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Na fase de Análise da Aplicação, conforme estabelecido pela metodologia MAAEM, a preocupação do desenvolvedor é produzir a Especificação da Aplicação (Figura 6.1), a qual é composta por quatro subprodutos: o Modelo de Conceitos; o

Modelo de Objetivos; o Modelo de Papéis; e o Modelo de Interações entre Papéis.

Nas próximas subseções, é compassadamente descrita a elaboração desses modelos na análise da InfoNorma.

Figura 6.1: Especificação da Aplicação InfoNorma

6.2.1 Modelagem de conceitos

A Figura 6.2 adiante ilustra o Modelo de Conceitos da InfoNorma, cuja principal utilidade no processo de desenvolvimento da aplicação é servir como um primeiro momento para se levantar as idéias mais importantes relativas à aplicação, o que é expresso na forma de conceitos semanticamente relacionados.

Em relação à InfoNorma, sendo uma aplicação que visa oferecer informações selecionadas de acordo com os interesses de cada usuário, a primeira idéia que vem à mente se refere a sistemas de filtragem de informação, cujo fim é exatamente esse.

Assim, através do provimento de serviços de filtragem de informação, tais sistemas filtram informações relevantes por interesses dos usuários, e entregam

mensagens de correio eletrônico, as quais portam as informações relevantes

filtradas, sendo recebidas pelos respectivos usuários beneficiários.

A filtragem, por sua vez, ocorre através da comparação de surrogates de

representam perfis de usuário – com surrogates de elementos de informação – que representam elementos de informação – sendo ambos construídos pelo sistema, que também monitora a fonte de informação.

O repositório legislativo é um tipo de fonte de informação e contêm

instrumentos jurídico-normativos, um tipo de elementos de informação, os quais se

caracterizam por possuir um tipo e uma categoria, além de ser deles que se constituem as necessidades de informação em longo prazo, que são parte dos perfis

de usuário juntamente com a identificação.

Por fim, usuários de leis , sendo um tipo de usuário, têm interesse especial por instrumentos jurídico-normativos.

É o entendimento inicial de todos esses conceitos e relacionamentos – os quais, diga-se, não constituem um rol exaustivo, mas apenas exemplificativo – que embasa todo o restante da modelagem, como se poderá constatar nos demais passos descritos a seguir.

6.2.2 Modelagem de objetivos

A Figura 6.3 mostra o Modelo de Objetivos da InfoNorma, trazendo uma hierarquia de objetivos – geral e específicos – e de responsabilidades, que correspondem às funcionalidades esperadas da aplicação, sendo que uns permitem o alcance dos outros. Constam também desse modelo entidades externas que interagem destinatárias da aplicação ou com ela envolvidas.

De início, tem-se que o objetivo geral da aplicação é prover informações

jurídico-normativas personalizadas. Fundado nos conceitos e relacionamentos

identificados no passo anterior, procedeu-se à decomposição daquele objetivo geral nestes dois objetivos específicos, que a ele conduzem: satisfazer necessidades de

usuários de leis e processar novas informações legais.

Duas entidades externas se relacionam com esses objetivos específicos. Uma é o usuário, de quem a modelagem obtém os dados necessários e que, por sua vez, recebe as informações filtradas. A outra é a fonte de informação, que fornece os subsídios para o processo de filtragem de informação.

Passando ao nível das responsabilidades, tem-se a aquisição de perfis de

usuário e manutenção de modelos de usuário promovendo o alcance do objetivo de satisfazer necessidades de usuários de leis.

Já para se processar novas informações legais com êxito, são demandadas como responsabilidades o monitoramento da fonte de informação, a

representação dos elementos de informação, a comparação e análise de similaridade e a entrega de informações filtradas.

Figura 6.3: Modelo de Objetivos da InfoNorma

Depois de estabelecidos os objetivos da aplicação, bem como as correspondentes responsabilidades, pode-se, então, prosseguir com o desenvolvimento, posto que é a partir destas que se derivará os respectivos papéis no passo posterior.

6.2.3 Modelagem de papéis

A Figura 6.4, a Figura 6.5 e a Figura 6.6 exibem as partes do Modelo de

Papéis da InfoNorma, o qual apresenta como principal função a atribuição das

responsabilidades anteriormente identificadas a papéis, sendo que estes, no seu efetivo desempenho, envolvem o uso e a produção de determinados conhecimentos, o atendimento de pré-condições e de pós-condições, além de requererem destrezas específicas para esse fim. Pode haver casos em que uma responsabilidade seja abrangente demais, devendo ela ser decomposta em duas ou mais atividades, ressaltando-se que estas têm a mesma natureza daquela.

A primeira responsabilidade é a aquisição de perfis de usuário, sendo encarregado o papel interface de entrada, que usa como a identificação e

jurídico-normativos. A sua pré-condição é que um novo perfil de usuário seja especificado, sendo requeridas técnicas para a aquisição de perfis de usuário explicitamente, e tendo como pós-condição que o perfil do usuário esteja validado.

Já a segunda responsabilidade, que é a manutenção de modelos de

usuário, atribuída ao papel modelador de usuário, devido a sua complexidade, é

exercida através de duas atividades. Uma delas é a criação do modelo do usuário, que faz uso do conhecimento produzido pelo papel precedente, bem como tem a pós-condição deste como sua pré-condição, gerando como produto o modelo do

usuário mediante técnicas para criação de modelos de usuário e resultando na

existência de um novo modelo de usuário criado como pós-condição.

A outra atividade, a extração de interesses do usuário, guiada por

técnicas para representação de interesses de usuários, usa tais modelos para

produzir surrogate de interesses de usuários, bem como surrogates de elementos de

informação, quando ocorridas as pré-condições de interesses de usuários terem sido requisitadas e de modelos de usuário terem sido criados, o que repercute em que interesses de usuários tenham sido extraídos como pós-condição.

A terceira responsabilidade, consistente no monitoramento da fonte de

informação, tem como responsável o papel monitor de fonte, o qual usa as mudanças na fonte de informação, atendida a pré-condição de que um dos seus índices de informação tenha sido atualizado, para originar novos elementos de informação, com base em técnicas para o monitoramento da fonte de informação,

resultando na pós-condição de que novos elementos de informação foram

detectados.

A quarta responsabilidade, que se refere à representação dos elementos

de informação, é incumbência do papel construtor de representação, que cria surrogates de elementos de informação que tenham advindo do papel antecedente,

o que faz por meio de técnicas para representação de elementos de informação, se atendida a sua pré-condição, que coincide com a pós-condição imediatamente anterior.

A quinta responsabilidade, que diz respeito à comparação e análise de

similaridade, tem o papel filtrador de informação como encarregado, que produz os elementos de informação filtrados usando os surrogates de elementos de informação

e os surrogates de interesses de usuários, nos termos de técnicas para filtragem de

informação baseada no conteúdo, sendo pré-condições para tanto que surrogates de elementos de informação estejam disponíveis e interesses de usuários tenham sido extraídas, que são ambas pós-condições de responsabilidades já descritas.

A última responsabilidade, relativa à entrega de informações filtradas, cujo encargo é do papel interface de saída, que usa os resultados da filtragem e produz

mensagens de satisfação de informação, tendo como pré-condição que elementos de informação tenham sido filtrados e como pós-condição que mensagens de satisfação de informação tenham sido enviadas, e sendo necessárias, no caso, técnicas para entrega de informações.

Figura 6.6: Terceira parte do Modelo de Papéis da InfoNorma

Os papéis, juntamente com os demais conceitos de modelagem que aparecem acima, representam uma visão estática da aplicação, sendo esse apenas

um de seus aspectos. Assim, a sua dinâmica é definida através de interações entre papéis como se verá a seguir.

6.2.4 Modelagem de interações entre papéis

A Figura 6.7 traz o Modelo de Interações entre Papéis da InfoNorma, relativo aos objetivos específicos satisfazer necessidades de usuários de leis e

processar novas informações legais, sendo um para todos devido à simplicidade do

problema, o qual ilustra de maneira seqüencial como os papéis e as entidades externas da aplicação interagem, através da troca de mensagens invocando responsabilidades ou atividades, bem como indicando que conhecimentos são passados como parâmetros.

Assim, a primeira interação é “1 :_aquisição de perfis de usuário (identificação e necessidades de informação do usuário)”, ocorrendo entre o usuário

e a interface de entrada e consistindo no início do funcionamento da aplicação, já que para haver a filtragem é necessário que pelo menos um usuário manifeste algum interesse.

Em seguida, a segunda interação é “2 : criação do modelo do usuário

(tipos e categorias de instrumentos jurídico-normativos)”, sendo através da qual o

papel de interface de entrada solicita ao modelador de usuário que elabore os devidos modelos, a serem mantidos para uso posterior.

De outro lado, a terceira interação é “3 : monitoramento da fonte de

informação (mudanças na fonte de informação)”, partindo da entidade externa fonte

de informação para o papel monitor de fonte. Considera-se como uma mudança qualquer atualização de um dos índices da fonte que implique na adição de novos elementos de informação.

Logo após, a quarta interação é “4 : representação dos elementos de

informação (novos elementos de informação)”, acontece quando, de posse de

elementos de informação recém-detectados, o monitor de fonte pede ao construtor de representação que estruture tais elementos da forma como a aplicação precisa para filtrá-los.

Depois, a quinta interação é “5 : comparação e análise de similaridade

(surrogates de elementos de informação)”, sendo a própria filtragem de informação e

não antes que o papel filtrador de informação receba do modelador de usuário os interesses extraídos de cada modelo de usuário, quando são comparadas umas com as outras e é quantificada a medida em que ambas se assemelham.

Prosseguindo, a sexta interação é “6 : extração de interesses do usuário

(surrogates de elementos de informação)”, consistindo justamente na solicitação que

o filtrador de informação faz ao modelador de usuário referida no parágrafo anterior. Como resultado, a sétima interação, “7 : entrega de informações filtradas

(elementos de informação filtrados)”, dando-se entre o papel filtrador de informação

e a interface de saída, visa apenas a passagem dos elementos de informação filtrados com a indicação dos respectivos usuários a que se destinam.

Por fim, a oitava interação é “8 : visualização (mensagens de satisfação

de informação)”, sendo concluída com a visualização por parte do usuário das

mensagens vindas da interface de saída, as quais contêm informações que potencialmente o satisfazem, segundo a filtragem realizada.

Figura 6.7: Modelo de Interações entre Papéis da InfoNorma referente

aos objetivos específicos satisfazer necessidades de usuários de leis e processar novas informações legais

Uma vez estabelecidas as interações entre papéis, encerra-se a fase de análise da aplicação. Os próximos passos, pertencentes ao projeto, são todos baseados no refinamento dos modelos aqui elaborados.