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ANÁLISE EXPLORATÓRIA PARA VARIÁVEIS LOCALIZAÇÃO TOPOGRÁFICA E

4.1 ANÁLISE EXPLORATÓRIA

4.1.3 ANÁLISE EXPLORATÓRIA PARA VARIÁVEIS LOCALIZAÇÃO TOPOGRÁFICA E

Nesta secção será apresentada a estatística descritiva para variável localização topográfica e morfologia do cancro, apresentando os seus conceitos e a respetiva frequência absoluta e relativa do número de óbitos para cada uma das variáveis.

4.1.3.1 CONCEITO DE TOPOGRAFIA DO CANCRO

O código topográfico indica a localização de origem de um tumor, onde ele nasce. Na 3ª edição da Classificação Internacional de Doenças para Oncologia (CID-O) -códigos C00-C80 são baseados no capítulo II-CID-10. Todas as neoplasias, maligna, benigna, in situ ou incerta quanto a benignidade e malignidade são registadas com o mesmo código topográfico na CID—O (Organização Panamericana da Saúde & Organização Mundial da Saúde, 2000).

De seguida, encontram-se apresentados na Tabela 17, os códigos para localização topográfica do CCU e a respetiva análise descritiva.

Tabela 17 - Estatística descritiva para variável localização topográfica.

CID-10-C53 Neoplasia maligna do colo de

útero

Localização Topográfica n=324 % óbito (44) Nº de óbito % de

C53.0 - Neoplasia maligna do

endocérvix 17 5,25% 3 6,82%

C53.1 - Neoplasia maligna do

exocérvix 44 13,58% 1 2,27%

C53.8 - Neoplasia maligna do colo do útero com lesão

invasiva 1 0,31% 1 2,27%

C53.9 - Neoplasia maligna do

colo do útero, não especificado 262 80,86% 39 88,64%

Pela Tabela 17, verifica-se que das 324 mulheres diagnosticadas com CCU, 262 mulheres que correspondem os 80,86 % tiveram diagnóstico de cancro, neoplasia maligna do colo do útero não especificado. Verifica-se ainda que 88,64% (39/44) dos óbitos são causados por neoplasia maligna do colo do útero, não especificado.

Antes de prosseguir com a análise estatística da variável morfologia do cancro, será apresentado o conceito de morfologia.

4.1.3.2 CONCEITO DE MORFOLOGIA DO CANCRO

O código morfológico regista o tipo de células que se tornou neoplásica e o seu comportamento biológico, em outras palavras, regista o tipo de tumor e o seu comportamento. O código morfológico completo é composto por 6 dígitos (ver Tabela 18) em que 4 dígitos correspondem ao tipo de celular (histologia), 1 dígito corresponde o comportamento biológico (quanto a malignidade e benignidade) e 1 dígito que corresponde o grau de diferenciação ou fenótipo (Organização Panamericana da Saúde & Organização Mundial da Saúde, 2000)

Tabela 18 - Estrutura do código morfológico --- --- --- --- /--- ---

Histologia Grau de comportamento

Exemplo: Adenocarcinoma bem diferenciado M-8140/ 3 1

Tipo de tumor/célula Comportamento Diferenciação [Adeno-] [Carcinoma] [Bem diferenciado]

4.1.3.2 .1 CÓDIGO DE COMPORTAMENTO NA MORFOLOGIA (5º DIGITO)

O comportamento biológico de um tumor é a maneira como ele se comporta no corpo. Os patologistas usam diversas formas para determinar o comportamento de um tumor. A Tabela 19 mostra um código de comportamento tumoral. Um tumor pode crescer num local e sem potencial de disseminação (0, benigno), ele pode ser maligno e estar limitado ao local de origem (2 não invasivo ou in situ), ele pode invadir os tecidos adjacentes (3 maligno, localização primária), ou também pode ser disseminado, estar longe do seu ponto de origem e começar a crescer em outra localização (6 metastático) (Organização Panamericana da Saúde & Organização Mundial da Saúde, 2000).

Estudo de Sobrevivência das Doentes com Cancro do Colo de Útero 2016

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Tabela 19 - 5º digito - Código de comportamento biológico das neoplasias.

Código

0 Benigno

1

Incerto se benigno ou maligno Baixo potencial maligno Incerto sobre a malignidade 2

Carcinoma in situ Não infiltrativo

Não invasivo

3 Maligno, localização primária 6 Maligno, localização metastática

Maligno, localização secundária 9*

Maligno, incerto se é primário ou metastático

* Não se usa em registo de cancro

É importante salientar que a maioria dos registos do cancro coleta dados sobre neoplasia maligna (3) ou in situ (2). Os tumores codificados como 6 (metastático) ou 9 (incerto se é primário ou metastáticos) não são geralmente usados nos registos do cancro (Organização Panamericana da Saúde & Organização Mundial da Saúde, 2000).

De seguida encontramos apresentada a estatística descritiva para a variável comportamento do cancro e o respetivo óbito para cada tipo de comportamento.

Tabela 20 - Estatística descritiva para a variável Comportamento do cancro

Comportamento cancro

n=324 % Nº de óbito (44) óbito % de

2 - In situ, não invasiva 197 60,80% 3 6,82%

3 - Maligna, localização

primária 127 39,20% 41 93,18%

Pela Tabela 20, observa-se, que das 324 mulheres com CCU 197 que correspondem 60,80% tiveram CCU com comportamento in situ, não invasivo e 127 mulheres que correspondem os 39,20% tiveram CCU maligna, com localização primária. Dos totais 44 óbitos, 41 que correspondem os 93,18% foram registados nas mulheres com comportamento do cancro

maligno, com localização primária e apenas 3 óbito que correspondem os 6,82% foram registadas nas mulheres com cancro com comportamento in situ, não invasiva.

4.1.3.2 .2 CÓDIGO PARA GRADUAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO HISTOLÓGICA (6º DÍGITO)

No sistema da CID-O, um único dígito é destinado à codificação da diferenciação ou grau histológico das neoplasias malignas. Somente os tumores malignos são graduados.

A prática de graduação dos tumores varia muito entre as patologias, nas diversas partes do mundo e muitos tumores malignos não são rotineiramente graduados (Organização Panamericana da Saúde & Organização Mundial da Saúde, 2000).

De seguida encontra-se apresentado na Tabela 21, os códigos para graduação do cancro apresentado pelo CID-O.

Tabela 21 - 6º dígito do Código para graduação e diferenciação histológicos

Código Designação

Grau 1 Bem diferenciado

Grau 2

Moderadamente diferenciado Moderadamente bem diferenciado

Diferenciação intermédia

Grau 3 Pouco diferenciado

Grau 4 Indiferenciado

Grau 9

Grau ou diferenciação não determinado, não estabelecido ou não se aplica.

Encontra-se de seguida na Tabela 22, a estatística descritiva para graduação e diferenciação histológicas tendo em consideração os casos de óbito para cada grau.

Tabela 22 - Estatística descritiva para variável Grau do cancro

Grau do Cancro

n=324 % óbito (44) Nº de % de óbito

Grau 1 - Bem diferenciado 20 6,17% 6 13,64%

Grau 2 - Moderadamente diferenciado 24 7,41% 5 11,36%

Grau 3 - Pouco diferenciado 4 1,23% 1 2,27%

Grau 9 - Não determinado 215 66,36% 23 52,27%

Estudo de Sobrevivência das Doentes com Cancro do Colo de Útero 2016

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Pela Tabela 22, observa-se que 215 mulheres que correspondem os 66,36% tiveram grau do cancro, correspondente ao grau 9, ou seja tiveram grau não determinado, 24 mulheres que correspondem os 7,41% tiveram grau 2, ou seja, grau moderadamente diferenciado, 20 mulheres que correspondem os 6,17% tiveram grau 1, ou seja grau bem diferenciados, 4 mulheres que correspondem os 1,23% tiveram grau 3, ou seja, grau pouco diferenciado e 61 mulheres que correspondem os 18,83 não apresentavam informações em relação ao grau do cancro. A maior percentagem de óbito (52,27%) foi registada nas mulheres com grau 9, ou seja, grau do cancro não determinado.

Uma vez que o nosso grande objetivo de estudo é comparar a sobrevivência do CCU das mulheres submetidas ao rastreio e das não submetidas ao rastreio, seria interessante fazer o cruzamento de algumas variáveis.