• Nenhum resultado encontrado

RESPONSABILIDADES NA MATA ATLÂNTICA

responsáveis pela conscientização pública e pela evolução no comportamento dos ór- gãos públicos para melhor lidarem com a questão ambiental. Após as fases iniciais carac- terizadas pela luta pela preservação dos remanescentes de Mata Atlântica e pelo aprimo- ramento nos sistemas de gestão das unidades de conservação, essas organizações são detentoras de grande parte do know how de projetos inovadores multissetoriais na área ambiental. Dentre os principais atores relevantes desse setor, que deverão ser atraídos regionalmente para a execução do projeto estão as várias ONGs e suas redes, além das diversas associações comunitárias (colônias de pescadores, trabalhadores rurais, assen- tados, dentre outras) e comunidades indígenas.

No processo de consulta foram identificadas as seguintes organizações principais na região-alvo do Corredor Central da Mata Atlântica: Conselho da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, a Rede de ONGs da Mata Atlântica, o Gamba, a Germen, o ASCAE, a Cepedes, o Grama, o IESB, o Jupará, a Terra Viva, a Fase, a Sasop, o CPT da Zona Cacau- eira, a ASPTA, o IPEMA, a Fundação SOS Mata Atlântica, a Conservation International do Brasil, o Fundo Mundial para a Natureza e a Fundação Biodiversitas.

10.2 FUNÇÕES

Também no workshop de Porto Seguro foram identificadas e definidas possíveis funções a serem desempenhadas pelos distintos atores mencionados na seção anterior, incluindo a sua participação das várias atividades do projeto, desde os aspectos gerenci- ais e administrativos, até aqueles que dizem respeito a iniciativas a serem implementadas localmente. A tabela ao lado resume essas funções.

Descrição das principais atividades previstas para o projeto do Corredor da Mata Atlântica Central, e as funções a serem exercidas pelos diferentes atores. São ainda evi- denciados os papéis a serem desempenhados pelas diversas organizações nas regiões- alvo do projeto.

Foram identificadas também algumas atividades do projeto, em seu componente do Corredor da Mata Atlântica Central, que podem proporcionar oportunidades de envolvi- mento das comunidades locais com as unidades de conservação:

• Proteção e fiscalização – envolvimento de moradores locais da zona-tampão das UCs em trabalhos de infra-estrutura, sinalização, viveiros e vigilância, sendo estes de prefe- rência contratados; estimular a discussão com moradores antes de criar novas unidades. • Normas de uso – envolvimento da comunidade local na elaboração de planos de manejo das UCs e sua zona tampão; divulgação ampla dos planos de manejo e atividades dentro das UCs.

• Agricultura sustentável com corredores – estimular projetos rurais que promovam corredores florestais na zona tampão, e que incrementem renda entre proprietários e trabalhadores rurais locais; estimular sistemas agroflorestais como usos da terra entre proprietários; estimular linhas de crédito especiais para proprietários na zona-tampão; estimular ONGs que fornecem orientação técnica em zona-tampão, comprometidas com os corredores.

ATIVIDADES PRINCIPAIS PRINCIPAIS EXECUTORES EM PARCERIAS Administração geral do Corredor Coordenador do Corredor e Comitê de Acompa-

nhamento do Corredor (a definir)

Fortalecimento das UCs federais existentes Ibama, ONGs, Instituições de ensino e pesquisa Fortalecimento das UCs estaduais existentes DDF, CRA, IDAF, Sedesu, ONGs, Instituições de

ensino e pesquisa

Criação de novas UCs Ibama; DDF, CRA, IDAF, Sedesu, ONGs Marketing sobre o Corredor, sistema de Empresas especializadas no ramo RPPNs e levantamento de fundos

para sustentabilidade

Fortalecimento e criação de RPPNs Ibama, Rede de RPPNs (IPN), ONGs Estudos, consultorias e banco de dados Instituições de ensino e pesquisa, ONGs Fiscalização e monitoramento Ibama, DDF, IDAF, Polícia ambiental (BA e ES),

ONGs

Participação comunitária Ibama, DDF, SEDESU, Prefeituras, Associações comunitárias locais, ONGs, Conselhos Munici- pais de Meio Ambiente, Comunidade indígena etc. Sub-regiões

1. Cacaueira UESC; UFMG; IESB; CI do Brasil; WWF; Fundação Pau-brasil; Jupará; Fundação Biodiversitas; ASCAE; Gamba; Boto Negro; Grupo Caititu; Grama; Sasop; Ibama; DDF-BA; Embrapa; Ceplac; Bahiatursa

2. Extremo Sul da Bahia UFBA; Aracruz Celulose; Veracruz Florestal; Bahia Sul; Petrobras; Cepedes; ASCAE; Instituto Baleia Jubarte; CI do Brasil; Gamba; Gaipa; Ceplac; Ibama; DDF; Embrapa; Bahiatursa 3. Norte do Espírito Santo USP; UFES; CVRD; Aracruz Celulose; Ibama;

Embrapa; Sedesu-ES; IDAF-ES; Museu de Biologia Mello Leitão

4. Serrana UFES; IPEMA; Fundação Biodiversitas; Museu de Biologia Mello Leitão; Ibama; Sedesu-ES; IDAF-ES; IEF-MG; Aracruz Celulose

5. Costeira UFBA; UFES; UFRJ; CI do Brasil; Corallus; Projeto Tamar; Ibama; DDF; Colônia de pescadores; Bahiatursa

• Extrativismo – estimular o poder público a fomentar programas de uso de produtos florestais não-madeireiros (piaçava; cipós; plantas medicinais etc.); fortalecer iniciativas que gerem/estimulem associações e cooperativas de artesãos-extrativistas.

• Educação e informação ambiental – envolvimento da comunidade local em projetos de educação ambiental em zona-tampão de UCs; reproduzir iniciativas bem sucedidas de ONGs que já atuam em zona-tampão; popularizar informações sobre biodiversidade e sobre as unidades de conservação para as populações sob influência das unidades.

• Capacitação – formação de líderes comunitários para conservação e gestão dos recursos locais; formação e técnicas participativas de co-gestão para moradores da zona- tampão.

• Regeneração florestal – estimular viveiros de mudas entre moradores e proprietários da zona tampão.

• Gestão – formação de conselhos locais de gestão das UCs envolvendo trabalhado- res rurais, proprietários, representantes da sociedade civil local e poder público.

• Monitoramento – capacitar ONGs locais para auxiliar nas atividades de monitora- mento das UCs e zonas-tampão.

• Assentamentos de reforma agrária – a participação da comunidade local e usuários dos recursos naturais deverá ser estimulada através de discussões entre lideranças dos principais movimentos da sociedade civil que cuidam dos direitos sobre a terra com o INCRA, e os órgãos ambientais competentes (Ibama, DDF, Sedesu), para compatibilizar os assentamentos dentro dos corredores; estimular o desenvolvimento de práticas agrí- colas com tecnologias apropriadas.

• Ecoturismo – estimular o ecoturismo nas áreas de reserva legal das propriedades particulares, especialmente dentro das APAs; implantação de estradas na zona litorânea seguindo o conceito de estradas-parque.

• Conselhos municipais de meio ambiente/conselhos das UCs – considerar os conse- lhos locais, já existentes ou em formação, na forma dos conselhos municipais de meio ambiente, conselhos de gestão das APAs etc.; criar os conselhos consultivos para cada unidade de conservação do corredor, assegurando a participação da comunidade local.

11