• Nenhum resultado encontrado

Análise comparativa entre modelos PMV, adaptativo e a sensação térmica real

4. Resultados e discussões

4.2. Análise comparativa entre modelos PMV, adaptativo e a sensação térmica real

Com base na sensação térmica obtida através de questionários, foram calculadas as temperaturas de neutralidade para o RU no verão e no inverno, através de dois métodos distintos: a regressão linear simples e a análise por regressão Probit.

Os resultados mostraram que por meio do cálculo de regressão linear simples a temperatura de neutralidade obtida nos pontos 1, 5 e 6, no RU foi de 21,1°C.

Já com a análise por regressão Probit foi possível averiguar a probabilidade de ocorrência por calor, conforto e frio e a temperatura de neutralidade térmica da

123

população estudada no período de verão e inverno no RU. A temperatura de neutralidade encontrada para os mesmos pontos, na qual ocorreu o máximo percentual de conforto foi para a temperatura operativa de 22,5°C, o que corresponde a um percentual de 93% de pessoas satisfeitas. Para tais pontos, a temperatura de neutralidade térmica segundo o modelo PMV/PPD foi de 14,3°C.

Pelo método da ASHRAE 55 (2010), pode-se perceber que nos pontos 1, 5 e 6, a grande maioria das pessoas entrevistadas encontrava-se dentro da faixa de conforto. No mês de março, considerando a temperatura média externa mensal que foi de 26°C (CEPAGRI, 2013), com o percentual de 98,8% pessoas na faixa de 80% aceitabilidade e 91,1 % na faixa de 90% de aceitabilidade. Apenas 1,2% das pessoas entrevistadas ficaram fora dessa faixa de conforto. Neste período, segundo o modelo adaptativo, a temperatura de neutralidade foi de 25,9°C.

Já no mês de junho, a temperatura média externa mensal ficou em 19,7°C (CEPAGRI, 2013), o que levou a 94,3% de pessoas na faixa de aceitabilidade de 90%, 100% das pessoas na faixa de aceitabilidade de 80% e 5,7% fora das zonas de conforto. Para este mês, a temperatura de neutralidade calculada foi de 23,9°C.

A tabela 19 mostra a diferença entre os valores maiores e os menores, obtidos para a temperatura de neutralidade nos pontos 1, 5 e 6, pelos diferentes métodos e períodos.

Nos pontos 2, 3 e 4 do RU, a temperatura de neutralidade encontrada por regressão linear simples foi de 23,3°C.

A análise por regressão Probit nestes pontos indicou uma temperatura operativa de neutralidade de 24°C, onde o máximo percentual de conforto foi encontrado, correspondendo a um percentual de 91% de pessoas satisfeitas. Segundo o modelo PMV/PPD esta temperatura foi de 25°C.

124

Tabela 19: Diferenças para a temperatura de neutralidade nos pontos 1, 5 e 6 (funcionários).

Método Diferença (°C)

Probit x Regressão linear simples 1,4

Probit - ISO 8,2

Probit - ASHRAE verão 3,4

Probit - ASHRAE inverno 1,4

Regressão linear simples - ISO 6,8 Regressão linear simples - ASHRAE verão 4,8 Regressão linear simples - ASHRAE inverno 2,8

ISO - ASHRAE verão 11,6

ISO - ASHRAE inverno 9,6

Considerando o método da ASHRAE 55 (2010) nestes pontos, a temperatura média externa mensal do mês de março também foi de 26°C (CEPAGRI, 2013), visto que as medições foram realizadas simultaneamente em todos os pontos. A porcentagem de pessoas satisfeitas na faixa de aceitabilidade de 80% foi de 96,9% e 83,3% na faixa de 90%. Fora desta zona de conforto encontravam-se 3,1% das pessoas entrevistadas.

No mês de junho a temperatura média externa mensal ficou em 19,7°C (CEPAGRI, 2013), o que indica 91,8% de pessoas na faixa de aceitabilidade de 90%, 100% das pessoas na faixa de aceitabilidade de 80% e 8,2% fora das zonas de conforto segundo o modelo adaptativo.

As temperaturas de neutralidades nos meses de março e junho foram de 25,9°C e 23,9°C, respectivamente, pois a temperatura média externa mensal foi a mesma em todos os pontos devido a simultaneidade das medições.

125

A tabela 20 mostra a diferença entre os maiores e menores valores, obtidos para os pontos 2, 3 e 4 quanto à temperatura de neutralidade, pelos diferentes métodos e períodos.

Tabela 20: Diferença para a temperatura de neutralidade nos pontos 2, 3 e 4 (usuários).

Método Diferença

(°C)

Probit - Regressão linear simples 0,7

Probit - ISO 1,0

Probit - ASHRAE verão 1,9

Probit - ASHRAE inverno 0,1

Regressão linear simples - ISO 1,7 Regressão linear simples - ASHRAE verão 2,6 Regressão linear simples - ASHRAE inverno 0,6

ISO - ASHRAE verão 0,9

ISO - ASHRAE inverno 1,1

4.3. COMPARAÇÃO DAS PORCENTAGENS DE SATISFAÇÃO E INSATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS ENTRE OS MODELOS

Comparando-se os valores das faixas de conforto do modelo PMV com as faixas de aceitabilidade térmica do modelo adaptativo nos pontos dos funcionários (pontos 1, 5 e 6), percebe-se uma discrepância conforme mostra a tabela 21.

A porcentagem de pessoas dentro da faixa de conforto de (±0,2 PMV) da norma ISO foi de apenas 0,5%, enquanto que pelo modelo adaptativo da ASHRAE 55 (2010), na faixa também mais restritiva, de 90% de aceitabilidade, a porcentagem de pessoas confortáveis foi de 91,1% no mês de março e de 94,3% no mês de junho.

126

Já para a faixa mais abrangente da ISO 7730 (±0,7 PMV) a porcentagem de pessoas dentro da faixa de conforto foi de 1,8%, valor este muito abaixo dos 98,8% de pessoas dentro da faixa de aceitabilidade mais abrangente da ASHRAE 55 (faixa de aceitabilidade de 80%) no mês de março e de 100% para a mesma faixa no mês de junho.

Tabela 21: Faixas de conforto x faixas de aceitabilidade no verão e inverno nos pontos 1, 5 e 6 (funcionários). CONFORTO (%) DESCONFORTO (%) ISO 7730 (±0,2 PMV) 0,5 99,5 ISO 7730 (±0,7 PMV) 1,8 98,2 ASHRAE 55 (90%) - março 91,1 0,9 ASHRAE 55 (80%) - março 98,8 1,2 ASHRAE 55 (90%) - junho 94,3 5,7 ASHRAE 55 (80%) - junho 100 0

Nos pontos 2, 3 e 4 (ver tabela 22), a porcentagem de pessoas dentro da faixa de conforto de (±0,2 PMV) da norma ISO 7730 (2005) aumentou em comparação a porcentagem obtida nos pontos 1, 5 e 6 e alcançou 16,1%. Todavia, este valor ainda é baixo se comparado com os obtidos pelo modelo adaptativo da ASHRAE 55 (2010), na faixa mais restritiva, de 90% de aceitabilidade, que mostrou uma porcentagem de pessoas confortáveis de 83,3% no mês de março e de 91,8% no mês de junho.

Para a faixa mais abrangente da ISO 7730 (±0,7 PMV) a porcentagem de pessoas dentro da faixa de conforto foi de 56,4%. Pela ASHRAE 55 (2010), na faixa de 80% de aceitabilidade, a porcentagem de pessoas confortáveis foi de 91,8% no mês de março e de 100% no mês de junho.

127

Tabela 22: Faixas de conforto x faixas de aceitabilidade no verão e inverno nos pontos 2, 3 e 4 (usuários). CONFORTO (%) DESCONFORTO (%) ISO 7730 (±0,2 PMV) 16,1 83,9 ISO 7730 (±0,7 PMV) 56,4 43,6 ASHRAE 55 (90%) - março 83,3 16,7 ASHRAE 55 (80%) - março 96,9 3,1 ASHRAE 55 (90%) - junho 91,8 8,2 ASHRAE 55 (80%) - junho 100 0

Considerando as tabelas 21 e 22 é possível notar que em ambos os casos houve uma discrepância considerando a porcentagem de indivíduos confortáveis dentro das faixas de aceitabilidade térmica dos diferentes modelos. Um dos motivos para essa diferença é que nos pontos 1, 5 e 6 (funcionários) o local era termicamente mais quente do que nos pontos 2, 3 e 4 (usuários), por isso o número de pessoas dentro de ambas as faixas de aceitabilidade térmica da ISO 7730 (2005) nos pontos do funcionários foi menor do que nos pontos dos usuários. Além disso, o modelo adaptativo da ASHRAE 55 (2010) leva em consideração a adaptação das pessoas, mesmo em ambientes mais quentes ou mais frios, tendendo a possuir uma maior faixa de aceitabilidade térmica do que no modelo PMV.

129