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CAPITULO III – ESTUDO EMPÍRICO

2.5 – INSTRUMENTO DE RECOLHA DE DADOS

A escolha do instrumento de recolha de dados fez-se após a consulta de diversa bibliografia, que de acordo com Fortin (1999,134) “Os instrumentos de medida servem para colectar os dados que forneceram respostas às questões de investigação ou às hipóteses”.

Após definidos os objectivos do nosso estudo, tendo em conta o que pretendíamos medir e as nossas finalidades, optámos por utilizar como instrumento o inquérito por questionário (Anexo II).

O inquérito por questionário foi aplicado a 38 enfermeiros. Constituído por quatro partes distintas, que passaremos a referir:

. Na parte I, foi realizada uma apresentação do estudo em questão, e o pedido de preenchimento do instrumento de recolha de dados.

. Na parte II, foi realizada uma identificação dos respondentes relativamente à idade, sexo, habilitações académicas, tempo de profissão, tempo de serviço de urgência, se havia ou não contacto pessoal ou profissional com idosos fora do serviço de urgência e qual a frequência deste contacto.

. Na parte III, foi realizado um teste de associação livre de cinco palavras, em que as palavras estímulo foram: Envelhecimento, Velhice, Idoso e Velho.

. A parte IV, compõe-se de um questionário de 32 afirmações fechadas, em que os inquiridos se situavam numa escala, cujos itens foram Discordo Bastante, Discordo, Concordo e Concordo Bastante.

O objectivo foi recolher informações relativamente às representações sociais dos enfermeiros do serviço de urgência, face ao doente idoso.

2.6 – PROCEDIMENTOS

Descrever os procedimentos realizados na construção do nosso estudo, toma pertinência para a compreensão de como este foi organizado e elaborado.

A fase conceptual do estudo permitiu-nos de uma forma ordenada formular ideias, acerca da temática a que nos propúnhamos investigar. Como refere Fortin (1999,39), “A fase conceptual começa quando o investigador trabalha uma ideia para orientar a sua investigação”.

Assim, partimos da nossa experiência profissional e da observação da nossa prática clínica como enfermeiros na prestação de cuidados ao doente idoso, para escolher a ideia que iria orientar a investigação. Cuidar de um doente idoso sempre foi uma missão assumida pelos enfermeiros, mas representações sociais, mitos e estereótipos relativos ao processo de envelhecimento e ao idoso, podem influenciar estes cuidados.

Após identificarmos e definirmos a problemática da investigação e estabelecidos os objectivos, estava encontrado o ponto de partida do estudo. De acordo com Fortin (1999,59) ”O ponto de partida de qualquer investigação consiste em escolher um domínio de interesse e em transpô-lo para uma questão que será estudada”.

Assim, a questão de partida do nosso estudo, é a seguinte:

“Quais são as representações sociais dos enfermeiros do serviço de urgência face ao doente idoso?”

Procedeu-se a uma revisão da literatura sobre a temática do envelhecimento, das representações sociais e das representações sociais face ao envelhecimento e aos idosos.

Foi realizada uma revisão de documentos teóricos e empíricos. Fortin (1999,40) refere que “A revisão da literatura permite determinar os conceitos ou a teoria que servirão de quadro de referência”. Desta forma, e de acordo com o citado pela autora, procedemos de seguida à elaboração do nosso quadro teórico, com um encadeamento de ideias e conceitos fundamentais.

Passando a uma fase de operacionalização e já escolhido o local do estudo, foi realizada uma exposição junto da chefe de enfermagem do serviço em onde iríamos realizar a nossa investigação. Foi abordado o âmbito do estudo e os seus objectivos. Foi aprovada a sua aplicação no serviço em questão, uma vez que existe uma grande afluência de doentes idosos ao serviço de urgência, e por serem os enfermeiros os elementos da equipa de saúde mais próximos deste grupo social.

De seguida procedemos ao início da fase metodológica, em que foram determinados os métodos a ser utilizados para obter respostas à questão de partida do estudo. Foi definida a população e o instrumento mais adequado para a recolha de dados. Foi elaborado um teste de associação livre de palavras, que foi aplicado em forma de pré- teste, a cinco informantes qualificados do serviço de urgência, escolhidos aleatoriamente. As palavras estímulo utilizadas neste teste foram: Envelhecimento, Velhice, Idoso e Velho. Cada informante qualificado classificava cada um destes conceitos com três palavras, de acordo com o que pensava relativamente a cada um deles. Após a recolha das respostas dos cinco inquiridos, efectuou-se a sua análise. Verificámos que este tipo de teste seria aplicável no instrumento definitivo.

Continuámos a elaboração do instrumento de recolha de dados, o inquérito por questionário. Considerámos que este se revelava como o instrumento de medida que traduziria melhor os objectivos do nosso estudo, sendo as suas variáveis mensuráveis. Este permitiu colocar uma série de questões, concebidas com o objectivo de colher informação acerca das representações sociais dos enfermeiros do serviço de urgência face ao doente idoso. O mesmo continha afirmações relativamente às quais os sujeitos da amostra tinham que se situar, numa escala que variava entre o discordo bastante e o concordo bastante.

Após obtida uma primeira versão do questionário foi necessário garantir a sua aplicabilidade e avaliar se este se encontrava de acordo com os objectivos que havíamos formulado inicialmente. Assim, foi realizado um Pré-Teste a dois informantes qualificados, pertencentes ao Serviço de Urgência, a exercer a sua actividade profissional na área da gestão do serviço.

Este mostrou-se como uma etapa fundamental e indispensável no estudo, pois como refere Carmo e Ferreira (1998,145), o pré-teste “poderá também permitir averiguar as condições em que o questionário deverá ser aplicado, a sua qualidade gráfica e a adequação da carta e das instruções que o acompanham”.

A aplicação do Pré-teste deste estudo teve como objectivo verificar os seguintes aspectos:

 Se o texto de introdução era adequado e explicito  Se a linguagem era adequada

 Se as afirmações eram compreensíveis, sem dificuldade de interpretação  Se a dimensão do questionário era adequada

Esta amostra fez pequenas observações e sugestões a nível da linguagem. Após a análise cuidadosa das respostas dadas e introduzidas as alterações necessárias, passámos à fase de redacção do instrumento de recolha de dados definitivo. (ANEXO II)

Foi elaborado um pedido formal ao Presidente do Conselho de Administração do Hospital Nossa Senhora do Rosário – EPE, para a aplicação dos inquéritos por questionário aos enfermeiros do serviço de urgência do hospital, tendo sido aprovado em reunião de conselho de administração em 30 de Junho de 2006. (ANEXO I)

Iniciámos a fase de recolha de dados. De acordo com Fortin (1999,41), na fase de colher os dados “deve-se precisar a forma como se desenrola a colheita de dados, assim como as etapas preliminares que conduziram à obtenção das autorizações requeridas para efectuar o estudo no estabelecimento escolhido”. Esta fase permitiu- nos recolher e reunir concretamente informações, junto dos enfermeiros incluídos na nossa amostra.

Desta forma, o questionário foi distribuído pelos cinco enfermeiros chefes de equipa, durante os meses de Agosto e Setembro de 2006, a fim destes procederem à sua distribuição pelos 8 elementos de cada uma das suas equipas, incluindo o próprio chefe de equipa, perfazendo um total de 40 sujeitos. Foi dada a indicação de que os questionários deveriam ser recolhidos no prazo de uma semana, pelos mesmos chefes de equipa e entregues em mão, em envelope fechado ao investigador. Na

totalidade, foram recolhidos 38 questionários, uma vez que dois elementos não se mostraram disponíveis para participar.

Ao finalizar a recolha dos dados, procedeu-se à consequente análise dos mesmos. De acordo com Fortin (1999,42) “A análise dos dados permite produzir resultados que podem ser interpretados pelo investigador”, referindo ainda que “ Os dados são analisados em função do objectivo do estudo”.

A análise dos dados é uma etapa fundamental do processo de investigação dado que, segundo Quivy e Campenhoudt (2003,239) “A análise das informações é a etapa que trata a informação obtida através da observação para a apresentar de forma a poder comparar os resultados observados com os esperados a partir da hipótese”.