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Na revisão bibliográfica foram consultadas e selecionadas 78 fontes, sendo:

 Dez (10) livros-texto;

 Doze (12) teses de doutorado e sete (7) dissertações de mestrado;

 Quatro (4) artigos de congresso, oito (8) de revistas internacionais e três (3)

nacionais;

 Nove (9) normas, vinte e dois (22) manuais e três (3) pesquisas estatísticas.

O pavimento flexível brasileiro é aquele em que todas as camadas são deformáveis

à aplicação da carga, e essa se distribui em parcelas aproximadamente equivalentes entre as

resistências das camadas. Para Mallick e El-Korchi (2013), Balbo (2007) e Huang (2004), a

tendência à flexão das camadas é causada pelas cargas de rodas de veículos aplicadas sobre a

superfície do pavimento e distribuídas entre as camadas subjacentes do pavimento. O defeito

mais frequente nesses pavimentos é o trincamento da camada superior de concreto asfáltico.

(MEDINA e MOTTA, 2015).

No Brasil, os métodos de dimensionamento mais utilizados para pavimento flexível

são de natureza empírica, baseados no método do CBR e com vida útil prevista para 10 anos.

Porém, verifica-se que algumas estruturas de pavimento perdem sua integridade a partir da

metade desse período, quando iniciam os defeitos visíveis na sua superfície e o aumento da sua

deflexão recuperável, reduzindo a sua capacidade estrutural como um todo (MASSENLLI;

PAIVA, 2016a).

Para desenvolver um projeto de pavimento novo, os organismos de infraestrutura

viária e os projetistas brasileiros estão restritos ao uso de guias de projeto e especificações

técnicas de materiais que não englobam condicionantes técnicas locais, tais como clima,

tráfego, tipo de via e materiais disponíveis. No entanto, essas considerações poderiam ser

critérios de ajuste no cálculo de dimensionamento de um pavimento, de modo que, quando bem

projetado e construído, exerça uma adequada vida em serviço.

Na literatura internacional e na brasileira estão disponíveis vários modelos de

fadiga, porém cada um foi desenvolvido para atender a critérios específicos, bem como, a

características mecânicas do ensaio. Portanto, definir um modelo representativo do

comportamento da camada asfáltica, para um determinado período de vida e que atenda as

características locais, envolve uma análise de fatores que afetam a fadiga do material, tais como:

tipo de carregamento, tipo de mistura, fatores ambientais, parâmetros de rigidez da camada e

outros aspectos que são considerados na calibração ou no fator campo-laboratório - FCL.

No Brasil não há regulamentos estabelecidos nos manuais de projeto para o grau de

importância dos fatores básicos que afetam o comportamento do pavimento flexível, tais como

fatores climáticos, cargas de tráfego, modelos de fadiga características dos materiais e suporte

do pavimento, além do conhecimento do tipo de empreendimento, como classe da via,

velocidade, e período de projeto. A única orientação existente nos manuais, referente à

concepção do pavimento flexível, está relacionada ao tráfego, sendo recomendada a utilização

de base cimentada para tráfego pesado, sendo: NUSACE ≥ 2,00 x 107 para a PMSP (2004a) e

superior a 5,00 x 107 conforme o DER/SP (2006a).

O guia francês, por exemplo, não admite pavimentos com duas camadas granulares

na posição de base e sub-base para vias principais. No entanto, para vias secundárias a utilização

dessas duas camadas pode ser indicada sob algumas condicionantes, como o nível de suporte e

os tipos de tráfego.

A maior parte dos modelos de fadiga nacionais e internacionais disponíveis é antiga,

tendo em vista a evolução dos materiais e das metodologias experimentais e teóricas. Apesar

disso, conhecer seus parâmetros e modo de ensaios é importante para uma aplicação compatível

com os dados pré-estabelecidos no projeto, a fim de prever as mudanças que se espera em um

pavimento flexível. Portanto, finalidade do empreendimento, tipo de via, tráfego e questões

ambientais, devem determinar o modelo mais aceitável, de modo a obter um pavimento com

qualidades desejáveis e espessuras adequadas.

Normalmente, no Brasil, a estrutura de pavimento dimensionada resulta em

espessuras mínimas de camadas, de modo a atender às tensões e às deformações limites

causados pelas cargas de tráfego consideradas estáveis em todo o pavimento e suas camadas

individuais, para um período definido pelos manuais de projeto. Portanto, esse pavimento torna-

se fragilizado quando não são previstos fatores que afetam a fadiga do material ou quando se

admite modelos incompatíveis com a solução.

Um exemplo é a Equação (2.6), integrante do método de dimensionamento do

DNIT (2006a) em vigor, que permite a determinação das espessuras mínimas das camadas do

pavimento. Nela, o coeficiente de equivalência estrutural (kREF) é representado pelo valor 1

(um), devido ao valor do CBR, não levando em consideração as condições que afetam o seu

real comportamento, o que pode gerar uma elevada deformabilidade inicial e esse cenário tende

a piorar quando o suporte do pavimento é fraco, agravado por outros fatores que afetam o

comportamento do pavimento flexível.

O método da Resiliência também considera a equivalência estrutural das camadas,

conforme a Equação 2.5. Porém, leva em consideração a resiliência do solo e a deflexão máxima

do pavimento na determinação do HREV. Nesse método, a camada granular deve ser limitada

até 0,35 m, induzindo uma maior espessura na camada de reforço do subleito quando o subleito

é fraco.

Em geral, mesmo com a verificação mecanicista, onde simula-se a resistência dos

materiais numa condição ideal, qualquer situação adversa, como uma pequena variação na

capacidade estrutural das camadas (subleito, base ou sub-base) pode ocasionar uma

considerável variação nos esforços atuantes, afetando o desempenho do pavimento e,

consequentemente, a sua vida útil.

Apesar dos propósitos positivos dos Programas governamentais, os custos e

prejuízos, devido à ausência de manutenção após os serviços de restauração, devem ser

evitados. Dentro do cenário brasileiro, é adequado prever diretrizes e ações para um

gerenciamento de manutenção das rodovias, de modo que indiquem os recursos mínimos

necessários para que os serviços de manutenção emergenciais e preventivos sejam efetuados

em épocas determinadas e oportunas. O programa de gestão de manutenção de pavimentos

específico para estradas vicinais - PGMV mostra-se adequado à realidade brasileira e às

condições ambientais.

Comumente, um pavimento flexível com subleito fraco apresenta deflexões iniciais

altas e, consequentemente, atinge a deflexão limite em tempo inferior a 10 anos. Isto ocorre

porque a camada de reforço possui espessura insuficiente para inibir altas deflexões. Reparos

posteriores são realizados com capas asfálticas muito mais caras que o reforço do subleito.

Portanto é possível desenvolver um estudo que determine as espessuras necessárias

de reforço que elimine ou minimize a alta deflexão inicial num pavimento flexível sobre

subleito fraco.

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METODOLOGIA APLICADA