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ANÁLISE DAS ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO QUANTO À SUA

CLASSIFICAÇÃO

Como o exposto nos itens 4.1 à 4.3, as argamassas de revestimento, tanto a que tinha em sua composição cal hidratada, quanto a que possuía a cal extinta em obra em sua constituição, foram classificadas, quanto à sua resistência de aderência à tração (A), resistência à tração na flexão

0,41 0,43 1,09 1,12 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 OBRA HIDRATADA g/cm²

ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE

10min 90min

(P) e, por fim, resistência à compressão axial (R), de acordo com a classificação apresentada na Tabela 12, com dados extraídos das tabelas 1, 3 e 7 da NBR 13281 (ABNT, 2005, p. 3-4).

Tabela 12 - Classificação das argamassas

Classes A P R

Mpa Mpa Mpa

1 ≤ 0,20 ≤2 ≤ 1,5 2 ≥ 0,20 1,5 a 3,0 1,0 a 2,0 3 ≥ 0,30 2,5 a 4,5 1,5 a 2,7 4 - 4,0 a 6,5 2,0 a 3,5 5 - 5,5 a 9 2,7 a 4,5 6 - > 8,0 > 3,5

Fonte: adaptada da NBR 13281 (ABNT, 2005).

A classificação fora realizada de forma a realizar a comparação entre as duas adições nas argamassas de revestimento, de modo a identificar qual apresenta melhores propriedades. O resultado da classificação está exposto na Tabela 13.

Tabela 13 - Classificação das argamassas constituídas de cal hidratada e cal extinta em obra

Argamassa Classificação

A P R

Cal extinta em obra A3 P5 R4

Cal hidratada A2 P4 R4

Fonte: Autoria Própria (2020).

Tendo em vista as seis classes possíveis de serem alcançadas, a maior delas foi atingida pela argamassa de revestimento com cal extinta em obra, quanto à resistência à tração na flexão, sendo esta de classe 5 e a menor classificação, por sua vez, foi obtida pela argamassa de revestimento com cal hidratada, sendo esta de classe 2, quanto à resistência de aderência à tração.

Salienta-se ainda que a argamassa de revestimento que continha em sua composição a cal extinta em obra apresentou a melhor classificação, provando maior resistência de aderência à tração, além de maior resistência à tração na flexão e à compressão.

5 CONCLUSÕES

Avaliou-se, neste estudo, a argamassa de revestimento com adição de cal extinta e também a argamassa de revestimento com adição de cal hidratada, sob o objetivo de verificar a resistência de ambas quanto à resistência de aderência à tração, à resistência à tração na flexão, à compressão e, por fim, a absorção de água por capilaridade. Executando-se, para tal, paredes em blocos de concreto para o ensaio de arrancamento, além de corpos de prova em moldes supracitados para os ensaios de laboratório de resistência à tração na flexão, resistência à compressão e absorção de água por capilaridade.

Os resultados alcançados foram satisfatórios, respondendo às problemáticas levantada no início da pesquisa, que consistem em:

1. Existe diferença na aderência de revestimentos com argamassas produzidas com cal hidratada e cal extinta em obra?

2. Os fatores externos, tais como a posição solar influenciam na aderência desses revestimentos?

Com relação ao primeiro questionamento, averiguou-se que sim, há diferença entre a aderência de revestimento de argamassa com cal hidratada e com cal extinta, o que foi comprovado, primeiramente, com a execução do ensaio de aderência à tração, no qual a cal extinta ao ser agregada ao revestimento de argamassa apresentou maior aderência, obtendo o valor máximo de 0,367 MPa na direção Norte, enquanto a cal hidratada apresentou resultado maior entre as orientações solares de 0,337, também na direção Norte, uma diferença entre ambas de 8,90%, favorecendo a argamassa de revestimento com cal extinta. Reitera-se, ainda, que este resultado também vai de encontro ao segundo questionamento, quanto à aderência da argamassa de revestimento de acordo com a orientação solar. Comprovou-se que ao Norte, o revestimento de argamassa apresenta maior aderência ao substrato, em ambas as argamassas de revestimento, sendo que a argamassa com adição de cal hidratada apresentou menor aderência na direção Sul, com 0,29MPa e a argamassa com cal extinta em obra demonstrou menor aderência na direção Leste, com 0,331MPa.

Dando continuidade, no tocante à resistência à tração na flexão, em ensaio realizado com corpos de prova nas idades de 28 e 45 dias de vida, considerando o valor médio de resistência à

tração, em MPa, entre os três corpos de prova ensaiados para cada tipo de argamassa de revestimento e para cada idade dos mesmos, totalizando então doze corpos de prova, a argamassa de revestimento com cal extinta em obra novamente apresentou melhor desempenho se comparada à argamassa de revestimento com cal hidratada. Isso ocorreu tanto aos 28, quanto aos 45 dias, sendo que aos 28 dias a argamassa com cal extinta em obra atingiu resistência à tração 1,42% maior que a argamassa com cal hidratada, diferença considerada baixa, porém, aos 45 dias a diferença foi efetivamente maior, com a cal extinta superando em 12,61% a cal hidratada, comprovando então que a cal extinta é mais resistente quando exposta à tração na flexão.

Na sequência, o ensaio de resistência à compressão foi realizado, com a mesma quantidade de corpos de prova do ensaio anteriormente citado – resistência à tração na flexão –, com a mesma idade de vida – 28 e 45 dias –, a diferença entre a argamassa de revestimento com cal extinta e a argamassa de revestimento com cal hidratada foi ainda maior e novamente a cal extinta apresentou melhor aproveitamento. Para comprovar, os resultados obtidos revelaram uma diferença de resistência à compressão entre as argamassas de 19,00% aos 28 dias, favorecendo a cal extinta e, aos 45 dias, a desigualdade foi maior ainda, tendo a argamassa de revestimento com cal extinta alcançado 23,42% maior resistência se comparada à argamassa de revestimento com cal hidratada.

Por fim, com o ensaio de absorção por capilaridade não foi diferente. O ensaio compreendeu a análise de três corpos de prova de argamassa de revestimento com cal extinta e a mesma quantidade para a argamassa de revestimento com cal hidratada, totalizando seis corpos de prova, a massa inicial foi verificada para compara-la com a massa aos 10 min e aos 90 min de cada corpo de prova. Com as médias obtidas em cada verificação e para cada tipo de argamassa, aos 10min, a cal extinta em obra mostrou maior estanqueidade à absorção de água por capilaridade em 4,88%, se comparada à cal hidratada na composição da argamassa de revestimento. Já aos 90min a diferença foi um pouco menor, entretanto, a argamassa com cal extinta em obra continuou com maior estanqueidade, sendo a desigualdade de 2,75%.

Em vista dos comentários supracitados, afirma-se então que a cal extinta em obra demonstra-se eficaz quando adicionada à mistura da argamassa de revestimento, se comparada à argamassa de revestimento com adição de cal hidratada, no tocante às propriedades de resistência de aderência à tração, resistência à tração na flexão, resistência à compressão e absorção de água

por capilaridade, podendo isto ser confirmado com os resultados supracitados e a tabela que apresenta a classificação das argamassas (Tabela 13, Capítulo 4, item 4.5 desde estudo). Entretanto, concomitante ao estudo de Forti (2017), caso o traço da cal hidratada na composição da argamassa de revestimento fosse ajustado em +10%, por exemplo, comparando os resultados novamente à cal extinta em obra, os resultados apresentados com relação à aderência poderiam ser aprimorados. Todavia, propriedades como durabilidade e trabalhabilidade do revestimento poderiam vir a ser afetadas.

Ademais, com relação à posição solar, foi possível comprovar que ao Norte, a aderência à tração do revestimento argamassado apresentou melhores resultados, comprovando que sim, há diferença entre as posições solares dos revestimentos de argamassa.

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