• Nenhum resultado encontrado

6.2 Análise e Discussão dos Resultados dos Jogos

Neste subcapítulo iremos analisar e discutir os resultados obtidos nos jogos, para assim conseguirmos encontrar a resposta à questão sobre se a utilização dos SSG tem alguma repercussão na performance desportiva dos jogadores no jogo e que tipo de melhoria é essa. Assim após a realização do teste t, para amostras independentes, e do teste Kolgomorov Smirnov. Verificamos que em todos os indicadores analisados no jogo (momentos de inicio do movimento, passes com sucesso e insucesso, confrontos com sucesso e insucesso) o p-value é superior a 0,05 o que indica que não há evidencias estatísticas suficientes para afirmarmos que existe diferenças entre a performance desportiva, no jogo, observada no grupo experimental e no grupo de controlo. Ou seja, os testes indicam-nos que não existem diferenças na performance desportiva, analisada nestes dois jogos, entre os jogadores que participaram no SSG 4x4 e os que não participaram. Assim, estes resultados são a resposta ao nosso problema, já que tínhamos como problema perceber se existia diferenças de desempenho desportivo entre jogadores que participavam num exercício de SSG e os que não

49

participavam. Estes resultados demonstram que não há diferenças e como tal podemos afirmar que não existem implicações destes jogos na prestação dos jogadores no jogo. Contudo, pensamos que estes resultados podem ter sido influenciados pelo tipo de metodologia que é utilizada pelos treinadores. Visto, que os mesmos privilegiam muito uma metodologia que se baseia em exercícios de SSG onde existe constante contato com a bola, constantes utilizações de ações técnico-táticas (passes, receção, cortes, fintas, etc.) promoções de linhas de passe, movimentações, coberturas. O que pode ajudar a justificar o porquê de não existir diferenças entre o grupo experimental e o grupo de controlo, já que na realidade todos eles têm contato com este tipo de exercícios. Deste modo, para que as conclusões sejam mais solidas será necessário em próximos estudos ter também em consideração o tipo de trabalho realizado pelos jogadores participantes, para que a influência desse fator posse ser negligenciada. No entanto, não encontramos na literatura qualquer informação sobre este ponto e como o tipo de trabalho que é realizado pelas equipas, nos treinos, pode influenciar os resultados dos estudos e como tal as conclusões dos mesmos. No entanto, esta análise e perceção dos resultados, apenas nos deram a informação sobre se existiu diferenças entre o desempenho dos jogadores, dos dois grupos, no jogo. Por este motivo, citado anteriormente, e pela necessidade de compreendermos mais especificamente e aprofundadamente como cada um dos jogadores reagiram e evoluíram, iremos analisar individualmente cada um dos indicadores para percebermos se existiram evoluções individuais e que evoluções foram essas. Esta análise terá como base os resultados e informações individuais que apresentamos em anexo. Contudo, a análise apenas contempla sete jogadores, dos dezasseis, que participaram no estudo, isto porque foram os únicos que participaram em ambos os jogos, durante o tempo de jogo suficiente para permitir uma análise coerente e minimamente sólida.

Jogador A: Quanto aos valores das médias, dos momentos do início do movimento, não se

verificaram diferenças significativas nestes valores. No entanto, observamos um aumento do número de intervenções da primeira parte do jogo inicial para o final (tabela n.º 14 em anexo). A juntar a isto também verificamos um aumento dos confrontos com sucesso da primeira para a última filmagem (mais 4) (tabela n.º 3 nos resultados). Pensamos que estes resultados podem estar associados à postura que o adversário adotou para o jogo. Possivelmente, motivados por jogarem em casa, terão assumido uma postura não tão defensiva procurando mais vezes o ataque o que terá promovido mais ações e intervenções deste jogador no jogo ao contrário do que tinha acontecido no primeiro jogo. Poderá ter sido por razões motivacionais e de maior predisposição do jogador para participar e ser mais ativo no jogo e assim contribuir mais para a equipa (exemplo: fornecendo mais linhas de passe aos portadores da bola), também resultado da melhoria da situação climatérica (não chovia, não havia lama, nem água no campo). Ou então, este aumento do número de confrontos com

50

sucesso, poderá ser resultado da participação do jogador no exercício de SSG 4x4. Já que poderá ter proporcionado no jogador um maior contato com estas situações tendo promovido uma melhoria do desempenho do jogador quando determinados cenários aconteceram no jogo. Assim, pensamos que todas estas hipóteses possam estar relacionadas e serem a explicação para justificar os resultados deste jogador no jogo.

Jogador H: No caso deste jogador não verificamos diferenças nas médias dos momentos do

início do movimento, contudo, é importante referir que o número de intervenções aumentou (tabela n.º 15 em anexo). Este pode estar relacionado com uma maior motivação e predisposição do jogador para o jogo, ou então com as melhores condições climatéricas que se registavam neste último jogo, o que pode ter facilitado e promovido a forma de jogar deste jogador. Estes aumentos do número de intervenções traduziram-se no aumento do número de passes e de confrontos. Assim, observamos que este jogador aumentou o número de passes realizados (mais cinco) (dos quais três com sucesso e dois insucessos). Verificando- se também o aumento do número de confrontos insucesso (mais 5 no total) de um jogo para o outro (tabela n.º 3 nos resultados). Este facto poderá estar associado a uma maior pressão da equipa adversária, uma diminuição do espaço, o que proporcionou que o jogador tivesse procurado resolver os problemas que lhe foram surgindo através de situações de 1x1.

Documentos relacionados