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3 Caracterização experimental da polarização de um feixe laser

3.2 Análise dos Dados

Nesta seção iremos abordar o método utilizado para a caracterização dos Estados de Polarização e os dados obtidos.

Primeiramente, foi necessário encontrar uma equivalência entre o detector e a câmera CCD. Para tal, foi produzido o Estado de Polarização horizontal, a partir do esquema da Figura 18. E assim, foram medidas as intensidades da luz, variando o ângulo da λ 2

na ETAPA 1. Alternamos o detector, que nos retornava uma valor de intensidade, de maneira direta, com a câmera DCA, que por sua vez, capturava a cada variação de ângulo da lâmina uma imagem. Com o auxílio de um software de análise de imagens chamado ImageJ, obtivemos as intesidades da luz polarizada através de uma rotina de integração de imagens, disponível no software.

Em tal rotina, o ImageJ associa cada cor de cada pixel da imagem a um número, que vai de zero, correnpondendo ao preto, até 256, que corresponde ao branco. Assim, cada imagem (preto e branco) pode ser entendida como uma matriz onde cada elemento representa um pixel, cujo valor varia de 0 a 256.

No software tudo é feito de forma intuitiva e simplicada, bastando apenas o usuário selecionar na imagem a região de integração por meio de um retângulo ajustável e um único comando (Ctrl + M). A Figura 20 mostra a imagem da tela do computador com o ImageJ aberto, no momento da análise de uma imagem com a fotograa de um feixe

guaussiano a ser analisado.

Figura 19: (a)Imagem do feixe aberta no software com a área seleciona. (b)Seleção do guia Analyse para obtenção das medidas calculadas pelo software.

Ao selecionar a opção (Ctrl + M), obtivemos uma série de medidas dispostas numa tabela fornecida pelo programa.

As medidas fornecidas pelo programa podem ser ajustadas. Para isso, basta selecionar, na mesma guia Analyse, a opção Set Measurents. As medidas selecionadas aparecerão numa tabela, como dito anteriormente.

Figura 20: (a)Tabela das medidas forneceidas pelo programa. (b)As posíveis medidas a serem realizadas pelo programa.

Como nossa proposta é obter um valor para a intensidade da luz polarizada, a medida que estaremos interessados é a Integrated density . Essa medida nos fornece a soma dos valores do pixels na área selecionada (RawIntDen), assim como o produto da área seleciona pelo valor de cinza (IntDen). Serão os valores fornecidos por esse medida, que nos ajudarão a fazer a equivalência entre o detector e a câmera CCD.

Para estabelecermos essa equivalência, foi coletado uma série de valores através do detector, variando o ângulo da lâmina λ

2 de 4º em 4º na Figura 18. E, em seguida

registrada a imagem de um dos feixe projetado num anteparo pela câmera CCD.

O valor fornecido pelo detector está associado a intensidade detectada do feixe. Já, o valor fornecido pela câmera CCD estará associado a medida feita pelo software, como descrevemos anteriormente. Ao todo, foram obtidos 23 valores registrados com o detector e 23 imagens registradas com a câmera. Abaixo, encontra-se a tabela com as intensidades fornecidades por cada instrumento de medida.

λ

teorico

λ

real

I

detector

(nW )

I

CCD

0

0

338

0

126,90

494476

4

0

342

0

121,68

466842

8

0

346

0

111,42

479036

12

0

350

0

101,48

423516

16

0

354

0

84,86

376318

20

0

358

0

70,71

318891

24

0

2

0

50,75

227790

28

0

6

0

35,30

153379

32

0

10

0

23,89

95033

36

0

14

0

12,67

41665

40

0

18

0

6,82

12528

42

0

20

0

6,52

4156

46

0

24

0

6,20

9458

50

0

28

0

11,10

35016

54

0

32

0

20,56

81595

58

0

36

0

34,68

148746

62

0

40

0

48,75

214976

66

0

44

0

66,72

291270

70

0

48

0

84,65

365166

74

0

52

0

97,46

418717

78

0

56

0

108,95

435406

82

0

60

0

119,98

454896

86

0

64

0

126,34

468727

90

0

68

0

126,93

513434

Tabela 1: Valores de Intensidades obtidos com detector e a câmera CCD.

No caso dos valores registrados pela câmera CCD, foi descontado a intensidade de fundo (If undo), proveniente de fontes externas. O mesmo procedimento, anteriomente

mencionado, foi realizado para determinar a intensidade de fundo. A tabela abaixo indica os valores de intensidade de fundo (If undo), intesidade real (Ireal) e intensidades resultante

λ

teorico

I

real

I

f undo

I

CCD

0

0

524747 30271 494476

4

0

497084 30242 466842

8

0

512342 33306 479036

12

0

456856 33340 423516

16

0

412802 36484 376318

20

0

354757 35866 318891

24

0

265224 37434 227790

28

0

193136 39757 153379

32

0

135776 40743 95033

36

0

82856 41191 41665

40

0

56074 43546 12528

42

0

46979 42823

4156

46

0

54163 44705

9458

50

0

78628 43612 35016

54

0

121666 40071 81595

58

0

189141 40395 148746

62

0

254351 39375 214976

66

0

325644 34374 291270

70

0

399537 34371 365166

74

0

452079 33362 418717

78

0

469062 33656 435406

82

0

484900 30004 454896

86

0

498993 30266 468727

90

0

546158 32724 513434

Tabela 2: Valores de Intensidades obtidos com a câmera CCD.

Utilizando a tabela (1), zemos o gráco ICCD × Idetector que nos mostra o compor-

tamento linear entre a câmera CCD e o detector, para feixes até 80 nW ,conrmando a equivalência entre ambos instrumentos utilizados para inferir a intensidade da luz polari- zada, para baixa intensidade.

A m de reforçar essa equilavência, também, a partir da tabela (1) foram plotados dois gráco, que apresentam o comportamentos semelhantes, entre as respectivas intensidade e o ângulo da lâmina de meia onda.

Diante dos grácos apresentados nas Figuras 21 e 22, ca clara a correspondência entre o detector e a câmera CCD. Portanto, o procedimento utilizado para determinação das intensidades da luz polarizada, através da análise da imagens pelo programa ImageJ é válido para o regime de baixas intensidades, no caso da CCD utilizada, intensidade menor que 100 nW .

Figura 21: Gráco ICCD× Idetector: comportamento linear entre a CDD e o detector.

Figura 22: (a) e (b): comportamento entre a intesidade da luz polarizada e o ângulo da lâmina λ

2.

Com isso, podemos continuar com a nossa proposta experimental, e, a partir de agora, utilizar apenas a câmera CCD, como descrito pela Figura 17.

Após essa etapa de calibração, retomamos a montagem da Figura 16, de forma a produzirmos alguns estados de polarização conhecidos, para posterior caracterização via os aparatos da Figura 18. A Figura 24 ilustra o experimento utilizado para determinação do Parâmentros de Stokes em sua totalidade.

Inicialmente, o feixe de luz, proveniente do laser, passa pela etapa de atenuação con- forme a Figura 16. Na sequência, o feixe passa pela λ2 que pode ser ajustada para

produzirmos um feixe de luz com a polarização desejada. Em seguida, o feixe é intro- duzido em Dp1, Dp2, Dp3 para medidas das intensidades, conforme o procedimento de

ajuste da câmera CCD como detector, apresentado anteriormente.

Os Parâmetros de Stokes, dados pelas equações (3.7),(3.8) e (3.9), foram calculados com os valores de intensidade obtidos. As tabelas 3 à 8, dispôem os resultados experi-

mentais dessas medidas e os Parâmetros de Stokes.

Produzimos os Estados de Polarização e capturamos os respectivos feixes projeta- dos num anteparo diante da câmera CCD, e assim, analisamos a imagem pelo software. A gura abaixo mostra a análise de um Estado de Polarização produzido a partir dos esquemas anteriormente mencionados.

Figura 23: (a) Feixes do Estado de Polarização Linear | + 450i para determinação do

parâmetro p1. (b) Medidas fornecidas pelo software para os feixes projetados

Para a determinação dos Parâmetros de Stokes (p1, p2,p3), recorremos as seguintes

equações [9]: p1 = I00 − I900 I00 − I900 (3.7) p2 = I450 − I1350 I450 − I1350 (3.8) p3 = ICD− ICE ICD− ICE (3.9)

A tabela (9) dispõe um resumo dos valores dos Parâmetros de Stokes teóricos e ex- perimentais. Esses dados foram plotados em um gráco via software Mathematica com uma esfera de raio unitário que representa a Esfera de Poincaré.

Na Figura 25 ilustramos a Esfera de Poincaré com valores teóricos. Na Figura 26 ilustramos a Esfera de Poincaré com os valores dos Parâmetros de Stokes determina-

Figura 24: Arranjo experimental para detecção dos Parâmetros de Stokes. Entrada If undo Itransmitidoreal Iref letidoreal Itransmitido Iref letido

|00i 176089 1339892 177229 1163803 1140 |900i 168619 150150 1378674 18469 1210055 |450i 175815 723488 802512 547673 626697 |1350i 175917 794963 727074 619046 551157 |Di 242650 879777 805926 637127 563276 |Ei 171789 786937 736208 615148 564419 |Arbi. 178204 276847 1276358 98643 1098154

Tabela 3: Valores intensidades medidas na produção dos Estados de Polarização horizontal (0º) e vertical (90º).

p1 p2 p3 p21+ p22+ p23

0,998042823 -0,067290547 0,061521839 1,00440243 -0,969933025 0,058014721 0,043006459 0,945985337

Tabela 4: Parâmentros de Stokes calculados

Entrada If undo Itransmitidoreal Iref letidoreal Itransmitido Iref letido

|00i 176712 868367 636789 691655 460077 |900i 178078 750824 763077 572746 584999 |450i 177113 1261520 178348 1084407 1235 |1350i 165615 147764 1390086 17851 1224471 |Di 169422 695510 820561 526088 651139 |Ei 173069 680602 837992 507533 664923 |Arb.i 164232 251863 213780 87631 49548

Tabela 5: Valores intensidades medidas na produção dos Estados de Polarização |+45i(45) e | − 45i(1350).

p1 p2 p3 p21+ p22+ p23

0,201069346 0,997724849 -0,106225053 1,047167517 -0,010583505 -0,971261879 -0,134239579 0,961481913

Tabela 6: Parâmentros de Stokes calculados

dos pela técnica deste trabalho. Observamos uma boa concordância entre os resultados teóricos e experimentais de forma que vericamos a viabilidade técnica e promissora de desenvolvimento deste procedimento para substituição de fotodiodos em experimentos de ótica, em laboratórios de pesquisa cientíca, e também, em prádicas docentes nos cursos

Entrada If undo Itransmitidoreal Iref letidoreal Itransmitido Iref letido |00i 168972 738773 770793 569801 601821 |900i 174904 705633 813365 530729 638461 |450i 179047 675235 843749 496188 664702 |1350i 172315 788694 729601 616379 557286 |Di 171047 1392335 150647 1221288 20400 |Ei 166884 184178 1266266 17294 1099382 |Arb.i 168640 181301 289679 12661 121039

Tabela 7: Valores intensidades medidas na produção dos Estados de Polarização Circular a Direita (|Di) e Circular a Esquerda(|Ei).

p1 p2 p3 p21+ p22+ p23

-0,027329634 -0,145159317 0,967141504 0,957180825 -0,092142423 0,05034912 -0,969025931 0,950036514

Tabela 8: Parâmentros de Stokes calculados de física experimental básica.

Estado de P olarizao p1teorico p1exp. p2teorico p2exp. p3teorico p3exp.

|00i 1 0,998042 0 -0,067290 0 0,061521 |900i -1 -0,969933 0 0,058014 0 0,043006 |450i 0 0,201069 1 0,997724 0 -0,106225 |1350i 0 -0,010583 -1 -0,971261 0 -0,134239 |Di 0 -0,027329 0 -0,145159 1 0,967141 |Ei 0 -0,092142 0 0,05034 -1 -0,969025

Tabela 9: Estados de Polarização e Parâmetros p1, p2, p3.

Figura 25: Esferas de Poncaré com Parâmetros Teórico (a) e Parâmetros Experimentais (b).

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