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A influência dos small-sided games na performance dos futebolistas

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

Ciências Sociais e Humanas

A Influência dos Small-Sided Games na Performance

dos Futebolistas

Inês Maria Picão Caldeira Barbas Rasquilha

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Ciências do Desporto

(2º ciclo de estudos)

Orientador: Prof. Doutor António Manuel Neves Vicente

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Agradecimentos

A concretização deste trabalho encerra em si um ciclo da minha vida. Como tal, pretendo expressar o meu mais profundo agradecimento às pessoas que contribuíram direta e indiretamente para que tal fosse possível.

Ao Professor Doutor António Vicente, por ter assumido orientar este trabalho. Pelas suas constantes sugestões, orientações, feedbacks que possibilitaram a construção e desenvolvimento do trabalho. Também agradecer-lhe pela constante disponibilidade que demonstrou sempre que necessitei trocar ideias, discutir situações e problemas que surgiram, ao longo da execução do mesmo.

Ao André Oliveira, treinador da equipa de Juvenis do Sporting Club da Covilhã, pela pronta disponibilidade que demonstrou em que a sua equipa participasse no estudo. Pela ajuda, disponibilidade, interesse e preocupação que demonstrou ao longo dos dois meses de aplicação do estudo.

Ao João Fonseca, treinador adjunto da equipa de Juvenis do Sporting Club da Covilhã, pela disponibilidade, ajuda, interesse e preocupação que demonstrou ao longo dos dois meses que durou a aplicação do estudo.

Aos jogadores que participaram no estudo, pelo empenho, dedicação, preocupação e interesse, que demonstraram durante a aplicação do estudo.

Á Joana Costa pela disponibilidade e ajuda que demonstrou a quando da recolha de imagens. Ao Senhor Vítor, funcionário do departamento de Ciências do Desporto, pela ajuda e disponibilidade que sempre demonstrou a quando da requisição e preparação do material. Á Ana Sofia e à Neuza Rei pela paciência, boa disposição, alegria que sempre demostraram e me transmitiram ao longo deste último ano.

Por último, e não menos importantes, muito pelo contrário, à minha família. Ao meu pai, mãe e irmão. Pela forma particular e distinta que cada um de vocês enfrenta e está perante a vida. Ou seja, pela forma distinta como cada um encara os desafios e as circunstâncias da vida e como isso mesmo me contagia, ensina e me faz crescer como pessoa.

A todos Obrigado Inês Rasquilha

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Resumo

O futebol é uma modalidade coletiva, na qual os seus praticantes estão constantemente a ser sujeitos a diversas exigências (físicas, técnicas, táticas, psicológicas, culturais, sociais, etc.). A metodologia de treino que é aplicada torna-se ainda mais importante, visto que tem que procurar solicitar as diversas características e especificidades do futebol. De entre diversos métodos, os Small-Sided Games (SSG) tem vindo a assumir maior relevância caracterizando-se por serem realizados em áreas de terreno mais reduzidas (espaço reduzido) e com um menor número de jogadores, comparativamente ao que acontece no jogo formal (11v11).

O presente trabalho teve como objetivo compreender a influência dos SSG na performance de futebolistas em situação de jogo formal bem como verificar possíveis evoluções no desempenho dos mesmos ao longo de dois meses de treino percebendo possíveis influências da melhoria do desempenho dos jogadores do treino para os jogos formais. Fizeram parte deste estudo 16 jogadores do escalão de juvenis (16 anos ± 0,8; 64kg ± 5,70; 175cm ± 0,06). Os jogadores foram divididos em dois grupos tendo 8 deles (grupo experimental) realizado, durante dez semanas, um SSG 4x4 num terreno de 30mx20m (área individual por jogador 1,75 m2), e o outro grupo de 8 jogadores (grupo controlo) realizou os exercícios habituais de

treino. A frequência cardíaca de ambos os grupos foi monitorizada durante as situações. Foram também filmados e analisados os treinos e os jogos em que os jogadores participaram no início e no final do estudo visando quantificar indicadores como o momento em que o jogador inicia o seu movimento (quanto tempo antes ou depois do seu colega realizar o passe), o tempo da bola nas situações de passe, os passes realizados com sucesso e insucesso ou o número de confrontos diretos com sucesso e insucesso.

Os resultados permitiram verificar que o SSG solicita valores de FC elevados (entre 190 e 160) permitindo alcançar e manter intensidades elevadas durante os treinos, privilegiando o aumento do número de confrontos e ações de 1x1 (finta e desarme) mais do que as relacionadas com o passe tendo nestas o início do movimento ocorrido preferencialmente após a execução do colega. Todavia, em relação aos jogos não foram observadas diferenças significativas na performance dos jogadores de ambos os grupos, já que os resultados dos testes t e Kolmogorov Smirnov demonstram, para todos os indicadores, p-value superior a 0,05 demonstrando assim não existirem melhorias do desempenho dos jogadores no jogo. Verificámos assim que não existiram melhorias significativas da performance dos jogadores que realizaram o SSG (4x4), no jogo.

Palavras-chave

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Abstract

Football is a collective sport where players have to face several demands (physical, technical, tactical, psychological, cultural, social, etc.). It´s training methodology is crucial because it has to solicit all football characteristics and specificity. From several types of training methodologies, Small-Sided Games (SSG) is a methodology that has been frequently used. In it a small number of players have to play in small spaces compared to what happen in the formal game (11x11).

This study aimed to understand the influence of the SSG in the performance of players in a formal game situation and verify the influence in their performance over two months of practice realizing possible influences of improving the performance of players in training sessions and its transfer to the formal game. This study included 16 juvenile football players of (16 years ± 0.8; 64kg ± 5.70; 175cm ± 0,06). Players were divided into two groups, where 8 of them (experimental group) held for ten weeks a SSG 4x4 in a 30mx20m field (area of 1,75sqm per player) and the other group of 8 players (control group) carried the usual training exercises. The heart rate in both groups was monitored during the situations. Were also filmed and analyzed the exercises and games in which players participated in the beginning and in the end of the study in order to quantify indicators such as the time when players began their movement (how long before or after the pass from their colleagues), the time the ball took to travel the space between two players in a pass, passes performed with success and failure, and the number of direct confrontations with success and failure.

Results showed that the SSG was responsible for high heart rate values (between 190 and 160bpm), an increase in the direct confrontations between players and 1v1 situations (feint and interceptions). This showed that players developed more technical and tactical actions related to 1v1. The results games analyze showed there were no difference between performance player who participated and did not participated in 4x4 SSG.

However for the games were not verified significant differences in the performance of the players of both groups, since the results of Kolmogorov-Smirnov tests confirmed for all indicators p-value greaters than 0.05. We can thus conclude that tere were no significant improvements in the performance of the players who took the SSG in the formal game.

Keywords

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Índice

Agradecimentos ... iii Resumo ... iv Abstract ... v Índice ... vi

Lista de Figuras ...viii

Lista de Tabelas ... ix 1 Introdução ... 10 2 Revisão Bibliográfica ... 13 3 Definição do Problema ... 20 4 Metodologia... 22 4.1-Amostra ... 22 4.2-Situação experimental ... 22 4.2.1-Material... 25 4.2.2-Duração ... 25

4.3-Recolha e Tratamento dos dados ... 26

4.3.1-Treinos ... 26

4.3.2- Jogos ... 28

4.4- Recolha de Dados ... 29

4.4.1- Treinos ... 29

4.4.2- Jogos ... 30

4.5 Análise dos Dados ... 30

5 Resultados ... 32

5.1- Treinos ... 32

5.2- Jogos ... 37

6 Análise e Discussão dos Resultados ... 40

6.1- Análise e Discussão dos Resultados do SSG 4x4 ... 40

6.2- Análise e Discussão dos Resultados dos Jogos ... 48

7 Limitações ... 53

8 Conclusão ... 55

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10 Bibliografia ... 58 11 Anexos ... 61

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Lista de Figuras

Figura 1 – Small-Sided Game 4X4

Figura 2 – Comportamento da FC durante o SSG 4X4 no início e no final do estudo (grupo experimental)

Figura 3 - Comportamento da FC durante o exercício no início e no final do estudo (grupo controlo).

Figura 4 – Comportamento da média da FC, dos grupos experimental e de controlo, durante as várias fases dos exercícios (1º parte, minuto de descanso e 2º parte) ao longo dos 16

momentos do estudo.

Figura 5 – Comportamento da média e do desvio padrão da FC, de ambos os grupos, ao longo das 16 sessões do estudo. 1º Parte

Figura 6 – Comportamento da média e do desvio padrão da FC, de ambos os grupos, ao longo das 16 sessões do estudo. 2º Parte

Figura 7 – Comportamento das médias individuais dos momentos em que os jogadores iniciaram as suas ações. Valores referentes a cada uma das partes do exercício.

Figura 8 – Comportamento da média e do desvio padrão dos momentos (tempos) em que os jogadores iniciaram as suas ações durante as duas partes do exercício, no treino no dia 29 de Janeiro.

Figura 9 – Comportamento da média e do desvio padrão dos momentos (tempos) em que os jogadores iniciaram as suas ações durante as duas partes do exercício, no treino no dia 4 de Abril.

Figura 10 – Do comportamento das médias individuais, dos momentos em que os jogadores iniciaram as suas ações. Informação retirada dos vídeos filmados nos jogos de dia 27 de Janeiro e 4 de Abril.

Figura 11 – Comportamento das médias e do desvio padrão, dos momentos em que os jogadores iniciaram as suas ações. Informação retirada dos vídeos filmados nos jogos de dia 27 de Janeiro e 4 de Abril. 1ºParte

Figura 1.1 – Comportamento das médias e do desvio padrão, dos momentos em que os jogadores iniciaram as suas ações. Informação retirada dos vídeos filmados nos jogos de dia 27 de Janeiro e 4 de Abril. 2ªParte

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Lista de Tabelas

Tabela 1- Variáveis que podem condicionar as exigências, dos exercícios, a que os jogadores estarão sujeitos.

Tabela 2 – Valores quantitativos dos passes realizados (Sucesso (S) e Insucesso (I)) e

confrontos (Sucesso (S) e Insucesso (I)) registados nos treinos filmados nos dias 29 de Janeiro e 4 de Abril.

Tabela 3 – Valores quantitativos (passes, confrontos com sucesso e insucesso) registados nos jogos de dia 27 de Janeiro e 7 de Abril.

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Capítulo 1

Introdução

O Futebol é um dos desportos mais populares, mais praticados e mais complexos do Mundo (Ali, M. S., Rostam, A. & Maryam, N., 2011). Durante um jogo de futebol (90minutos), os desportistas podem chegar a percorrer cerca de 10 km por jogo (Bloomfield, J., Polman, R., & O'Donoghue, P., 2007). Para além desta distância, que os jogadores em média percorrem, também lhe é exigido, durante o jogo, que realizem diversas ações de carácter explosivo, tais como: saltar, rematar, mudar de direção, travar, sprintar, etc. (Ali et al., 2011). A todas estas exigências também acrescentamos as ações técnico-táticas, como por exemplo passe, receção, remate, finta, drible, desarme, antecipação, etc., que durante um jogo, o futebolista tem que executar. Para além desta, os desportistas também são sujeitos a outros tipos de exigências como as de caracter social, cultural e psicológico.

Assim, o futebol caracteriza-se como sendo um desporto, que exige aos jogadores uma conjugação das seguintes habilidades/capacidades: físicas, técnicas e tática (Helgerud, J., Engen, L. C., Wisloff, U., & Hoff, J., 2001); Ali et al., 2011). Deste modo, para que o desempenho dos jogadores melhore, as capacidades técnicas, táticas e físicas são muito importantes (Stolen,T., K. Chamari, C. Castagna & U. Wislff, 2005 cit. in Ali et al., 2011). Posto isto, e de acordo com Ali et al., (2011), o futebol é um desporto que se caracteriza, em termos de exigências fisiológicas, como uma modalidade acíclica e de natureza intermitente. Onde os futebolistas tem que desenvolver as suas capacidades físicas, para conseguirem realizar as suas tarefas em alta intensidade. Assim, de acordo com Hoff, J., Wisløff, U., Engen, L., Kemi, O., & Helgerud, J., (2002) a maioria da energia produzida provem do metabolismo aeróbio, visto que os jogadores em média percorrem grandes distâncias (9 a 11km) durante 90minutos, mas com uma intensidade que se aproxima do limiar anaeróbio, cerca de 80-90% da frequência cardíaca máxima.

Após a perceção, e breve descrição, das exigências (físicas, técnicas, táticas, psicológicas, sociais, culturais) a que os jogadores de futebol estão sujeitos, durante um jogo, e às quais durante um jogo tem que responder, é necessário considerarmos que no futebol, como em qualquer outro desporto, o que pretendemos no treino é que este se consiga aproximar, o máximo possível, ao nível das exigências que os futebolistas irão encontrar no jogo, preparando-os para dar a melhor resposta possível às mesmas. Para tal é necessário que a metodologia de treino, que é utilizada pelo treinador, se aproxime das características e das exigências a que os jogadores estarão sujeito, durante o jogo.

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Assim, o processo de treino foi evoluindo e ao longo dos tempos foram surgindo várias metodologias de treino, com o objetivo de melhorar a forma de treinar e assim aperfeiçoar as condições e exigências do treino. Possibilitando que este se aproxime das exigências que são solicitadas aos jogadores durante os jogos (11x11).

Ao longo desta evolução, do processo de treino, foram surgindo as seguintes metodologias de treino: global; analítico e integrado (Ramos, 2009).

No método global o futebol é entendido e encarado como algo global, como tal é treinado globalmente, ou seja, o treino passa pelo jogo, treinava-se jogando. As vantagens, que são apontadas a esta metodologia, são as seguintes: mais real, mais específico e motivador. No entanto, é uma metodologia que é de difícil controlo e onde as cargas são menos definidas (Ramos, 2009).

O método analítico procura treinar as várias capacidades (técnica, tática, física), que são necessárias ao desempenho da modalidade, separadamente. Separando e trabalhando isoladamente cada capacidade (técnica, tática, física) que são exigidas aos jogadores, durante o jogo. Este método tem como vantagens ser mais fácil de controlar e de perceber o alcance dos objetivos, bem como permite-nos determinar melhor as cargas a que os jogadores estão sujeitos. Contudo, é um método mais irreal, por vezes monótono e as melhorias que são observadas são adquiridas separadamente do contexto (Ramos, 2009).

Por fim, o método de treino integrado (a proposta de método atual) tem como objetivo procurar que os jogadores treinem as exigências da modalidade tão próximas quanto possível das que são encontradas no jogo. Ou seja, é uma metodologia que dirige as exigências específicas do futebol em função das necessidades específicas da própria equipa e dos jogadores que a constituem. Esta metodologia tem como vantagens englobar todos os pontos fortes que são descritos nos métodos anteriores e evita também as desvantagens que são apontadas ao método global e analítico (Ramos, 2009).

É então que surge o nosso interesse por estudar o método dos Small-Sided Games (SSG). Estes caracterizam-se por serem realizados em áreas mais pequenas (espaço reduzido, portanto) e com menor número de jogadores, comparativamente ao que acontece no jogo formal (11v11). (Hill-Haas, S. V., Dawson, B., Impellizzeri, F. M., & Coutts, A. J., 2011). Apesar de serem bastante diferentes do jogo formal, talvez permitam solicitar os comportamentos que serão solicitados aos jogadores no decorrer do jogo preparando-os assim para que possam responder às exigências deste de uma forma mais eficiente induzindo nos jogadores os comportamentos desejados para que possam responder aos problemas pretendidos, como diversos autores vêm assumindo (por exemplo: Ali et al., (2011); Dellal, A., Chamari, K., Owen, A. L., Wong, D. P.,

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Lago-Penas, C., & Hill-Haas, S., 2011a; Dellal, A., Owen, A., Wong, D. P., Krustrup, P., van

Exsel, M., & Mallo, J., 2012 ou Rampinini, E., Impellizzeri, F. M., Castagna, C., Abt, G., Chamari, K., Sassi, A., & Marcora, S. M., 2007).

Contudo, iremos abordar e desenvolver mais este método de treino no próximo capítulo, onde poderemos conhecer as diferentes conclusões e opiniões que os vários investigadores nesta área tem apresentado nos seus estudos sobre as implicações que este método tem no desempenho dos jogadores no treino.

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Capítulo 2

Revisão Bibliográfica

O treino dos futebolistas procura estimular e conter as exigências o mais próximo possível das que os jogadores irão encontrar na competição (Reilly, T., 2005 cit in. Kelly, D. M., & Drust, B., 2008). Assim, hoje em dia, o método dos SSG tem sido cada vez mais utilizado pelos treinadores de desportos coletivos para desenvolver as capacidades técnicas, táticas e físicas dos jogadores (Hill- Hass, S., Coutts, A., Rowsell, G.,& Dawson, B., 2008; Rampinini, E., Impellizzari, F., Castagna, C., Abt, G., Chamari, K., Sassi, A. et al., 2006 cit in. Hill-Hass et al., 2008). Como tal, é um método que tem desencadeado interesse de estudo de investigadores como Casamichana, D., & Castellano, J., 2010; Casamichana, D., Castellano, J., & Castagna, C., 2012; Dellal et al., 2011a, Dellal, A., Lago-Penas, C., Wong, P. L., 王培林,

& Chamari, K., 2011b ; Dellal, A., Owen, A., Wong, D. P., Krustrup, P., van Exsel, M., & Mallo,

J., 2012b; Hill-Hass, S., Coutts, A., Rowsell, G., & Dawson, B., 2008; Hill-Haas, S. V., Dawson,

B. T., Coutts, A. J., & Rowsell, G. J., 2009b & Hill-Haas, S. V., Dawson, B., Impellizzeri, F.

M., & Coutts, A. J., 2011)

Este método, dos SSG ou “jogos reduzidos”, caracteriza-se por ser realizado em áreas de terreno reduzidas, com menos números de jogadores que no jogo formal de futebol (Hill-Hass et al., 2011). É uma metodologia de treino menos estruturada que outras, no entanto, é muito popular e é uma boa ferramenta para ser utilizada em qualquer escalão, independentemente da idade (Hill-Hass et al., 2011). Os treinadores que utilizam este método procuram com frequência modificar algumas variáveis, tais como a área de jogo, o número de jogadores, as regras, a utilização ou não de guarda-redes, a utilização ou não de palavras de encorajamento, com o objetivo de despoletar alguma resposta, em específico, e aumentar a intensidade do treino (Dellal et al., 2011).

Para Reilly, T. & White, C., (2004), o SSG é um substituto, aceitável, ao denominado treino intervalado, caso o objetivo do treino se prenda com o trabalho e a manutenção da capacidade física dos jogadores, durante a época desportiva. Da mesma opinião são Hill-Hass et al., (2008) que afirmam que os vários formatos de SSG (2x2, 4x4 e 6x6) jogados em qualquer regime (contínuo ou intervalado) fornecem confiáveis respostas e que por esse motivo representam uma alternativa viável ao tradicional treino intervalado de corrida com o objetivo de desenvolver ou manter a capacidade aeróbia dos jovens jogadores.

Tendo em conta que o método do SSG pode ser utilizado para desenvolver a capacidade de endurance dos futebolistas, de uma forma mais específica, a variável área individual do jogador não deve ser descurada pelos treinadores, quando estes se encontram a planificar os

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exercícios de treino (Casamichana et al., 2010). Esta área é calculada através da divisão da área total do campo pelo número de jogadores (Hill-Haas et al., 2011). Este é um ponto a termos em consideração pois, esta variável permite, ao treinador, modelar as intensidades a que os futebolistas vão estar sujeitos durante a execução do exercício, afetando assim as capacidades físicas, fisiológicas e as respostas motoras dos jogadores (Casamichana et al., 2010).

Dentro desta mesma linha de estudo, Owen, A., Twist, C., & Ford, P., (2004) demonstraram que, a alteração da dimensão do campo, em mais de 10 metros, de vários formatos de SSG, tinha uma grande influência nas exigências físicas a que os jogadores estariam sujeitos. O que quer dizer, que geralmente quando se aumenta o tamanho do campo ocorre um aumento da frequência cardíaca e do pico da frequência cardíaca, havendo assim uma maior solicitação das capacidades físicas dos jogadores e uma menor solicitação das capacidades técnicas (Owen et al., 2004). No entanto, segundo o estudo de Kelly, D. M., & Drust, B., (2009), em que os autores estudaram as exigências a que os jogadores estariam sujeitos durante a execução do mesmo formato de SSG (4x4) com diferentes dimensões (30x20, 40x30 e 50x40), estes observaram que, nestas condições, apenas a alteração da variável dimensão do campo não afectava significativamente a frequência cardíaca (FC), como tal não afetava as exigências fisícas que são requeridas aos jogadores. No final estes mesmos autores, sugeriram que a dimensão do campo não é um factor preponderante para afectar significativamente a FC. Contudo, estes indicam que, se esta váriavel for combinada com a variável número de jogadores, então verifica-se que a FC é afetada. Quanto a esta sugestão de Kelly et al., (2009) já Owen et al., (2004) tinham referido que se o treinador alterar o número de jogadores mas mantiver o tamanho do campo vai poder manipular as exigências técnicas e físicas a que os jogadores estariam sujeitos. Demonstrando assim que a manipulação destas duas variáveis permite ao treinador manipular as exigências físicas e técnicas a que os jogadores estarão submetidos.

Para além destas conjugações que são sugeridas por Owen et al., (2004) & Kelly et al., (2009), Rampinini et al., (2007), sugeriram outra combinação, de variáveis, que afeta a intensidade do exercício. Esta conjuga a dimensão do campo com a utilização ou não de palavras de encorajamento por parte do treinador. Caso estas duas variáveis sejam utilizadas os treinadores podem dentro do próprio exercício modelar e manipular a intensidade para assim controlar os estímulos do treino aeróbio.

Quanto à variável condicionamento do número de toques, seguidos por jogador, esta também tem uma palavra a dizer no que diz respeito à intensidade do exercício. A alteração desta regra por parte do treinador pode resultar na modificação das exigências físicas e técnicas a que os jogadores estarão sujeitos. Por exemplo, no caso do SSG 2x2 com a regra de apenas ser permitido, ao jogador, dar 1 toque (seguido) na bola ocorre um aumento da frequência

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cardíaca e do lactato no sangue, comparativamente com o mesmo SSG mas sem limitações de toques. Através desta variável os treinadores podem aumentar a proporção de distâncias percorridas, de sprintes, de duelos e de confrontos. Isto dependendo, é claro, do objetivo que delinearem para o treino (Dellal et al., 2011a & Dellal et al., 2012b). No entanto, quando se

está a planear os exercicios do treino, e se opta por utilizar esta variável, delimitação do número de toques por jogador, deve-se ter em atenção que componente (técnico, tático, fisico) queremos treinar. Pois, esta variável, vai interferir nas exigências fisícas e técnicas a que os jogadores irão estar sujeitos. Por exemplo: no caso do SSG 4x4 em que ocorra uma limitação de 1 toque por jogador, este fator vai ser responsavel por um aumento da exigência fisíca, enquanto que a componente técnica vai ser afecta, observando-se uma diminuição do número de passes com sucesso, comparativamente com o que acontece se não houver limitação (Dellal et al., 2011b).

A modificação dos constragimentos da tarefa contribui para a estimulação cardiovascular e pode ser mais uma forma de utilizar os small-sided games no treino de jovens jogadores. Neste caso, específico, este constragimento está relacionado com a obteção do golo. Observando-se diferenças de aleatoriedade na estimulação cardiovascular, comparativamente com diferentes constragimentos de obtenção de golo. Onde o constragimento da linha de golo é responsavel por causar maior aleatoriedade na estimulação cardiovascular que os constragimentos do golo duplo e do golo central. Podendo até, ser opção para estimular e desenvolver as habilidades individuais do 1 para 1 com um alto nível de imprevisibilidade na estimulação do sistema cardiovascular (Duarte, R., Araújo, D., Fernandes, O., Travassos, B., Folgado, H., Diniz, A., & Davids, K., 2010). Para além deste constrangimento da tarefa, que pode ser utilizado pelos treinadores, de camadas jovens, de acordo com Hill-Hass et al., (2009) os SSG 2x2 e 4x4 são formatos que pelas suas características, permitem aumentar o stress e a exigência a nível físico (aumento da frequência cardíaca e do lactato no sangue) e como tal são formatos que podem, também eles, serem utilizados pelos treinadores das camadas jovens.

Como podemos verificar a utilização deste método, e a modificação das regras e variáveis, que são utilizadas pelos treinadores, condicionam e influênciam a intensidade do exercicio, bem como a exigência técnica que este terá para os jogadores (Dellal et al., 2011a). Assim, de

acordo com Dellal et al., (2011)a o SSG é um método que permite alcançar altas intensidades

e que ao mesmo tempo permite desenvolver as capacidades técnicas e táticas dos jogadores. Deste modo, podemos observar que os autores se preocuparam em estudar e perceber a forma como a utilização dos SSG e a modificação das variáveis (tamanho do campo, número de jogadores e toques na bola) influenciam a intensidade do treino e se essa intensidade é suficiente para causar adaptações fisiológicas nos jogadores.

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Posto isto, e após termos percebido, um pouco, como os exercícios de SSG e as modificações das variáveis podem interferir nas capacidades (técnica, tática, físicas) a que os jogadores de futebol estão submetidos, importa percebermos se essas capacidades são desenvolvidas de modo a preparar os jogadores para as tais exigências (técnicas, táticas e físicas) que eles irão encontrar no jogo (11x11). Ou seja, percebermos que condições têm que ter os SSG para que estes se aproximem das exigências que os jogadores irão encontrar no jogo. No fundo, compreendemos que determinadas situações/formatos de SSG se aproximam em termos de exigência física, técnica, tática daquilo que acontece no jogo (11x11).

Assim, de acordo com Katis, A., & Kellis, E., (2009), que estudaram, especificamente dois SSG, o 3x3 e o 6x6, estes concluíram que o primeiro é uma boa ferramenta para melhorar a capacidade física e técnica dos jovens jogadores, enquanto o segundo é melhor para trabalhar as questões táticas do jogo, já que este se aproxima em termos de número, de jogadores, do que acontece no jogo (11x11). Quanto a esta informação, sobre o SSG 6x6, Hill-Hass et al., (2009) partilham da mesma opinião, dos autores anteriores, visto que também para este, o formato 6x6 pode ser utilizado para trabalhar situações mais específicas do jogo. Para além destas conclusões de Katis et al., (2009), Dellal et al., (2011)b concluíram que o SSG 4x4 com

limitação de dois toques se aproxima a nível de exigência técnica e de intensidade daquilo que acontece no jogo (11x11). Já Owen et al., (2004) verificaram mais especificamente que os SSG 1x1 e 2x2 se aproximam muito dos níveis de frequência cardíaca que são encontrados durante um jogo (11x11) enquanto os formatos de 4x4 e 5x5 já não se aproximam, tanto, desses níveis de frequência cardíaca.

Assim, de acordo com Hill-Hass et al., (2011) a maior vantagem, do SSG, é que este permite desenvolver o jogador a nível técnico, tático, físico e de tomada de decisão. Indo assim de encontro ao que na realidade o jogador irá encontrar no jogo. Da mesma opinião são Owen et al., (2004) que afirmam que este método permite aos jogadores terem contato com situações semelhantes às que encontrarão no jogo (11x11), o que permite aos futebolistas desenvolverem e melhorar a capacidade técnica, tática e psicológica do seu jogo.

Já Ali et al., (2011) acrescentam que este método pode ser utilizado em camadas jovens, porque permite aos jogadores estarem em constante contato com a bola e deste modo desenvolverem e melhorarem as suas capacidades técnicas, táticas e físicas. No entanto, na literatura a desvantagem que é apontada a este método é que pode não ser o suficientemente estimulante para todos os indivíduos e desta forma, possa não ocorrer melhorias a nível fisiológico (Vo2max). Isto deve-se ao facto de os jogadores com um Vo2max

elevado, demonstrarem um Vo2max inferior após submetidos a este método de treino (Hoff,

J., U. Wislff, L.C. Engen, O.J. Kemi & Helgerud, 2002 cit. in. Ali et al., 2011). Este facto, segundo Ali et al., (2011) pode ser contornado pelos treinadores, caso estes modifiquem as variáveis tais como: a área de jogo, o número de jogadores, etc. Embora, não seja bem

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explícito, em termos de valores (tamanho de área, ou número de jogadores) a partir dos quais possa ser suficientemente estimulante para desenvolver adaptações fisiológicas (melhoria do Vo2 max) em todos os jogadores. Contudo, Hill-Haas, Dawson, Coutts, & Roesell, (2009)a

foram mais específicos e demonstraram que este ponto pode ser contornado pelos treinadores se estes tiverem em consideração a capacidade técnica e os valores de VO2 max dos jogadores

no momento em que escolherem os mesmos para realização do exercício.

Também Casamichana et al., (2012) afirmam que o SSG é um método que apresenta limitações no que diz respeito ao aspeto da capacidade física, demonstrando assim uma deficiente estimulação dos esforços de alta intensidade e um pequeno número de repetições de sprints, comparativamente com o que acontece nos jogos amigáveis (no caso especifico dos SSG 3x3, 5x5 e 7x7). Posto isto, para estes autores, os treinadores e profissionais desta área devem ter em consideração os jogos amigáveis na sua planificação e rotina de treino, para promover, nos jogadores, adaptações específicas no domínio do esforço de alta intensidade. Contudo, estes mesmos autores apontam que em termos de carga de trabalho os SSG demostram ser jogados a uma maior intensidade que os jogos amigáveis.

Após termos apresentado todas estas conclusões a que estes variadíssimos autores chegaram, nos seus estudos, sobre os SSG, importa agora prosseguir no sentido de procuramos perceber que relação existe entre os jogadores quando estes estão a executar exercícios de SSG. Ou seja, percebemos através de todos estes estudos que exigências (físicas, técnicas, táticas) têm os vários tipos/formatos de SSG nas respostas e adaptações dos jogadores.

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Apresentamos em seguida uma tabela síntese que nos permite simplificar a compreensão das implicações de diferentes variáveis de acordo com diversos autores.

Variável Variação Implicações Autores

Área individual do jogador. Aumento ou diminuição desta variável Aumenta ou diminui a intensidade do exercício afetando, as capacidades físicas, fisiológicas e as respostas motoras dos

jogadores. Casamichana et al. (2010) Dimensão do campo (diferentes formatos de SSG) +10 metros Exigência física +

afetada que a técnica Owen et al. (2004)

Alteração da dimensão do campo (no mesmo

formato de SSG)

+ 10 Metros

Não aumenta significativamente a FC. Logo não afeta as

exigências fisícas.

Kelly et al. (2009)

Alteração da dimensão do campo e do número

de jogadores.

Amento das dimensões e modificação do número de jogadores Afecta a frequência cardíaca. Kelly et al. (2009) Alterar o número de jogadores mas manter a

dimensão do campo

Retirar ou aumentar 1 jogador a cada equipa

Aumenta/diminui as exigências físicas a que

os jogadores estão sujeitos. Afeta as exigências técnicas. Owen et al. (2004) Dimensão do campo + palavras de encorajamento Utilização ou não de palavras de encorajamento por parte do treinador Aumenta ou diminui a intensidade do exercício Rampinini et al. (2007) Condicionamento do número de toques seguidos por jogador

Limitação de 1 toque Aumenta a FC e a exigência física, afetando negativamente a componente técnica Dellal et al. (2011)a; Dellal et al. (2011)b, Dellal et al. (2012) modificação dos constragimentos da tarefa (obtenção do golo)

linha de golo, golo duplo e golo central

A primeira causa maior aleatoriedade na

estimulação cardiovascular, embora

ambas tenham esse efeito.

Duarte et al. (2010)

Tabela 1: Variáveis que podem condicionar as exigências, dos exercícios, a que os jogadores estarão sujeitos.

No entanto, falta perceber que relação existe entre os jogadores quando estes se encontram a executar este tipo de exercícios, para que estes consigam alcançar o objetivo que foi delineado para eles (exemplo: ganha a equipa que marca mais golos, ganha a equipa que fizer mais toques seguidos).

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Para podermos entender isto temos que perceber que o futebol é um desporto coletivo. Sendo um desporto coletivo e segundo o Modelo das Atividades Desportivas Coletivas, proposto por Fernando Almada a característica mais marcante destes desportos é que privilegiam a divisão de tarefas entre os desportistas, da mesma equipa, implicando assim a divisão de funções entre os elementos da equipa para que no final o resultado seja favorável à sua equipa (a denominada dinâmica de grupo) (Almada, F., Fernando, C., Lopes, H., Vicente, A., Miguel, V., 2008).

Assim, podemos perceber que esta característica também se enquadra e se aplica aos exercícios de SSG, já que estes têm que dividir tarefas entre eles (elementos da mesma equipa), para que no final o resultado seja favorável à sua equipa (a denominada dinâmica de grupo).

Segundo os mesmos autores (Almada et al., 2008) esta relação entre os jogadores da mesma equipa pode ser medida através do modelo de referencial de tempo simplificado:

t≥t´

Sendo t o tempo da ação ofensiva e t´o tempo da ação defensiva.

Este modelo permite-nos ter um referencial dos tempos que estão envolvidos nas ações dos jogadores, possibilitando-nos a compreensão do desempenho dos mesmos. Julgamos assim que com este instrumento nos é possível aprofundar o conhecimento sobre as implicações deste tipo de jogos (SSG) nos jogadores e sua prestação.

Posto isto, e após a compreensão de como se encontra a investigação sobre os SSG e apresentadas as conclusões e opiniões dos diversos investigadores da área, de seguida iremos apresentar a nossa definição do problema.

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Capítulo 3

Definição do Problema

O treino desportivo e a forma como este é elaborado e controlado, pelos treinadores, deverão ter como objetivos, potenciar e desenvolver as capacidades, dos seus desportistas, com a finalidade de os preparar para as várias exigências (físicas, técnicas, táticas, psicológicas, culturais, etc.,) que estes irão encontrar no dia das decisões (jogo, combate, prova de maratona, etc.), promovendo a sua transformação.

No caso do futebol este fato também se aplica, já que os treinadores quando planeiam o treino terão como objetivo melhorar e potenciar as capacidades dos jogadores para que eles estejam mais preparados para responderem às diversas exigências (físicas, técnicas, táticas, psicológicas, culturas, sociais etc.,) que irão encontrar no jogo propriamente dito. Para tal, é necessário que os treinos solicitem os comportamentos com os quais os jogadores serão confrontados em especial no momento da competição pelo que podemos afirmar de forma muito simplificada que tal será mais evidente sempre que os jogadores se aproximem nos treinos das exigências que irão encontrar no jogo.

Posto isto, e após termos conhecido e compreendido que os SSG são um método de treino que se caracteriza por ser realizado em espaços mais reduzidos, com menos jogadores que aqueles que se observam no jogo, e tendo em conta que também é uma metodologia que nos últimos anos tem sido muito utilizada pelos treinados, surgiu o interesse de estudo pelos Small-Sided Games (SSG).

Assim, após realizarmos a revisão da literatura, foi-nos possível compreender em que estado está a investigação sobre o SSG, bem como conhecer os diferentes resultados, conclusões e opiniões a que os investigadores, deste método de treino, chegaram. Podemos observar que a maioria, dos estudos, se debruçava sobre como e que formatos de SSG podem influenciar mais ou menos determinadas capacidades (técnicas, táticas, físicas) dos jogadores e que modificações de variáveis podem influenciar mais determinada capacidade que outra de modo a aproximar-se mais das tais exigências a que os jogadores serão submetidos no jogo (11x11). Ajudando, deste modo, a perceber que este método pode melhorar as capacidades dos jogadores, pois estas são mais ou menos estimuladas no treino, consoante a utilização e controlo das variáveis.

Pois bem, assim surgiu-nos a curiosidade de perceber e no jogo? Será que estas melhorias do desempenho desportivo, que foram comprovadas nos estudos, no treino se verificam também

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numa melhoria da performance desportiva do jogo? Será que existe transferência da melhoria da performance desportiva registada no treino para o jogo?

Posto isto, a nossa proposta de estudo procura ir um pouco mais além do que até então tem sido estudado. Com o objetivo de acrescentarmos algo mais no que diz respeito à compreensão de como este método pode ou não melhorar a performance dos futebolistas não só no treino mas também no jogo. Pretendemos perceber se existe melhoria da performance desportiva dos jogadores que participam no SSG, não só no treino, mas também no jogo e compreender que melhorias são essas.

De uma forma simplificada iremos procurar responder à seguinte questão: serão os SSG realmente um método que permite desenvolver as capacidades dos futebolistas (fisiológicas, técnicas, táticas e psicológicas), para que o seu desempenho melhore no jogo? Se sim, como poderão melhorar efetivamente o desempenho dos jogadores e como isso se pode repercutir no jogo?

Em síntese, podemos afirmar que o objetivo geral do presente estudo será perceber se e como a utilização dos small-sided games poderão melhorar a performance dos futebolistas.

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Capítulo 4

Metodologia

Com vista a responder ao problema que definimos anteriormente realizámos uma situação experimental visando compreender se este método permite melhorar o desempenho dos jogadores e se, posteriormente, essa melhoria se poderia, efetivamente, observar no jogo.

4.1- Amostra

Fizeram parte deste estudo 16 jogadores da equipa de futebol dos juvenis do Sporting Club da Covilhã (16 anos ± 0,8; 64kg ± 5,70; 175cm ± 0,06) que disputaram o campeonato distrital da Associação de Futebol de Castelo Branco na época 2012/2013. Estes 16 jogadores foram divididos em dois grupos, o grupo experimental (8 jogadores sendo 4 defesas, 2 médios e 2 avançados) e o grupo de controlo (8 jogadores sendo 4 defesas, 2 médios e 2 avançados). O grupo experimental, bem como o de controlo foram constituídos, cada um deles, por 4 jogadores da equipa inicial e outros 4 que não eram habitualmente titulares. Esta seleção teve como objetivo permitir-nos ter em ambos os grupos (experimental e de controlo) o mesmo número de jogadores que participaram mais tempo em ambos os jogos, com a finalidade de obtermos o máximo de informação, nos dois jogos, em ambos os grupos. Para que assim fosse possível realizamos uma comparação equilibrada entre os grupos. Do estudo não fizeram parte os guarda-redes uma vez que estes não se enquadravam neste tipo de análise que pretendíamos fazer visto que tínhamos como objetivo compreender essencialmente a evolução dos jogadores de “campo”.

4.2- Situação Experimental

O formato de small-sided game que utilizamos neste estudo foi o de 4x4. Isto porque de acordo com Hill-Hass et al., (2008) este é um formato que jogado em qualquer regime (contínuo ou intervalado) fornece confiáveis respostas e por esse motivo representa uma alternativa viável ao tradicional treino intervalado de corrida, caso o objetivo seja desenvolver ou manter a capacidade aeróbia dos jovens jogadores. Também de, acordo com Hiil-Hass et al., (2009) este é um formato que permite aumentar o stress e a exigência a nível físico (aumento da frequência cardíaca e do lactato no sangue) e como tal é um formato que pode ser utilizado pelos treinadores das camadas jovens. Para Dellal et al., (2011)b este

mesmo formato de SSG 4x4 mas com a implementação de limite de dois toques seguidos por jogador favorece ações de alta intensidade e a nível de exigência técnica aproxima-se da exigência a que os jogadores estarão sujeitos nos jogos (11x11). Sendo assim um formato,

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pelas suas características, que permite consoante o objetivo que o treinador estipular para o treino, trabalhar, mais especificamente as exigências técnicas ou físicas do jogo (Dellal et al., 2011b).

O SSG 4x4 foi realizado numa área já pré definida com as dimensões de 30mx20m (área individual por jogador 1:75 m2). A escolha destas dimensões teve como objetivo proporcionar

o maior número de confrontos 1x1, uma maior utilização de ações técnico táticas (finta, desarme, drible, receção) bem como uma maior quantidade de tomadas de decisões a serem tomadas pelos jogadores ao mesmo tempo que tem também uma exigência fisiológica. Para tal era necessário que os espaços e o tempo que os jogadores dispunham para tomar as decisões e executarem, as ações motoras, fosse reduzida. Procurando, deste modo, aproximar-se do que por certos momentos pode acontecer durante os jogos. Indo, também, de encontro à dimensão do campo que foi utilizado por Kelly et al., (2009) e Dellal et al., (2011)b, os quais tinham como objetivo perceber o impacto que o tamanho do campo tinha na

resposta da frequência cardíaca e nos requisitos técnicos utilizados pelos jogadores durante o SSG 4x4 e analisar a influência que tem a restrição do número de toques seguidos por jogador nas suas respostas físicas, técnicas no SSG 4x4, respetivamente. Pelos motivos supracitados optou-se pela dimensão em causa.

Dividimos o exercício em duas partes de quatro minutos com um minuto de recuperação ativa o que fez um total de duração de nove minutos. A opção pelo minuto de recuperação teve como objetivo minimizar o efeito que a fadiga poderia ter no desempenho dos jogadores e como tal na influência que iria ter nos resultados obtidos. No que diz respeito à duração e tempos de descanso utilizados por outros autores destacaríamos dois estudos o de Kelly et al., (2009) em que estes optaram por quatro series de 4 minutos com 2 minutos de recuperação ativa entre cada serie, tendo o exercício um total de 24 minutos. Estes 2 minutos de recuperação, provavelmente, estariam relacionados com a quantidade de series que o exercício tinha (4 series) e como tal houve, por parte dos autores, uma preocupação de minimizar o efeito da fadiga, principalmente da 2º para a 3º serie e da 3º para a 4º. Outro estudo que também destacaríamos foi o de Dellal et al., (2011)b. Estes autores dividiram o

exercício em duas partes de 4 minutos, no entanto utilizaram 3 minutos de recuperação ativa. Este mesmo tempo de recuperação poderia dever-se ao fato de neste estudo os jogadores estarem restritos a número de toques seguidos por jogador o que obrigava a uma maior intensidade do exercício e como estariam sujeitos a um maior efeito da fadiga. Por último importa referir que para contabilizarmos e controlarmos o tempo do exercício foi utilizado um cronómetro. Importa referir que o início do exercício foi dado através de um estímulo sonoro, bem como o final dos primeiros 4 minutos (inicio de 1minuto de descanso), início dos segundos 4 minutos e o final do exercício.

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O SSG 4x4 foi aplicado no início do treino, após o aquecimento, para minimizar os efeitos que a fadiga poderia ter sobre o desempenho dos jogadores e assim impedir que esta influencia-se, ainda mais, os resultados do estudo.

Do exercício fizeram parte duas equipas de 4 jogadores. No final vencia a equipa que marcava mais golos.Sempre que a bola, que estava a ser utilizada, saia do terreno de jogo era reposta uma nova bola em jogo por uma pessoa disposta no centro da área de jogo com o objetivo de manter a intensidade do exercício e minimizar as pausas durante a execução do exercício. A figura seguinte permite uma melhor visualização do exercício em causa.

Figura 1: Small-sided game 4x4.

Ao mesmo tempo que o SSG 4x4 (dimensão 20x30) era realizado pelo grupo experimental o grupo de controlo realizava os exercícios habituais sob a responsabilidade do treinador sendo que habitualmente realizavam exercícios de finalização onde cada uma das equipas tinham duas balizas para defender e duas para atacar. Este exercício era controlado pelo treinador que fornecia constantemente feedbacks com a preocupação de manter a intensidade do exercício elevada. Quanto à dimensão do exercício, esta variava consoante a dimensão do campo que a equipa podia ocupar no treino, não sendo sempre a mesma dimensão. Não tivemos qualquer preocupação em controlar estes exercícios ou estes jogadores uma vez que pretendemos que este grupo mantivesse a sua atividade habitual nos treinos para que pudesse ser comparado como o grupo experimental.

Tivemos a preocupação de que fossem sempre as mesmas amostras a realizarem o SSG, isto para que fosse possível observar e comparar a evolução de cada um dos jogadores e perceber se no final ocorreu melhorias na performance dos indivíduos. Este facto poderia sofrer alterações pontuais quando existisse algum jogador, que por motivos de doença, lesão, ou outra situação, não pudesse participar no exercício. Quando isso acontecia, era substituído nessa sessão por outro jogador e depois na próxima sessão já voltaria tudo à normalidade. No

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entanto, caso o impedimento não fosse apenas pontual e deste modo o impedisse mesmo de participar no resto das sessões o jogador, ai era substituído, de vez, por outro elemento. Importa, também, referir que em ambos os grupos (controlo e experimental) os exercícios aplicados seguiram os mesmos moldes em termos de duração (quatro minutos de exercício, um minuto de pausa e mais quatro minutos de exercício) e ambos eram realizados em simultâneo. Aos jogadores foi fornecido um estímulo auditivo (apito) para iniciar e parar o exercício garantindo assim que todos executassem os exercícios em simultâneo.

4.2.1- Material

Foi utilizado o seguinte material para a realização da situação:

- dois pares de cones à distância um do outro de 1 metro com o objetivo de delinear as balizas;

- 20 cones para delimitar o campo;

- fita métrica para medir as dimensões do campo; - 10 bolas;

- 4 coletes;

- 1 câmara Sony Digital Camcorder DSR-PDX10P para filmar a situação;

- 10 frequencímetros (4 frequencímetros Polar Vantage NVTM ; 5 frequencímetro da marca

Polar S610; 1 frequencímetro da marca Polar S810TM) para registar a frequência cardíaca;

- 2 cronómetros Casio para contabilizar o tempo dos exercícios e o tempo de pausa; - 1 apito para dar inicio e fim aos exercícios.

4.2.2- Duração

O estudo teve a duração de 10 semanas durante as quais foram realizadas as situações. Tendo sido o mesmo iniciado no dia 27 de Janeiro e finalizado no dia 7 de Abril. Durante esse período o exercício foi aplicado duas vezes por semana, o que fez um total de 16 sessões. O SSG foi aplicado durante os treinos de 3ªf e de 5ªf, no Complexo Desportivo da Covilhã, no campo número 3 (terra batida), pelas 19:30 horas.

O primeiro e o último treino, no qual foi aplicado o exercício, foram filmados, bem como o primeiro e o último jogo destas 10 semanas. O primeiro treino realizou-se no dia 29 de Janeiro e o último no dia 4 de Abril. Já o primeiro jogo realizou-se no dia 27 de Janeiro e o último no dia 7 de Abril.

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4.3- Recolha e Tratamento dos Dados

Os dados foram recolhidos e tratados, quer em situação de treino, quer em situação de jogo, conforme apresentamos em seguida e com os seguintes fundamentos e procedimentos.

4.3.1- Treinos

Foram recolhidos e tratados dados fisiológicos para controlo e perceção da evolução dos jogadores, ao longo do tempo, durante a execução do exercício. Para tal, seis jogadores (3 jogadores do grupo de controlo e 3 do grupo experimental) utilizaram frequencímetros com o objetivo de perceber como este indicador se comportou na primeira e últimas sessões, bem como perceber eventuais variações deste indicador, de treino para treino.

Os frequencímetros foram programados para registar a frequência cardíaca de 5 em 5 segundos, o que permitiu observar o comportamento e a evolução deste indicador durante as duas partes do exercício, bem como obter a média da frequência cardíaca de ambas as partes do exercício. Por outro lado, permitiu, também, comparar o que aconteceu na primeira e última sessões, em que foi aplicado. Tendo sido, deste modo, possível perceber como os jogadores responderam ao esforço e comparar o que aconteceu na primeira vez em que o exercício foi executado com a última vez. Possibilitando, assim entender que diferenças ocorreram neste indicador da primeira para a última sessão, bem como conhecer a evolução/percurso deste indicador ao longo do tempo em que o exercício foi aplicado. A escolha por este indicador prendeu-se pelo facto de ser um método mais barato que os restantes, mais fácil e prático de ser utilizado, visto que necessita de apenas um monitor de frequência cardíaca que é mais barato que outros instrumentos que são utilizados para controlar o treino (Reis et al., 2011). No entanto, temos a consciência de que este indicador é mais propício a sofrer variações e como tal tem uma maior probabilidade de erro na quantificação da carga interna real, já que este é muito influenciado pela idade, sexo, ansiedade, medo. Mas, como já foi referido, é o método mais prático, fácil e barato. Neste caso este foi o melhor método a ser utilizado dado às características, próprias, dos SSG. Através das filmagens dos vídeos, da 1º e da última sessão, do SSG 4x4, foram retirados e analisados os indicadores abaixo descritos:

- O momento em que o jogador inicia a sua ação: para fazer esta quantificação tínhamos em consideração o momento em que o jogador iniciava o seu movimento em direção ao local de receção da bola. Utilizámos como referencial se este movimento foi iniciado antes ou despois do seu colega realizar o passe (i.e. tocar na bola) e quanto tempo antes ou depois.

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Podemos aceitar que se este tempo tender a diminuir (i.e. o jogador iniciar a sua ação mais cedo) tal significará que está a conseguir identificar antes os indicadores mais pertinentes para tomar a decisão mais correta e logo, a conseguir ganhar vantagem para ser bem sucedido na sua ação (tendo como resultado uma vantagem no diferencial de tempos). Será assim importante utilizar este indicador como referencia para compreender uma possível evolução resultante das solicitações provocadas nos jogadores pelo SSG a nível da recolha de indicadores e tomada de decisão. Tendo, este tempo, sido medido desde que o jogador iniciava a sua ação (através da informação relação centro de massa base de apoio) até ao momento que o colega realizava o passe.

- Tempo que a bola demorou a chegar ao jogador: para realizarmos esta quantificação contabilizamos desde que foi realizado o passe até ter ocorrido a receção por parte do jogador. Este indicador serviu-nos como referencial, que nos permitiu perceber conjuntamente com o indicador anterior em que momento, antes ou depois, o jogador inicia o seu movimento. Caso este tempo fosse superior, indica ria-nos que o jogador iniciou o seu movimento depois do colega ter realizado o passe.

- Passes realizados com sucesso e insucesso: foram quantificados os passes realizados por cada um dos jogadores, bem como quais foram realizados com sucesso e insucesso. Os passes realizados com sucesso eram todos aqueles que chegavam ao destinatário, já os insucessos eram todos aqueles que não chegavam ao destino (eram intercetados pelos defesas ou que saiam do terreno de jogo). A análise deste indicador teve como objetivo perceber que evolução ocorreu do início para o final do estudo, em que o SSG foi utilizado. Permitindo, comparar quantitativamente os valores registados no início do estudo (1º filmagem) com os registados no final (última filmagem). Este indicador também foi utilizado no estudo de Dellal et al., (2011)b em que este procurou analisar a influência que tinha a restrição do número de

toques seguidos por jogador nas suas respostas físicas, técnicas no SSG 4x4;

- O número de confrontos diretos: este confronto foi definido quando ocorria o 1x1

entre dois jogadores. Isto para promover as ações tático-técnicas do ataque (drible) e da defesa (desarme) e assim percebermos se aumentavam ou diminuíam o número de confrontos da primeira para a última sessão de treinos. Isto para sabermos se no caso deste SSG existiria, no final, alguma alteração neste indicador, comparativamente ao que aconteceu no início. Este foi outro indicador que Dellal et al., (2011)b utilizaram no seu estudo;

- Número de confrontos com sucesso ou insucesso para os “defesas” e para os

“avançados”: este indicador vem na sequência do anterior. Teve o propósito de perceber dos

confrontos que existiram quantos tiveram sucesso e quantos tiveram insucesso, para depois se perceber da primeira para a última sessão o que aconteceu a este indicador. Ou seja, se no confronto de 1x1 ocorreram mais sucessos ou insucessos e como este fator evoluiu. Definimos

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como confrontos com sucesso todos aqueles que ocorriam em que o defesa/avançado, através de ações técnico táticas (atacantes/defensivas), conseguiam resolver os problemas a que eram sujeitos pelos adversários (por exemplo: no caso dos avançados estes continuarem com a posse de bola ou no caso do defesas recuperarem a posse de bola).

- O número de golos: o motivo pelo qual analisamos este indicador deveu-se ao facto de este fazer parte do jogo, para que se possa chegar ao objetivo, do jogo, que é vencer. Como tal deve ser analisado para perceber o que aconteceu de sessão para sessão com o número de golos. No entanto, este é um indicador indireto da melhoria na performance dos jogadores, uma vez que o resultado final é marcar golo mas é possível estar a evoluir e não conseguir marcar golos (depende do adversário, por exemplo).

Estes indicadores foram analisados na 1ª filmagem (1º dia da aplicação do exercício) e na última filmagem (passado as 10 semanas) com o objetivo de perceber que tipo de evolução ocorreu no desempenho dos jogadores, que participaram no SSG 4x4.

4.3.2- Jogos

Tornou-se também necessário procurar definir alguns indicadores que fossem possíveis medir no jogo e que por sua vez estivessem relacionados com o SSG. Isto com o propósito de perceber se existia, efetivamente, uma melhoria do desempenho no jogo, dos jogadores que participaram no SSG comparativamente com os que não participaram.

Assim, estes foram os indicadores retirados da análise dos vídeos dos jogos:

- O momento em que o jogador iniciou a sua ação: Para fazer esta quantificação tivemos em consideração o momento em que o jogador iniciava o seu movimento em direção ao local de receção da bola. Utilizámos como referencial se este movimento foi iniciado antes ou despois do seu colega realizar o passe (i.e. tocar na bola) e quanto tempo antes ou depois. Podemos aceitar que se este tempo tender a diminuir (i.e. o jogador iniciar a sua ação mais cedo) tal significará que está a conseguir identificar antes os indicadores mais pertinentes para tomar a decisão mais correta e logo, a conseguir ganhar vantagem para ser bem sucedido na sua ação (tendo como resultado uma vantagem no diferencial de tempos). Tal como no SSG, também aqui, na análise do jogo, quantificamos este indicador. A análise deste indicador no jogo foi importante para nós ajudar a compreender se existiu uma possível evolução resultante das solicitações provocadas nos jogadores pelo SSG a nível da recolha de indicadores e tomada de decisão. Tendo este tempo sido medido desde que o jogador iniciava a sua ação (através da informação relação centro de massa base de apoio) até ao momento em que o colega realizava o passe.

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- Tempo que a bola demorou a chegar ao jogador: para realizarmos esta quantificação contabilizamos desde que foi realizado o passe até ter ocorrido a receção por parte do jogador. Este indicador serviu-nos como referencial, que nos permitiu perceber conjuntamente com o indicador anterior em que momento, antes ou depois, o jogador iniciou o seu movimento. Caso este tempo fosse superior, indica ria-nos que o jogador iniciou o seu movimento depois do colega ter realizado o passe.

- Passes realizados com sucesso e insucesso: foram quantificados por jogador os passes que cada um deles realizara durante o primeiro e o último jogo e posteriormente contabilizados os que foram realizados com sucesso e insucesso, em cada um deles. Os passes realizados com sucesso eram todos aqueles que chegavam ao destinatário, já os insucessos eram todos aqueles que não chegavam ao destino (eram intercetados pelos defesas ou que saiam do terreno de jogo). Isto, com o objetivo de perceber se os jogadores que participaram no SSG tiveram uma melhoria do desempenho, nesta ação técnico-tática, comparativamente com os que não participaram no SSG.

- O número de confrontos diretos: estes confrontos foram definidos quando ocorria o 1x1 entre dois jogadores. Onde foram quantificados o número de confrontos e analisados, em termos de sucesso ou insucesso. Definimos como confrontos com sucesso todos aqueles que ocorriam em que o defesa/avançado, através de ações técnico táticas (atacantes/defensivas), conseguiam resolver os problemas a que eram sujeitos pelos adversários (por exemplo: no caso dos avançados estes continuarem com a posse de bola ou no caso do defesas recuperarem a posse de bola). A quantificação deste indicador no jogo teve como objetivo perceber se existia diferenças neste indicador entre os jogadores que participaram no SSG e aqueles que não participaram. Caso este indicador mostra-se que os jogadores que participaram no SSG diminuíam no jogo os confrontos com insucesso e aumentavam os com sucesso, comparativamente ao que acontecia com os jogadores que não participaram no SSG, poderíamos afirmar que os que participaram no SSG melhoraram a sua performance nas situações de um para um.

4.4- Recolha de dados

Os dados apresentados foram recolhidos, quer em situação de treino, quer em situação de jogo, conforme apresentamos em seguida.

4.4.1- Treinos

Os dados foram recolhidos através de câmara de filmar. Esta foi colocada obliquamente em relação ao exercício, a cerca de 80 metros de distância e a 5 metros acima do chão. Isto para

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que fosse possível ter uma visão superior das ações, que eram executadas pelos jogadores. As filmagens do exercício foram realizadas no início (29 de Janeiro) e final (4 de Abril) do estudo. O exercício foi montado próximo do foco de luz artificial, para que assim pudéssemos ter uma melhor visibilidade do vídeo.

Quanto aos polares, e à sua utilização importa referir que estes foram distribuídos pelos seis jogadores (3 no grupo experimental e 3 no grupo de controlo) antes do treino começar para iniciar a adaptação dos jogadores ao equipamento e também para evitar paragens muito prolongadas no decorrer do próprio treino e assim permitir que o mesmo se desenrolasse como sempre se desenrolou, até à altura do estudo. Para além deste aspeto, importa também frisar que cada um destes polares estava dentro de um saco com o respetivo nome das amostras que iam utilizar os mesmos. Isto com o objetivo de saber quem eram as amostras que utilizavam os polares, bem como impedir que houvesse troca de polares e de informação, sobre a FC, referente às amostras.

4.4.2- Jogos

As filmagens foram realizadas nos dias 27 de Janeiro e 7 de Abril. A primeira foi realizada no campo nº 2 do Complexo Desportivo da Covilhã e a segunda no Estádio Municipal do Fundão. Ambas tiveram início às 11:00 e terminaram às 12:45.Na primeira filmagem a câmara foi colocada obliquamente em relação ao campo, a cerca de 15 metros de distância e a 10 metros acima do campo. No segundo caso a câmara ficou colocada no ponto mais alto, na bancada (cerca de 20 m do relvado), ao centro do campo, a cerca de 10 metros de distância da linha lateral. Sempre com o objetivo de poder filmar todas as ações dos jogadores com a melhor qualidade possível, de modo a facilitar a análise do vídeo e assim permitir uma análise mais rigorosa e mais próxima, possível, do que aconteceu na realidade.

4.5- Análise dos Dados

Depois de filmadas as situações, a quantificação e análise e dos dados foram realizadas pelo visionamento dos vídeos através do programa Windows Live Movie Maker que permitiu quantificar o tempo de cada ação através da medição dos frames entre cada momento relevante de acordo com o apresentado anteriormente.

Quanto à análise estatística, esta foi realizada com a ajuda do programa SPSS Statistics 19, onde foram introduzidos os dados. Realizamos dois testes, o teste t para amostras independentes (teste paramétrico) e o teste de Kolmogorov Smirnov (teste não paramétrico). Para além destes dois testes também realizamos a análise da estatística descritiva (média, desvio padrão, máximo e mínimo) dos indicadores individuais que foram retirados, ao longo

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das semanas. Na análise da estatística descritiva, relacionada com os jogos, tivemos a necessidade de estabelecer uma regra, para que tivéssemos proporcionalidade de tempos em ambos os jogos, uma vez que nem todos os jogadores jogaram o mesmo tempo. Esta regra estava relacionada com o tempo de jogo que cada um dos jogadores realizou em ambos os jogos. No qual eram comparados, em ambos os jogos, o mesmo número de minutos que realizaram. Por exemplo: caso um jogador tivesse participado nos oitenta minutos do primeiro jogo e no segundo jogo só tivesse participado nos segundos quarenta minutos, os dados que eram analisados eram os dos dois relativos à primeira parte de ambos os jogos.

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Capítulo 5

Resultados

Neste capítulo iremos apresentar os resultados, dos indicadores, nos treinos e nos jogos. Assim, este capítulo será constituído por dois subcapítulos, o primeiro com toda a informação sobre os treinos e o segundo com a informação dos jogos.

5.1- Treinos

Neste subcapítulo apresentaremos a evolução e o comportamento dos vários indicadores estudados no treino.

Nos gráficos 1 e 2 podemos observar que a FC tem um comportamento diferente ao longo do tempo de realização dos exercícios. No gráfico 1 (comportamento da FC no grupo experimental) parece evidente um comportamento homogéneo em ambas as amostras, não havendo disparidade de comportamento entre as curvas. Apresentando, para além disto, uma intensidade sempre elevada ao longo do tempo de realização do exercício. Tal já não se verifica no gráfico 2 (comportamento da FC no grupo de controlo). O comportamento da FC cardíaca neste caso teve um comportamento muito irregular entre as amostras. Verificamos diferenças significativas na intensidade do exercício registadas entre as amostras. Diferenças, estas entre 190 e 156; 190 e 160; 128 e 172.

Gráfico 1: Comportamento da FC durante o SSG 4X4 no início e no final do estudo (grupo experimental).

Gráfico 2: Comportamento da FC durante o exercício no início e no final do estudo (grupo controlo).

1º P. 2º P.

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33

No gráfico 3 podemos verificar os valores médios de FC ao longo das dezasseis sessões em ambos os grupos. Verificamos que as médias registadas pelo grupo experimental são superiores em todos os momentos do exercício (primeira parte, minuto de descanso e segunda parte) comparativamente com o que acontece no grupo de controlo. Por exemplo nos momentos 9, 13 e 14 (da primeira parte) com valores entre 167 e 142; 165 e 147, 169 e 150 e no momento 1 e 13 (da segunda parte) com valores entre 181 e 166; 166 e 150.

No gráfico 4 e 5 apresentamos o comportamento da média e do desvio padrão, no indicador da frequência cardíaca em ambos os grupos, durante a execução do exercício, ao longo das dezasseis sessões do estudo. Podemos observar que existe uma menor dispersão do comportamento da FC no grupo experimental, em ambas as partes do exercício, comparativamente com o que acontece no grupo de controlo (desvio padrão).

Gráfico 4: Informação sobre o comportamento da média e do desvio padrão da FC, de ambos os grupos, ao longo das 16 sessões do estudo. Este gráfico contempla a informação sobre a 1ºparte dos exercícios.

1ºP 2ºP

Gráfico 3: Informação sobre o comportamento da média da FC, dos grupos experimental e de controlo, durante as várias fases dos exercícios (1º parte, minuto de descanso e 2º parte) ao longo dos 16 momentos do estudo.

(34)

34

Gráfico 5: Informação sobre o comportamento da média e do desvio padrão da FC, de ambos os grupos, ao longo das 16 sessões do estudo. Este gráfico contempla a informação sobre a 2ºparte dos exercícios.

No gráfico n.º 6 podemos observar o comportamento das médias individuais dos momentos (tempos) em que os jogadores iniciaram a sua ação. É aqui possível verificar como este indicador se comportou no início (29 de Janeiro) e no final (4 de Abril) do estudo. Assim, podemos observar que na maioria dos casos as médias individuais registadas no treino filmado no final diminuíram comparativamente com as que se registaram no treino inicial.

Gráfico 6: Comportamento das médias individuais dos momentos em que os jogadores iniciaram as suas ações. Valores referentes a cada uma das partes do exercício, filmado nos dias 29 de Janeiro e 7 de Abril. Importa referir que TFI é a designação para treino filmado no início e TFF para treino filmado no final do estudo.

Imagem

Tabela  1:  Variáveis  que  podem  condicionar  as  exigências,  dos  exercícios,  a  que  os  jogadores  estarão  sujeitos
Figura 1: Small-sided game 4x4.
Gráfico 2: Comportamento da FC durante o exercício  no início e no final do estudo (grupo controlo).
Gráfico 4: Informação sobre o comportamento da média e do desvio padrão da FC, de ambos os grupos,  ao longo das 16 sessões do estudo
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