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Circulante Passivo Estoques - Circulante Ativo Seca Liquidez  [4] 2.12.2 Índices de lucratividade

Na visão de Bruni (2010), uma importante etapa da análise corporativa diz respeito à compreensão do quanto se está ganhando. Deve-se, portanto, dentro de uma visão econômica e financeira, compreender as diferentes formas de se analisar o lucro, sempre buscando sua interpretação combinando como se fosse um fluxo de caixa, usualmente apresentado sob a forma do Ebitda.

Um dos principais objetivos da empresa é gerar lucro, no entanto esse lucro precisa ser mensurado adequadamente refletindo a gestão operacional da organização. Mesmo aquelas organizações sem fins lucrativos precisam de resultados positivos para continuar operando e ampliando sua atuação.

O cociente de lucratividade, conforme Groppelli e Nikbakht (2008), é aquele gerado em todas as fases de um negócio, ou seja, esse índice compara o lucro líquido às vendas líquidas, assim com o intuito de deixá-lo refinado, ajusta-se este pelo Ebitda, que na visão de Assaf Neto (2002), quanto maior o Ebitda, mais eficiente será a formação de caixa proveniente das operações e consequentemente a capacidade de pagamento de dividendos aos acionistas e proprietários de capital, pois engloba todos os componentes operacionais, e desta forma, compreende grande parte das receitas auferidas e despesas incorridas, o que destaca a medida em relação ao lucro líquido na visualização do desempenho operacional do negócio (Klemt; Gewehr, 2002).

O ambiente em que as corporações estão inseridas apresenta-se cada vez mais competitivo, complexo e com aumento da procura por informações acuradas

para auxiliar na tomada de decisão gerencial é cada vez mais crescente (Souza et

al., 2008).

O conhecimento de novas ferramentas de análise é fundamental no aspecto da inovação, assim o Ebitda, conforme Castro et al. (2007), mantém posição de destaque em pesquisas realizadas na academia.

Referenda-se também que o produto da lucratividade e do giro resulta na rentabilidade, um dos aspectos relevantes que é tratado por este estudo, porém neste contexto nunca pode-se esquecer a análise do risco (Bruni, 2010). Assim, pode-se analisar o resultado econômico, a lucratividade com base no Ebitda, ou seja, o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.

O resultado econômico baseado no Ebitda

O lucro pode ser considerado o principal indicador de desempenho de uma corporação, sendo utilizado como base de medida por uma grande variedade de usuários (Garrisson; Noreen, 2001). O sucesso de um empreendimento depende de sua capacidade de gerar recebimentos em excesso aos desembolsos de caixa, o que pode ser entendido como o aumento da riqueza líquida da corporação.

Dado que as entidades, para efeito de contabilidade, são consideradas como empreendimentos em andamento, é forçosa a premissa explicitada por Iudícibus (1998, p. 48), sobre o postulado da continuidade para que seja fundamentada a existência da divulgação do resultado na organização:

a premissa da continuidade seja válida, se atentarmos para o fato de que o resultado exato do empreendimento poderá ser reconhecido, de qualquer forma, somente no final. A Contabilidade tem a responsabilidade de atribuir parcelas, mesmo que apenas aproximadas, de seu resultado total, aos vários períodos.

No contexto do resultado, Icó e Braga (2001) afirmam que o lucro do período é por muitos decisores considerado um ótimo, talvez o melhor, indicador do bom desempenho de uma companhia.

Quando se analisa as variáveis operacionais que geram determinado resultado, verifica-se a variabilidade do lucro, devido a diversos fatores, como: as formas de contabilização da depreciação, correção de dívidas e impostos. No contexto de uma economia globalizada os mesmos números evidenciados pelo lucro passam a mostrar informações muito diferentes. Para ajustar tais desigualdades, pode-se utilizar um instrumento denominado Ebitda.

O Ebitda adquiriu notoriedade a partir dos anos 1970 nos EUA, no momento em que as companhias começaram a utilizá-lo como medida temporária visando analisar o período que uma organização, investindo em infraestrutura, levaria para prosperar no longo prazo. A base parte do princípio da exclusão dos juros incidentes sobre os empréstimos, somando-se a depreciação dos ativos, os investidores teriam uma medida de performance futura da empresa, avaliando apenas a parte operacional (Klemt; Gewehr, 2002).

Assaf Neto (2003) evidencia dentro de sua obra que quanto maior for o montante financeiro do Ebitda, maior será a probabilidade de eficiência na formação de caixa oriundo de operações diárias da corporação e, consequentemente, a capacidade de pagamento aos proprietários de capital e investimentos demonstrados pela empresa.

O Ebitda consiste num instrumento de desempenho financeiro, posto que reflete o potencial de geração de recursos decorrentes das atividades operacionais da empresa. Engloba todos os componentes operacionais e, desta forma, compreende as receitas auferidas e despesas incorridas, levando em conta o desempenho operacional, deixando em segundo plano o resultado financeiro.

Por se tratar de uma medida essencialmente operacional, o Ebitda caracteriza-se por revelar a capacidade operacional de geração de caixa de uma empresa, o que corrobora para o entendimento da assertiva apresentada por Vasconcelos (2002, p.30) ao afirmar que:

[...] existe uma tendência por parte dos analistas em recomendar negócios com empresas que apresentam EBITDA positivo, afinal quanto maior a geração de recursos via operações da empresa, mais atrativo é o negócio, especialmente quando comparamos o indicador absoluto com o volume de investimentos operacionais.

O Ebitda deixa evidente a potencialidade operacional de geração de caixa, tendo por base o investimento operacional produtivo, não levando em consideração o custo de empréstimos captados, não considerando ainda o resultado financeiro, os eventos extraordinários e os ganhos ou perdas não operacionais, as despesas com depreciação, amortização e exaustão. Por meio dele elimina-se qualquer dificuldade para fins de análise de uma eventual desvalorização da moeda. Sendo assim, pode-se afirmar que o Ebitda equivale ao conceito restrito de fluxo de caixa operacional da corporação, apurado antes do cálculo dos impostos sobre os resultados, avaliando desta forma a capacidade de geração de dinheiro por parte do negócio, deixando evidente o potencial de geração de caixa.

Diante deste contexto pode-se referir que este instrumento procura mostrar se o negócio explorado pela empresa é lucrativo ou não. O Ebitda compõe-se do lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização, que conforme Vasconcelos (2002), é um misto de indicador de desempenho econômico-financeiro e base para avaliação de empresas, o que ressalta sua importância. Sua fórmula é alocada da seguinte maneira:

Fórmula 5 – Ebitda