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Apontamos o CMEI investigado como sendo da fronteira diante de sua localização geográfica que fica na divisa entre o bairro das Rocas e Praia do Meio; por estar no limiar entre creche e CMEI ao fazer parte do primeiro grupo de creches que passou a se configurar como centros infantis, o que reafirma o seu caráter educativo e pelos esforços em ampliar a gestão com Conselho Escolar.

No curso da pesquisa ao buscarmos compreender o processo de transformação das creches em CMEI e a história do CMEI Amor de Mãe que é o campo dessa pesquisa, nos deparamos com algumas contradições sobre a sua origem, pois enquanto Valdeclécia afirma que esse centro tem origem nas Rocas, posteriormente, líderes comunitários locais fundadores das primeiras creches apontam outros detalhes da história de luta por creches na Praia do Meio e no entorno da localidade: “Era no bairro das Rocas, na comunidade do Maruim. Foi, iniciou lá a creche Rocas, que ela foi a primeira e depois tinha outra também que ficava ao lado do mercado que era a creche Rocas II. Que de lá migrou prá Brasília Teimosa e terminou vindo para cá no Amor de Mãe. Aí pronto. Teve outra creche q/ também era de dona Gasparina que também migrou para a creche Rocas que ficava na Brasília e, terminou todo mundo aqui. Acho que foi a junção de duas creches que deixaram de existir. Duas não, três! A do Maruim que era Rocas I foi para Rocas II, que era no centro das Rocas. Aí já ficaram duas, não é? Aí migrou pra Brasília que já tinha a de dona Gasparina. Então foi a junção de três que vieram para cá pro Amor de Mãe”.

(Valdeclécia, professora do CMEI Amor de Mãe, 2012).

Nesse caso, a professora Valdeclécia aponta a história a partir do seu trajeto de crecheira no qual atuou pelas imediações (Rocas, Brasília Teimosa e Praia do Meio). Apesar das divergências na origem da creche Amor de Mãe, o que parece marcar a sua versão é a constante migração das creches para outros prédios, no caso específico, a que funcionava no bairro das Rocas no prédio da colônia dos pescadores – Z4cedido para atender aos seus filhos.

Diante da falta de estrutura física adequada para atender as crianças matriculadas foi desativada, migrando para a creche Rocas II, para Brasília Teimosa até chegar ao prédio atual na Praia do Meio. Prédio este, onde

anteriormente funcionava uma sede da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (FEBEM) e posteriormente, Fundação Estadual da Criança e do Adolescente (FUNDAC)28 cedido para o sistema municipal de educação de Natal. Nos arquivos do CMEI Amor de Mãe encontramos fotos do atendimento feito nesse local em 1979, quando era denominado Centro Integrado de Atenção ao Menor (CIAM), que recebia crianças a partir do berçário, como podemos perceber na Fotografia 8 a seguir.

Fotografia 8 – Berçário do CIAM/1979

Fonte: Arquivo do CMEI Amor de Mãe.

28 “A fundação da criança e do Adolescente (FUNDAC/RN) é a entidade responsável por

formular e executar, em todo o Estado, uma política uniforme de proteção dos direitos da criança e do adolescente, competindo-lhe o estudo do problema e o encaminhamento das soluções. A FUNDAC foi criada em 1994, substituindo a FEBEM, com o objetivo de executar e humanizar as políticas de governo do Estado de proteção e atenção às crianças e adolescentes” (FUNDAC, 2013).

O ano de 1979 foi denominado de Ano Internacional da Criança pelas Nações Unidas, oficializado pelo secretário-geral Kurt Waldheim com a finalidade de chamar a atenção para a desnutrição, a falta de educação e outros problemas que atingiam as crianças resultando na mortalidade infantil (ANO internacional da criança, 2013).

Na Fotografia 9 a seguir, vê-se uma turma do CIAM que funcionou no atual prédio do CMEI, desfilando no ano de 1979 com um cartaz cujo letreiro afirma: “Este é o nosso ano... Somos o futuro”, o que evidencia o envolvimento da mídia na questão.

Fotografia 9 – Desfile cívico do CIAM nas Rocas /1979

Fonte: arquivo do CMEI Amor de Mãe.

Essa imagem reforça-nos a possível comoção do país e o envolvimento das comunidades em prol da infância nesse momento político, como já expomos em trechos da retrospectiva histórica da Educação Infantil.

Apesar de não haver registros sobre a proposta de trabalho do CIAM que atendia a essas crianças no prédio da FEBEM, percebe-se pelos arquivos fotográficos que eram de diversas faixas etárias a partir do berçário. Proporcionavam às crianças, atividades diversificadas de cuidado e educação

envolvendo a alimentação, a saúde, a recreação, a dança, e eventos comemorativos de acordo com a Fotografia 10:

Fotografia 10 – Festa junina no CIAM

Fonte: Arquivo do CMEI Amor de Mãe.

Esse registro fotográfico nos remete às ideias de Kuhlmann Jr. (2000, p.13) quando aponta que “[...] as preocupações pedagógicas estão presentes desde o início das propostas de creche [...]”, citando ainda a participação de Anísio Teixeira na Conferência Nacional de Proteção à Infância em 1933, no Rio de Janeiro onde mostrou a importância de ver além da saúde física da criança pré-escolar, pois o seu desenvolvimento necessitaria de “facetas pedagógicas como habilidades mentais, socialização e importância dos brinquedos” (BRITES apud KUHLMANN JR., 2000, p. 14).

Rememoramos a história de origem da creche Amor de Mãe com base nos relatos dos entrevistados que se complementavam ou deixavam lacunas em certos detalhes, fato que gerou a necessidade de conversarmos com os fundadores da Creche Amor de Mãe, a senhora Gasparina Soares de Lima e o seu marido, o senhor José Leonel de Lima que residem nas proximidades do CMEI Amor de Mãe, no bairro das Rocas.

Muito receptivos e demonstrando grande satisfação, eles relembram todo o processo vivenciado com o trabalho comunitário; o ato de criação das creches, a sua atuação e o afastamento das mesmas.

Ele atuava como líder comunitário e ela com o Clube de Mães Maria Fernandes Alves e resolveram abrir uma pré-escola diante da situação difícil em que se encontravam as crianças da localidade e entorno – Vietnã, Brasília Teimosa e Maruim: “Caímos em campo aqui dentro de Vietnã, Brasília

Teimosa, Maruim lá embaixo. Você acredita que a situação das crianças era uma coisa muito séria mesmo! Eu olhava assim... As meninas diziam “é muita coragem de enfrentar uma coisa dessas!” Porque olhe, era criança com bicho de pé, pereba, ferida, piolho... Era uma coisa séria! Precária, precária mesmo! Só Jesus!... mas quanto a isso aí, nós vamos à secretaria e a secretaria de educação vai nos doar medicação pra gente cuidar dessas crianças!... Então a pré-escola foi uma bênção!... Com seis meses fazia gosto! Alimentação era uma bênção, tinha tudo!”. (Gasparina Soares, líder comunitária e primeira

gestora da Creche Amor de Mãe, 2013).

Essa pré-escola funcionou no Círculo de Trabalhadores Cristãos (CTC), com cerca de 150 (cento e cinquenta) crianças em turmas parciais, mantidas pela Secretaria de Educação do Estado no ano de 1982, durante o governo de Lavoisier Maia, quando firmaram o primeiro convênio.

Diante da grande procura por vagas, o prédio tornou-se pequeno e as crianças e funcionários foram remanejados para duas escolas estaduais, a Escola Estadual Café filho e a Leão XIII, e a senhora Gasparina Soares assumiu uma sala de aula em uma delas. Após o governo de Lavoisier, assumiu governador Geraldo Melo e os professores e funcionários o pressionaram para que os contratassem.

De acordo com esses entrevistados, quando Garibaldi Filho assume a prefeitura de Natal (1986 a 1988), cria a Secretaria Municipal de Promoção

Social (SEMPS) em 1986 e vários líderes comunitários criaram e denominaram “suas creches”, isto é, em suas comunidades. O senhor José Leonel (líder comunitário das Rocas em 2013) fala entusiasticamente de sua autoria do nome escolhido: “Existia a Secretaria de Promoção do Estado, mas não existia a do município. Quando Garibaldi assumiu a prefeitura criou a Secretaria de Promoção Social e nós estávamos na hora da criação das creches. Era ali na Rua Potengi onde tem aquela fila de carnaúba. Naquela rua ali, numa casinha velha foi criada a Secretaria lá. Então quando nós fomos para criar as creches rodaram lá na mesa: „fulano de tal, qual é a sua creche?‟ Aí quando chegou na nossa aqui das Rocas eu tava tão inspirado que eu disse: Creche Amor de Mãe! Porque é um nome correto, você não acha que é? Amor de Mãe?”.

Ele ainda complementa demonstrando muito orgulho desse momento e felicidade pela permanência do nome Amor de Mãe até os dias atuais, considerando que as creches que passaram a centros infantis mudaram de nome: “Eu tava muito inspirado! Muito feliz nessa hora! Ele [prefeito] chegou e disse: „seu Leonel, o nome de sua creche?‟... Veio na mente assim: „Amor de Mãe‟. Mexeram com todas as creches, mas essa daí, nunca não”.

De acordo com o senhor José Leonel de Lima, o primeiro prédio em que funcionou a Creche Amor de Mãe desde a sua criação em 1986, ficava na Rua Jordanês, no bairro das Rocas, no Círculo de Trabalhadores Cristãos (CTC) que era o mesmo espaço em que funcionou a pré-escola anterior mantida pela Secretaria Estadual, como nos mostra a Fotografia 11 a seguir.

Fotografia 11 – Equipe da Creche Amor de Mãe em festa com as Crianças/1989

Fonte: Arquivo pessoal de José Leonel de Lima e Gasparina Soares de Lima.

Dona Gasparina reafirma detalhes da fundação da creche Amor de Mãe e de sua dedicação de maio de 1986 até o ano de 199229 quando retornou a trabalhar na Secretaria de Ação Social onde era lotada, para fazer atendimento às favelas da cidade de Natal na gestão do prefeito Aldo Tinôco. Afirma que após o seu afastamento, soube que mais uma vez o prédio ficou pequeno para a demanda e as crianças foram remanejadas para outro local, funcionando em outros prédios provisórios até chegar onde atualmente se encontra.

Como percebemos uma lacuna entre o tempo de saída da senhora Gasparina e a chegada da coordenadora/gestora que lhe sucedeu, resolvemos conversar com esta última sobre a sua versão da origem desse CMEI. Essa primeira gestora encaminhada através do concurso da Associação de Atividades de Valorização Social (ATIVA)30 foi Magnólia Tomaz que trabalha atualmente como professora efetiva no CMEI Galdina Guimarães no bairro de Mãe Luiza em Natal-RN.

29 A gestão do referido prefeito deu-se de 01/01/1993 a 31/12/1996, o que nos leva a crer que a

entrevistada afastou-se da creche no início do ano de 1993.

30 ONG que terceiriza os profissionais que atendiam nas creches através de concurso interno

A terceirização dos serviços das creches através da ATIVA evidencia uma preocupação com a formação técnica dos docentes e demais funcionários que prestaram concurso na gestão do prefeito Aldo Tinôco (1993/1996).

Após ser selecionada no concurso da ATIVA em 1994, Magnólia Tomaz foi encaminhada para coordenar uma creche na zona norte da cidade da qual desistiu por ser muito distante. A SEMTAS lhe encaminhou para a Creche Rocas II que funcionava na sede dos Alcoólicos Anônimos no bairro das Rocas para atender a 30 crianças. Ela afirma que o espaço era pequeno e que a procura por vagas era grande, o que a mobilizou junto às lideranças comunitárias na luta por um prédio maior. Com a autorização do prefeito da época começaram as buscas e encontraram o prédio da FUNDAC que estava ocioso e foi solicitado pela prefeitura de Natal.

Assim, a creche Rocas II coordenada por Magnólia Tomaz se muda para o atual prédio e como tinha muitas salas, recebeu também os alunos oriundos da Creche Amor de Mãe.

Diante da necessidade de reparos na estrutura física desse prédio, funcionam em outro espaço alugado enquanto se aguarda a tão sonhada reforma que muda a fachada/entrada da creche da Rua Miramar para a Rua Feliciano Dias. Magnólia31 afirma que a creche era meio sem identidade, pois Rocas era o nome do bairro, apesar do prédio ficar na divisa: a rua dos fundos era Rocas e a rua da frente, era Praia do Meio.

Essa gestora costumava fazer reuniões mensais com os pais e em uma delas, discutiu a questão, fizeram uma lista de nomes e as mães que vieram com os filhos da Creche Amor de Mãe sugeriram e defenderam esse nome, que foi votado pela maioria e comunicado à secretaria municipal para proceder a mudança oficial nas guias de merenda e material que enviava.

A entrevistada recorda que tinha uma boa relação com a comunidade, fazia parte de clube de jovens na igreja da Sagrada Família nas Rocas; nas reuniões mensais com os pais trazia profissionais para proferir palestras sobre a saúde das crianças; buscava parcerias com comerciantes locais e contava esporadicamente com serviços voluntários dos pais como, por exemplo, na

montagem de um parque infantil que receberam da empresa Bauducco, conforme pode se ver na Fotografia 12:

Fotografia 12 – Pais voluntários montando o parque da Creche Amor de Mãe sob a orientação da coordenadora Magnólia Tomaz

Fonte: Arquivo do CMEI Amor de Mãe

Essa imagem nos leva a refletir sobre a participação das famílias desde a época das creches, onde segundo alguns entrevistados, algumas vezes os pais eram convocados a participar de mutirões, de limpeza e/ou de apoio na merenda. Observe-se que aqui é uma dimensão da participação: os pais têm parte na escola ao se dispor a utilizar o seu tempo e vigor físico para contribuir com a melhoria física da escola, mas isso não caracteriza necessariamente que eles são parte da escola.

O fato nos reporta a Bordenave (1994) ao afirmar que “fazer parte” diferencia-se de “tomar parte”, e que esta última expressão representa um nível mais intenso de participação. Assim, para ele, a participação passiva se diferencia da participação ativa e mesmo nessa última, há diferenças na qualidade da participação, isto é, a “prova de fogo da participação não é o quanto se toma parte, mas como se toma parte” (p. 23).

Após organizar o funcionamento do trabalho da Creche amor de Mãe, a diretora Magnólia Tomaz foi remanejada para a Creche Albergue Noturno, onde trabalhou até o ano de 1997, quando o prédio foi solicitado pela Associação Espírita a qual pertencia e as crianças ficaram sem lugar para frequentar. A SEMTAS destituiu a coordenadora que atuava na Creche Amor de Mãe e Magnólia Tomaz retornou trazendo as crianças e parte da equipe da Creche Albergue Noturno. Nesse mesmo ano iniciam o atendimento às crianças de quatro meses no berçário. A situação é esclarecida através da primeira ata de reuniões com pais da Creche Amor de Mãe no ano de 1997:

[Magnólia] Comunicou o motivo de estar fazendo a reunião hoje em dois horários – manhã e tarde, que é para conhecer os pais e explicar o porquê de estar coordenando a creche este ano. Devido a Creche Municipal Albergue Noturno funcionou durante alguns anos em um prédio cedido pela Instituição Espírita, resolveu este ano pedir o prédio, depois de várias reuniões e procura de casas para alugar com a colaboração de pais, funcionários, equipe da ATIVA e amigos, não encontramos. Tudo isto durou um mês e como foi feito uma avaliação do trabalho desta creche e tinha espaço, resolveu a equipe da ATIVA convocar a assumir a coordenação da creche e tirar dona Marinete (NATAL. SEMTAS, 1997).

Essa provisoriedade dos prédios em que funcionam as turmas de Educação Infantil no decorrer de sua história, com esse nomadismo nos passa a ideia da escola para crianças pequenas como um “não lugar”, não na perspectiva de que é um lugar de passagem, mas pelo pouco caso das autoridades com esse atendimento às crianças em tenra idade, numa atitude que reflete a sua compreensão política, como as enxergam e as tratam.

Frago (1995) aponta que o espaço físico é o espaço apropriado; o território; o lugar; a construção social. Ao tratar a escola como espaço territorial habitado, mostra que o espaço diz e comunica, portanto, educa. Ele é por excelência educativo; é uma espécie de discurso que passa valores e está sempre em reconstrução.

Para Frago (1995)32 o espaço físico é para o ser humano, espaço apropriado – território – e espaço disposto e habitado – lugar. Neste sentido, o

32 Texto original: “El espaço físico es para el ser humano, espacio apropriado – território – y

espacio dispuesto y habitado – lugar. Em este sentido, el espacio es uma construcción social y el espacio escolar uma de lãs modalidades de su conversión em território y lugar. De ahí que el espacio no sea jamás neutro sino signo, símbolo y huella de La condición y relaciones de quienes ló habitan. El espacio dice y comunica; por tanto, educa” (FRAGO, 1995, p. 69).

espaço é uma construção social e o espaço escolar uma das modalidades de sua conversão em território e lugar. Portanto, o espaço não é nunca neutro, mas sinal, símbolo e pegada da condição e relacionamentos daqueles que o habitam. O espaço fala e se comunica; portanto, educa33.

Essa questão é reforçada nos Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil34, onde vemos que “o espaço físico não apenas contribui para a realização da educação, mas é em si uma forma silenciosa de educar” (BRASIL. ME. SEB, 2008, p. 7).

Considerando que o lugar tem identidade própria, que é o recorte afetivo do espaço e por isso educa, nos questionamos: como isso ocorre em meio à tamanha transitoriedade?

No ano de 2007, a gestão municipal de Natal/RN cria o cargo de educador infantil no quadro de pessoal efetivo do município de Natal35 para o qual se abre concurso público. O resultado desse concurso foi divulgado em dezembro de 2007 e os recém-concursados assumem as salas de aulas a partir do ano de 2008, uns oriundos das „creches‟ e outros que nunca tinham atuado com essa faixa etária ou etapa de ensino. Em meio a estes, alguns com experiência no trabalho com creche e que não passaram no concurso, foram terceirizados para os serviços de apoio.

A investidura no cargo de educador infantil tinha como exigência mínima o curso de magistério, o que reforça a mudança da lógica de organização desses espaços que passam de “depósitos” de crianças a se constituir como lugares de educação infantil.

O CMEI Amor de Mãe torna-se um lugar comprometido com o educar e cuidar complementando a ação das famílias. Quando iniciamos a pesquisa em 2011, funciona em período integral com turmas do berçário I ao nível II e parcial nos níveis III. Nas salas até o berçário II trabalham duas educadoras por turno com ajuda de uma auxiliar. Os agrupamentos nas salas são feitos por idade e com número de alunos baseado na legislação local que aponta

33 Tradução nossa.

34 “[...] contém descrições de espaços que podem fazer parte de uma instituição de Educação

Infantil para crianças de 0 a 6 anos, alternativas a estes espaços e sugestões para aspectos construtivos. [...] foi elaborado em parceria com educadores, arquitetos e engenheiros envolvidos em planejar, refletir e construir/reformar os espaços destinados à educação das crianças de 0 a 6 anos” (HADDAD, 2008, p. 3).

diretrizes para o funcionamento das unidades de ensino da rede municipal (Ver Quadro 1)36:

Quadro 1 – Organização de turmas do CMEI Amor de Mãe/2011

TURMAS IDADE Nº DE CRIANÇAS POR PROFESSOR BERÇÁRIOI BERÇÁRIO II “A” BERÇÁRIO II “B” NÍVEL I “A” NÍVEL II “B” NÍVEL II “U” NÍVEL III “A” NÍVEL III “B”

04 meses a 11 meses 01 ano a 1 ano e 8 meses

01 ano e 9 meses a 2 anos e 3 meses 02 anos 4 meses a 2 anos e 11 meses 03 anos a 3 anos e 6 meses

03 anos e 7 meses a 3 anos e 11 meses 04 anos a 4 anos e 11 meses

04 anos a 4 anos e 11 meses

Até 06 crianças Até 08 crianças Até 09 crianças Até 12 crianças Até 15 crianças Até 15 crianças Até 25 crianças Até 25 crianças

Fonte: Relatório da coordenação pedagógica do CMEI Amor de Mãe.

Essas turmas são organizadas e trabalhadas em um prédio que é composto de 07 salas de aula, 01 lactário, uma cozinha, uma biblioteca, 01 sala de professor, 01 praça de alimentação, 01 sala para direção/secretaria e coordenação; 03 parques infantis, 01 horta; 02 almoxarifados; 01 despensa; 01 lavanderia; 01 espaço livre sem cobertura; 02 corredores de circulação; 02 baterias de banheiros infantis, além do berçário I e, 02 banheiros para adultos; brinquedoteca e bebeteca.

No período de transição, trabalhavam nesse espaço, professoras concursadas (algumas foram monitoras na época de creche) e funcionárias terceirizadas, ex-crecheiras, que assumem as funções de cozinheira, servente e auxiliar de sala.

Dessa forma, pessoas que anteriormente faziam a mesma função de educador em sala de aula, passam a realizá-la uns na docência e outros, na não docência. Esse movimento instaurou um conflito que se materializava nas questões: Quem é responsável por cuidar da criança? Retrocede-se dividindo a criança em dois, onde alguém cuida do corpo e outro da mente? Como se

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