeiras. A primeira, por localizar-se em região de acesso, ideal para a instalação da sede da unidade, e a segunda, por ser o local mais favorável para a realização das pesquisas científicas mais significativas. Ele informou ainda que a regularização fundiária estava com previsão de início dos trabalhos para 2013, devido à disponibilização de recursos decorrentes de compensação ambiental22.

A propósito da compensação ambiental, o gestor informou que os recursos financeiros vêm sendo periodicamente liberados. Eles estão sendo

20 Informação fornecida por email pelo Chefe da ESEC Murici, Jailton Fernandes, em 2mai2013. 21 MMA/IBAMA/Prevfogo. Plano operativo de prevenção e combate à incêndios florestais da Estação Ecológica de Murici, 2006. Disponível em: “http://www.ibama.gov.br/documentos/ planos-operativos-em-ucs-federais”. Acesso em: 28.09.2012.

utilizados para regularização fundiária e outras ações de implementação da ESEC. A compensação ambiental é devida em decorrência de algumas linhas de transmissão da Companhia Hidroelétrica do São Francisco- CHESF23 e da barragem de Xingó.

Segundo o plano operativo, existem várias áreas de mata nativa que não estão legalmente protegidas, pois que localizadas no entorno da Estação Ecológica Murici, bem como existem também, no interior da unidade, locais antropizados, utilizados para pastagem de gado. Os principais conflitos giram em torno das atividades de caça irregular (de subsistência e esportiva), ameaçando as espécies Paca, Cutia e Tatu; e o tráfico ilegal de aves24. Segundo o Chefe da unidade, atualmente, os desmatamentos e o roubo de madeira praticamente não ocorrem mais na área da UC, devido às constantes ações de fiscalização realizadas25.

De acordo com informações contidas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), não existem populações tradicionais na área da UC ou no seu entorno.

A unidade não possui infraestrutura, tais como sede, portaria, centro de visitantes. Porém, o plano operativo de prevenção e combate a incêndios descreve que há um escritório no Município de Murici, dotado de telefone e equipamentos básicos de informática26. Nesse escritório é armazenado o material de combate de incêndios. Segundo o Chefe da unidade, a ESEC Murici conta atualmente com três veículos, duas caminhonetes L-200 (anos 2006 e 2012) e um veículo Suzuki Jymmi (ano 2003)27.

Até 2006, a unidade tinha um analista ambiental, dois vigilantes e um auxiliar. Anualmente, existe contratação de sete brigadistas em regime temporário, para o período de seis meses. Reconhece-se a insuficiência de

23 A CHESF é uma sociedade anônima de capital aberto e de economia mista que atua no Brasil e no exterior na área de produção de energia. Ela foi criada pelo Decreto-Lei nº 8.031, de 3 de outubro de 1945.

24 MMA/IBAMA/Prevfogo. Plano operativo de prevenção e combate à incêndios florestais da Estação Ecológica de Murici, 2006. Disponível em: “http://www.ibama.gov.br/documentos/ planos-operativos-em-ucs-federais”. Acesso em: 28.09.2012.

25 Informação fornecida por email pelo Chefe da ESEC Murici, Jailton Fernandes, em 12abr2013. 26 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação--CNUC. Relatório Parametrizado – Unidade de Conservação. Estação Ecológica de Murici. Disponível em: http://sistemas.mma.gov.br/cnuc/index.php?ido=relatorioparametrizado.exi-beRelatorio&relatorioPadrao=true&idUc=59 . Acesso em: 2mar2013.

pessoal técnico diante da importância da unidade na proteção do bioma da Mata Atlântica28. Segundo informações do CNUC, atualmente a unidade conta com três servidores. Dois analistas ambientais com formação em nível superior e um técnico de formação em nível médio29.

Segundo o gestor, existem hoje quatro torres de telefonia no interior da unidade (das empresas Embratel, Claro, Tim e Oi) e não há pagamento à ESEC pelo uso da área, que é feita ao proprietário da Fazenda São João. Espera-se que, com a regularização fundiária, esse pagamento possa ser feito ao ICMBio30.

Segundo estudo realizado em 2009, as pesquisas feitas na unidade servem para apoiar a gestão da Estação Ecológica Murici. Espera-se que a partir dos estudos realizados para a elaboração do plano de manejo seja possível avaliar melhor as lacunas de informação. As informações existentes estão disponíveis para o gestor, tanto por meio de relatórios parciais como finais, mas não existe um sistema de armazenamento e processamento de dados31.

De acordo com o gestor da unidade, a visitação para fins educacionais acontece na ESEC Murici. As visitas são realizadas principalmente por alunos e professores da Universidade Federal de Alagoas, especialmente do curso de Geografia. Atualmente não há projetos de educação ambiental envolvendo visitantes e a comunidade local. Isso é atribuído à falta de pessoal em número suficiente para realizá-los32.

Os dados do gestor da unidade de conservação, que prestou informações via email, são os seguintes:

Nome: Jailton Jose Ferreira Fernandes  Cargo: Analista Ambiental/ICMBio Função: Chefe da da ESEC Murici

28 MMA/IBAMA/Prevfogo. Plano operativo de prevenção e combate a incêndios florestais da Estação Ecológica de Murici, 2006. Disponível em: “http://www.ibama.gov.br/documentos/ planos-operativos-em-ucs-federais”. Acesso em: 28.09.2012.

29 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação--CNUC. Relatório Parametrizado – Unidade de Conservação. Estação Ecológica de Murici. Disponível em: http://sistemas.mma.gov.br/cnuc/index.php?ido=relatorioparametrizado.exi-beRelatorio&relatorioPadrao=true&idUc=59 . Acesso em: 2mar2013.

30 Informação fornecida por email pelo Chefe da ESEC Murici, Jailton Fernandes, em 12abr2013. 31 DRUMOND, Maria Auxiliadora. Prioridades para Investimento do Fundo para Áreas Pro-tegidas da Mata Atlântica – Relatório; Janeiro – 2009. Disponível em: www.cepf.net/Docu-ments/Prioridades_de_Investimentos_IMAP.pdf . Acesso em: 25mar2013.

Endereço: Rua Marino Vieira de Araújo, 32, CEP: 57.820-000- Murici-AL, email: jailton.fernandes@icmbio.gov.br

No documento pesquisa e preservação (páginas 70-75)