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ESTUDO 1. Comportamento dos parâmetros temporais das forças reativas ao apoio

3.1.3 Métodos

3.1.3.4 Análise estatística

O cálculo da Relação entre as taxas da força vertical e ântero-posterior foi obtido através da divisão entre as taxas de carregamento vertical (LRv) e descarregamento vertical (ULRv) e as taxas

de carregamento ântero-posterior (ULRap) e descarregamento ântero-posterior (ULRap), (Figura

3.1).

3.1.3.4 Análise estatística

A análise estatística foi desenvolvida com o programa SPSS V.19 (IBM Corp, Armonk, NY) e foi estabelecido um grau de significância estatística de 5%. A análise descritiva incluiu a média  desvio padrão das variáveis, sendo apresentada a sua amplitude. As associações das variáveis biomecânicas com as características da menopausa e a composição corporal foram examinadas através do coeficiente de correlação de Pearson. As diferenças entre os valores médios das variáveis foram analisadas através do teste t para amostras independentes.

3.1.4 Resultados

A análise descritiva da amostra está apresentada na tabela 1, com as variáveis da composição corporal e o tempo de menopausa (TM). Todas a mulheres apresentaram uma condição muscular normal (IMME> 28%), porém, 87,65% das mulheres apresentaram um índice de AVA elevado (≥ 100 cm2), um IMC de sobrepeso e mais de 52% das mulheres pós-menopáusicas revelaram

obesidade (MG≥ 35%).

Tabela 3.1 – Caracterização da amostra (n=67).

Variáveis MédiaDP Amplitude

Idade (anos) 59,90 ± 4,21 48,43 – 69,49

Tempo de menopausa (anos) 10,28 ± 5,97 2,00 – 28,00

Altura (cm) 156,47 ± 4,55 146,53 – 169,38

Peso (kg) 65,31 ± 9,11 44,62 – 89,04

Índice de massa corporal (kg/m2) 26,71 ± 3,66 18,69 – 36,35

Massa gorda (kg) Massa gorda (%) 23,30 ± 6,63 34,95 ± 6,62 8,20 – 43,30 18,48 – 48,66 Adiposidade visceral abdominal (cm2) 126,32 ± 21,84 60,64 – 171,94

Índice de massa muscular esquelética (%) 35,35 ± 3,45 28,08 – 43,95

TM - Tempo de menopausa; MG - Massa gorda; AVA - Adiposidade visceral abdominal; IMC - Índice

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A análise descritiva das variáveis biomecânicas referentes aos parâmetros temporais verticais e ântero-posterior das FRA, é ilustrada na Tabela 3.2. Para as taxas foi utilizada a mesma nomenclatura de carregamento (LR) e descarregamento (ULR), sendo indicado o sentido vertical (LRv e ULRv) e ântero-posterior (LRap e ULRap). A Tabela 3.3 apresenta a relação entre o TM e a composição corporal com as variáveis temporais da FRA, onde a relação das taxas vertical mostrou ser sensível ao TM e o P. A idade das PMs influenciou positivamente a taxa LRv ao contrário do P, que influenciou de forma negativa. Tanto a MG quanto a AVA afetaram a variável TFz2/TFz3, porém a taxa ULRv mostrou ser influenciada negativamente pela AVA. Não foram

identificadas associações significativas entre IMC e IMME e as variáveis temporais da FRA.

As diferenças entre as médias das variáveis biomecânicas realizadas dentro dos grupos definidos de acordo com as características da menopausa, tais como a natureza da menopausa (natural ou induzida), a utilização de TH e o TM (igual ou superior a 10 anos e com menos de 10 anos), foram testadas através do teste t para amostras independentes. Não foram encontradas diferenças entre os dois grupos definidos de acordo com o TM. A Tabela 3.4 mostra apenas as diferenças com significado estatístico.

Tabela 3.2 - Análise descritiva das forças reativas ao apoio (n= 67).

Variáveis Biomecânicas MédiaDP Amplitude

Parâmetros temporais verticais

TTotalFz 0,67 ± 0,08 0,56 – 0,83 TFz1/TFz2 0,51 ± 0,048 0,43 – 0,68 TFz1/TFz3 0,32 ± 0,034 0,26 – 0,45 TFz2/TFz3 0,62 ± 0,041 0,54 – 0,72 LRv (BW/s) 6,95 ± 1,41 3,59 – 11,30 ULRv (BW/s) 6,42 ± 0,86 4,52 – 8,13 LRv /ULRv 1,08 ± 0,18 0,69 – 1,51

Parâmetros temporais ântero-posteriores

TFy1/TFy2 0,31 ± 0,06 0,14 – 0,65 TFy1/TFy3 0,19 ± 0,03 0,10 – 0,38 TFy2/TFy3 0,61 ± 0,03 0,53 – 0,71 LRap (BW/s) -1,89 ± 0,43 -3,29 – -0,85 ULRap (BW/s) 2,17 ± 0,51 1,31 – 3,76 LRap/ULRap -0,90 ± 0,25 -1,75 – -0,38

T TTotalFz - Tempo total da força Fz; TFz/TFz - Relação entre os tempos das forças Fz; LRv - Taxa de

carregamento vertical; ULRv - Taxa de descarregamento vertical; LRv/ULRv - Relação entre as taxas de carregamento e descarregamento vertical; TFy/TFy, Relação entre os tempos das forças Fy; LRap - Taxa de carregamento ântero-posterior; ULRap - Taxa de descarregamento ântero-posterior; LRap/ULRap - Relação entre as taxas de carregamento e descarregamento ântero -posterior.

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Na análise entre os grupos da natureza da menopausa, as mulheres que apresentaram

menopausa natural exibiram uma maior relação entre as taxas LRv/ULRv (p< 0,014). No

grupo de TH, as PM que documentaram o uso de TH apresentaram maiores taxa LRv

(p<0,032) e taxa ULRap (p<0,017) e maiores valores na componente ântero-posterior

TFy

1

/TFy

2

(p<0,026)e TFy

1

/TFy

3

(p<0,037).

Tabela 3.3 - Associação dos parâmetros temporais das forças reativas ao apoio com a idade, o tempo de menopausa e a composição corporal.

Variáveis Biomecânicas TM (anos) Idade (anos) M G (kg) AVA (cm2) Peso (kg) IM C (kg/m2) IM M E (%) TFz1/TFz2 -0,144 -0,064 0,035 0,005 0,093 0,055 0,061 TFz1/TFz3 -0,048 -0,039 0,210 0,178 0,237 0,207 -0,112 TFz2/TFz3 0,107 0,006 0,247* 0,252* 0,211 0,216 -0,229 TFy1/TFy2 0,056 -0,042 -0,070 -0,066 0,016 0,067 0,159 TFy1/TFy3 0,037 -0,076 -0,070 -0,054 0,008 0,048 0,134 TFy2/TFy3 -0,081 -0,101 0,003 0,033 -0,057 -0,101 -0,112 LRap (BW/s) 0,010 -0,120 -0,037 0,030 0,083 0,068 0,151 ULRap (BW/s) -0,038 0,098 0,038 -0,082 0,058 0,007 -0,021 LRap/ULRap -0,035 -0,73 -0,018 -0,062 0,119 0,066 0,154 LRv (BW/s) 0,170 0,248* -0,212 -0,174 -0,330** -0,236 0,054 ULRv (BW/s) -0,073 0,070 -0,174 -0,276* -0,137 -0,195 0,180 LRv/ULRv 0,275* 0,205 -0,108 0,023 -0,275* -0,114 -0,085

* p≤ 0,05; ** p≤ 0,01; TFzTFz -, relação entre os tempos das forças Fz; LRv - taxa de carregamento vertical;

ULRv - taxa de descarregamento vertical; LRv/ULRv - relação entre as taxas de carregamento e

descarregamento vertical; TFy/TFy - relação entre os tempos das forças Fy; LRap - taxa de carregamento ântero-posterior; ULRap - taxa de descarregamento ântero-posterior; LRap/ULRap – relação entre as taxas de carregamento e descarregamento ântero-posterior; TM – tempo de menopausa; MG – massa gorda; AVA – adiposidade visceral abdominal; IMC – índice de massa corporal; IMME – índice de massa muscular esquelética.

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Tabela 3.4. Associação dos parâmetros temporais das forças reativas ao apoio com os grupos definidos para natureza da menopausa (menopausa natural e induzida) e terapia hormonal (sem e com terapia hormonal).

Parâmetros Biomecânicos Menopausa Natural (n= 58) Média ± DP Menopausa Induzida (n= 9) Média ± DP Valor de p LRv / ULRv 1,08 ± 0,19 1,07 ± 0,09 0,014 Parâmetros Biomecânicos

Sem Terapia Hormonal (n=29) Média ± DP

Com Terapia Hormonal (n= 38) Média ± DP Valor de p LRv 6,53 ± 1,23 7,27 ± 1,46 0,032 TFy1/TFy2 0,29 ± 0,05 0,32 ± 0,06 0,026 TFy1/TFy3 0,18 ± 0,03 0,19 ± 0,03 0,037 ULRap 2,00 ± 0,43 2,30 ± 0,53 0,017

LRv/ULRv - relação entre as taxas de carregamento e descarregamento vertical; LRv - taxa de carregamento vertical; TFy1/TFy2 – relação entre o tempo das forças Fy1 e Fy2; TFy1/TFy3 – relação entre os tempos das forças Fy1 e Fy3;

ULRap - taxa de descarregamento ântero-posterior; valor de p<0,05.

3.1.5

Discussão

Através da avaliação dos parâmetros do caminhar, a FRA tem contribuído para um melhor entendimento da distribuição temporal das cargas colocadas sobre o pé durante o deslocamento humano. Ao longo das últimas décadas, a análise biomecânica do caminhar tem sido perseguida por muitos autores, através da medição vertical da FRA com sua curva característica em forma de “M” com parametrizações discreta em pontos distintos (Takahashi et al., 2004; Winiarski e Kucharska 2009). No presente estudo, ao examinar o tempo de apoio vertical e ântero-posterior das FRA durante o caminhar de PMs, as curvas foram encontradas para ser muito regular e repetidas. Porém, a taxa LRv apresentada na tabela 3.3, que é o parâmetro que descreve a rapidez com que a força vertical aumenta durante a fase de transferência do apoio de um pé para o outro durante o caminhar, apresentou-se mais acentuada nas mulheres mais velhas (6,9 BW/s) e em específico nas mulheres PMs que fazem uso da TH (7,2 BW/s), (tabela 3.4). Estes achados estão em conformidade com os dados publicados por Stacoff et al. (2005, 2007), que também analisaram o caminhar dos idosos ao nível do solo e na inclinação de escadas e encontraram valores ligeiramente superiores (7,8 BW/s e 7,5 BW/s) para o dado testado. Liikavainio et al. (2007) encontraram valores mais elevados em outro grupo de idosos (8,5 BW/s), sendo isso possivelmente explicado pela diferença do instrumento utilizado na recolha dos dados. Com base nos dados do presente estudo, o grupo de mulheres com uso de TH apresentou resultados esperados, com uma taxa LRv mais acentuada durante o caminhar, quando comparados aos

indivíduos saudáveis e às mulheres não usuárias de TH. Além disso, os resultados demostraram um efeito negativo significativo do P sobre a taxa LRv (tabela 3.3). A análise desse dado mostra-

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para a predição de uma taxa LRv menos acentuada em PM, sinalizando uma menor rapidez do

aumento da força durante a fase de transferência do duplo apoio de um pé para o outro, durante o caminhar.

O TM foi outro fator que influenciou o comportamento temporal do apoio sobre o solo durante o caminhar das PMs. A associação positiva entre o TM e a relação entre as taxas LRv e ULRvv,

(tabela 3), sugere que quanto maior foi o tempo em menopausa maior será a relação entre as taxas, ocasionando diferenças específicas na acomodação da carga externa durante o caminhar dessas mulheres. A menopausa natural também foi uma variável que correlacionou positivamente com a relação entre as taxas verticais (LRv/ULRv), sugerindo que na menopausa natural, onde

normalmente ocorre uma diminuição gradativa dos estrogénio endógenos, a acomodação das cargas externa durante o caminhar, também acontecem de forma menos abrupta. Porém, o P foi a variável que novamente correlacionou negativamente com a LRv/ULRv, sugerindo que o aumento

do P pode ser um dos preditores de uma acomodação menos heterogênea das cargas externas durante o caminhar de PM.

No estudo de Ko et al. (2010), a

dultos mais velhos (média de idade de 68 anos) e obesos apresentam os padrões do caminhar alterados, quando comparados aos homólogos de peso normal, tendo igualmente revelado um maior tempo de apoio, durante o caminhar. Esse dado parsuportar os achados do presente estudo. A relação entre os tempos das forças TFz2/TFz3

apresentou uma correlação positiva com a MG e a AVA, sugerindo que os tempos da fase intermediária e da fase final do apoio são sensíveis à adiposidade total e AVA de PM, durante o caminhar. Ao aumentar a MG e a AVA essas mulheres também tendem a aumentar o tempo do apoio durante o caminhar. Portanto, o estudo aponta que as PMs com aumento de MG e AVA apresentam padrões da marcha homólogo a adultos mais velhos com média de idade de 68 anos e com obesidade.

Outro dado, talvez um dos mais importantes do estudo, foi a associação encontrada entre a taxa ULRv, que é o parâmetro da FRA que indica a rapidez com que a força vertical diminui durante a

fase de pré-suspensão, com a AVA (tabela 3.3). O presente estudo só pode ser comparado com outros estudos (McCrory et al., 2001, Winiarski & Kucharska 2009, Stacoff et al., 2005, 2007, Larsen et al., 2008), os quais analisaram a taxa ULRv durante o caminhar. PMs com um elevado índice de AVA (126 cm2) foi encontrada para ter uma menor taxa ULRv (6,4 BW/s), indicando

um descarregamento da carga mais lento durante o caminhar. Em concordância com os dados do estudo, McCrory et al. (2001) estudaram indivíduos, com uma média de idade de 59 anos, que sofreram cirurgia de artroplastia da anca, os autores identificaram uma redução da taxa ULRv

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Winiarski & Kucharska (2009), realizada com indivíduos jovens após reconstrução do

ligamento cruzado anterior, foi identificada uma diminuição significativa na taxa ULR

v

(5,1 BW/s) no grupo de reconstrução do ligamento cruzado anterior no primeiro estágio

de fisioterapia, registrando-se aumentos significativos (2% e 28%)

durante os estágios dois e três, alcançando resultados finais na taxa ULRv de 6,7 BW/s. Os resultados acima parecem

confirmar os achados do estudo, onde a taxa ULRv das PM com acúmulo de AVA mostram ser

bem próxima à taxa de indivíduos que sofreram intervenções cirúrgicas nos membros inferiores. Assim, o presente estudo encontrou a taxa ULRv das PM com acúmulo de AVA, para ser

comparada com a taxa de outros indivíduos que sofreram intervenções cirúrgicas de alto grau de complexidade nos membros inferiores, demonstrando AVA exercer influências significativas no parâmetro testado, durante o caminhar das PM. Esse achado encontra reforço ao ser relacionado com os resultados de Stacoff et al (2005, 2007), que encontraram uma taxa ULRv bem maior (9,5

BW/s e 9,0 BW/s) no caminhar de idosas saudáveis. Portanto, o estudo indica que as PM com acúmulo de AVA têm um maior cuidado na fase de pré-suspensão, efetuando um descarregamento mais lento durante o caminhar. O presente estudo é o primeiro a fornecer dados dos parâmetros da curva vertical da FRA do caminhar de PM, com acúmulo de adiposidade visceral na região abdominal.

As FRA não foram tão sensíveis ao IMC e ao IMME. Portanto não foi possível determinar as associações entre IMC, MME e as FRA e suas influências nos parâmetros temporais verticais e ântero-posteriores. O TM não correlacionou estatisticamente com os parâmetros temporais da FRA, portanto, não foi apresentado no presente estudo.

No grupo de PM que fazem uso da TH (56%), a taxa ULRap (2,3 BW/s) foi encontrada para ser

mais rápida (figura 3.4). Esse parâmetro da FRA indica a rapidez com que a força ântero-posterior diminui durante a fase de pré-suspensão durante o caminhar. Messier et al. (1996) apresentaram uma taxa ULRap bem próxima, para indivíduos idosos normais não obesos sem osteoartrite (2,1

BW/s). Sendo acomponente ântero-posterior um importante parâmetro a se considerar devida a relação com a possibilidade de deslizamentos resultantes de quedas, o uso de TH apresentou ser um bom preditor na prevenção de acidentes, pois PMs sem TH apresentaram valores, não tão baixos, mas significativamente menores do que as usuárias da terapia. Portanto, o estudo indica que o uso da TH é um fator que influencia positivamente a FRA, em especial a fase de pré - suspensão ântero-posterior durante o caminhar dessas mulheres.

A TH, além de influenciar positivamente a fase de pré-suspensão ântero-posterior, também exerce influência na relação entre TFy1/TFy2 e TFy1/TFy3. PMs sem o uso da TH apresentaram uma

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relação entre o tempo da fase de transferência do duplo apoio do parâmetro ântero-posterior e o tempo da fase intermediária do apoio (TFy1/TFy2), e a fase final do apoio (TFy1/TFy3) menos

favorável do que as usuárias da terapia (0,29 e 0,32 BW/s, 0,18 e 0.19 BW/s). Esses dados, mesmo com pequenas diferenças, mas com significância estatística, podem ser um indicativo de que as PMs, sem o uso da TH, dispendem um menor tempo para a fase de transferência do duplo apoio. A literatura mostra que os idosos tendem a ter um aumentado tempo na fase de transferência do duplo apoio, como estratégia para ganhar estabilidade durante o caminhar (Kirkwood et al., 2006). Assim, o estudo indica que as PMs sem o uso da TH concorrem para uma maior instabilidade nesses parâmetros durante o caminhar.

Por participarem de um programa de atividade física, as mulheres do estudo apresentaram bons IMME. Assim, o estudo sugere mais investigação na população PM com baixo nível de atividade física, usuárias ou não da TH.

3.1.6 Conclusão

As PMs, em especial as usuárias da TH, tendem a apresentar uma maior rapidez no aumento da carga vertical durante a fase de transferência do apoio, eventualmente associada a uma diminuição da duração dessa fase. Porém, as PMs com maior peso tendem a evidenciar uma maior precaução durante essa fase, sinalizando um maior tempo na fase de transferência do apoio. A menopausa natural apresentou ser um fator positivo na distribuição das cargas externas LRv/ULRv da mesma

forma que o TM mostrou influenciar a acomodação das cargas com suas diferenças específicas. O peso é um fator que influencia negativamente a acomodação das cargas na LRv/ULRv. O

aumento da MG e AVA evidencia a relação entre a fase intermediária e a fase final do apoio, tornando o tempo do apoio mais lento durante o caminhar. O acúmulo da AVA também ocasionou uma diminuição da rapidez da diminuição da carga ULRv, durante a fase de pré-suspensão,

sinalizando um descarregamento mais lento, mais cauteloso das PMs, durante o caminhar. No parâmetro ântero-posterior, a falta da TH também ocasionou uma diminuição da rapidez da diminuição da carga ULRap, durante a fase de pré-suspensão, sugerindo um descarregamento mais

lento. A diminuição das taxas de descarregamento vertical e ântero-posterior está associada ao comprometimento da mobilidade das PMs. Quanto à relação entre os tempos da aceitação do peso com as fases intermediária e final do apoio no deslocamento anteroposterior, a falta da TH apresentou ser desfavorável, sinalizando um menor dispêndio do tempo para a fase da transferência do duplo apoio, concorrendo a PM sem a TH, para uma maior instabilidade durante o caminhar.

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Referências

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Estudo 2. Efeito da composição corporal e da taxa metabólica basal sobre

os parâmetros temporais das forças reativas ao apoio no caminhar

de mulheres pós-menopáusicas

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3.2.1 Resumo

Objetivos: O estudo procurou analisar a influência da composição corporal e da taxa metabólica basal nos parâmetros temporais das forças reativas ao apoio, durante o caminhar de mulheres pós- menopáusicas.

Método: O estudo experimental foi realizado com 52 mulheres, com idade média de 59,8 anos. As medições da massa gorda, adiposidade visceral abdominal, massa muscular esquelética, massa isenta de gordura e taxa metabólica basal foram obtidas por bioimpedância octopolar. Os dados das forças reativas ao apoio foram recolhidos através da plataforma de forças, sendo registadas as forças discretas da componente vertical (Z) e ântero-posterior (Y) e suas taxas.

Resultados: A massa gorda influenciou a relação entre os tempos da fase de transferência do apoio e a fase final do apoio, bem como a relação entre os tempos da fase intermediária do apoio e a fase final do apoio dos parâmetros temporais verticais. A adiposidade visceral abdominal e a massa gorda influenciaram negativamente a taxa de carregamento vertical (r = -0,31, r = -0,32). A adiposidade visceral abdominal também exerceu influência negativa sobre a taxa de descarregamento vertical (r = -0,35). A massa muscular esquelética (r = -0,45, r = -0,46; p< 0,01) e a taxa metabólica basal (r = -0,44, r = -0,46; p< 0,01) influenciaram significativamente a taxa de carregamento vertical e a relação entre as taxas verticais.

Conclusão: O estudo sugere que o aumento da massa gorda e da adiposidade visceral abdominal, influenciam o tempo do apoio e as taxas verticais durante o caminhar e que com um sistema de músculo esquelético mais robusto as mulheres pós-menopáusicas exibem as fases do ciclo do caminhar menos vincadas, sinalizando um menor estresse sobre as articulações.

Palavras-chave: Caminhar, plataforma de forças, taxa metabólica basal, adiposidade visceral abdominal, massa muscular esquelética, pós-menopausa.

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3.2.1 Introdução

A obesidade representa um problema grave da saúde e está associada com várias comorbidades e risco de doenças, principalmente em mulheres pós-menopáusicas (PM). A proporção de tecido

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