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5. VALIDAÇÃO

5.2 VALIDAÇÃO NO PONTO DE VENDA

5.2.4 ANÁLISE DOS DADOS

Após a realização das tarefas foi entregue aos participantes um questionário de avaliação com dez perguntas para poder entender quais foram as percepções deles além daquilo que observou-se através de seus comportamentos. Com esse questionário também foi possível compreender melhor o perfil dos participantes.

Apesar da validação ser feita apenas com dois participantes foi de grande importância a diferença entre o perfil deles, sendo que a pessoa com baixa visão é uma mulher com 29 anos, enquanto a pessoa que não possui baixa visão é um homem de 33 anos. Para melhor visualização das respostas denominou-se a consumidora com baixa visão como "Consumidor A" e o consumidor sem baixa visão como "Consumidor B".

Observa-se as respostas, uma a uma, bem como a percepção obtida pelo comportamento de ambos durante a realização da validação.

1) Você costuma frequentar esse supermercado? Consumidor A: Sim.

Consumidor B: Sim, costumo.

Esta informação sobre a frequência do consumidor no supermercado tem interferência direta na experiência que ele já possui sobre a localização dos produtos nas prateleiras.

2) Qual dos dois modelos de etiqueta você encontrou mais facilidade?

Ambos responderam que a melhor etiqueta foi a com fundo branco, assim como foi observado durante a realização da validação. A consumidora com baixa visão declarou várias vezes ao longo da validação sobre a dificuldade em enxergar a etiqueta com fundo amarelo.

3) Você encontrou maior dificuldade em alguma das tarefas? Consumidor A: Sim, segundo produto.

Na segunda tarefa a consumidora com baixa visão primeiro viu o produto que tinha a embalagem parecida, que era o creme de cebola (Figura 18), pegou-o, leu a etiqueta correspondente e por si mesma observou que aquele não seria o produto solicitado. Imediatamente procurou novamente e encontrou corretamente a sopa de cebola (Figura 17) conforme a tarefa solicitada, verificou o produto e leu tanto a descrição quanto o preço do produto.

Consumidor B: Sim, terceiro produto.

Na localização do terceiro produto o consumidor que não possui baixa visão confundiu a embalagem de pipoca de micro-ondas sabor manteiga, pois ela estava na altura dos olhos; enquanto a pipoca de cobertura de manteiga (que possui um sachê de manteiga) estava na prateleira mais alta e no canto esquerdo da gôndola de pipocas (Figura 19 e 28). Após observar que não seria o produto correspondente ao solicitado na tarefa encontrou corretamente o produto certo bem como fez a leitura de todos os itens informativos presentes na etiqueta.

4) Você encontrou todos os produtos que precisava? Consumidor A: Sim.

Apesar de ter encontrado primeiro o produto similar, na segunda tarefa, e de ter tido dificuldade ao enxergar na etiqueta com fundo amarelo a descrição do produto que estava na prateleira mais baixa, na quarta tarefa; a consumidora com baixa visão conseguiu encontrar todos os produtos sem qualquer intervenção de terceiros.

Consumidor B: Sim.

Assim como a consumidora com baixa visão encontrou primeiro um produto similar, na segunda tarefa; o Consumidor B também confundiu, inicialmente, um produto similar, entretanto, na terceira tarefa. Isso demonstra as situações reais encaradas durante o período de compras independentemente de obter baixa visão.

5) Você costuma comprar o tipo de produtos que foram solicitados para que você encontrasse?

Consumidor A: A sopa eu compro esporadicamente, já o milho para pipoca

sempre compro.

Consumidor B: Apenas o milho para pipoca sem ser de micro-ondas.

Observa-se que o fato do consumidor comprar ou não os produtos que lhe foram solicitados interfere na experiência que ele possui com a embalagem do produto. Afinal, uma vez que sabe-se que sopa de cebola e creme de cebola são produtos diferentes, apesar da embalagem ser parecida, por exemplo, interfere na agilidade em encontrar ou não o produto.

6) Você conseguiu identificar o preço e a descrição do produto? Consumidor A: Sim.

Observou-se que a consumidora leu claramente o preço e a descrição de todos os produtos, pois o tamanho das tipografias conferem com as referências. Afinal, a descrição do preço possui tamanho de 18 pontos, tamanho ideal para visualização (Meürer, Gonçalves e Correio.2014) e o preço com tamanho de 30 pontos. As demais informações como não foram consideradas essenciais, devido à escolha pela maioria do layout da etiqueta (Figura 6 e 12) onde as maiores informações são a descrição e o preço do produto, não interferiram diretamente na realização das tarefas corretamente.

Consumidor B: Sim.

O consumidor não teve dificuldade em ler nenhuma das informações (descrição, preço, imposto, preço por unidade de medida e código de barras), exceto na quarta tarefa uma vez que o produto estava na última prateleira causando uma redução na agilidade para fazer a leitura do preço por unidade de medida, mas foi lido corretamente.

7) Qual informação foi mais relevante para que você comprasse os produtos? Você conseguiu ler elas?

Consumidor A: Sim. A descrição e o preço.

Mais uma vez confirma-se o fato de que a descrição e o preço são elementos essenciais para a identificação junto ao produto.

Consumidor B: Sim. Descrição do produto.

8) Algo atrapalhou quando você procurava o produto? (iluminação, cor, letra da etiqueta, tamanho das informações, suporte da etiqueta, local dos produtos na prateleira)

Consumidor A: Brilho no suporte da etiqueta e local dos produtos na prateleira.

A resposta da consumidora confirma a dificuldade que obteve ao procurar principalmente o primeiro e último produto.

Consumidor B: Não.

9) Você mudaria algo na etiqueta? O quê?

Consumidor A: Talvez mudaria os tamanhos dos números do código de barras.

Observou-se na resposta da consumidora uma influência exercida pelo consumidor sem baixa visão que também participou da validação, pois o meio dele conferir se o produto era o mesmo da etiqueta foi o código de barras.

10) Você acredita que esse modelo de etiqueta contribuiria para otimizar o tempo de suas compras?

Consumidor A: Acredito que sim. Consumidor B: Sim.

Após a finalização da validação e das respostas do questionário de avaliação conclui-se que os principais elementos a serem aprimorados na etiqueta são a definição da cor de fundo e do seu tamanho para adequar-se ao suporte existente no supermercado.

Apesar da consumidora com baixa visão não conseguir enxergar o preço por unidade de medida e o preço dos impostos, não houve reclamações quanto à essencialidade dessas informações. Já os números do código de barras foram considerado como algo tão importante que apontou-se como um item de alteração na etiqueta.

Além dos pontos de melhoria observados após a realização da validação observa-se àqueles que não se pode interferir devido ao escopo do projeto. Por exemplo: a iluminação que reflete no suporte das etiquetas não é algo passível de correção, sendo uma alternativa apenas a troca do suporte por outro que possua pouco brilho ou que seja inteiramente fosco.

Outra limitação é a marca de adesivo no suporte da etiqueta o qual se sobrepõe às informações contidas nas etiquetas uma vez que isso deve-se à falta de cuidado do próprio supermercado ao não retirar os resíduos de cola de adesivo.

O tamanho do suporte também limita o tamanho da etiqueta, pois o ideal seria que todas as informações fossem lidas pelos usuários com baixa visão, entretanto, para isso ocorrer todos os tipos deveriam estar com tamanho mínimo de 18 pontos, sendo inviável para o tamanho possível da etiqueta.

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