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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.5 Análise de viabilidade econômica

Nesta seção é apresentada a análise de viabilidade dos casos e configurações considerados. Os fluxos de caixa correspondentes foram elaborados a partir das estruturas de custos de produção e das receitas esperadas com a venda de péletes; todos esses parâmetros foram mencionados anteriormente, e são característicos de cada arranjo produtivo analisado. Com base nas margens da receita sobre custos, e nos resultados observados na seção anterior, para a análise aqui reportada foram escolhidos os seguintes arranjos produtivos, que são descritos na seção 4.2:

a) Arranjo (i) - planta industrial com capacidade nominal de 1 t/h, com uso de biomassa oriunda de sistema de produção do tipo uso múltiplo, venda de péletes ensacados em embalagens de 15 kg, com secagem de biomassa na etapa industrial, com fornecimento de energia elétrica por parte da concessionária local (CELESC) segundo o Ambiente de Contratação Regulado (ACR).

b) Arranjo (ii) - planta industrial com capacidade nominal de 2,5 t/h, com uso de biomassa oriunda de sistema de produção do tipo uso múltiplo, venda de péletes ensacados em embalagens de 15 kg, produzidos com secagem da biomassa, com

402,9 358,23 306,18 423 378 307 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 1 t/h 2,5 t/h 10 t/h

fornecimento de energia elétrica por parte da concessionária local (CELESC) segundo o Ambiente de Contratação Regulado (ACR).

c) Arranjo (iv) - Produção industrial de péletes em planta com capacidade nominal de

10 t/h, com uso de biomassa oriunda de sistema de produção do tipo uso múltiplo,

venda de péletes a granel e transporte marítimo em porões de 6.400 t (carga

fracionada), com secagem da biomassa na produção industrial, com fornecimento

da energia elétrica segundo o Ambiente de Contratação Livre (ACL).

d) Arranjo (v) – Planta industrial de péletes com capacidade nominal de 10 t/h, com uso de biomassa oriunda de sistema de produção do tipo dedicado, para uso

energético, venda de péletes a granel, com transporte em navios de 50.000 t (carga integral), com secagem da biomassa, com fornecimento da energia elétrica

segundo o Ambiente de Contratação Livre (ACL).

4.5.1 Fluxo de caixa e indicadores de viabilidade econômica

Para cada caso foram utilizadas três taxas mínimas de atratividade - TMAs: 6%, 9% e 12% ao ano, e são calculados o Valor Presente Líquido - VPL; o Valor Anual Equivalente - VAE; a Taxa Interna de Retorno – TIR; e a TIR Modificada – TIRM. Na análise são considerados preços constantes. As TMAs são reais, e não nominais. Segundo Klemperer (1996), citado por Moreira et al. (2015), nas análises econômicas de projetos florestais, devido a sua longa duração, os fluxos de caixa devem ser feitos com preços constantes, e os valores são descontados com TMA real.

Os custos unitários da biomassa, referentes à fase primária, foram calculados tendo sido consideradas taxas de desconto iguais as três TMAs. Os custos foram calculados considerados os horizontes até as datas de colheita. Para Uso Múltiplo, os custos calculados foram R$ 90,88/t, R$ 96,10/t e R$ 102,48/t, para as taxas de 6%, 9% e 12%, respectivamente. Para Uso Energético, os custos calculados foram R$ 97,99/t, R$ 113,31/t e R$ 133,18/t, respectivamente.

A síntese dos resultados é apresentada na Tabela 4.15, e as planilhas com as informações usadas no fluxo de caixa de cada arranjo produtivo são apresentadas nos Apêndices 1 a 4.

Os resultados apresentados na Tabela 4.15 indicam que não há viabilidade econômica para os arranjos produtivos em que a madeira da floresta é produzida visando Uso Múltiplo (arranjos “i”, “ii” e “iv”), mesmo quando consideradas taxas de desconto tão baixas quanto 6%. Contudo, optou-se por um estudo mais detalhado do caso que corresponde ao arranjo produtivo “iv” (biomassa proveniente de sistema de produção destinado a Uso Múltiplo e embarque de péletes em porões de navios, com 6.400 t de capacidade). O estudo mais detalhado corresponde à análise de sensibilidade dos resultados, com variação dos custos mais representativos.

Tabela 4.15: Resultados (VPL, VAE, TIR, e TIRM) da análise de viabilidade da produção de péletes em indústrias com capacidades de 1,0, 2,5 e 10 t/h (valores de 2015), para diferentes taxas de desconto, na Região do Contestado, em Santa Catarina - Brasil.

Arranjos produtivos TMA (%) VPL (R$) VAE -

VPLA (R$) TIR (%) TIRM (%)

Arranjo (i) - 1,0 t/h, floresta para Uso Múltiplo, venda em sacos de 15 kg, transporte por contêiner

6 -3.509.861 -476.878 - -

Arranjo (ii) - 2,5 t/h, floresta para Uso Múltiplo, venda em sacos de 15 kg, transporte por contêiner

6 -14.884.736 -2.022.359 - -

Arranjo (iv) - 10t/h, floresta para Uso Múltiplo, venda a granel, transporte por navio com carregamento parcial (6.400 t)

6 -2.113.999 -287.225 1,95 3,65

9 -9.265.532 -1.443.756 - -

12 -15.983.679 -2.828.858 - -

Arranjo (v) - 10t/h, floresta para Uso Energético, venda a granel,

transporte em navio de 50.000 t

6 36.387.451 4.943.889 58,93 23,10 9 16.907.957 2.634.599 39,05 20,17

12 -8.869 -1.570 11,98 11,99

Fonte: elaboração própria com base em valores obtidos a partir de cálculos desta dissertação

Para o Arranjo (v), os resultados de VPL e VAE apresentados na Tabela 4.15 são positivos nos casos das TMA de 6% e 9%, enquanto os valores são próximos a zero para TMA 12%. As TIRs obtidas são 58,93%, 39,05% e 11,98% para os três taxas de desconto consideradas, respectivamente. Comparados aos resultados do Arranjo produtivo (iv), as diferenças estão no sistema de produção de biomassa, e no transporte marítimo.

4.5.2. Análise de sensibilidade

Segundo Casarotto Filho e Kopittke (2000), citados por Simioni e Hoeflich (2011), a análise de sensibilidade pode auxiliar na avaliação de um projeto na falta da informação sobre distribuição probabilística, e/ou para verificação do impacto da variação de parâmetros chave sobre o retorno desse projeto. É, essencialmente, um recurso para avaliação de risco.

Dos resultados obtidos, conclui-se que os itens com maior impacto na viabilidade econômica são: receita da venda do produto, frete marítimo e custo da biomassa. Assim, os maiores impactos poderão advir: da variação cambial do euro e do dólar; do preço de venda do pélete e do custo, ou preço de compra, da biomassa. É importante mencionar que os valores utilizados neste estudo, tanto para a venda de péletes quanto para fretes, já são médias anuais e, portanto, refletem variações dentro de um mesmo ano (estacionais). Na análise de sensibilidade, as variações das taxas de câmbio implicam tanto variação da receita da venda de péletes quanto do custo do transporte marítimo.

Para determinar os limites de variação da taxa de câmbio do euro, foram inicialmente utilizados os valores de câmbio entre 2013 e 2017, obtidos em BCB (2018), que foram posteriormente transformados em series constantes para julho de 2015, inicialmente corrigidos de acordo com a inflação média da União Europeia, obtida em ECB-SDW (2018), e depois de acordo com o IPCA, obtido em IBGE (2018). Para o dólar, foram utilizados os valores de câmbio entre 2013 e 2017, obtidos em BCB (2018), e transformados os mesmos em series constantes para julho de 2015, inicialmente corrigidos de acordo com a inflação americana, obtida em BLS (2018), e depois de acordo com o IPCA, obtido em IBGE (2018). Para cada moeda foram determinados o desvio padrão e o coeficiente de variação, e adotados limites da variação de um desvio padrão acima e abaixo da média, o que resultou em uma faixa de variação entre +/- 9,16 % para o euro, e +/- 13,69% para o dólar. Essas faixas foram utilizadas na análise de sensibilidade.

Para o preço do pélete na Europa, expresso em euro, foram utilizados percentuais máximos e mínimos de variação em uma série de valores constantes entre 2013 e 2017, obtida em Propellets (2018). Em relação ao valor médio utilizado na análise feita, a faixa de variação encontrada é de +/- 11,54%.

Há suprimento próprio da biomassa utilizada como matéria-prima na produção dos péletes, e a estrutura de custos foi determinada nesta dissertação em função das considerações sobre a fase primária. O item de custo mais representativo (cerca de 2/3 do total) é a mão de obra; da série de valores obtidos, observa-se que a remuneração do trabalho é praticamente invariável em preços constantes.

Supondo que eventuais problemas na produção florestal levariam à necessidade de compra de madeira juntos a fornecedores, ou ainda supondo que a madeira produzida devesse ser valorada pelo custo de oportunidade, foram incorporados à análise de sensibilidade as faixas de variação dos preços de mercado. Para isso, foi utilizada uma série histórica de preços da madeira de pinus, utilizada na produção de celulose, posto indústria, que reflete o mercado em Santa Catarina – Brasil, de janeiro de 2010 a outubro de 2016. Os valores foram obtidos em CEPA (2016), convertidos a valores constantes, base julho de 2015, pelo IPCA- IBGE, obtido em IBGE (2018). Foram determinados o desvio padrão e o coeficiente de variação, e adotados limites de um desvio padrão acima e abaixo da média, o que resultou na faixa de variação entre +/-10,9%.

As análises de sensibilidade foram feitas para os arranjos produtivos “iv” e “v”. No primeiro caso, para conclusão mais segura da muito pequena viabilidade, e no segundo caso para melhores conclusões relativas à situação mais favorável. As faixas de variação dos três parâmetros considerados são as descritas anteriormente.

Os resultados apresentados na Tabela 4.16, para o Arranjo “iv”, e na Tabela 4.17 para o Arranjo “v”, correspondem ao que se obtém da análise de sensibilidade, ou seja, as variações dos três parâmetros elegidos que resultam TMAs próximas aos valores considerados (i.e. 6%, 9% e 12%). Em outras palavras, são apresentados os valores “break-even” que resultam TMAs exatamente iguais aos três valores limite, ou muito próximos a eles.

Na Tabela 4.16, a coluna “Verificação (%)” indica se o valor de variação imposto ao parâmetro objeto de análise supera ou não a faixa de variação arbitrada para a análise de sensibilidade. Valores menores que 100% indicam que as variações estão dentro dos intervalos arbitrados, enquanto valores maiores que 100% indicam a superação dos limites.

Tabela 4.16: Resultados (VPL, VAE, TIR, e TIRM) (base valores de 2015) da análise de sensibilidade (taxas de câmbio do euro e dólar, preços do pélete na Holanda, e custos de oportunidade da biomassa) dos resultados dos Arranjos “iv”; indústria com capacidade 10 t/h, Região do Contestado, em Santa Catarina - Brasil.

TMA (%) Valores analisados Variações (%) Limites (%) Verificação (%) VPL (R$) VPLA-VAE (R$) TIR (%) TIRM (%) 6 Padrão 0,00 0,00 - -2.113.999 -287.225 1,95 3,65 6 Euro e dólar 1,60 9,16 17,47 10.736 1.459 6,02 6,01 6 Euro e dólar -1,00 -9,16 10,92 - 3.641.447 - 494.756 -1 1,59 6 Preço pélete 1,08 11,54 9,36 19.422 2.639 6,04 6,02 6 Preço pélete -1,00 -11,54 8,67 - 4.622.403 - 628.036 -3 0,03 6 Preço biomassa -2,42 -10,90 22,20 7.928 1.077 6,01 6,01 6 Preço biomassa 1,00 10,90 9,17 - 2.990.829 - 406.358 0 2,51 9 Padrão 0,00 0,00 - - 9.265.532 - 1.443.756 - - 9 Euro e dólar 6,65 9,16 72,60 11.870 1.850 9,02 9,01 9 Euro e dólar -1,00 -9,16 10,92 - 10.971.685 - 1.709.609 -23 -19 9 Preço pélete 4,47 11,54 38,73 11.007 1.715 9,02 9,01 9 Preço pélete -1,00 -11,54 8,67 - 11.803.476 - 1.839.219 - -20 9 Preço biomassa -9,51 -10,90 87,25 747 116 9,00 9,00 9 Preço biomassa 1,00 10,90 9,17 - 10.456.811 - 1.629.381 -21 -18 12 Padrão 0,00 0,00 - - 15.983.679 - 2.828.858 - - 12 Euro e dólar 12,60 9,16 137,55 9.868 1.747 12,02 12,01 12 Euro e dólar -1,00 -9,16 10,92 - 17.445.514 - 3.087.580 - -38 12 Preço pélete 8,47 11,54 73,40 9.700 1.717 12,02 12,01 12 Preço pélete -1,00 -11,54 8,67 - 18.158.280 - 3.213.728 - -48 12 Preço biomassa -16,92 -10,90 155,23 7.765 1.374 12,02 12,01 12 Preço biomassa 1,00 10,90 9,17 - 17.072.092 - 3.021.490 - -35

Fonte: elaboração própria com base em valores obtidos a partir de cálculos desta dissertação

Conforme resultados apresentados na Tabela 4.16, para o caso padrão do Arranjo “iv”, para TMA 6% o VPL é igual a R$ -2.113.999, e a TIR é 1,95%. Condições mínimas de viabilidade, ou seja TMA próxima a 6%, são alcançadas nas seguintes condições: aumento de 1,6% na taxa de câmbio do euro e do dólar (TIR 6,01%); aumento do preço do pélete em 1,08% (TIR 6,02%); ou redução do preço da biomassa (ou redução do custo de produção) em 2,42% (TIR 6,01%). Todas essas variações estão dentro dos intervalos assumidos para os parâmetros principais.

Para o mesmo arranjo, para que haja viabilidade para TMA 9%, as variações necessárias dos três parâmetros seriam: aumento de 6,65% na taxa de câmbio do euro e do dólar (TIR 9,02%); aumento do preço do pélete na Holanda em 4,47% (TIR 9,02%); ou

redução do preço da biomassa em 9,51% (TIR 9%). Todas essas variações estão dentro dos intervalos assumidos para os parâmetros principais.

Finalmente, para que haja viabilidade do Arranjo “iv” para TMA 12%, as variações necessárias dos três parâmetros seriam: aumento de 12,6% na taxa de câmbio do euro e do dólar (TIR 12,02%); aumento do preço do pélete em 8,47% (TIR 12,02%); ou redução de 16,92% do preço da biomassa (TIR 12,02%). Para taxa de câmbio e preço da biomassa, as variações acima mencionadas estão fora dos intervalos assumidos para os parâmetros principais. Assim, supondo que as faixas de variação sejam factíveis, conclui-se que o Arranjo “iv” não seria viável para TMA 12%.

Tabela 4.17: Resultados (VPL, VAE, TIR, e TIRM) (base valores de 2015) da análise de sensibilidade (taxas de câmbio do euro e dólar, preços do pélete na Holanda, e custos de oportunidade da biomassa) dos resultados dos Arranjos “v”; indústria com capacidade 10 t/h, Região do Contestado, em Santa Catarina - Brasil.

TMA (%) Valores alterados Variações (%) Limites (%) Verificação (%) VPL (R$) VPLA-VAE (R$) TIR (%) TIRM (%) 6 Padrão/base 0 0 0 36.387.451 4.943.889 58,93 23,10 6 Euro e dólar 1 9,16 10,92 38.168.918 5.185.933 61,28 23,56 6 Euro e dólar -20,42 -9,16 222,93 9.901 1.345 6,02 6,01 6 Preço pélete 1 11,54 8,67 38.362.842 5.212.281 61,53 23,61 6 Preço pélete -18,42 -11,54 159,62 758 103 6,00 6,00 6 Preço biomassa -1 -10,9 9,17 37.332.926 5.072.348 60,18 23,34 6 Preço biomassa 38,48 10,9 353,03 5.585 759 6,01 6,01 9 Padrão/base 0 0 0 16.907.957 2.634.599 39,05 20,17 9 Euro e dólar 1 9,16 10,92 18.418.622 2.869.991 41,49 20,83 9 Euro e dólar -11,19 -9,16 122,16 3.614 563 9,01 9,00 9 Preço pélete 1 11,54 8,67 18.583.000 2.895.605 41,76 20,90 9 Preço pélete -10,09 -11,54 87,44 6.774 1.056 9,01 9,01 9 Preço biomassa -1 -10,9 9,17 17.835.047 2.779.059 40,55 20,58 9 Preço biomassa 18,23 10,9 167,25 7.095 1.106 9,01 9,01 12 Padrão/base 0 0 0 -8.869 -1.570 11,98 11,99 12 Euro e dólar 1 9,16 10,92 1.285.509 227.515 14,92 13,37 12 Euro e dólar -1 -9,16 10,92 -1.303.248 -230.654 8,92 10,44 12 Preço pélete 1 11,54 8,67 1.426.367 252.444 15,24 13,51 12 Preço pélete -1 -11,54 8,67 -1.444.106 -255.584 8,57 10,26 12 Preço biomassa -1 -10,9 9,17 917.701 162.419 14,10 12,99 12 Preço biomassa 1 10,9 9,17 -935.440 -165.558 9,80 10,90

Os resultados apresentados na Tabela 4.17 referem-se ao Arranjo “v”, que tem VPL igual a R$ 36.387.451 para TMA de 6%, no caso padrão, e TIR 58,93%. Os resultados da análise de sensibilidade permitem as conclusões abaixo apresentadas.

Para que o Arranjo “v” seja viável com TMA 6%, a taxa de câmbio deveria ser reduzida 20,42% em relação aos valores adotados no caso base (TIR 6,02%), o preço do pélete deveria ser reduzido 18,42% (TIR 6%), ou o preço da biomassa (ou seu custo de produção) deveria aumentar 38,48% em relação ao valor do caso de referência (TIR 6%). Todas essas variações percentuais estão fora da faixa considerada na análise de sensibilidade, e pode-se entender que são condições pouco prováveis.

No caso da TMA 9%, o VPL calculado para o caso base é R$ 2.634.599. A partir da análise de sensibilidade feita conclui-se que a taxa mínima de atratividade seria alcançada caso houvesse redução de 11,19% na taxa de câmbio do euro e dólar, redução de 10,09% no preço do pélete na Holanda, ou ainda um aumento de 18,23% no preço da biomassa. As variações percentuais da taxa de câmbio e no valor da biomassa estão fora da faixa considerada na análise de sensibilidade, e pode-se entender que são condições pouco prováveis.

Finalmente, para TMA 12% o VPL do caso referência foi calculado como R$ -8.869. A TIR foi estimada em 11,8%, que está muito próxima da taxa mínima de atratividade, indicando que mesmo nas condições de referência o Arranjo “v” é viável, ou muito próximo disso. Por outro lado, como pode ser visto na Tabela 4.17, variações de apenas 1% nos três parâmetros considerados na análise de sensibilidade elevariam significativamente a TIR (para mais de 14%, ou mesmo mais do que 15%), ou a reduziriam significativamente (para menos de 10%, ou mesmo para menos de 9%).

Em síntese, os resultados da análise indicam que não há viabilidade para a produção de péletes, visando a exportação para a Europa, segundo os Arranjos “i” e “ii”, nos quais o transporte de péletes seria em contêineres. Nesses casos, não há viabilidade mesmo para taxas de atratividade tão baixas quanto 6% ao ano.

Já para os seis casos referentes aos Arranjos “iv” e “v”, para as 36 situações analisadas em 20 delas foi identificada viabilidade econômica, sendo que três delas são situações que correspondem ao caso de referência. O Arranjo “v” é o que tem maior potencial, por ter os

menores custos de produção da biomassa (Uso Energético), permitir explorar o fator de escala da produção industrial (capacidade de 10 t/h), e empregar a solução logística de menor custo (transporte a granel, com uso de navios com capacidade de 50.000 t de transporte).

Os resultados da análise de sensibilidade indicam grande importância de três parâmetros: taxa de câmbio, custo de produção da madeira (ou preço da madeira no caso de suprimento externo), e o preço de comercialização do pélete na Europa. Mesmo para o Arranjo “v”, que é o que apresenta melhores resultados econômicos, a viabilidade econômica poderia ser impactada mesmo se houver pequenas variações dos três parâmetros principais.

5.

OPORTUNIDADES PARA A REDUÇÃO DOS CUSTOS DE

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