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Capítulo 5 Estudo de caso com projetos reais

5.4 Avaliação da Técnica de GVA HDC com Dados Históricos de Desempenho de

5.4.2 Análise dos Melhores e Piores Resultados do Erro Médio

Os projetos que apresentaram maior diferença na exatidão da ENT foram estudados mais profundamente. Os resultados serão discutidos a seguir.

A Figura 5.11 mostra as projeções da ENTTrad e da ENTHDC, calculadas usando o IDCTrad e o IDCHDC para o projeto 19, no qual o Erro Médio da Técnica Tradicional foi muito maior que o da Técnica Proposta (apesar do projeto 17 ter apresentado a maior diferença de erro da ENT em relação a técnica tradicional até 75% de execução, considerando 100% da execução do projeto a maior diferença de erro passa a ser do projeto 19). No eixo “X” é possível notar as atividades do projeto, e no eixo “Y” é possível notar a ENTTrad, ENTHDC, e os limites superiores e inferiores (foram considerados os limites de especificação apresentados por (CHRISTENSEN et al., 1993; ZWIKAEL, 2000; LIPKE, 2006a; HEDERSON e ZWIKAEL, 2008), de mais ou menos 10%. Os limites foram definidos quando o projeto tinha sido 20% executado).

Figura 5.11 – Projeções das ENTTrad e ENTHDC calculadas usando o IDCTrad e IDCHDC para o projeto 19

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É possível notar que o ENTHDC apresenta pequena variação durante toda a execução do projeto, enquanto o ENTTrad apresenta uma grande variação (e grande erro) no inicio do projeto, e leva quase 50% do projeto para alcançar uma estimativa mais exata. O projeto 19 apresentou a maior exatidão entre os projetos estudados, quando a técnica proposta foi utilizada.

É possível notar também na Figura 5.11, o impacto da mudança de uma fase no IDCAcum, próximo da atividade 9, da atividade 18 e com menos intensidade próximo à atividade 27.

A grande diferença observada entre o ENTTrad e o CRFinal ocorreu no projeto 19, porque o IDCTrad também apresentou uma grande amplitude. A variação do IDCTrad e IDCHDC podem ser vistas na Figura 5.12. É possível notar que o IDCHDC é estável durante toda a execução do projeto. Por outro lado é possível notar também que o IDCTrad estabilizou-se somente próximo do meio da execução do projeto.

Figura 5.12 – Variações do IDCTrad e IDCHDC para o projeto 19

Por fim a Figura 5.13 mostra a variação do IDCTrad e do IDCHDC usando um gráfico de Box plot. Por esse gráfico fica evidente a menor variação do IDCHDC e a razão da melhor exatidão. O Box Plot da esquerda, que representa o IDCHDC apresenta menor variação e a média dele encontra-se extremamente próxima do IDCFinal do projeto, o que indica que na

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maior parte do tempo a técnica proposta gerou uma projeção da ENT muito próxima do CRFinal.

Figura 5.13 – Gráfico de Box Plot do IDCTrad e IDCHDC para o projeto 19

Por outro lado, o projeto 13 apresentou o pior resultado da ENT para a técnica proposta. A Figura 5.14 mostra o ENTTrad e o ENTHDC calculados utilizando o IDCTrad e IDCHDC respectivamente. É possível notar que, apesar do ENTHDC apresentar estimativas com menos variação que a ENTTrad, as estimativas apresentadas pela ENTHDC foram erradas e fora dos limites superiores e inferiores.

Estudando o projeto 13 e 22 mais a fundo, foi possível identificar que uma das fases não foi executada em ambos os projetos. A fase de “Correção” não foi executada porque os projetos não apresentaram nenhum defeito ao serem realizados os testes. Dessa forma o Custo Real (CRAcum), foi menor que o esperado e consequentemente o IDCTrad foi maior que o esperado, conforme mostra a Figura 5.15.

Portanto, o pior desempenho da técnica proposta representa um caso anormal ou no mínimo menos freqüente nos projetos avaliados.

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Figura 5.14 – Projeções das ENTTrad e ENTHDC calculadas usando o IDCTrad e IDCHDC para o projeto 13

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É importante notar que tanto na Figura 5.14 quanto na Figura 5.15 o IDCFinal e o CRFinal ficaram fora dos limites de especificação.

Figura 5.16 – Gráfico de Box Plot do IDCTrad e IDCHDC para o projeto 13

É possível notar no gráfico da Figura 5.16, que a dispersão do IDCHDC foi maior do que a do IDCTrad, justamente no projeto que obteve o pior desempenho entre os que utilizaram a técnica proposta, o que sugere que projetos com menor variação do IDCAcum tendem a apresentar menores erros da ENT.

Finalmente a Figura 5.17 indica que ambas as técnicas apresentam um aumento na exatidão (redução do Erro Médio) quando o projeto progride em sua execução, conforme reportado por diversos autores (CHRISTENSEN et al., 1998, ZWIKAEL, 2000, LIPKE, 2006ª, e HEDERSON e ZWIKAEL, 2008). Entretanto, a técnica proposta provê melhor exatidão da ENT próximo do inicio, do meio e próximo do final da execução dos projetos em relação á técnica tradicional, conforme mostra a Figura 5.17.

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Figura 5.17 – Erro Médio (Exatidão) das ENT´s Trad e ENT´s HDC dos Projetos com 25%, 50% e 75% Executado

A técnica proposta também provê menor variação do IDCAcum próximo do inicio do meio e do final da execução dos projetos em relação a técnica tradicional, conforme mostra a Figura 5.18. Entretanto, a variação do IDCAcum da técnica proposta aumentou conforme o projeto foi executado. Isso ocorre em função da técnica proposta tentar “calibrar” o IDCAcum usando os dados históricos, quando a tendência no final da execução do projeto é que o IDCAcum se mantenha estável. Ainda que o IDCAcum da técnica proposta aumente sensívelmente no decorrer da execução dos projetos, ele ainda permanece bem inferior ao IDCAcum da técnica tradicional, conforme ilustra a Figura 5.18.

O fato do Erro Médio da ENT calculada com a técnica proposta (Figura 5.17) diminuir, ainda que a variação média do IDCAcum calculado também pela técnica proposta aumente, significa que esse aumento de variação pode estar sendo importante para o calculo da ENT mais exata.

19,4% 19,5% 18,8% 56,2% 50,2% 40,5% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 25% 50% 75%

Erro ENT HDC Erro ENT Trad

% Executado do Projeto Er ro M éd io d a EN T d as c n ic as

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Figura 5.18 – Variação Média (Precisão) dos IDC´s Trad e IDC´s HDC dos Projetos com 25%, 50% e 75% Executado