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4. ESTUDO DE CASO

4.3 Análise dos Custos na Castro & Guimarães distribuição

Os principais custos da Castro & Guimarães - distribuição estão associados aos custos internos, sendo eles: custos do produto (compra), custos de entreposto (armazém, eletricidade e água), custos como a mão-de-obra, custos com viaturas, combustiveis, comunicação, FSEs, etc.

Relativamente ao primeiro ponto, o custo total do produto (custo variável) é imputado directamente ao produto, sendo que sobre este custo é colocada uma margem que irá ditar o preço de venda. No custo do produto é considerado o custo de compra (custo variável de acordo com o tipo de produto) bem como todos os encargos directamente associados ao produto, como por exemplo, os custos de importação (custos aduaneiros, custos de desalfandegamento, despesas de demora no porto e custos de transporte até ao armazém), e custos de transformação do produto (e.g. corte à medida). No caso particular das importações, normalmente de madeira maciça, a empresa considera um valor aproximado, uma vez que a factura só pode ser imputada ao produto quando todo o material se encontrar

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no armazém. De notar que as despesas aduaneiras variam de acordo com o porto de desembarque.

Os custos relacionados com o entreposto (custo fixo) não são directamente imputados ao produto. A Castro & Guimarães - distribuição paga uma renda ao grupo Castro & Guimarães mas este valor não é imputado ao produto pelo que o custo de entreposto é considerado no conjunto dos custos gerais que a empresa tem de suportar. Este custo engloba seguros e rendas, custos com eletricidade e água, entre outros.

O custo com mão-de-obra (custo fixo) é composto pelos custos dos intervenientes nas atividades de recepção da mercadoria, armazenamento e expedição/distribuição. Nos custos com viaturas e combustível estão alocadas as despesas associados aos empilhadores que realizam as operações logísticas, aos camiões que realizam as entregas e ao combustível alocado a estas atividades. Os custos relacionados com a área comercial encontram-se alocados ao grupo Castro & Guimarães.

O custo de distribuição é um encargo associado ao transporte do produto até ao cliente quer através da frota própria quer através de empresas subcontratadas. Neste caso, não existe um valor que quantifique o custo médio deste elemento uma vez que o custo de transporte não é, na prática, cobrado ao cliente nem deduzido ao cliente que transporta o material no seu próprio veículo.

Os custos das viaturas são custos fixos enquanto os custos associados aos combustíveis e distribuição são custos variáveis e são imputados ao produto de forma indireta, através da margem colocada para apurar o preço de venda. Ou seja, exceto o custo direto do produto, nenhum outro custo é imputado diretamente ao produto pelo que a empresa atualmente não sabe qual a margem efetiva das diferentes vendas.

Nos FSEs estão considerados os custos de fornecimentos de serviços externos, tais como transportes subcontratados para entrega de material.

Como se pode observar pelo Gráfico 1 a grande parcela de custos que a empresa tem de suportar refere-se à mão-de-obra.

Gráfico

Portanto, o apuramento encargos associados a uma

produto no armazém é dividido pela quantidade total em questão. O Custo Médio baseia no histórico dos custos anteriores e

stock no produto. Quando o stock é baseado apenas na fatura correspond

Sobre o custo é atribuída uma margem que varia de acordo com a família de produto. A margem média que se acresce ao

a esta margem retira-se o desconto comercial de acordo com o volume de compras dos clientes (descontos tabelados)

cozinhas e componentes e 18

descontos comerciais fora da tabela de venda À margem bruta dos produtos t Castro & Guimarães - distribuição

distribuição). Desta forma, a margem de lucro e com grande flutuação.

Desta forma, pode sistema de custeio variável no

diretamente com o produto são considerados

34% 5%

Relação entre os diferentes recursos

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Gráfico 1 - Relação entre os custos que a empresa tem de suportar

Portanto, o apuramento do preço de venda é realizada com base no Custo Médio dos associados a uma encomenda de compra, ou seja, o custo total de colocar um produto no armazém é dividido pela quantidade total em questão. O Custo Médio baseia

o dos custos anteriores e é atualizado a cada nova fatura até ocorrer uma quebra de stock no produto. Quando o stock é nulo o sistema calcula um novo Custo Médio do produto baseado apenas na fatura correspondente à nova entrada do produto.

custo é atribuída uma margem que varia de acordo com a família de produto. A margem média que se acresce ao custo do produto é de cerca de 50%

se o desconto comercial de acordo com o volume de compras dos clientes (descontos tabelados), sendo que a margem bruta final ronda os

cozinhas e componentes e 18% para os restantes (painéis, pavimentos, outros) descontos comerciais fora da tabela de venda têm de ser aprovados pelo dire

À margem bruta dos produtos têm de retirar-se todos os custos considerados pela distribuição como custos gerais (entreposto, mão de obra,

distribuição). Desta forma, a margem de lucro liquida é grande parte das vezes desconhecida

Desta forma, pode-se concluir que a Castro & Guimarães

sistema de custeio variável no tratamento de dados, mas apenas os custos que variam diretamente com o produto são considerados como custo do produto. Os restantes custos têm

53% 34%

5% 4% 3% 1% 0%

Relação entre os diferentes recursos

Relação entre os custos que a empresa tem de suportar

com base no Custo Médio dos custo total de colocar um produto no armazém é dividido pela quantidade total em questão. O Custo Médio baseia-se tura até ocorrer uma quebra de nulo o sistema calcula um novo Custo Médio do produto

custo é atribuída uma margem que varia de acordo com a família de de cerca de 50%, no entanto, se o desconto comercial de acordo com o volume de compras dos sendo que a margem bruta final ronda os 30% para as vimentos, outros). Todos os têm de ser aprovados pelo diretor comercial.

todos os custos considerados pela mão de obra, processo e e parte das vezes desconhecida

Castro & Guimarães - distribuição usa um mas apenas os custos que variam custo do produto. Os restantes custos têm

Relação entre os diferentes recursos

Mão-de-obra Armazém Combústivel Viaturas Energia Empilhador Comunicação

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tratamento independente e de acordo com o serviço são alocados aos FSEs (Fornecimento e Serviços Externos, e.g. rendas, serviços realizados pela frota e subcontratados, comunicações móveis, entre outros), Custos com Pessoal, Amortizações, etc.

Pode-se concluir que os custos das atividades não se encontram detalhados no sistema de custeio que a empresa utiliza. A maioria dos custos encontram-se alocados aos FSEs e aos Custos com Pessoal onde não existe qualquer individualização. A contabilidade analítica na empresa é bastante pobre e sem interligação entre os diferentes departamentos, desta forma não contribui para a tomada de decisão ao nível da função logística nem para detetar eventuais não conformidades, nomeadamente, nos processos realizados.

A aplicação do ABC ao nível dos custos logísticos na Castro & Guimarães - distribuição surge como uma alternativa mais rigorosa à abordagem atual que é bastante tradicionalista e rudimentar, na qual apenas se imputa diretamente o custo do produto. Nesse sentido, os restantes custos fixos (como rendas) e variáveis (como combustíveis) são considerados custos do período e não permitem fazer uma análise rigorosa da variação dos custos e do motivo da variação. Seria mais correto imputar custos de entrega a um cliente a mais de 150 km de distância (CD – cliente) e aumentar o desconto a um cliente que se encontra a 15 km de distância. O que ocorre na empresa é que no primeiro caso o desconto não é tão elevado como no segundo, mas ainda assim não invalida que se esteja a perder dinheiro.

De facto, a empresa desconhece se perde dinheiro com algumas rotas que realiza, embora tenha uma ligeira noção, uma vez que análises como o custo de combustível vs material não é realizada. Se um camião faz uma rota de 300 km (Braga-Coimbra) apenas com derivados de madeira, cuja margem é reduzida, pode estar a perder dinheiro, logo esta rota com este material não compensa. A análise efetuada atualmente não permite retirar estas conclusões.

A implementação dos princípios do sistema de custeio ABC permitirão quantificar e estudar de modo mais apropriado os custos logísticos desta empresa nomeadamente, os custos efetivos do abastecimento por raio de distribuição e, desta forma, identificar a margem limite a praticar com os clientes que se insiram no respetivo raio.

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O estudo executado restringe-se à área afeta ao planeamento de cargas, picking, e distribuição pelos clientes uma vez que o objetivo da empresa é determinar os custos logísticos associados à execução de uma encomenda, onde se inserem os custos de planeamento da encomenda, separação e acondicionamento do material e distribuição desta.

O objetivo deste trabalho é determinar o custo das rotas por raios de distribuição, por exemplo 50 Km em 50 Km e por segmentos de produto. Para tal determinaram-se quais as atividades (ver capitulo 4.4.1 Determinação das Atividades) e quais os recursos que intervêm nos processos logísticos: mão-de obra, armazém, combustível, encarregado, viaturas, energia, empilhadores e comunicação.

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