AMOSTRA ANALISADA

Os 22 municípios foram convidados a participar do estudo, sendo feito contato com as prefeituras municipais e aplicado o questionário.

No entanto, por se tratar de uma pesquisa com participação voluntária, tivemos retorno somente de 10 municípios, denominados como municípios participantes: Bom Jesus do Galho, Caratinga, Dom Cavati, Engenheiro Caldas, Imbé de Minas, Inhapim, Santa Bárbara do Leste, Santa Rita de Minas, São João do Oriente e Tumiritinga.

Não responder a questionários/formulários é uma situação corriqueira, se compararmos os dados disponíveis no SNIS (2018), na qual 5 municípios, da área em estudo, não enviaram dados de uma das vertentes do saneamento, e outras 7 municípios deixara de enviar informações sobre três componentes (esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem pluvial).

Os entrevistados possuem formações similares e todos ocupam cargos diretamente ligados aos serviços de saneamento da administração direta da Prefeitura, sendo 3 deles secretários, 6 engenheiros e 1 diretor. O grau de instrução dos entrevistados varia de ensino médio até formação de nível superior na área de engenharia (Quadro 3).

Quadro 3 – Caracterização dos entrevistados segundo o município

Município Cargo ou função Formação

Bom Jesus do Galho Engenheiro da Prefeitura Engenharia Ambiental e Sanitária Caratinga Sec. de Meio Ambiente e Serviços Urbanos Engenharia Ambiental e Sanitária Dom Cavati Diretor de Agricultura e Coordenador da

Vigilância Sanitária Engenharia Ambiental e Sanitária Engenheiro Caldas Engenheiro da Prefeitura Engenharia Ambiental e Sanitária Imbé de Minas Engenheiro da Prefeitura Engenharia Ambiental e Sanitária Inhapim Analista Ambiental Engenharia Ambiental e Sanitária Santa Bárbara do Leste Secretário municipal de Agricultura e

Quadro 3 – Caracterização dos entrevistados segundo o município (continuação)

Município Cargo ou função Formação

Santa Rita de Minas Secretário de Agricultura e Meio Ambiente Ensino Médio

São João do Oriente Engenheiro da Prefeitura Engenharia Ambiental e Sanitária Tumiritinga Engenheiro Ambiental da Prefeitura Engenharia Civil e Ambiental Fonte: Dias (2020)

A população total desses 10 municípios participantes da pesquisa era de 183.835 habitantes, segundo dados do IBGE (2019), sendo que Caratinga representa 50,1 % da população em estudo. Engenheiro Caldas, Bom Jesus do Galho e Inhapim apresentam população total entre 10.001 a 25.000 habitantes, e outros (seis) municípios apresentam faixa populacional com menos de 10.000 habitantes (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Distribuição percentual da população participante da pesquisa

Fonte: IBGE (2019)

Seguindo a mesma tendência verificada na maioria das cidades brasileiras de pequeno porte, a prestação dos serviços de saneamento no conjunto dos municípios em estudo possui mais de um prestador de serviços. “A situação mais recorrente, neste caso, corresponde a uma companhia estadual prestando o serviço de água e a administração pública prestando os demais serviços” (SNIS, 2018a). Os prestadores dos serviços de saneamento podem ser observados no Quadro 4. 50,1% 13,1% 8,1% 6,1% 4,4% 4,1% 3,9% 3,8% 3,7% 2,7% Caratinga Inhapim Bom J. do Galho Engenheiro Caldas Santa B. do Leste São J. do Oriente Santa R. de Minas Imbé de Minas Tumiritinga Dom Cavati

Quadro 4 – Prestadores de serviços de saneamento básico nos municípios participantes da pesquisa

Fonte: ¹SNIS (2018); ²FUNEC (2016) Municípios

Abastecimento de água ¹ Esgotamento sanitário ¹ Resíduos Sólidos ² Drenagem

urbana ² Sede Municipal Distritos e Comunidades Área Rural Sede Municipal Distritos e Comunidades Área Rural Sede Municipal Distritos e

Comunidades Área Rural

Sede Municipal Bom J. do Galho COPASA COPASA Prefeitura Municipal

Caratinga COPASA COPASA Prefeitura

Municipal COPASA Prefeitura Municipal

Dom Cavati COPASA Prefeitura Municipal

Engenheiro Caldas COPASA COPASA Prefeitura Municipal

Imbé de Minas COPASA Prefeitura Municipal

Inhapim COPASA Prefeitura Municipal COPASA Prefeitura Municipal

Santa B. do Leste COPASA Prefeitura Municipal

Santa R. de Minas COPASA Prefeitura Municipal

São J. do Oriente COPASA Prefeitura Municipal

As prefeituras municipais e a COPASA são os prestadores de serviços de saneamento dos municípios participantes da pesquisa. Conforme apresentado no Quadro 4, somente os municípios de Caratinga e Inhapim tem a COPASA como prestadora de serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário, os demais municípios apresentam a COPASA somente como prestadora de abastecimento de água e ambos os serviços são prestados pela companhia apenas na sede e em alguns distritos. Já os serviços de coleta e manejo dos resíduos sólidos e de drenagem urbana ambos são realizados pelas prefeituras municipais.

No que diz respeito a abrangência dos serviços prestados de coleta de resíduos sólidos domiciliares na área rural não é atendida, exceto em Santa Bárbara do Leste e Santa Rita de Minas (FUNEC, 2016).

Considerando os municípios sem atendimento dos serviços de saneamento (abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem urbana) e a partir das informações disponibilizadas pelo SNIS (2018) é possível identificar o comportamento desses serviços atualmente e construir uma fotografia ampliada da UPGRH Caratinga.

Todos municípios participantes da pesquisa forneceram informações ao SNIS para água e esgoto, assegurando uma representatividade de 100%. Para os serviços de resíduos 3 municípios e de drenagem apenas 1 municípios não alimentaram a base de dados do SNIS, o que assegura uma representatividade de 70 e 90%, nesta ordem.

Os municípios participantes da pesquisa, cujos dados estão no SNIS (2018), possuem o índice de atendimento total de água de 64,0% da população; enquanto os índices de coleta e tratamento de esgoto são de 51,2% e 36,4%, respectivamente. Já o índice de atendimento com coleta de resíduos sólidos foi de 82,5% da população e 70,0% dos municípios possuem destinação final dos resíduos inadequadas, em forma de aterro controlado ou lixão. Com relação aos sistemas de drenagem urbana nas sedes municipais, a taxa de cobertura de vias públicas com redes ou canais pluviais subterrâneos é em média 25%.

Em 2018, verifica-se um crescimento dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário na comparação com o ano de 2016 (ano em que foram elaborados os planos), sendo detectado um aumento modesto de 1,1% no atendimento total de água e 3,9% no índice de coleta de esgoto. Quanto ao tratamento de esgoto no mesmo período, o aumento é significativo, considerando que em 2016 esse índice era zero.

No que diz respeito ao atendimento com coleta de resíduos sólidos, houve uma redução de quase 10,0% na taxa de cobertura regular de coleta. Esse cenário vai de encontro a realidade do país que no mesmo período apresentou crescimento na taxa de cobertura de coleta. Para os serviços de drenagem urbana não foi possível realizar essa comparação, pois não há dados do ano em que foram elaborados os PMSBs.

Dentre as questões relevantes que devem ser consideradas para o alcance da universalização do acesso aos serviços do saneamento básico na área de estudo, estão as diferenças ou disparidades no que diz respeito ao acesso a esses serviços entre as áreas urbana e rural. A população residente na área rural e comunidades em sua maioria não dispõe dos serviços de saneamento (SNIS, 2018; FUNEC, 2016).

Essa realidade também se estende a nível nacional, a análise realizada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) em 2013, revela o déficit de saneamento básico em domicílios rurais brasileiros, principalmente, quando comparados com os da área urbana.

Para o PLANSAB essa deficiência é reflexo da falta de políticas públicas e programas eficazes voltados para o campo, que objetivem, com ações efetivas, uma alteração significativa dessa situação deficitária (PLANSAB, 2013).

5.3 ANÁLISE GERAL DAS AÇÕES PREVISTAS NOS PMSBS PARA O PRAZO