• Nenhum resultado encontrado

Fórmula 41 – Indicador do Grau de Investimento

2.8 ANÁLISE ECONÔMICA DA DECISÃO

Quando se utiliza os processos racionais dentro dos processos de decisão, estes servem para evidenciar qual deve ser a melhor alternativa diante das existentes. Pode ser visto como um sistema estruturado que, na visão de Skinner (1999) ajuda o gestor pensar logicamente a respeito de situações problemáticas, buscando compreender objetivos, riscos e as dúvidas que afetam uma situação- problema. Diante disto, pode-se dizer que as variáveis relevantes dentro deste contexto são a incerteza e os riscos. Assim, a maior parte das decisões, sobretudo as mais importantes podem ser definidas baseadas em algum tipo de previsão, colocando o fator incerteza no processo de decisão. Nesta mesma perspectiva Freitas (2008), coloca a incerteza como um complicador, pois as decisões mais importantes passam pelas previsões, o que aumenta ainda mais este fator, refletido pela insuficiência de informações. É salutar efetuar uma avaliação das incertezas, buscando definir o provável risco envolvido.

As palavras "risco" e "incerteza" assumem, na maioria das vezes, conceitos distintos, embora em muitos casos apareçam como sinônimos. De acordo Ferreira (2009, p. 1100), os termos são definidos da seguinte forma: Risco: do latim risiku,

riscu, este provavelmente do latim resecare, "cortar"; ou do espanhol risco, que

Jur. Possibilidade de perda ou de responsabilidade pelo dano. Incerteza: de in+certeza. S.f. Falta de certeza; hesitação; indecisão, perplexidade, dúvida.

Andrade (2000) entende o risco como sendo a estimativa do grau de incerteza que se obtêm com a realização de resultados futuros desejados. Assim, no contexto de um investimento quanto maior e mais ampla for a faixa de valores previsíveis para o retorno, tanto maior será o grau de risco deste. Existem três princípios de incertezas, aplicáveis onde emergem deficiências de informações, na visão de Klir (1995), estes são: o princípio de incerteza mínima; princípio da incerteza máxima; e o princípio da invariância da incerteza.

Um dos problemas de difícil solução em uma análise de risco é justamente a estimativa das probabilidades. A probabilidade é, desta forma, uma medida de incerteza. Desta forma, quando uma situação problemática é nova, o decisor, sempre deverá buscar informações complementares a seu respeito, que lhe permitam certa sensibilidade acerca da incerteza dos fatores envolvidos. Com uma dose de esforço e de imaginação, pode-se quantificar o grau de certeza ou incerteza que tem sobre cada fator. Com isso, estará definindo, em termos numéricos, a probabilidade de ocorrência do fator que ele acha razoável.

Outra problemática na tomada de decisão, são as escolhas das melhores alternativas de acordo com critérios estabelecidos, a partir de certa quantidade de informações, com o propósito de atingir um objetivo estabelecido. A multidimensionalidade é, atualmente, a principal característica dos problemas de tomada de decisão do mundo real, tendo objetivos econômicos, financeiros e sociais, quando agregada aos objetivos tem-se a incerteza. Matematicamente a incerteza refere-se à probabilidade do resultado de um experimento aleatório (Belchior; Xexéo; Rocha, 1997).

Assim, para tomar qualquer tipo de decisão, a consciência de quem decide é fundamental na escolha da melhor alternativa com base nos critérios estabelecidos, a partir de certa quantidade de informações, com o propósito de atingir um objetivo estabelecido. O mundo corporativo requer decisões com riscos previamente calculados, assim, na visão de Damodaran (2003), a chave para se obter sucesso em decisões econômicas e financeiras está em compreender não somente o que são os valores associados, mas sim a fonte desses valores.

Uma situação que envolve decisão em um contexto globalizado, no tocante ao desempenho diz respeito à economia de escala que, na visão de Vendrusculo e Alves (2009), pode explicar porque algumas empresas são mais lucrativas do que outras. Por meio da economia de escala, ainda segundo os autores, é possível maximizar os lucros à medida que a quantidade produzida aumenta. Alguns processos tornam-se mais produtivos em grande escala, por proporcionarem reduções nos custos de produção, o contrário também se verifica. Na visão de Souza (2003), com a economia globalizada, os decisores trabalham diariamente com questões relacionadas à captação de recursos para inovação e criação de novos produtos, necessários para o desenvolvimento e perpetuidade das corporações, na medida em que a concorrência estará sempre pressionando as empresas para acompanhamento das novas tendências e satisfação das necessidades de seus clientes.

Dentro desta perspectiva, o autor, indica que em uma economia globalizada que segue as normas alocadas nas teorias da administração financeira, as decisões relativas aos investimentos, bem como suas fontes, devem abordar o risco inerente ao negócio, o risco financeiro e as projeções de resultados da corporação, apresentando-se como fator fundamental na busca do sucesso. Não obstante a esta situação surge o custo de oportunidade econômico.

Segundo Burch e Henry (1974), o conceito de custo de oportunidade originou-se com Frederich Von Wieser. O conceito foi aplicado na determinação do valor dos fatores de produção. Ele definiu o valor de um fator de produção em qualquer situação como o seu custo de oportunidade, sendo tal custo de oportunidade definido como o rendimento líquido gerada pelo fator em seu melhor uso alternativo (Beuren, 1993).

Pode-se dizer também que custo de oportunidade vai representar o lucro máximo que poderia ter sido obtido se o bem, serviço ou a capacidade de produção tivessem sido aplicados em outro sistema operacional (Horngren, 1985). Para Martins (2001), as alternativas para se efetuar uma análise adequada do custo de oportunidade são: entender o custo de oportunidade com relação a outro investimento de igual valor, ou tomar como base investimentos de risco zero. Na prática se deve comparar valores de igual poder de compra. A decisão é

tomada mediante o confronto entre o beneficio gerado pela alternativa escolhida e o beneficio que seria obtido se fosse escolhida a melhor alternativa entre as que foram renunciadas.

Na economia estruturada que contempla os mercados, os preços de bens e de serviços estão apresentados pela razão de troca entre ambos decorrentes de sua escassez e de suas utilidades o que, em suma, viria a ser a expressão mais material do confronto entre o "desejo e possibilidade de ter" e o "desejo e possibilidade de ofertar".

Nos contínuos estudos realizados por Diamond (1998), e Mortensen e Pissarides (1999), que rendeu-lhes o Nobel de Economia no ano de 2010, afirmam que os mercados buscam a procura de alguns compradores que mesmo assim nem sempre são atendidas, enquanto alguns vendedores não poderão vender tanto quanto gostariam, assim os altos custos estão frequentemente associados às dificuldades dos compradores em achar vendedores, e vice-versa.

Nem sempre nos textos econômicos a expressão "custo de oportunidade" aparece de forma explicita. Para Miller (2004), o custo em economia significa apenas uma coisa – o custo de oportunidade. Para Santos (1996), o custo de oportunidade é o custo para se utilizar algo em um empreendimento, mediante futuro benefício, por não utilizá-lo com resultado máximo no seu uso alternativo. O custo de oportunidade representa o custo associado a uma determinada escolha medido em termos da melhor oportunidade perdida. Por outras palavras, o custo de oportunidade representa o valor que se atribui à melhor alternativa de que se prescinde quando se efetua a escolha. Logo este custo está diretamente relacionado com o fato de se viver em um mundo de escassez. A escassez obriga a efetuar escolhas, o que implica na prescindência de determinados bens quando se opta por outros e, portanto, implica a existência de um custo de oportunidade sempre que se toma uma decisão.

Pelo exposto, observa-se que o custo de oportunidade tem algumas premissas. São as seguintes: 1) o custo de oportunidade pressupõe escolhas de alternativas viáveis e excludentes entre si; 2) o custo de oportunidade sempre vai envolver algum atributo do objeto que se avalia, ou seja, por que a via escolhida foi esta e não aquela, mensurando-se prejuízos e benefícios; 3) o custo de

oportunidade está ligado a bens e serviços utilizados pelo indivíduo (Pindyck; Rubinfeld, 1994).

O custo de oportunidade pode ser também visível numa situação de escolha entre consumo presente e consumo futuro, o consumo futuro implica necessariamente sacrifício de consumo presente, isto é, o custo de oportunidade da poupança é não mais do que a melhor opção em termos de consumo presente (Harbaugh, 2009). Esta situação torna eminente a questão do risco econômico.