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Projeto de identificação de preços em etiquetas de supermercados para pessoas com baixa visão

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Academic year: 2021

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EMELLY MORAES PEREIRA

PROJETO DE IDENTIFICAÇÃO DE PREÇOS EM ETIQUETAS DE SUPERMERCADOS PARA PESSOAS COM BAIXA VISÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA 2018

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PROJETO DE IDENTIFICAÇÃO DE PREÇOS EM ETIQUETAS DE SUPERMERCADOS PARA PESSOAS COM BAIXA VISÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Tecnólogo em Design Gráfico, do Departamento Acadêmico de Desenho Industrial, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Orientador: Dr. Cayley Guimarães

CURITIBA 2018

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 058

PROJETO DE IDENTIFICAÇÃO DE PREÇOS EM ETIQUETAS DE SUPERMERCADOS PARA PESSOAS COM BAIXA VISÃO

por

Emelly Moraes Pereira – 1561995

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no dia 18 de junho de 2018 como requisito parcial para a obtenção do título de TECNÓLOGO EM DESIGN GRÁFICO, do Curso Superior de Tecnologia em Design Gráfico, do Departamento Acadêmico de Desenho Industrial, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. A aluna foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo, que após deliberação, consideraram o trabalho aprovado.

Banca Examinadora: Profa. Rosamelia Parizotto Ribeiro (Dra.) Avaliadora

DADIN – UTFPR

Profa. Fernanda Botter (Dra.) Convidada

DADIN – UTFPR

Prof. Cayley Guimarães (Dr.) Orientador

DADIN – UTFPR

Prof. André de Souza Lucca (Dr.) Professor Responsável pelo TCC DADIN – UTFPR

“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”. Departamento Acadêmico de Desenho Industrial

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Além desses, agradeço aos colegas profissionais, professores, alunos e colegas de trabalho que contribuíram no decorrer da minha carreira até o presente momento.

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PEREIRA, Emelly Moraes. Projeto de etiqueta de preço em supermercados para pessoas com baixa visão. 2018. 29 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnologia em Design Gráfico) Departamento Acadêmico de Desenho Industrial. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2017.

Este trabalho apresenta o desenvolvimento de etiquetas de supermercados pensadas no público que possui baixa visão e são consumidoras em supermercados. Analisa o ambiente de supermercado, bem como o perfil do público-alvo e suas necessidades por meio de pesquisas de campo e ponto de venda. Apresenta o desenvolvimento da nova etiqueta. Mostra quais dificuldades possui o público, bem como as etiquetas presentes atualmente nas principais redes de supermercados do país. Define como cumprir todas as exigências legais sobre as informações nas etiquetas sem que haja prejuízo para o consumidor. Traz como resultado um novo modelo de etiqueta projetada e validada pelo público-alvo.

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PEREIRA, Emelly Moraes. Design of price tag in supermarkets for people with low vision. 2018. 29 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnologia em Design Gráfico) Departamento Acadêmico de Desenho Industrial. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2017.

This work presents the development of supermarket labels designed for the public who have low vision and do not have and are consumers in supermarkets. It analyzes the supermarket environment as well as the profile of the target audience and their needs through field and point of sale surveys. Presents the development of the new label. It shows what difficulties the public has, as well as the labels currently present in the main supermarket chains in the country. Defines how to comply with all legal requirements on the information on the labels without any harm to the consumer. It results in a new tag model designed and validated by the target audience.

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FIGURA 1: ETIQUETA DE PREÇO GRUPO A ... 24

FIGURA 2: ETIQUETA DE PREÇO GRUPO B ... 26

FIGURA 3: ETIQUETA DE PREÇO GRUPO C ... 27

FIGURA 4: CÓDIGO DE BARRAS EAN - 13 ... 35

FIGURA 5: ROUGHS ETIQUETAS ... 36

FIGURA 6: LAYOUT DAS ETIQUETAS PARA ENTREVISTA ... 37

FIGURA 7: ENTREVISTA - PERGUNTA 1 ... 39

FIGURA 8: ENTREVISTA - PERGUNTA 2 ... 39

FIGURA 9: ENTREVISTA - PERGUNTA 3 ... 40

FIGURA 10: ENTREVISTA - PERGUNTA 4 ... 40

FIGURA 11: ENTREVISTA - PERGUNTA 5 ... 40

FIGURA 12: ENTREVISTA - PERGUNTA 6 ... 41

FIGURA 13: ETIQUETA OPÇÃO NÚMERO 1 ... 42

FIGURA 14: ETIQUETAS PARA VALIDAÇÃO COM COR DE FUNDO DIFERENTE ... 43

FIGURA 15: GÔNDOLA DE SOPAS DE PACOTE ... 45

FIGURA 16: EMBALAGEM SOPA VONO ABÓBORA COM CARNE 17 GRAMAS...46

FIGURA 17: EMBALAGEM VONO SOPA DE CEBOLA 58 GRAMAS... 47

FIGURA 18: EMBALAGEM VONO CREME DE CEBOLA 58 GRAMAS ... 47

FIGURA 19: GÔNDOLA DE PIPOCAS (ESQUERDA) ... 48

FIGURA 20: GÔNDOLA DE PIPOCAS (DIREITA) ... 49

FIGURA 21: EMBALAGEM PIPOCA YOKI COBERTURA DE MANTEIGA 130 GRAMAS ... 50

FIGURA 22: EMBALAGEM PIPOCA CALDO BOM PREMIUM 500 GRAMAS ... 50

FIGURA 23: VALIDAÇÃO GÔNDOLA DAS SOPAS - CONSUMIDORA COM BAIXA VISÃO ... 52

FIGURA 24: CONSUMIDORA COM BAIXA VISÃO VISUALIZANDO A ETIQUETA DO PRIMEIRO PRODUTO ... 53

FIGURA 25: MARCAS DE ADESIVO NO SUPORTE DA ETIQUETA ... 54

FIGURA 26: CONSUMIDOR SEM BAIXA VISÃO PROCURANDO PRIMEIRO PRODUTO ... 54

FIGURA 27: CONSUMIDOR SEM BAIXA VISÃO LOCALIZANDO O PRODUTO CONFORME A TAREFA ... 55

FIGURA 28: PRODUTO DA TERCEIRA TAREFA COM A ETIQUETA COM FUNDO AMARELO E SUPORTE FOSCO. ... 56

FIGURA 29: ETIQUETA SOBREPOSTA PELO ACABAMENTO DO SUPORTE. 57 FIGURA 30: CONSUMIDORA COM BAIXA VISÃO VERIFICANDO QUARTO PRODUTO. ... 58

FIGURA 31: CONSUMIDORA COM BAIXA VISÃO TENTANDO VERIFICAR QUARTO PRODUTO. ... 59

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1. INTRODUÇÃO ... 10 1.1 PROBLEMA ... 10 1.2 OBJETIVOS ... 11 1.2.1 OBJETIVO GERAL ... 11 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 11 1.4 JUSTIFICATIVA ... 11 1.5 DELIMITAÇÃO ... 13

1.6 VISÃO GERAL DO MÉTODO... 13

1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 14

2. LEVANTAMENTO DE DADOS ... 15

2.1 PÚBLICO-ALVO ... 15

2.2 BAIXA VISÃO ... 15

2.2.1 BRAILLE ... 16

2.3 CONTRIBUIÇÃO DA ERGONOMIA NO DESIGN ... 17

2.3.1 TIPOGRAFIA: CRITÉRIOS ERGONÔMICOS ... 17

2.3.2 TIPOGRAFIA E A TRANSMISSÃO DE INFORMAÇÕES... 18

2.3.3 COR NA ERGONOMIA VISUAL ... 20

2.4 EXIGÊNCIAS LEGAIS ... 21

3. PESQUISA DE CAMPO ... 22

3.1 ENTREVISTA ... 22

3.2 VISITA NO PONTO DE VENDA ... 23

3.3 ETIQUETAS ENCONTRADAS NO PONTO DE VENDA ... 24

3.3.1 ETIQUETAS GRUPO A ... 24

3.3.2 ETIQUETAS GRUPO B ... 25

3.3.3 ETIQUETAS GRUPO C ... 27

3.4 COMPARATIVO DAS ETIQUETAS ... 28

3.5 COMPARATIVO DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO ... 30

3.6 SÍNTESE DOS COMPARATIVOS ... 32

4. DESENVOLVIMENTO ... 33 4.1 ETIQUETA ... 33 4.1.1 TAMANHO ... 33 4.1.2 TIPOGRAFIA ... 33 4.1.3 CORES ... 34 4.1.4 CÓDIGO DE BARRAS ... 34

4.1.5 MATRIZ PARA IMPRESSÃO ... 35

4.1.6 LAYOUT ... 35

5. VALIDAÇÃO... 38

5.1 ENTREVISTA PARA VALIDAÇÃO DO LAYOUT DA ETIQUETA ... 38

5.1.1 SÍNTESE ... 41

5.2 VALIDAÇÃO NO PONTO DE VENDA ... 42

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5.2.3.2. SEGUNDA TAREFA ... 55

5.2.3.3. TERCEIRA TAREFA ... 56

5.2.3.4. QUARTA TAREFA ... 57

5.2.4 ANÁLISE DOS DADOS ... 60

5.3 PROPOSTAS DE MELHORIA ... 64

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1. INTRODUÇÃO

1.1 PROBLEMA

O mundo comercial modifica-se constantemente por meio das novas ferramentas tecnológicas, estratégias de mercado, etc. Contudo, ainda há diversas áreas a serem aprimoradas em prol do consumidor. Entre elas identificou-se a problemática relativa à identificação de preços nas etiquetas de supermercado para pessoas com baixa visão.

Ao entrar em um ambiente de compras de um supermercado encontram-se facilmente falhas nas informações constantes nas etiquetas, tais como: falhas de impressão, falta de informações, tipografias inadequadas, etc. Considera-se que esses pequenos detalhes somados prejudicam consideravelmente a decisão de compra do consumidor, principalmente quando se trata de uma atividade cotidiana da sociedade como um todo.

A questão já é problemática em se tratando de pessoas em geral e agrava-se com pessoas que possuem baixa visão público-alvo desse projeto, cumprindo, assim, a função social que o design pode exercer.

Outro ponto que torna o problema relevante é o prejuízo tanto do consumidor quanto do comerciante. Afinal, o consumidor perde por não acessar a informação corretamente e o comerciante perde vendas por não informar corretamente.

A dependência do comerciante quanto às etiquetas é extremamente relevante, pois ela funciona como um “vendedor surdo” o qual deve informar corretamente todos os elementos que o comprador deseja saber. Sua importância é tão grande que sua mudança causaria alterações na independência nas compras dos consumidores, tanto para os que possuem baixa visão quanto para os que não possuem, e ainda na mudança nos rendimentos do comerciante.

Além de prejuízos financeiros, percebe-se a falta dos estabelecimentos comerciais quanto ao cumprimento das legislações existentes (conforme explicado no item 3.2), sendo eles: Lei nº 10.962/2004 (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. 2004) a qual regulamenta sobre a afixação de preços no comércio admitindo o uso de etiquetas; Decreto nº 5903/2006 (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. 2006) que aponta todos os itens que atentam contra o direito do consumidor; e a Lei nº 12741/2012 (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. 2012) que institui a informação da porcentagem ou valor aproximado de impostos sobre o valor final do produto.

A principal intenção do projeto é a possibilidade de identificação dos preços nas situações em que o usuário esteja sozinho no ambiente de compra sem que haja necessidade de auxílio na hora da compra, concedendo autonomia para o cliente.

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Propõe-se um novo layout para as etiquetas de supermercado que contribua para uma melhor identificação de todas as informações contidas nela. Esse sistema de identificação é uma nova proposta de layout para as etiquetas de supermercado desenvolvido após entrevistas, levantamento de dados, pesquisa de campo e, finalmente, validado pelo próprio público-alvo.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo é criar um sistema de identificação de preços em etiqueta de supermercado que inclua pessoas com baixa visão.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Identificar as dificuldades com relação a identificação de preços na etiqueta conforme o produto desejado pelo consumidor.

● Descobrir como devem ser utilizados os elementos tipográficos, as cores e os contrastes.

● Descobrir as dificuldades existentes nas etiquetas que estão nos supermercados atualmente.

Propor um novo layout para as etiquetas de forma que atenda o maior número de necessidades desejadas pelos consumidores com e sem baixa visão.

1.4 JUSTIFICATIVA

Há vários motivos que realçam a necessidade do redesign das etiquetas de preço dos supermercados que, por conseguinte, levaram a concluir que uma nova estratégia de comunicação é capaz de reverter a atual situação. Entre os motivos para a elaboração dessa nova estratégia estão: a inclusão social de pessoas com baixa visão, cumprindo legislações (conforme apontadas no item 3.2), além do dever universitário, conforme o Decreto 3298/1999 (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 1999),

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em buscar promover a igualdade social; e o fato do benefício não se restringir apenas às pessoas com deficiência visual.

Este projeto de design visa a inclusão social, devido a isso mostrar-se-á para a população a realidade sobre o valor do design na sociedade, uma vez que este é normalmente encarado como algo de caráter exclusivamente estético. Além disso, a Universidade cumprirá seus deveres com a população conforme o Decreto de Política Nacional para a integração da Pessoa Portadora de Deficiência, que compreende:

Art.55. Fica instituído, no âmbito da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça, o Sistema Nacional de Informações sobre Deficiência, sob a responsabilidade da CORDE, com a finalidade de criar e manter bases de dados, reunir e difundir informação sobre a situação das pessoas portadoras de deficiência e fomentar a pesquisa e o estudo de todos os aspectos que afetem a vida dessas pessoas.

Parágrafo único. Serão produzidas, periodicamente, estatísticas e informações, podendo esta atividade realizar-se conjuntamente com os censos nacionais, pesquisas nacionais, regionais e locais, em estreita colaboração com universidades, institutos de pesquisa e organizações para pessoas portadoras de deficiência. (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 1999). O decreto disposto institui a colaboração das universidades na produção de pesquisas e estudos sobre todos os aspectos que afetam a vida das pessoas portadoras de deficiência. Sendo assim, o presente projeto está em acordo com o Decreto, assim como com a Constituição Federal (legislação máxima dentre a hierarquia legal) que garante a igualdade entre todos. Entende-se que a igualdade deve ser promovida não apenas pelos órgãos públicos, mas por todos os integrantes da sociedade, conforme relata em seu artigo 5º:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 1988).

De acordo com o levantamento realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010), cerca de 6,5 milhões de pessoas possuem alguma deficiência visual. Destas, 582 mil são cegas e 6 milhões possuem baixa visão, sendo o tipo de deficiência mais recorrente no Brasil. O grande número de pessoas que serão beneficiadas com o projeto demonstra a sua importância. Vale destacar que o público-alvo não é apenas pessoas com baixa visão, mas também as demais pessoas que fazem parte do ambiente de compras e que não possuem deficiência alguma.

Dentre as pessoas que possuem deficiência visual, segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Pró Livro (2008), apenas 400 mil possuem a leitura tátil mais conhecida e utilizada, que é o braille, ou seja, a necessidade das pessoas com baixa visão possuírem uma estratégia para a transmissão de informação é extrema.

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1.5 DELIMITAÇÃO

Foi definido centralizar o projeto nos consumidores que possuem vivência em supermercados além de incluir no público-alvo os consumidores com baixa visão (ou visão subnormal), e que também frequentam supermercados, os quais define-se como: "Uma pessoa com Baixa Visão é aquela que possui um comprometimento de seu funcionamento visual, mesmo após tratamento e/ou correção de erros refracionais comuns e tem uma acuidade visual inferior a 20/60 (6/18, 0.3) até percepção de luz ou campo visual inferior a 10 graus do seu ponto de fixação mas que utiliza ou é potencialmente capaz de utilizar a visão para planejamento e execução de uma tarefa". SOCIEDADE BRASILEIRA DE VISÃO SUBNORMAL. 2018)

Observou-se o perfil do público-alvo com base nas entrevistas realizadas, afinal pessoas que possuem baixa visão possuem dificuldades específicas e precisam ser ouvidas, mas estas não são observadas pelos estabelecimentos comerciais sendo desprezadas como consumidores.

Além dos critérios de público-alvo na delimitação, observou-se a necessidade em delimitar para quais tipos de produtos aprofundar os estudos e optou-se pelos produtos alimentícios não perecíveis, ou seja, que duram muito tempo. Então descartou-se os produtos que precisam de armazenamento específico, panificação e outros produtos que podem conter nos supermercados que não são alimentícios.

A delimitação foi necessária devido às diferentes condições em que cada tipo de produto é exposto, por exemplo, um alimento refrigerado exige outro tipo de estudo, pois dependendo do local onde fica exposto interfere das mais variadas maneiras ao transmitir a informação contida na etiqueta. Entretanto, isso exigiria estudos mais aprofundados para conseguir atender a todos os produtos existentes no supermercado.

1.6 VISÃO GERAL DO MÉTODO

As principais referências utilizadas são as pesquisas com caráter similar ao abordado neste projeto elaboradas por meio de: Periódicos, Trabalhos de Conclusão de Curso, Teses, Dissertações, Artigos e Livros.

Um dos meios de pesquisa utilizados foi a entrevista, que teve por objetivo obter informações compatíveis com a realidade das pessoas que formam o público-alvo do projeto. Ela foi realizada no Instituto Paranaense de Cegos (que possui integrantes com baixa visão) e teve função de definição para o projeto através de questionamentos

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quanto ao dia a dia dessas pessoas em suas compras nos supermercados.

Utilizaram-se várias ferramentas do Design Thinking (MELLO e ABELHADA. 2015) para o desenvolvimento do projeto, sendo elas: Entrevista, Brainstorming, Protótipo e Testes com usuários reais

O trabalho está dividido em três etapas compreendidas em: Levantamento de dados, Desenvolvimento da etiqueta e Validação.

O Levantamento de dados foi feito para instruir para qual direção o projeto se voltaria. Sem essa etapa não seria possível identificar qual o real problema do público-alvo. Por isso foi feito entrevista, visitas em supermercados para identificar os problemas do meio em que estão inseridas as etiquetas (iluminação, visibilidade nas prateleiras, ambiente, cores, materiais, informações, etc.) e levantamento de bibliografias com foco em pesquisa para chegar à aproximação máxima no layout ideal da etiqueta.

O desenvolvimento da etiqueta consiste em abordar como desenvolveu-se mostrando os motivos pelos quais escolheu-desenvolveu-se tais procedimentos, materiais, informações, métodos, cores, layout, símbolos, etc.

A validação é a etapa em que o usuário tem contato com os modelos de etiquetas previamente elaborados, momento em que entrevista-se e observa-se o usuário para identificar possíveis falhas. Além disso pôde-se acatar sugestões feitas pelos usuários a fim do aprimoramento do projeto.

1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO

● Levantamento de dados e informações relevantes para aplicação no projeto. ● Pesquisa de campo o qual fez-se através da entrevista com pessoas que

possuem baixa visão; visitas nos principais supermercados, identificando e registrando aspectos relevantes do ambiente de compra que causam dificuldade ao usuário; e tipos de materiais de ponto de venda utilizados. ● Desenvolvimento da etiqueta momento em que três modelos são apresentados

na entrevista com o público-alvo com e sem baixa visão.

● Validação da etiqueta, alterada após os apontamentos anteriores do público-alvo, realizada no ponto de venda com o público-alvo.

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2. LEVANTAMENTO DE DADOS

2.1 PÚBLICO-ALVO

Antes de iniciar o projeto realizou-se a entrevista despadronizada - ou não estruturada - (LAKATOS e MACONI. 2008. p. 197) no Instituto Paranaense dos Cegos. Perguntou-se aos presentes (deficientes cegos e deficientes com baixa visão) qual a maior dificuldade enfrentada no contexto dos supermercados. Na oportunidade, obteve-se uma resposta jamais imaginada, sendo ela a identificação dos preços dos supermercados. Na época imaginava-se que o maior problema estava na embalagem dos produtos e que o principal público-alvo seriam os deficientes cegos. É claro que se obteve respostas afirmativas sobre as embalagens, mas que o maior problema a ser resolvido inicialmente seriam as etiquetas com os preços.

Na mesma ocasião acreditava-se que o público-alvo seriam as pessoas cegas, porém após a realização da entrevista concluiu-se que pessoas cegas, na maioria dos casos (inclusive de uma das entrevistadas), não possuem vivência no supermercado, uma vez que elas são acompanhadas por alguma pessoa que não possui a deficiência. Esse fato foi declarado na entrevista pela psicóloga do local e confirmado por outros entrevistados público-alvo do projeto.

Na etapa da entrevista foi definido como público-alvo as pessoas com baixa visão, além daquelas que não possuem a deficiência. Também foi exposto que o público de pessoas com baixa visão é extenso devido a uma das principais causas da deficiência, que é a diabetes.

2.2 BAIXA VISÃO

Dentro do público-alvo definido estão as pessoas com baixa visão que representam grande parcela da população mundial. É muito comum entre esse público o desenvolvimento da deficiência a partir da Diabetes, que também é muito incidente no Brasil, sendo essa doença uma das causas da perda da visão.

De acordo com o artigo 1 e §1, da Portaria nº 3128/2008, é considerado deficiente visual toda pessoa que possui a visão comprometida parcial ou totalmente. A Secretaria de Educação Especial definiu como:

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“É a alteração da capacidade funcional da visão, decorrente de inúmeros fatores isolados ou associados, tais como: baixa acuidade visual significativa, redução importante do campo visual, alterações corticais e/ou de sensibilidade aos contrastes, que interferem ou que limitam o desempenho visual do indivíduo.” (Secretaria de Educação Especial.) Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/alunoscegos.pdf> pg18. Acessado em: 03/10/2017.

Sendo assim, as pessoas com baixa visão devem ser consideradas como deficientes visuais, mesmo que no senso comum isso não aconteça.

Como já relatado anteriormente, a maior parte das pessoas que possuem deficiência visual são pessoas com baixa visão, representando 92,31% do total (IBGE, 2010). Além disso, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2016, p. 129), cerca de 12% das pessoas que perdem a visão, de modo que prejudique suas atividades cotidianas, são em decorrência da Retinopatia Diabética (ou RD).

Todos esses dados explicam um dos porquês do grande número de pessoas com baixa visão, mas é importante alertar sobre a multiplicidade de doenças que afetam esse perfil. Conforme consta no artigo do Centro para Pessoas com Deficiência da Universidade Estadual de Utah (WEBAIN, 2013) a baixa visão atinge principalmente os idosos, entretanto, pode ocorrer em qualquer faixa etária pelas seguintes doenças: degeneração macular, glaucoma, retinopatia diabética ou catarata.

2.2.1 Braille

Devido a deficiência visual implementou-se um sistema tátil de alfabetização sendo ele o Sistema Braile.

Esse sistema é conhecido devido a sua capacidade de transmitir informações de forma tátil. Possui correspondência com o alfabeto, porém é marcado por meio de seis pontos que formam um relevo na matriz escolhida. Esse sistema de identificação possui códigos os quais são definidos de acordo com a localidade de cada ponto, sendo um grupo de pontos equivalente a cada letra, número ou símbolo.

Esse meio de transmissão de mensagens foi aperfeiçoado em Paris (SCATOLIM, 2008) em 1827 pelo francês Louis Braille, que já era cego desde os dois anos de idade. Ele contribuiu de forma importante para esse invento principalmente devido à inclusão social que ele permite, tanto na literatura quanto na informação.

O invento foi modernizado sendo utilizado atualmente uma impressora específica para fazer a impressão em braille (SCATOLIM, 2008). Ela possui um teclado em braille e em alguns modelos possui uma voz que orienta o manuseador da máquina para o caso da utilização feita por uma pessoa com deficiência visual.

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Apesar da eficiência do código braile verificou-se que a grande maioria das pessoas que possuem a deficiência visual não possuem a leitura tátil (Instituto Pró livro, 2008) sendo apenas 400 mil. Considerando que no Brasil há 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual e dessas 6 milhões possuem baixa visão (IBGE, 2010) a simples inserção de braille nas etiquetas não resolveria o problema em questão.

2.3 CONTRIBUIÇÃO DA ERGONOMIA NO DESIGN

Devido a problemática que envolve o projeto não há dúvidas quanto à importância da ergonomia no desenvolvimento deste. Esse termo que foi utilizado pela primeira vez por Woitej Yastembowsky (UFRJ – CESERG, sem ano, p. 07), tem origem no grego ergon, que significa trabalho, e nomos que significa leis ou normas. A principal função da ergonomia dentro do design é a relação do produto com o potencial usuário, sendo que através dela busca-se o máximo conforto facilitando a interação do usuário com o produto, ou como no caso abordado, as etiquetas.

De acordo com a pesquisa sobre embalagem elaborada por Neto (UFMS, sem ano), há três elementos fundamentais para a comunicação através da embalagem, que podem ser considerados também na análise das etiquetas por ser também um elemento de transmissão de informações sobre o produto. São eles: o emissor da mensagem (produtor), o meio de comunicação (embalagem ou nesse caso a etiqueta) e o receptor da mensagem (consumidor). Através dessa definição observa-se que o produtor deve definir a mensagem que deseja transmitir pelo meio de comunicação para o deficiente visual, de modo que o receptor compreenda a informação.

Apesar do projeto não ser de embalagem, a etiqueta tem função de nível equivalente, pois é elemento decisório na hora da compra. Designers devem buscar a transmissão de informações para despertar a percepção do consumidor comum e de baixa visão. Desse modo deve-se aproveitar de artifícios como cor, contraste, hierarquia da informação, etc; não apenas por questões estéticas, mas agrupá-las para conseguir atrair o consumidor de modo que ele possa concretizar a compra utilizando os princípios de Ergonomia.

2.3.1 Tipografia: critérios ergonômicos

A tipografia é considerada um elemento primordial para a transmissão da informação para o consumidor. Devido a isso, estudou-se seus critérios ergonômicos para que a informação seja entendida de forma satisfatória.

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De acordo com Niemeyer (2010, p. 82-85) alguns dos critérios ergonômicos que a tipografia deve conter para a transferência das informações desejadas são a legibilidade, a leiturabilidade e a pregnância.

Sintetizando esses conceitos conclui-se que a legibilidade está relacionada com a identificação da forma de diferentes letras de um mesmo desenho de maneira rápida, quando isso ocorre a tipografia é considerada legível. Contudo, há diferenciação entre legibilidade do caractere individual e legibilidade de um texto.

A leiturabilidade (Niemeyer, 2010) está relacionada com o espacejamento entre: caracteres, grupos de palavras, margens e linhas. Ela também está relacionada com o vocabulário e estrutura da frase. Uma tipografia considerada legível não significa diretamente que ela seja leiturável, uma vez que um texto pode ser legível, contudo, não leiturável. Para que a tipografia seja considerada leiturável ela deve possibilitar fácil acesso às informações nas palavras.

A pregnância é a ênfase que determinada palavra ou texto possui em relação aos demais elementos do contexto em que está inserido (Niemeyer, 2010). Para que isso aconteça é necessário que utilizem mais elementos contrastantes, sejam eles de qualquer espécie.

Esses conceitos já são importantes quando se trata de pessoas que não possuem deficiência visual. Quando incluem-se como público-alvo pessoas que possuem baixa visão, aumenta o nível de importância de tais critérios ergonômicos. 2.3.2 Tipografia e a transmissão de informações

O conforto visual é um dos elementos principais para o público, pois a deficiência já transmite uma dificuldade a qual não se consegue interferir, portanto, há obrigação em aliviar essa dificuldade minimizando-a ao máximo garantindo a efetivação da compra, quando ela depende da informação contida na etiqueta.

Apesar de serem reconhecidos os problemas relacionados ao conforto visual na transmissão de informações e à dificuldade encontrada por consumidores que não possuem deficiência visual, criou-se o Decreto 5.903/2006 (BRASIL, 2006) que contém a legibilidade como item necessário para garantir ao consumidor as informações prestadas, conforme transcrito abaixo:

Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004, e dispõe sobre as práticas infracionais que atentam contra o direito básico do consumidor de obter informação adequada e clara sobre produtos e serviços, previstas na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.

Art. 2o Os preços de produtos e serviços deverão ser informados adequadamente, de modo a garantir ao consumidor a correção, clareza, precisão, ostensividade e legibilidade das informações prestadas.

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§ 1o Para efeito do disposto no caput deste artigo, considera-se:

I - correção, a informação verdadeira que não seja capaz de induzir o consumidor em erro;

II - clareza, a informação que pode ser entendida de imediato e com facilidade pelo consumidor, sem abreviaturas que dificultem a sua compreensão, e sem a necessidade de qualquer interpretação ou cálculo;

III - precisão, a informação que seja exata, definida e que esteja física ou visualmente ligada ao produto a que se refere, sem nenhum embaraço físico ou visual interposto;

IV - ostensividade, a informação que seja de fácil percepção, dispensando qualquer esforço na sua assimilação; e

V - legibilidade, a informação que seja visível e indelével.

É importante destacar que o referido Decreto foi criado sem direcionamento específico para pessoas com deficiência visual. Contudo, todos os elementos apontados necessitam de cuidados redobrados ao se tratar de pessoas com baixa visão.

Verificou (item 3.3) que as etiquetas presentes atualmente nos supermercados não atendem às necessidades dos consumidores, muito menos ao decreto, que é expresso e claro quanto às necessidades desses. Encontraram-se etiquetas com caracteres apagados (item 3.3.3 Etiquetas Grupo C) devido ao tipo de impressão utilizada que, provavelmente, são apagados ao manuseio quando inseridas as etiquetas no suporte das gôndolas. Essa perda de informação atinge diretamente o que explana o inciso V do artigo 2º do referido Decreto acima.

Considera-se que até mesmo o processo de impressão é capaz de interferir na perda de informações e devido a isso ele enquadra-se nos critérios de legibilidade. Observa-se que impressões feitas pelo processo offset (Item 3.3 etiqueta de preço grupo A e grupo B), em suporte semelhante visualmente ao papel sulfite, não ocorre o apagamento dos caracteres e código de barras tão facilmente quanto à impressão digital em papel (visualmente semelhante) couchê (Item 3.3.3 etiqueta grupo C). Além do apagamento dos caracteres, se o ajuste na máquina de impressão não for realizado da forma correta, não haverá sangria na etiqueta, causando o corte de palavras, principalmente no início da primeira palavra e final da última.

No momento da pesquisa de campo sobre as etiquetas, uma funcionária (Grupo C) relatou sobre os ajustes necessários realizados na máquina para a impressão das etiquetas.

Este projeto baseou-se em pesquisas realizadas (MEÜRER; GONÇALVES; CORREIO. 2014. p 39 e 44) diretamente com pessoas portadoras de baixa visão, as quais identificaram as tipografias que se adequam melhor às suas necessidades. Para impressões, comprovou-se que há algumas regras básicas a serem consideradas,

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sendo elas: utilização de tipos clássicos (Arial, Times, Tahoma); evitar tipos estreitos (condensed) ou largos (extended); evitar tipos muito leves (thin/light) ou pesados (heavy); utilização de tipos entre 16 e 18 pontos.

Após apontados todos os elementos importantes para o desenvolvimento da etiqueta, conclui-se que se tratando de material impresso até o papel fosco contribui tanto para a leitura (MEÜRER; GONÇALVES; CORREIO. 2014. p 38) quanto na perda de informações quando impresso em material que dificulte a penetração da tinta (papel brilhoso adesivo) conforme verificado na Pesquisa de campo (Item 3.3).

2.3.3 Cor na Ergonomia Visual

Correlato ao conforto visual está a cor: ela é importante devido à necessidade da existência de contraste entre tipografia e fundo. Esse elemento é considerado importante devido à existência de pessoas que não possuem sensibilidade às cores, dificultando a identificação por conta da falta de contraste entre os tipos e o fundo.

A cor tem sido estudada desde o século XIII (LUPTON; PHILLIPS, 2008, p. 72). A partir disso há diversas teorias relacionadas ao círculo cromático. Quanto ao número de cores infere-se que elas se baseiam em sete, três e quatro cores. O tipo de cor utilizada nas impressões é a cor pigmento transparente, a qual são utilizadas como cores base o Ciano (C), Magenta (M) e Amarelo (Y), devido à necessidade foi incluído no sistema de impressão a cor Preta (K).

Uma das referências deste projeto é pesquisa feita com pessoas portadoras de deficiência visual sobre as tipografias impressas ideais para esse público. Nela Meürer, Gonçalves e Correio (2014, p. 33-46) descrevem que um dos determinantes quanto a legibilidade é a cor de contraste fundo/tipografia. Na entrevista realizada as opiniões sobre a utilização de cores vibrantes, como o amarelo, foram divergentes. Assim como alguns declaram ser ruim de enxergar outros apontaram como um bom contraste. Conforme a referência utilizada, aconselha-se (MEÜRER; GONÇALVES; CORREIO. p. 38) o uso de cor preta sobre fundo branco, sendo eleito pelos pesquisadores como melhor contraste.

Observa-se que mesmo que o projeto seja composto tanto pelo público com baixa visão quanto ao que não possui essa deficiência visual, nem este nem aquele serão prejudicados, pois parte-se do princípio que ao fazer os materiais pensando em pessoas que possuem baixa visão serão beneficiados os demais usuários.

(22)

2.4 EXIGÊNCIAS LEGAIS

Devido às dificuldades comumente encontradas nos comércios em geral, legislações foram criadas para garantir o direito do consumidor. Verificaram-se as exigências feitas pela legislação para analisar e desenvolver as etiquetas sem que haja prejuízos legais. Essa verificação foi importante devido à possibilidade em implementar a etiqueta desenvolvida de modo a normatizar legalmente como modelo padrão.

Durante a pesquisa de campo (item 3) observou-se que essas legislações não são implementadas bem como analisou-se o que mais encontra-se nos pontos de venda ao realizar as compras. Outro objetivo ao analisar a legislação é verificar se os comércios atuais se preocupam em cumpri-la, bem como para saber quais informações devem constar nas etiquetas e como elas devem ser elaboradas para serem eficazes não apenas do ponto de vista estético e necessário, mas legal.

As principais legislações encontradas foram o Decreto nº 5903/2006 que explana detalhadamente todos os pontos que prejudicam a interpretação da etiqueta; a Lei nº 10.962/2004 no Inc. II, artigo 3º que faz menção quanto às exigências de código de barras na etiqueta, assim como do preço conforme sua medida (quilo, litro, massa, metros, etc). Já a lei 12741/2012 (BRASIL. 2012) obriga que seja identificado juntamente com o preço dos produtos o valor ou percentual referente aos tributos incorporados no valor final.

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3. PESQUISA DE CAMPO

3.1 ENTREVISTA

O presente projeto tem por objetivo aprimorar as etiquetas de preço de supermercados para pessoas com baixa visão, contudo, antes de definir o foco do projeto optou-se fazer uma entrevista despadronizada - ou não estruturada - (Lakatos e Marconi, 2003, p. 197) para entender as reais necessidades do público-alvo.

O tipo de entrevista despadronizada foi escolhido por possibilitar uma abordagem mais flexível, podendo assim direcioná-la conforme for desenvolvida a abordagem. Através dessa flexibilidade conseguiram pontos de vista do público-alvo inesperados, conforme se apresenta na sequência.

A entrevista aconteceu antes de iniciar o projeto e foi realizada no Instituto Paranaense de Cegos (IPC), com quatro pessoas, sendo três pessoas com deficiência e a Psicóloga do local, bastante experiente em lidar e entender as pessoas que possuem a deficiência.

Uma das pessoas entrevistadas possui deficiência: é cega e não tem contato com supermercados por ser totalmente dependente de seus familiares. As outras duas possuem baixa visão e perderam a visão recentemente, por isso sempre tiveram contato com o supermercado e continuam frequentando mesmo após a deficiência, contudo, com muita dificuldade.

As maiores dificuldades relacionadas às compras foram relatadas por um homem de 52 anos, e uma mulher de 38 anos; esta, além da perda de boa parte da visão, não consegue mais identificar as cores. Ambos possuem baixa visão, leem braile, têm o costume de fazer as próprias compras e perderam a visão ao longo do tempo.

Na entrevista foram indagados sobre qual seria a maior dificuldade encontrada por eles dentro do ambiente de supermercados. Na resposta, o principal ponto destacado é a dificuldade em identificar os preços dos produtos devido aos problemas de contraste da tipografia e fundo, pois a perda da sensibilidade das cores, comum entre eles, dificulta na identificação dos preços e informações com o contraste baixo.

Outro aspecto apontado foi a dificuldade quanto à identificação das informações que consideram mais importantes e que são expressas em tamanhos e fontes inapropriado. Para conseguir acessar às informações dependem de terceiros que, normalmente, são indispostos ao atendê-los adequadamente. Destacou-se também que a utilização de fundos amarelos brilhantes dificultam na leitura das etiquetas.

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A entrevista despadronizada (ou não estruturada) (Lakatos e Marconi, 2003, p. 197) foi essencial para o projeto, pois a partir dela definiu-se o público, focando-se nele, desfazendo a ideia de que cegos e pessoas com baixa visão são iguais, quando na verdade estes grupos possuem perfil adverso.

Por meio da entrevista despadronizada pontuou-se que a etiqueta de preço é o elemento mais relevante a ser aprimorado no momento, já que, os relatos dos usuários frisam a dificuldade em identificar os preços é grande. Além dos apontamentos, é notório que é comum encontrar dificuldades relacionadas às informações dos produtos mesmo não sendo portador de deficiência visual.

3.2 VISITA NO PONTO DE VENDA

Após a realização da entrevista foram realizadas visitas aos principais pontos de venda com o objetivo de observar, captar imagens, notar falhas e adaptações no uso de etiquetas em prateleiras de supermercados.

Para que o projeto tenha amplo alcance ao público desejado, foi realizada uma consulta para saber quais as três maiores redes de supermercados existentes no Brasil e que possuem lojas localizadas em Curitiba-PR para que fosse efetivada a visita do ponto de venda. Os nomes reais dos estabelecimentos comerciais foram omitidos e substituídos por Grupo A, B e C.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC, 2017, p. 85-88) o Grupo A está no topo da lista dos supermercados, possuindo a receita de cerca de R$ 49 bilhões. Na sequência está o Grupo B com cerca de R$ 44 bilhões de faturamento e o Grupo C com cerca de R$ 29 bilhões de receita.

É válido ressaltar que foi delimitada a análise das etiquetas de preço apenas àquelas que fazem referência a produtos alimentícios não perecíveis, sendo descartadas as demais que são utilizadas para discriminação de produtos que se encaixam em outras categorias, como por exemplo: vestuário, eletrônicos, plantas, brinquedos, louças, enxovais, entre outros. Além disso foram analisadas apenas as etiquetas de indicação de preço padrão, descartando as categorias específicas de cada supermercado (cliente VIP ou semelhantes).

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3.3 ETIQUETAS ENCONTRADAS NO PONTO DE VENDA

As visitas em todos os supermercados foram realizadas na mesma data sendo que visitou-se três supermercados diferentes de cada rede para que fossem encontradas possíveis divergências entre eles, contudo, isso não ocorreu, mantendo-se o mesmo padrão de etiquetagem entre a mesma rede. Na visita captaram-mantendo-se imagens nas quais é possível observar as características de cada uma utilizada atualmente. Destaca-se que foi possível visitar apenas dois supermercados do Grupo A pelo fato deste possuir apenas duas lojas na cidade de Curitiba-PR.

3.3.1 Etiquetas Grupo A

Ao fazer a análise das grandes empresas de acordo com o faturamento, em ordem crescente, o Grupo A consta no topo da lista. Como foi determinado visitar mais de um supermercado da mesma rede visitou-se a loja situada no bairro Mossunguê e a loja situada bairro Prado Velho.

Nos pontos de venda foram encontradas etiquetas diferentes para categorias de preço promocional e preço padrão. Essa diferença foi identificada por meio da cor de fundo da etiqueta e do tamanho do suporte utilizado, como restringiu-se às etiquetas comuns de produtos alimentícios (conforme delimitação) será apresentada apenas àquela que faz parte do escopo (Figura 1).

Figura 1: Etiqueta de preço Grupo A Fonte: Autoria própria (21/03/2016)

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1) Características do produto: observa-se que na descrição é feita a descrição abreviada do produto sendo que apenas lendo a etiqueta não é possível identificar que o produto é Macarrão da marca Galo .

2) Preço: o preço do produto é a informação mais destacada e fazendo uma observação objetiva sem possuir a deficiência não encontra-se problema, uma vez que recomenda-se tamanhos tipográficos entre 16 e 18 pontos (MEÜRER; GONÇALVES; CORREIO. 2014. p 39 e 44).

3) Tributos e impostos: A tipografia nesse item é muito reduzida de modo que o consumidor que não possui a deficiência não consegue identificar de pronto o valor e a porcentagem informada.

4) Preço por unidade de medida: O valor do preço por unidade de medida fica parcialmente escondido devido ao relevo do suporte onde coloca-se a etiqueta. Observa-se que esse problema ocorre devido à margem interna superior, uma vez que ela é maior que a inferior, assim arrasta as informações abaixo.

5) Código de barras: Os números do código de barras são apresentados completamente ilegíveis, pois são muito reduzidos. Observa-se que os números são usados pelos consumidores como meio de conferência com o referido produto.

6) Contraste: Com relação ao contraste utilizado não há grandes problemas, uma vez que utiliza-se um dos melhores contrastes possíveis sendo ele preto sobre o fundo branco; Impressão e papel: O papel utilizado possui acabamento fosco com semelhança ao papel sulfite, esse tipo de material é aconselhado como um bom material (MEÜRER; GONÇALVES; CORREIO. 2014. p 39) para a transmissão de informações principalmente aos deficientes com baixa visão. O tipo de impressão utilizada também não é um problema, pois ela não compromete o apagamento dos caracteres, conforme observado em outras etiquetas (Figura 3).

3.3.2 Etiquetas Grupo B

Os supermercados visitados do Grupo B se situam: no bairro Jardim Social; no bairro Mercês; e no bairro Batel.

Este supermercado utiliza mais de uma maneira para informar os preços de seus produtos. Porém, dentro da limitação colocada em foco, identificou-se que a principal etiqueta é a de preço padrão (Figura 2).

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Apesar da intenção em estudar também em usuários com baixa visão, não é difícil notar a dificuldade na leitura da descrição do produto sem a presença da deficiência, ou seja, com certeza a tipografia de descrição do produto não está adequada para a leitura da informação, principalmente por ser condensada, causando confusão tanto no público que não possui a visão baixa quanto no público com a deficiência.

Figura 2: Etiqueta de preço Grupo B Fonte: Autoria própria (21/03/2016)

1) Características do produto: Na descrição do produto nesta etiqueta encontra-se novamente a utilização de abreviações para comunicar as características do produto. Outra dificuldade na identificação sobre o produto está na tipografia escolhida que possui características de tipos estreitos (condensed) o qual não se recomenda a utilização (MEÜRER; GONÇALVES; CORREIO. 2014. p 39 e 44).

2) Preço: O preço possui tamanho bom para uma captação rápida da informação, mas para ser realmente aprovado apenas um consumidor com baixa visão poderia garantir a sua qualidade ao transmitir o preço.

3) Código de barras: Os números do código de barras são apresentados com caracteres muito reduzidos, outro ponto negativo é a sua posição dentro da etiqueta, uma vez que ele se encontra na parte inferior da etiqueta próximo ao relevo do suporte de colocação da etiqueta.

4) Contraste: Com relação ao contraste utiliza-se, novamente, um dos melhores contrastes possíveis sendo ele preto sobre o fundo branco; Impressão e papel: O tipo de impressão e o material em que o conteúdo é impresso assemelha-se ao utilizado pelo Grupo A. Por isso nesse quesito não há grandes problemas; e

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Falta de informações exigidas por lei: Observa-se que ao fazer as etiquetas o Supermercado do Grupo B não observou as exigências legais para transmitir as informações sobre os produtos comercializados, pois faltou informar sobre os tributos/impostos e o preço por unidade de medida.

3.3.3 Etiquetas Grupo C

As lojas de supermercado visitadas do Grupo C localizam-se nos seguintes bairros: Portão; Jardim das Américas; e Cabral. Na Figura 3 é possível identificar os pontos analisados sobre a etiqueta encontrada nas lojas.

Figura 3: Etiqueta de preço Grupo C Fonte: Autoria própria (21/03/2016)

1) Características do produto: As informações sobre o produto estão parcialmente cortadas (esquerda), uma vez que aparecem apenas "EAO" seguida de "FZ PESSEGO 1.5L". De fato, esse corte de palavras não garante a transmissão da informação corretamente, pois na prateleira podem estar dois produtos com marcas diferente, mas com sabores e pesos iguais, complicando a identificação do produto desejado. A tipografia e o tamanho utilizado não possibilitam uma compreensão imediata das informações. 2) Preço: A informação sobre o preço é visualmente boa quando observado

por um consumidor sem a baixa visão. No caso de um consumidor com baixa visão já não se pode garantir a qualidade da leiturabilidade.

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3) Código de barras: Devido a má escolha da tipografia os números do código de barras não são legíveis o suficientes.

4) Preço por unidade de medida: Os caracteres dessa informação estão parcialmente apagados, dificultando a leitura.

5) Contraste: Nessa etiqueta optou-se pela utilização da cor preta para a tipografia e duas cores de fundo (amarela e branca). A amarela é utilizada para destacar o preço e a caracterização do produto, já as demais informações ficam sobre o fundo branco. Apesar de entender a estratégia utilizada, assim como na referência utilizada uma das entrevistadas relatou que etiquetas com fundo amarelo são ruins para fazer a identificação das informações; Impressão e papel: O tipo de material utilizado é um adesivo e possui acabamento brilhante, sendo o pior tipo para a leitura quando se trata de pessoas com baixa visão. A combinação do tipo material utilizado com a impressão digital compromete a fixação da tinta sobre o papel causando o apagamento dos caracteres; e Falta de informações exigidas por lei: Verifica-se que nessa etiqueta faltou informar sobre os tributos ou impostos (em valor aproximado ou porcentagem) que fazem parte do preço.

3.4 COMPARATIVO DAS ETIQUETAS

Após a visita nos supermercados foi realizado um comparativo entre as etiquetas apontadas aqui como etiquetas de preço padrão, por meio de uma tabela (Tabela 1). Nela é abordado os pontos considerados como relevantes para a legibilidade e leiturabilidade das etiquetas. Essa etapa foi necessária devido à divergência entre as etiquetas com relação às informações, tamanhos, exigências da legislação, entre outros; bem como fazer o levantamento da tendência de mercado.

Com base nas etiquetas de preço padrão analisadas, levantou-se os seguintes itens: relativo ao conteúdo exigido por lei e tamanhos - descrição do produto, preço, número do código de barras, código de barras, tributos e impostos, abreviações, preço por unidade de medida e fonte utilizada para informações tributárias; relativo às tipografias – condensada, regular e bold; e relativo à impressão utilizada (importante devido às etiquetas com caracteres apagados encontradas no ponto de venda)- offset e digital.

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Tabela 1 – Tabela comparativa das etiquetas - 22/03/2016

Categorias Itens analisados Grupo A Grupo B Grupo C

Conteúdo exigido por lei

Descrição do Produto x x x Preço x x x Nº do Código de Barras x x x Código de Barras x x x Valor de tributos e impostos x

Preço por unidade de

medida x x Tamanhos (altura de x) Descrição do Produto 4 mm 2 mm 3 mm Preço 13 mm 8 mm 7 mm Nº do Código de Barras 2 mm 1 mm 2mm Código de Barras 5 mm 4 mm 5 mm Tributos/impostos 2 mm Tipografia Condensada x Regular x x x Bold x x x Impressão Offset x x Digital x

Fonte: Autoria própria (2016)

Os preços por unidade de medida são utilizados pela maioria, sendo dois de três. Os tamanhos (altura de x) variam de acordo com o item. Sendo eles:

● Descrição de produto – 2 a 4 mm ● Preço – 7 a 13 mm

● Número do código de barras – 1 a 2 mm ● Código de barras – 4 e 5 mm

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Com relação às tipografias os estilos bold e regular são os mais utilizados, pois estão presente em todas as etiquetas, sendo variado seu uso em itens diferentes. O estilo condensado foi aderido por um supermercado em suas etiquetas. É importante ressaltar que a maioria absoluta dos supermercados utiliza tipografias sem serifas.

O processo de impressão utilizado por dois dos supermercados é o offset e um deles utiliza o processo de impressão digital.

3.5 COMPARATIVO DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO

Decidiu-se fazer o comparativo de acordo com o Decreto n° 5903/2006 conforme as práticas inadequadas na transmissão das informações configuradas como infrações ao direito básico do consumidor em decorrência das informações prestadas de modo incorreto.

Essa comparação foi realizada devido aos pontos importantes destacados pela legislação os quais impactam diretamente no desenvolvimento da etiqueta. Essa análise também pode servir como apresentação para propor que esse novo modelo seja regulamentado.

(32)

Este comparativo foi realizado por meio de uma tabela (Tabela 2), note abaixo a referida tabela:

Tabela 2 – Comparativo de acordo com a legislação - 19/04/2016

Grupo A Grupo B Grupo C

Tipos não uniformes Não possui.

Possui tipos uniformes, porém com tipografia inadequada para boa

compreensão

Possui tipos uniformes, porém com tipografia inadequada para boa

compreensão

Contraste tipografia e fundo semelhante

Possui bom contraste, sendo tipografia na

cor preta e fundo branco.

Possui bom contraste, sendo tipografia na cor preta e fundo branco.

Não utiliza a cor de fundo adequada, pois faz uso da cor amarela

em parte da etiqueta.

Caracteres apagados, rasurados ou

borra-dos Não possui.

Não possui, entretan-to no ponentretan-to de venda notou-se etiquetas com sangria, cortando

infor-mações relevantes Possui partes apagadas em locais diferentes nas etiquetas. Ocorre também corte de palavras. Expor informação em

ângulo que dificulte a

percepção Não possui. Não possui. Não possui

Abreviaturas

Possui, de acordo com a legislação, sem prejuízos para o

consumidor.

Possui, de acordo com a legislação, sem prejuízos para o

consumidor.

Possui, de acordo com a legislação, sem prejuízos para o

consumidor.

Código de barras Possui. Possui. Possui.

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3.6 SÍNTESE DOS COMPARATIVOS Feita a análise, conclui-se que:

Nenhuma das grandes redes de supermercado cumpre todas as exigências legais, sendo assim, infere-se que as etiquetas não estão adequadas para os consumidores mesmo quando há algumas informações na etiqueta conforme exigido por lei, contudo, as informações são disponibilizadas de maneira equivocada.

Observa-se que quando se trata de “Tipos não uniformes”, uma das empresas disponibiliza as etiquetas com caracteres apagados e as outras duas até disponibilizam a informação por meio de uma tipografia condensada com tipos uniformes, todavia, esse estilo não é adequado para uma boa leitura principalmente quando a informação tem a relevância conforme abordado nesse projeto.

Sobre contraste entre tipografia e fundo apenas um supermercado fez a utilização de fundo com uma cor amarela vibrante. Provavelmente ao fazer esse uso a empresa acreditava ser uma boa opção, contudo, a combinação de tipografia preta e fundo amarelo vibrante não se adéqua as necessidades do consumidor com baixa visão ao enxergar uma vez que esse fator foi mencionado em entrevista realizada. Além disso, de acordo com a pesquisa elaborada por Meürer, Gonçalves e Correio (2014) essa combinação de cores (preto sobre fundo amarelo) não é adequada para consumidores que possuem baixa visão.

Sobre caracteres apagados apenas uma das etiquetas possui falhas na etiqueta que podem ser em decorrência do tipo de impressão, além do corte de palavras no começo da etiqueta e sobra ao final.

Não foi identificado em nenhuma das etiquetas uma informação em ângulo que dificulte a leitura por parte do consumidor.

Foi identificado a existência de abreviaturas nas etiquetas, apesar de considerar-se que esta não é uma boa forma de informar o produto, há amparo legal para a prestação de informações nesse formato.

Encontrou-se em todas as etiquetas a presença de código de barras, entretanto, observou-se os números em tamanho extremamente reduzido dificultando a identificação destes juntamente com o produto compatível.

Por meio desse levantamento identificou-se que as dificuldades em informar sobre os produtos ultrapassam os limites dos supermercados, uma vez que a própria legislação complica a tarefa de fazê-la por exigir muitas informações que sobrecarregam o espaço disponível da etiqueta.

Sabe-se sobre a necessidade de melhorias ao propor o novo layout, as quais são indicadas na parte do desenvolvimento deste projeto.

(34)

4. DESENVOLVIMENTO

4.1 ETIQUETA

A primeira parte do desenvolvimento deu-se a partir da definição do tamanho e no layout focado na escolha da tipografia, tamanho, cores e conteúdo de acordo com a legislação vigente e as necessidades do público desejado, realizado com o auxílio de bibliografias que atestam determinados tamanhos e formatos (regular, bold e itálico) ideais para atender ao consumidor.

4.1.1 Tamanho

As etiquetas encontradas possuem uma média no tamanho do comprimento 64 mm, variando entre 46 mm até 72 mm de comprimento. Com relação à altura das etiquetas a média é de 34 mm, variando entre 32 mm até 36 mm.

Considerou-se para a definição do tamanho da etiqueta a média de tamanho de comprimento e altura, que ao mesmo tempo é a média de tamanho que comporta uma etiqueta utilizada hoje nos supermercados. Definiu-se para o tamanho da etiqueta em 65 mm (comprimento) e 35 mm (altura).

Esse tamanho foi definido para atender de modo satisfatório a inclusão de todas as informações exigidas legalmente. Destaca-se ainda que não existe uma especificação legal sobre o tamanho das etiquetas. Por isso optou-se por fazer essa média de tamanho para manter o padrão das gôndolas e facilitar que o projeto seja engajado com o menor custo possível para os empresários, sendo realmente viável a implantação dele.

4.1.2 Tipografia

A tipografia no layout definiu-se a partir da hierarquia das informações, ressaltadas de acordo com o nível de importância de cada uma delas. Redefiniu-se a hierarquia, devido à falta dela para alguns itens, foi definido a ordem da seguinte maneira: preço, informação do produto, preço por unidade de medida, nº do código de barras e impostos/tributos.

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etapa, que é a validação. Entretanto, há alguns elementos que podemos filtrar para acertar o máximo possível. Indica-se a utilização de tipos com tamanhos de 16 e 18 pontos (Meürer, Gonçalves e Correio.2014).

De acordo com a conclusão da pesquisa sobre tipografia e baixa visão (Meürer, Gonçalves e Correio.2014), as tipografias mais legíveis são: Arial e Times New Roman, faz-se menção que o fato de serem tipografias com uma certa familiaridade pelos entrevistados influencia na legibilidade. Outra questão apontada pela pesquisa é a utilização de tipos bold, apesar deles possuírem maior contraste, não são adequados quando o texto é extenso.

Então, definiu-se pela utilização das tipografias mais populares Arial e Times

New Roman e optou-se fazer um teste com a Tahoma, o qual é mencionada (Meürer,

Gonçalves e Correio. 2014.) como uma boa tipografia para pessoas com baixa visão.

4.1.3 Cores

Devido ao estudo realizado relativo à dificuldade com contrastes de cores vibrantes para pessoas com deficiência, observou-se que não há contraste melhor entre cores do que entre preto e o branco. Por isso optou-se utilizar o fundo branco e a tipografia em preto. Justifica-se ainda essa escolha através das dez recomendações descritas por Meürer, Gonçalves e Correio (2014. p.38) conforme as recomendações da Lighthouse Internacional, organização sem fins lucrativos fundada em 1905 que dedica-se às peculiaridades dos deficientes visuais.

4.1.4 Código de barras

Inicialmente estudava-se a incorporação do Qr Code nas etiquetas, entretanto, verificou-se que a legislação vigente exige diversos conteúdos nas etiquetas, assim, comprometendo o pequeno espaço disponível para revelar as informações.

Além disso observou-se que o Qr Code não é exigido por lei e possui função similar ao Código de Barras que é exigido, então de fato é desnecessária a inclusão do Qr Code nas etiquetas.

De acordo com a GS1 Brasil (Associação Brasileira de Automação, 2018) no mercado de atacado e varejo o padrão de código de barras utilizado (Figura 10) é o EAN-13 (ou GTIN-13) o qual possui 13 dígitos para identificação de informações sobre o produto. O código de barras é descrito da seguinte maneira:

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Figura 4: Código de Barras EAN - 13

Fonte: GS1 Brasil - Associação Brasileira de Automação (27/03/2018)

Observa-se então que abaixo do código de barras deve haver treze números que servem como número referencial ao produto.

4.1.5 Matriz para Impressão

O tipo de material onde as informações são impressas é tão importante quanto os demais requisitos exigidos por lei, uma vez que foi observado através da visita no ponto de venda materiais inadequados os quais perecem na fixação da impressão sobre o papel.

Devido a isso e às instruções conforme explícito por Meürer, Gonçalves e Correio (2014) o papel para a leitura das informações deve ser fosco. Concluindo então pela utilização de papel sulfite 74 g.

4.1.6 Layout

O layout foi estudado por meio de roughs (Figura 5) gerando diversas alternativas até decidir-se sobre qual a melhor disposição de cada elemento dentro da etiqueta, bem como tamanhos das tipografias e sangria.

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Figura 5: Roughs etiquetas

Fonte: Autoria própria (17/10/2017)

Após desenhar diversos layouts de etiquetas elaborou-se o layout no Adobe Illustrator para a realização da entrevista, a qual faz-se um teste com um grupo de pessoas que fazem parte do perfil do público-alvo.

Os layouts das etiquetas foram feitos para a realização da entrevista de pessoas com perfil compatível ao público-alvo. Foram feitos três modelos diferentes (Figura 6) variando a disposição dos elementos, tipografia e tamanhos delas.

Como já destacado anteriormente, inicialmente estudava-se a ideia em inserir o Qr Code, entretanto, após estudos conclui-se na desnecessidade desse recurso inserindo apenas o código de barras (Figura 6).

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Figura 6: Layout das etiquetas para entrevista Fonte: Autoria própria (2017)

Foram criados três layouts diferentes entre si tendo em comum apenas: o tamanho da etiqueta, o contraste tipografia/fundo (preto e branco), e as informações exigidas por lei. A disposição dos elementos foram colocadas em ordens e tamanhos diferentes para verificar a hierarquia desejada pelo consumidor, considerando assim que aquelas escolhidas com tamanhos menores não são consideradas como relevantes.

Todas as tipografia utilizadas foram definidas através das recomendações (MEÜRER; GONÇALVES; CORREIO. 2014. p 39 e 44) comprovadas através de pesquisas feitas diretamente com o público que possui baixa visão.

Destaca-se ainda que todas as tipografias com a informação mais relevante (Descrição do produto e preço) possuem tamanhos a partir de 16 pontos exceto a Times New Roman por ser conseguir o mesmo resultados das demais com o tamanho de 15 pontos.

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5. VALIDAÇÃO

Definiu-se essa etapa como validação devido à função que ela exerce frente ao projeto, uma vez que se averígua diretamente com o potencial usuário que aponta as falhas dos projetos gráficos. Apresentam-se nela as entrevistas realizadas, bem como as alterações em decorrência dos apontamentos.

5.1 ENTREVISTA PARA VALIDAÇÃO DO LAYOUT DA ETIQUETA

O objetivo principal da realização da entrevista é a captação de informações e dados para o desenvolvimento da etiqueta, sendo que nela identifica-se as alterações de layout, tipografia e demais que poderão ser declaradas pelos participantes da entrevista.

Observa-se que nesta etapa captou-se informações de onze pessoas divididas em três grupos diferentes:

● Entrevista pessoal de pessoas com baixa visão ● Entrevista pessoal de pessoas com visão normal ● Perguntas via Formulário do Google

O número de pessoas ficou dividido em quatro pessoas com baixa visão, uma com baixa visão monocular, três sem baixa visão (entrevistadas pessoalmente) e três sem baixa visão (perguntas via Formulário Google).

As quatro pessoas com baixa visão foram entrevistadas no Instituto Paranaense dos Cegos sito na Av. Visconde de Guarapuava, 4186 - Centro, Curitiba - PR.

Optou-se pela realização da entrevista padronizada ou estruturada (MARCONI; LAKATOS. 2003. p. 197) com perguntas fechadas (ou dicotômicas), perguntas tricotômicas e perguntas de fato (MARCONI; LAKATOS. 2003. p. 206-208).

Para a realização da entrevista fez-se a impressão dos três modelos de etiquetas desenvolvidos para averiguação de alguns dados conforme cada pergunta.

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Para a realização da entrevista fez-se a impressão dos três modelos de etiquetas desenvolvidos para averiguação de alguns dados conforme cada pergunta. Os participantes reponderam as seguintes perguntas, o qual obteve-se os respectivos resultados:

● Quantos anos você possui?

Figura 7: Entrevista - pergunta 1 Fonte: Autoria própria (2018) ● Você possui baixa visão?

Figura 8: Entrevista - pergunta 2 Fonte: Autoria própria (2018)

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● Você frequenta supermercados?

Figura 9: Entrevista - pergunta 3 Fonte: Autoria própria (2018)

● Em qual etiqueta você teve maior dificuldade em ler?

Figura 10: Entrevista - pergunta 4 Fonte: Autoria própria (2018)

● Qual das três fontes você achou mais fácil ler?

Figura 11: Entrevista - pergunta 5 Fonte: Autoria própria (2018)

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● Qual etiqueta você prefere quanto à disposição dos elementos?

Figura 12: Entrevista - pergunta 6 Fonte: Autoria própria (2018)

5.1.1 Síntese

Após a realização da entrevista diversos pontos foram esclarecidos sobre o desempenho na transmissão das informações. Destaca-se os pontos:

● Apesar da diversidade de idade dos entrevistados, a maior parte dos entrevistados possui entre 26 e 35 anos correspondendo a quase 50% deles. ● A maior parte dos entrevistados, pessoalmente, possuem baixa visão (54,5%).

Isso é considerado um ponto positivo, pois como o projeto possui intenção de abrangência a esse público conseguirá garantir a qualidade das informações transmitidas a eles também.

● Apenas um dos entrevistados respondeu que frequenta às vezes supermercados, isso deve-se ao fato de possuir apenas 15 anos (sendo o mais novo dentre os entrevistados). Destaca-se ainda que uma das entrevistadas disse que frequentava praticamente todos os dias esse tipo de comércio (entrevistada possui 25 anos).

● Sobre as opções das etiquetas infere-se que a terceira opção apresentada, cuja tipografia é a Times New Roman, foi considerada como a pior para a leitura. Os entrevistados com baixa visão responderam com unanimidade que a terceira opção continha caracteres ruins para a leitura, um deles, inclusive, relatou que talvez fosse pela diminuição da largura dos tipos nas extremidades. ● Quando perguntado aos entrevistados com baixa visão sobre a melhor opção

quando se trata de leitura três deles informaram sobre a primeira ser a mais confortável, entretanto, todos consideraram como boa a segunda opção também;

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um entrevistado sem baixa visão também preferiu a primeira opção. Observa-se que os deficientes visuais relataram que apenas conObserva-seguiram enxergar o preço, constatando-se sobre a insuficiência do tamanho de 16 pontos (como recomendado) para a leitura das etiquetas. Já os entrevistados sem a doença e a entrevistada com baixa visão monocular conseguiram ler todas as informações com facilidade.

● Como os entrevistados com baixa visão apenas enxergaram o preço não apontaram preferência entre as opções sobre a disposição dos elementos. Dentre os demais entrevistados obteve-se a maioria das escolhas para a primeira opção.

5.2 VALIDAÇÃO NO PONTO DE VENDA

Para a fase final do projeto foi necessário considerar novamente tudo o que foi relatado nas entrevistas pelos consumidores bem como das referências bibliográficas. Dentro dessa fase estão o desenvolvimento dos novos modelos, a elaboração das tarefas a serem realizadas no ponto de venda, a visita prévia no supermercado, a realização da validação e a síntese pós validação.

5.2.1 Novos modelos

O desenvolvimento dos novos modelos iniciou-se de acordo com os modelos anteriores apresentados aos consumidores o qual aprovaram a tipografia do primeiro layout (Figura 13), por ser mais confortável, assim como da disposição das informações na etiqueta.

Figura 13: Etiqueta opção número 1 Fonte: Autoria própria (2018)

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Apesar desse layout ter sido considerado como o melhor pela maioria dos entrevistados aqueles que possuem baixa visão não conseguiram ler a descrição do preço, mesmo que tenha sido feito com o tamanho da tipografia conforme a referência sugere para 16 pontos. Devido a isso desenvolveu-se o novo modelo com a tipografia em tamanho de 18 pontos bem como com entrelinha de 24 pontos (30% maior que o corpo do texto) conforme a instituição Lighthouse Internacional recomenda (MEÜRER, GONÇALVES, CORREIO. 2014. p. 39). Aumentou-se também o tamanho dos números referenciais do código de barras para possível conferência entre produto e etiqueta.

Outro elemento alterado da tipografia foi a caixa alta presente em todos os tipos: da descrição do produto, do preço por unidade de medida e do valor de imposto, transpondo para caixa alta apenas na primeira letra da primeira palavra (normalmente o nome da marca do produto) para otimizar a leitura dos usuários.

Quanto ao fundo da etiqueta optou-se pela utilização de dois fundos, sendo: branco e amarelo (Figura 14). Observa-se ainda que alterou-se o tamanho da etiqueta para 70 mm (comprimento) e 32 mm (altura) para conseguir adequar o espaço conforme o novo tamanho da tipografia .

Figura 14: Etiquetas para validação com cor de fundo diferente Fonte: Autoria própria (2018)

Referências

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