Análise dos inquéritos por questionário

Os inquéritos por questionário foram aplicados aos EE das crianças da Educação Pré- Escolar, uma vez que estes participaram de forma integral no projeto. A amostra deste estudo contou com dezasseis participantes.

O questionário estava organizado em três partes: a primeira parte incluía questões relacionadas com o Projeto de Intervenção, e as seguintes – segunda e terceira parte - centravam- se nas especificidades das investigações realizadas por mim e pela minha colega de estágio. Apenas serão apresentados os resultados dos dados obtidos do projeto de sala e os dados recolhidos sobre o projeto de Interculturalidade. Tivemos preocupações éticas, sendo respeitada a confidencialidade e o anonimato.

No que diz respeito ao Projeto de Intervenção, as questões colocadas tinham como objetivo perceber de que forma é que as crianças estavam envolvidas nos projetos e de que forma chegava até aos EE. Pretendia-se também compreender a importância e a relação que os EE estabeleciam com o que os filhos aprendiam e contavam diariamente em casa sobre a escola. Assim, o questionário foi composto por 5 questões:

I. As crianças contavam em casa o que faziam e aprendiam na sala sobre o projeto? II. As crianças referiam-se ao projeto com entusiasmo?

III. Considera que as atividades foram pensadas tendo em conta o grupo de crianças? IV. Considera que a elaboração deste projeto despertou interesse e curiosidade às

crianças e a aprenderem coisas novas sobre as temáticas?

V. A partir do que o seu educando conta do que aprende consegue acompanhar e avaliar o que foi trabalhado no Jardim de Infância?

Os resultados obtidos foram bastante positivos, revelaram que as crianças não só mostravam interesse em contexto escolar, mas também em casa, transmitindo isso aos familiares.

No que diz respeito ao tema desta investigação, contava com sete questões, também de escolha múltipla e apenas uma questão era de resposta aberta e opcional:

1. Considera que o projeto ajudou e ajudará as crianças a “olharem para as diferenças sem discriminação?

2. Considera que o projeto promoveu um “olhar curioso” do seu educando para as diferenças?

Capítulo IV – Desenvolvimento e Avaliação da Intervenção Pedagógica 2019

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3. Considera que o seu educando conheceu outras culturas e ampliou o seu conhecimento do mundo?

4. Considera que o seu educando aprendeu a respeitar a diferença?

5. Considera que as crianças estão preparadas para convier sociavelmente com outras crianças/adultos de outras culturas, etnias, nacionalidades, religiões, etc.?

6. Como cada vez mais vivemos num mundo diversificado, julga ser importante trabalhar a temática da multiculturalidade e da interculturalidade na Educação Pré-escolar?

7. Considera que o projeto criou oportunidades de promoção da e para a vida em sociedade?

8. Gostaria de partilhar alguma informação sobre o seu educando e a diferença cultural (alguma situação que observou, alguma questão que tivesse levantado, algum comentário sobre oque aprendeu ou viu, etc.)?

De seguida, são apresentados os resultados obtidos nos questionários num gráfico de barras.

Figura 60 – Representação gráfica dos dados obtidos nos questionários

Através dos dados apresentados no gráfico (Fig. 60), observa-se que uma grande percentagem das respostas dadas pelos EE foram favoráveis. No entanto, observam-se alguns dados que nos levantam curiosidade, no sentido de perceber a perspetiva dos EE e poder melhorar futuramente. Contudo, sendo os questionários de caráter anónimos, não foi possível obter informações que clarificassem os resultados de “Discordo” e “Sem Opinião”.

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Pergunta 1 Pergunta 2 Pergunta 3 Pergunta 4 Pergunta 5 Pergunta 6 Pergunta 7

Respostas dos Questionários

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À resposta oito, apenas dois EE deram o seu parecer, sendo um contributo fundamental para avaliar o trabalho desenvolvido ao longo dos meses, bem como o impacto que teve na vida das crianças e das próprias famílias. De seguida, são apresentados os dois contributos (Fig. 61 e Fig. 62):

Figura 61 - Resposta à pergunta 8

Capítulo V

Considerações Finais

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Para concluir o percurso formativo no âmbito do estágio, é essencial realizar uma retrospeção crítica e reflexiva da investigação realizada. O tema abordado requer cada vez mais uma maior atenção nos dias de hoje. São visíveis as enormes alterações da sociedade, pois esta é cada vez mais diversificada o que traz evidentes exigências por todos. Alvo dessas alterações são sem dúvida as escolas, tendo em conta que a educação é um bem comum de todos os cidadãos é necessário que estas estejam preparadas para receber e integrar todos as crianças/alunos. A escola tem “um papel fundamental a desempenhar na construção e na valorização de um mundo verdadeiramente plural, onde caibam todos e todas, onde todas as culturas, etnias e identidades sejam respeitadas” (Andrade, 2009, p. 42). Por tudo isto, torna-se imprescindível que a escola dê resposta a esta nova evolução da sociedade, sendo de extrema importância que todos os intervenientes do SE estejam recetíveis às mudanças, criando e utilizando estratégias de modo a corresponder às exigências da população.

O cenário escolar atual exige o repensar das práticas educativas de modo a quebrar as barreiras existentes. É possível verificar, como já apresentado, algumas alterações no que concerne a este tema nos programas educativos, expondo a necessidade de “contribuir para a formação de pessoas responsáveis, autónomas, solidárias, que conhecem e exercem os seus direitos e deveres em diálogo e no respeito pelos outros, com espírito democrático, pluralista, crítico e criativo, tendo como referência os valores dos direitos humanos” (Ministério da Educação e Ciência, 2013, p. 1). A educação para a cidadania, desempenha um papel fundamental na formação pessoal e social dos futuros cidadãos, tornando-se assim primordial construir um exercício que “implica, por parte de cada indivíduo e daqueles com quem interage, uma tomada de consciência, cuja evolução acompanha as dinâmicas de intervenção e transformação social” (Idem).

Para que ocorra essa transformação social consideramos ser necessário serem criadas estratégias que promovam e transmitam valores fundamentais de cidadania e desenvolvimento. A educação para a cidadania insere-se no currículo como uma abordagem transversal, desde a educação pré-escolar até ao fim da escolaridade obrigatória, sendo que cada escola pode adotar as estratégias que lhe parecem mais adequadas, desenvolvendo projetos e atividades que incluam as famílias e a comunidade.

Segundo as linhas orientadoras da Educação para a Cidadania (Ibidem, p. 2) “a educação para a cidadania pode ser desenvolvida em função das necessidades e problemas específicos da comunidade educativa em articulação e em resposta a objetivos definidos em cada projeto