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Capítulo 4 Avaliação e evolução das Técnicas propostas através de uma metodologia

4.4 Segundo Estudo de Viabilidade da Técnica de GVA com Dados Históricos de

4.4.1 Execução da Simulação de GVA com Dados Históricos de

As premissas avaliadas no primeiro estudo não eram suficientes para garantir que a técnica proposta fosse eficiente em projetos reais, nos quais não se tem dados históricos de todas as fases utilizadas na execução de um projeto.

Dessa forma, como o objetivo do segundo estudo era identificar o percentual mínimo de dados históricos que um projeto deveria ter, e sua variação máxima, para que a técnica proposta traga melhores resultados, a simulação estabeleceu como referência, que a equipe só conhecia o equivalente a aproximadamente 5% dos dados históricos de desempenho de custos (IDCAcum) de uma única fase. E essa fase apresentava variação de mais ou menos 20% (amplitude de 40%) do IDCAcum. Essa fase, também, seria a última a ser executada no ciclo de vida do projeto. Esses valores de 5% de percentual conhecido e 40% de amplitude foram estabelecidos como valores iniciais por conveniência.

4.4.2 Resultados Obtidos com a Utilização da Técnica de GVA com Dados Históricos de Desempenho de Custo (GVAHDC)

A simulação mostrou que a técnica apresentou um ganho de exatidão médio de cerca de 2,4%, conforme ilustram a Tabela 4.11 e 4.12 que mostram os erros nas

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estimativas entre as técnicas GVA Tradicional e GVA com Dados Históricos de Desempenho de Custo.

Tabela 4.11– Comparação de Erro da Estimativa No Término (ENT) entre as Técnicas

GVATrad e GVAHDC

Técnica Projeto01 Projeto02 Projeto03 Projeto04 Projeto05 Projeto06

GVA Trad 34,9% 25,4% 11,2% 21,7% 11,5% 9,7%

GVA HDC 33,4% 23,5% 10,4% 19,8% 10,7% 9,5%

A diferença entre os erros apresentados em alguns projetos foi pequena, como por exemplo, nos projetos 06 e 09. Em função disso, foi realizada uma simulação de 100.000 casos visando identificar se, em algum desses casos os erros apresentados pela técnica proposta apresentariam resultados piores do que os da técnica tradicional. A simulação dos 100.000 casos foi realizada utilizando uma macro desenvolvida na ferramenta Visual Basic for Application, e os resultados obtidos estão nas Tabela 4.13, 4.14 e 4.15.

Tabela 4.12– Comparação de Erro da Estimativa No Término (ENT) entre as Técnicas

GVATrad e GVAHDC

Técnica Projeto07 Projeto08 Projeto09 Projeto10 Desvio

Padrão Média GVA Trad 7,7% 47,3% 9,9% 13,3% 0,13114 19,3%

GVA HDC 6,6% 42,8% 9,8% 12,3% 0,12004 17,9%

Nessas simulações foram avaliados: (i) qual o percentual de casos nos quais a técnica proposta apresentou melhores resultados de exatidão do que a técnica tradicional, após 25%, 50% e 75% de execução, e considerando a soma desses três momentos, (ii) de quanto foi o ganho médio de exatidão da técnica proposta nesses três momentos e no total; (iii) percentual de casos nos quais a técnica proposta apresentou melhores resultados de precisão do que a técnica tradicional, após 25%, 50% e 75% de execução, e considerando a soma desses três momentos, e (iv) de quanto foi o ganho médio de precisão da técnica proposta nesses três momentos e no total. Para os casos nos quais a técnica proposta foi pior que a tradicional, a macro também computou quão pior a técnica proposta foi.

A Tabela 4.13 mostra que, em 100% das simulações conduzidas, a técnica de GVAHDC obteve redução de 0,80% do Erro Médio em relação à técnica tradicional, quando

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o projeto estava com 25% e 50% de execução. Quando o projeto estava com 75% de execução, a técnica GVAHDC obteve redução de 0,05% do Erro Médio, em 56% das simulações conduzidas.

Tabela 4.13– Ganho de Exatidão (Redução do Erro Médio) na Estimativa No Término

(ENT) da Técnica de GVAHDCem 25%, 50% e 75% de Execução do Projeto, em Relação à GVATrad

Percentual de Casos Nos Quais o Erro Médio (Exatidão) de GVATrad>GVAHDC

Erro ou Exatidão 25% Exec Ganho de Exatidão 50% Exec Ganho de Exatidão 75% Exec Ganho de Exatidão GVATrad> GVAHDC? 100,00% 0,80% 100,00% 0,80% 56,00% 0,05 %

A técnica proposta se mostrou mais exata no final do projeto em poucos casos e isso se deve, principalmente, a redução da variação do IDCAcum no final da execução dos projetos, fato também observado por como (CHRISTENSEN et al., 1993; LIPKE, 2006a; HENDERSON e ZWIKAEL, 2008).

Portanto, no geral, considerando-se o ganho ou perda de exatidão das técnicas nos três momentos distintos (a soma dos três erros), houve redução do erro médio de 1,60% da técnica GVAHDC em 100% dos casos avaliados, como mostra a Tabela 4.14. Assim como na primeira simulação, observou-se que em ambas as técnicas houve um aumento de exatidão quando o projeto aproximava-se do fim.

Tabela 4.14– Ganho de Exatidão (Redução do Erro Médio) na Estimativa No Término

(ENT) da Técnica de GVAHDCem 25%, 50% e 75% de Execução do Projeto, em Relação à GVATrad

Testes Resultado Final Erro ou Exatidão Erro médio

GVATrad>GVAHDC

Ganho de Exatidão Total GVATrad> GVAHDC? 100,00% 1,60%

A simulação, também, apontou que houve, ganho de precisão (Redução da Variação do IDCAcum) em 100% dos casos, quando o projeto estava com 25%, 50% e 75% de execução, ocorrendo redução da variação do IDCAcum de 0,80%, 0,36% e 0,14%,

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respectivamente. A redução total de variação no IDCAcum foi de 1,30%, conforme mostra a Tabela 4.14.

Tabela 4.15– Ganho de Precisão (Redução da Variação do IDCAcum) da Técnica de GVAHDCem Relação à GVATrad

Ganho de PrecisãoDurante a Execução do Projeto Resultado Final Precisão ou Var. 25% Ganho de Precisão 50% Ganho de Precisão 75% Ganho de Precisão Ganho Total de Precisão GVATrad> GVAHDC? 100% 0,80% 100% 0,36% 100% 0,14% 1,30%

Como houve algum ganho de exatidão (redução do erro médio do ENT) e de precisão (redução da variação do IDCAcum) na aplicação da técnica de GVA com dados históricos de desempenho de custo, o percentual de dados históricos de desempenho de custo disponível foi reduzido progressivamente para cerca de 3%, 2% e até para 1,5% (para isso a função aleatório recebeu os valores de 6 – 8 para as horas estimadas e reais). Em todas as simulações ainda ocorreram ganhos de exatidão e de precisão entre as três medições previstas (redução do erro médio da ENTde 1,08%, 0,80% e 0,50% e redução da variação do IDCAcum de 0,95%, 0,68% e 0,44%, respectivamente).

Foram ainda realizados os testes de hipótese para confirmar se o ganho de exatidão da ENT e de precisão do IDCAcum da técnica proposta com 1,5% de dados históricos disponível era significativo. Foram utilizados os dados presentes na amostra da Tabela 4.16.

Tabela 4.16–Exatidão do ENT Entre Projetos que Utilizam a Técnica de GVATrad e GVAHDC Técnica P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 Trad. Total 3,8% 15,8% 30,0% 21,7% 24,5% 24,8% 23,4% 19,4% 26,6% 7,9% HDC Total 3,6% 14,5% 28,8% 20,8% 23,0% 23,9% 22,6% 19,7% 25,6% 7,2% Trad. 25% 1,8% 7,9% 16,3% 8,6% 14,2% 12,3% 7,5% 9,2% 11,1% 0,5% HDC 25% 1,6% 7,4% 15,4% 8,0% 13,5% 11,6% 7,1% 9,3% 10,4% 0,0% Trad. 50% 1,2% 6,3% 11,0% 11,8% 9,8% 10,0% 14,3% 2,8% 14,9% 5,8% HDC 50% 1,0% 5,8% 10,3% 11,1% 9,3% 9,4% 13,7% 2,9% 14,2% 5,1% Trad. 75% 0,8% 1,6% 2,8% 1,3% 0,5% 2,5% 1,6% 7,4% 0,7% 1,6% HDC 75% 0,9% 1,2% 3,1% 1,6% 0,2% 2,8% 1,9% 7,5% 1,0% 2,1%

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Tabela 4.17– Testes de Hipótese de Exatidão do ENT para 1,5% Conhecido de IDCAcum da Fase

Hipótese Teste T Valor de p Conclusão H0ExatidãoTotal ErroENTGVATradicional– ErroENTGVAHDC = 0 5,063 0,000339 Refutar H0

H0Exatidão25% Erro ENTGVATradicional 25% – Erro ENTGVA HDC

25% = 0

6,089 9,07x10-9 Refutar H0

H0Exatidão50% Erro ENTGVATradicional 50% – Erro ENTGVA HDC

50% = 0

5,491 0,000192 Refutar H0

H0Exatidão75% Erro ENTGVATradicional 75% – Erro ENTGVA HDC

75% = 0

-1,766 0,944 Aceitar H0

Os resultados dos testes de hipótese sobre a amostra exibida na Tabela 4.16 são exibidos na Tabela 4.17.

A análise dos dados contidos na Tabela 4.17, fornecem indícios de que a técnica proposta provê maior exatidão das estimativas de custo, quando o projeto foi 25% e 50% executado, e no geral, considerando os três momentos reportados, com 95% de significância. E, conforme esperado, o ganho de exatidão da técnica proposta, após 75% do projeto ter sido executado, não foi significativo, segundo o teste de hipótese realizado.

Foram ainda realizados os testes de hipótese para confirmar se o ganho de precisão da técnica com 1,5% do IDCAcum da fase conhecido era significativo. Foram utilizados os dados presentes na amostra da Tabela 4.18.

Tabela 4.18– Amostra de Precisão do IDCAcum entre Projetos que Utilizam a Técnica de GVATrad e GVAHDC

Técnica P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 Trad. Total 20,0% 16,3% 12,7% 24,2% 10,2% 13,0% 11,2% 13,9% 16,8% 6,5% HDC Total 19,8% 16,1% 12,6% 23,7% 10,0% 12,8% 11,1% 13,6% 16,5% 6,4% Trad. 25% 7,2% 8,1% 2,3% 18,6% 1,3% 1,4% 3,9% 4,0% 7,8% 1,7% HDC 25% 7,2% 8,1% 2,4% 18,2% 1,3% 1,4% 3,9% 3,9% 7,6% 1,6% Trad. 50% 12,0% 8,1% 7,9% 4,3% 8,0% 9,1% 4,2% 7,1% 4,9% 3,0% HDC 50% 11,8% 8,0% 7,7% 4,2% 7,8% 8,9% 4,1% 7,0% 4,8% 3,0% Trad. 75% 0,9% 0,0% 2,6% 1,3% 0,9% 2,4% 3,2% 2,7% 4,1% 1,8% HDC 75% 0,9% 0,0% 2,5% 1,3% 0,9% 2,4% 3,1% 2,7% 4,0% 1,8%

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Os resultados dos testes de hipótese sobre a amostra exibida na Tabela 4.18 são exibidos na Tabela 4.19.

Tabela 4.19– Testes de Hipótese de Precisão para 1,5% do IDCAcum da Fase Conhecido

Hipótese Teste T Valor de p Conclusão H0PrecisãoTotal VarENTGVATradicional – VarENTGVAHDC = 0 5,818 1,27x10-5 Refutar H0

H0 Precisão 25% Var ENTGVATradicional 25% – Var ENTGVAHDC 25% = 0

1,287 0,115 Aceitar H0

H0 Precisão 50% Var ENTGVATradicional 50% – Var ENTGVAHDC 50% = 0

7,766 1,40x10-5 Refutar H0

H0 Precisão 75% Var ENTGVATradicional 75% – Var ENTGVAHDC 75% = 0

5,202 0,00028 Refutar H0

A análise dos dados contidos na Tabela 4.19 fornece indícios de que a técnica proposta provê maior precisão das estimativas de custo, quando o projeto foi 50% e 75% executado, e no geral, considerando os três momentos reportados, com 95% de significância. O ganho de exatidão da técnica proposta, após 25% de execução do projeto, não foi significativo, segundo o teste de hipótese realizado.