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ANÁLISE DE REPRESENTATIVIDADE DO CORREDOR CENTRAL DA AMAZÔNIA

A tabela a seguir mostra a distribuição das unidades de conservação nas Regiões Geoquímicas de Fittkau (1971) e nas Províncias de Relevo de Klammer (1984).

Unidades Área (ha) Província Províncias Geoquímica de Relevo (Fittkau, 1971) (Klammer, 1984)

APA Estadual Caverna do Maroaga 256.200 Periférica do Norte Embas. Cristalino

APA Est. Rio Negro (Margem Direita) 554.334 Central Aluvião Quaternário

APA Est. Rio Negro (Margem Esq.) 740.757 Central Aluvião Quaternário

ARIE Projeto DBFF 3.288 Periférica do Norte Sedim. Pré-Terciários

ARIE Javari-Buriti 15.000 Central Aluvião Quaternário

ESEC Anavilhanas 350.018 Central Aluvião Quaternário

ESEC Juami-Japurá 572.650 Periférica do Oeste Aluvião Quaternário

FLONA Tefé 1.020.000 Central Aluvião Quaternário

PE Rio Negro 436.042 Central Aluvião Quaternário

PARNA Jaú 2.272.000 Central Aluvião Quaternário

REBIO Uatumã 560.000 Periférica do Norte Embas. Cristalino

RDS Mamirauá 1.124.000 Periférica do Oeste Aluvião Quaternário

RESEC Juami-Japurá 173.180 Periférica do Oeste Aluvião Quaternário

RESEC Jutaí-Solimões 284.285 Central Aluvião Quaternário

RESEC Sauim-Castanheiras 109 Central Aluvião Quaternário

Tipos de vegetação

Os tipos de vegetação na Amazônia têm sido classificados por vários autores. Nessa análise utilizou-se um resumo dos tipos descritos por Brown e Prance (1987) que foram baseados no levantamento realizado através do Projeto Radam. Os tipos de vegetação são divididos entre savanas amazônicas, florestas de transição, floresta sempre verde de

terra firme, formações de areia branca, florestas inundadas (igapós e várzeas), matas de

galeria, e floresta montana. A classificação se baseia em topografia, fisionomia, clima, solos, drenagem e comunidades florísticas, incluindo endemicidade e diversidade.

O corredor possui os tipos de vegetação predominantes na Amazônia Central e na bacia do Rio Negro (formações de areia branca): terra firme de baixada, caatinga alta (campinarana), caatinga baixa (campina), várzea e igapó. A formação de terra firme sub- montana caracteriza a vegetação da parte leste do Corredor. De grande significância nesse Corredor Central é a presença de duas grandes unidades de conservação que são as mais importantes do mundo pela proteção de várzea (Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, 1.124.000 ha), e de igapó (Parque Nacional de Jaú, 2. 272. 000 ha) na Amazônia. Extensas áreas de buritizais existem na Reserva Ecológica Jutaí-Solimões e a ARIE Javari-Buriti.

As seguintes formações vegetacionais não são representadas no Corredor Central: as savanas amazônicas do Amapá, Cachimbo-Caruru, Roraima, Madeira, Trombetas-Paru e Marajó (embora existam algumas pequenas áreas na Margem Direita do Rio Negro); flo- resta de transição semidecídua; floresta de cipó; floresta de bambu; campos de várzea; restinga litorânea; várzea de maré; manguezais; mata de galeria; floresta montana baixa; floresta montana alta; campos de altitude; e lajeiros.

Unidades 1 2 3 4 5 6 7 APA Estadual Caverna do Maroaga +

APA Estadual Rio Negro (Margem Direita) + + + + APA Estadual Rio Negro (Margem Esquerda) + + + + ARIE Projeto DBFF + ARIE Javari-Buriti + ESEC Anavilhanas + + + ESEC Juami-Japurá + + FLONA Tefé + PE Rio Negro + + + + PARNA Jaú + + + + REBIO Uatumã + + + RDS Mamirauá + RESEC Juami-Japurá + + RESEC Jutaí-Solimões + + + RESEC Sauim-Castanheiras +

Legenda: 1) terra firme de baixada, 2) terra firme submontana, 3) caatinga alta (campinarana), 4) caatinga baixa (campina), 5) várzea, 6) igapó, 7) buritizal.

Ecossistemas aquáticos

Junk (1983a, 1983b) elaborou uma classificação de ecossistemas aquáticos na bacia Amazônica, que inclui as seguintes categorias: rios de água branca, rios de água preta, rios de água clara, igarapés, cachoeiras e corredeiras, lagos fechados e fundos, lagos fechados e rasos, planícies inundáveis de água branca (várzeas), planícies inundáveis de água preta (igapós), brejos, pequenos corpos de água efêmeros e permanentes (fitotel- mas), águas salobras, e reservatórios (lagos artificiais).

Lagos fechados e fundos na Amazônia são raros e restritos a duas regiões: Serra dos Carajás no Pará e o Morro dos Seis Lagos no alto da bacia do Rio Negro. Os lagos fechados e rasos são típicos das savanas de Roraima. Rios de água clara ocorrem no sul da bacia, representado por exemplo pelo rio Tapajós. Águas salobras ocorrem somente no litoral, nos estuários dos rios. Os demais ecossistemas aquáticos estão representados no Corredor Central, e como foi citado acima, duas unidades de conservação, Mamirauá e Jaú, protegem as mais significantes áreas de várzea e igapó na bacia, respectivamente.

O corredor atravessa parte das bacias de três grandes rios: o rio Amazonas-Solimões de águas brancas que, com a extensão de 6.520 km, é o maior do mundo; o Rio Negro, de 1.700 km, de águas pretas, e que é considerado o segundo maior rio do mundo em termos de volume de descarga, contribuindo com quase 15% da descarga total da bacia, e que representa três vezes o volume da descarga do rio Mississipi, e mais do que a descarga anual de todos os rios europeus juntos; e parte baixa do rio Japurá, de águas brancas, que se estende à Colômbia com a denominação de rio Caquetá.

O corredor inclui também os seguintes afluentes: a) ao sul do rio Solimões-rio Jutaí, rio Juruá, rio Tefé; b) ao norte do rio Solimões, oeste do Rio Negro-rio Japurá, rio Juami, rio Piorini, rio Mocó, rio Acaraué, Auati-Paraná, rio Jaú, rio Carabinani; rio Paduari; c) ao norte do rio Amazonas, leste do Rio Negro-rio Branco, rio Jauaperi, rio Alalaú, rio Curiuaú, rio Cuieiras, rio Apuaú, rio Jatapu, rio Urubu, rio Uatumã, rio Nhamundá.

Unidades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 APA Estadual Caverna do Maroaga + + + + APA Estadual Rio Negro (Margem Direita) + + + + + + APA Estadual Rio Negro (Margem Esquerda) + + + + + +

ARIE Projeto DBFF + + + ARIE Javari-Buriti + + + + ESEC Anavilhanas + + + + + + ESEC Juami-Japurá + + + + + + FLONA Tefé + + + + PE Rio Negro + + + + + + PARNA Jaú + + + + + + + REBIO Uatumã + + + + +* RDS Mamirauá + + + + + + RESEC Juami-Japurá + + + + + + RESEC Jutaí-Solimões + + + + RESEC Sauim-Castanheiras +

Legenda: 1) rios, 2) igarapés, 3) cachoeiras, 4) lagos fluviais, 5) planícies inundáveis (várzeas), 6) planícies inundáveis - igapós, 7) brejos, 8) pequenos corpos de água, efêmeros e permanentes, 9) reservatórios. * UHE Balbina.

Regiões fitogeográficas

Existem quatro esquemas que identificam os limites de regiões fitogeograficamente distintas, todos baseados no trabalho clássico de Ducke e Black (1953). Os critérios utilizados por eles incluíram: presença ou ausência de famílias, gêneros e espécies endê- micas; fisionomia; presença de plantas características embora não necessariamente endê- micas; vegetação, solos, e tipografia predominante; existência de centros de endemismo ou de diversidade; e as distribuições de plantas-chave. A distribuição de espécies é considerada o parâmetro mais importante (Daly e Prance, 1988).

Ducke e Black (1953) identificaram 10 regiões fitogeográficas: Setor Atlântico, Hylaea Nordeste, Hylaea Sudeste, Hylaea Norte, Hylaea Sul, Várzea, Hylaea Oeste, Hylaea Noro- este, Hylaea Sudoeste, e a Faixa Subandina. A maioria do Corredor Central se insere na região Hylaea Norte, mas inclui também partes das regiões Hylaea Oeste e Várzea.

Rizzini (1963), limitando-se à Amazônia Brasileira, identificou oito regiões fitogeográ- ficas: Setor Oceânico, Jari-Trombetas, Subprovíncia Alto Rio Branco, Subprovíncia Rio Negro, Setor Oeste, Setor Sudeste, Setor Sul, e Setor Sudeste. O Corredor Central se insere quase que inteiramente na Subprovíncia Rio Negro, incluindo porém partes de Jari- Trombetas e o Setor Oeste.

Hueck (1966, 1972) identificou 14 regiões fitogeográficas: Delta do Amazonas; Ama- zônia Nordeste; Tocantins-Gurupi; Médio e Baixo Xingu e Tapajós; Madeira-Purus, Hylaea Oeste; Hylaea Noroeste; Várzea e Campos de Várzea; Acre, Beni, Mamoré, Guaporé; Região Subandina; Caquetá, Vaupés, Guainia; afluentes da margem direita do rio Orinoco; Guyana, Suriname, Guiana Francesa; e Delta do Orinoco. O Corredor Central se insere na Hylaea Oeste e Hylaea Noroeste.

O esquema mais utilizado atualmente é o de Prance (1973, 1977) que formulou oito regiões fitogeográficas para a bacia. Esse esquema foi um dos parâmetros utilizados para