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CAPITULO III – ESTUDO EMPÍRICO

2.7 – ANÁLISE DE DADOS

Os métodos de análise das informações recolhidas basearam-se em duas grandes áreas, a análise estatística dos dados e a análise de conteúdo.

2.7.1. Análise Quantitativa

Para a análise estatística dos dados utilizou-se o programa informático “Statistical Package for the Social Sciences”, (SPSS, versão 12 for Windows).

2.7.2. Análise Qualitativa

A investigação através da análise qualitativa requer pelo investigador reflexão permanente sobre a relação que se vai estabelecendo entre o desenho da investigação, a recolha de informação e a análise dos dados.

A análise de conteúdo toma o seu impulso no virar do século XX, com o desenvolvimento da produção em massa dos jornais americanos. As escolas de jornalismo lançaram-se então na realização de investigações empíricas, que deram origem à análise quantitativa dos jornais. A evolução da análise de conteúdo entra numa segunda fase, por volta dos anos 30, onde os departamentos de ciência política das universidades americanas desempenham um papel fundamental.

A análise de conteúdo constitui, hoje em dia, uma das mais importantes técnicas de investigação, em ciências sociais. Sendo aplicada em diversos campos das ciências humanas, tornando-se rara a investigação que, de um modo simples ou combinado com outras técnicas, não utilize esta técnica como um meio para a construção de outros instrumentos, ou como uma metodologia de análise.

De acordo com Vala (1986,104),”A análise de conteúdo permite inferências sobre a fonte, a situação em que esta produziu o material objecto de análise, ou até, por vezes, o receptor ou destinatário das mensagens”.

Berelson, citado por Bardin (1977,19), considera que “a análise de conteúdo é uma técnica de investigação que tem por finalidade a descrição objectiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto na comunicação”.

Pormenorizando, de acordo com Carmo e Ferreira (1998:251) a análise de conteúdo deverá respeitar diversos critérios, como ser “objectiva, devendo ser efectuada de acordo com determinadas regras e obedecer a instruções claras e precisas, para que investigadores diferentes, trabalhando o mesmo conteúdo, possam obter os mesmos resultados”. Ainda, segundo os mesmos autores, deverá também ser “sistemática, porque a totalidade do conteúdo deverá ser ordenado e integrado em categorias previamente escolhidas em função dos objectivos que o investigados quer atingir”, e finalmente ser “quantitativa, uma vez que na maior parte das vezes é calculada a frequência dos elementos considerados significativos”.

Seja qual for o tema e as direcções de uma pesquisa, torna-se sempre essencial definir objectivos e um quadro de referências teóricas, como guia orientador. Será da mesma forma necessário construir um corpus a analisar e definir categorias e unidades de análise.

A categorização de acordo com Amado (2000,56), citando Bardin é definida como “uma operação de classificação de elementos construtivos de um conjunto, por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento segundo o género (analogia), com os critérios previamente definidos”. A categorização tem como objectivo, segundo Vala (1986,110) citando Hogenraad (1984) definir “um certo número de sinais da linguagem que representam uma variável na teoria do analista”, a fim da melhor explicar o conceito a analisar.

Ao realizar-se a formulação de categorias devem ser tidas em conta seis regras fundamentais A exaustividade em que cada categoria deve abranger por completo o conjunto das unidades de sentido, esta exige a escolha de uma palavra chave adequada e a reformulação da definição de cada categoria. A exclusividade, em que cada unidade de registo só poderá fazer parte de uma categoria. A homogeneidade, em que um sistema de categorias deve referir-se a um único tipo de análise, não devendo ser misturado com vários critérios de classificação. A

pertinência, em que um sistema de categorias deve ser adaptado ao material em análise e aos objectivos da investigação. A objectividade, deve evitar-se a subjectividade na sua formulação, tornando-a utilizável, de igual modo por vários investigadores. E por último, a produtividade, em que deve oferecer a possibilidade de uma análise fértil em novas hipóteses. (Amado:2000,58).

As categorias formuladas reúnem um conjunto de elementos ou unidades de registo, agrupados de acordo com características comuns. As unidades de registo, segundo Bardin (1977,104), são definidas como a “unidade de significação a codificar e corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade base, visando a categorização e a contagem frequencial”.

Para que a análise de conteúdo decorra de forma correcta, deve também ser considerada a codificação de unidades de contexto. De acordo com Bardin (1977,107), as unidades de contexto “servem de unidades de compreensão para codificar as unidades de registo e corresponde ao segmento da mensagem, cujas dimensões (superiores às das unidades de registo), são óptimas para que se possa compreender a significação exacta da unidade de registo”.

Utilizámos a análise de conteúdo no nosso estudo, que se baseou na análise da aplicação de um teste de associação de palavras, em que as palavras estímulo aplicadas foram: Envelhecimento, Velhice, Idoso e Velho.

De acordo com Bardin (1977,51) “A fim de serem estudados os estereótipos sociais espontaneamente partilhados pelos membros de um grupo, relativos a certas profissões, países ou nomes próprios aplica-se um teste de associação de palavras a uma amostra de indivíduos”. Ainda segundo o mesmo autor “a aplicação do teste é simples. Pede-se aos sujeitos que associem livre e rapidamente, a partir da audição das palavras indutoras (estímulos), outras palavras (respostas)”.

No nosso estudo, para cada palavra indutora e para cada sujeito, foram obtidas cinco palavras induzidas, que foram posteriormente analisadas. Reunida a lista

classificação das mesmas, confrontando-nos com um conjunto de palavras heterogéneas, relativamente às unidades semânticas.

De acordo com Bardin (1977,52) “Para que a informação seja acessível e manejável, á preciso tratá-la de modo a chegarmos a representações condensadas (análise descritiva de conteúdo) e explicativas (análise de conteúdo veiculando informações suplementares adequadas ao objectivo a que nos propusemos)”.

Na opinião de Amado (2000,53), a análise de conteúdo trata-se de uma técnica que procura “arrumar” um conjunto de categorias de significação, “o conteúdo manifesto” dos mais diversos tipos de comunicação. Desta forma, esta foi a técnica utilizada para analisar a informação, obtida através das respostas relativamente a cada palavra estímulo, em que o critério de agrupamento foi a reunião das palavras, cujo significado identificavam um mesmo conceito.

Foi realizada a categorização, que segundo Amado (2000,56) citando Bardin, “é uma operação de classificação de elementos construtivos de um conjunto por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento segundo o género (analogia), com critérios previamente definidos”. As categorias e subcategorias foram na maioria definidas com base na revisão teórica efectuada, sendo as restantes elaboradas à posteriori com base nas respostas obtidas às questões colocadas. Assim, foram por nós obtidas três macro categorias, para cada palavra estímulo. Utilizámos uma grelha de análise que apresentamos em quadros no capítulo seguinte, Apresentação de Resultados.