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4.1 ANÁLISE EXPLORATÓRIA

4.1.4 CRUZAMENTO DAS VARIÁVEIS

Nesta seção, será apresentada a estatística descritiva para o cruzamento de algumas variáveis importantes para o respetivo estudo.

Por exemplo, seria interessante cruzar as informações do estadiamento do cancro à data diagnóstico, com a variável rastreio e estado da doente. Espera-se que as mulheres que não foram submetidas ao rastreio do CCU tenham um estadiamento mais avançado à data do diagnóstico do cancro, quando comparado com as mulheres submetidas ao rastreio. Espera-se ainda, que se registe um maior número de óbitos no grupo das mulheres não submetidas ao rastreio do que no grupo das mulheres submetidas ao rastreio.

4.1.4.1 CRUZAMENTO DAS VARIÁVEIS RASTREIO, ESTADO DA PACIENTE E ESTADIAMENTO

Tabela 23 - Frequências absolutas para o cruzamento das três variáveis

Pela Tabela 23, observa-se que dos totais, 161 pacientes rastreadas apenas faleceram 7 por CCU. Destes 7 óbitos, 1 apresentava estadiamento do cancro à data diagnóstico com estádio 1, 0 apresentava estádio 2, 1 apresentava estadiamento do cancro à data diagnóstico com estádio 3 e 5 destas pacientes não tinham informação em relação ao estadiamento.

Em relação às 110 pacientes não submetidas ao rastreio, registou-se no total de 32 óbitos por CCU. Destes 32 óbitos, 19 apresentaram estádio 3 à data do diagnóstico, 2 doentes apresentaram estádio 1, 2 doentes apresentaram estádio 2 à data do diagnóstico e 9 doentes não tinha informação em relação ao estadiamento.

Verificou-se que no geral, as mulheres submetidas ao rastreio do CCU apresentaram um estadiamento mais baixo do que asmulheres não submetidas ao rastreio, o que está de acordo com o esperado.

Cruzamento do estado da paciente e estadiamento para os rastreados

Estado Estadiamento

Estádio 1 Estádio 2 Estádio 3 falta (“NA”) Valores em Total

0 - Vivo 14 1 1 138 154

1 - Óbito 1 0 1 5 7

Total 15 1 2 143 161

Cruzamento do estado da paciente e estadiamento para os não rastreados

Estado Estadiamento

Estádio 1 Estádio 2 Estádio 3 falta (“NA”) Valores em Total

0 - Vivo 24 8 2 44 78

1 - Óbito 2 2 19 9 32

Estudo de Sobrevivência das Doentes com Cancro do Colo de Útero 2016

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4.1.4.2 CRUZAMENTO DAS VARIÁVEIS RASTREIO E COMPORTAMENTO DO CANCRO

Tabela 24 - Frequências absolutas para o cruzamento das duas variáveis

Comportamento do Cancro

Rastreio 2 - In situ, não invasivo localização primária 3 - Maligno, com Total

0 - Não 29 81 110

1 - Sim 130 31 161

Valores em

falta (“NA”) 38 15 53

Total 197 127 324

Pela Tabela 24, verifica-se que das 324 mulheres envolvidas no estudo, 197 que correspondem os 60,80% (197/324) tiveram comportamento do cancro in situ, não invasivo e 127 que correspondem os 39,20% (127/324) tiveram comportamento de cancro maligno, com localização primária. Das 197 mulheres com comportamento do cancro in situ, 130 que correspondem os 65,99% (130/197) foram submetidas ao rastreio do CCU, 29 que correspondem os 14,72% (29/197) não foram submetidas ao rastreio do CCU e 38 que correspondem os 19,29% (38/197) não tem informações em relação ao rastreio do CCU. Das 127 mulheres com comportamento do cancro maligno, com localização primária, 81 que correspondem os 63,78% (81/127) não foram submetidas ao rastreio do CCU, 31 que correspondem os 24,41% (31/127) foram submetidas ao rastreio do CCU e 15 que correspondem os 11,81% (15/127) não tiveram informação em relação ao rastreio do CCU. Do resultado da Tabela 24, podemos concluir que das 161 mulheres submetidas ao rastreio do CCU, 130 que correspondem os 80,75% (130/161) tiveram comportamento do cancro in situ, não invasivo. Das 110 mulheres não submetidas ao rastreio do CCU, 81 que correspondem os 73,64% (81/110) tiveram comportamento do cancro, maligno, com localização primária. Deste resultado podemos afirmar que o rastreio do CCU parece influenciar o comportamento do CCU. Seria interessante ver se existe associação estatisticamente significativa entre a variável rastreio do CCU e comportamento do CCU, ou seja, verificar se o comportamento do CCU é influenciado pelo rastreio, mas mais adiante falaremos sobre isso.

Agora o passo seguinte será saber, das 161 pacientes submetidas ao rastreio de CCU, quantas é que tiveram resultados normais e anormais e verificar a eficiência do rastreio.

4.1.5. ESTATÍSTICA DESCRITIVA PARA O RESULTADO DE RASTREIO

De seguida, encontram-se apresentados os resultados de rastreio para as 161 doentes submetidas ao rastreio do CCU.

Tabela 25 - Frequência absoluta para resultado de rastreio.

Resultado Rastreio Nº Adenocarcinoma Endocervical 1 AGC 2 Anormal 3 ASC-H 11 ASC-US 4 Carcinoma 1

Carcinoma Espinho Celular 1

Carcinoma de Células

Escamosas 1

Carcinoma Epidermoide 2

Carcinoma Espinho Celular 2

Carcinoma Espinho Celular

Invasivo 1 Células Glandulares Endocervicais Atípicas Favorecendo Adenocarcinoma in situ do endocolo 1 CIN I 1

Fenómeno de Atipia Celular 2

HSIL 91

LSIL 18

NILM 7

Valores em falta (“NA”) 11

Total Geral 161

A Tabela 25 descreve os resultados obtidos para as 161 mulheres submetidas ao rastreio do CCU. Para complementar a variável resultado de rastreio, essa variável foi categorizada em dois níveis, em que temos as pacientes com resultado normal e anormal, em que os resultados normais de rastreio são os NILM e os outros restantes resultados são as alterações, ou seja, os resultados anormais. Observa-se ainda que o resultado de rastreio mais frequente é o HSIL (lesão intraepitelial escamosa de alto grau).

Estudo de Sobrevivência das Doentes com Cancro do Colo de Útero 2016

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Tabela 26 - Frequência absoluta e relativa para os resultados de rastreio e número de óbitos

Resultado rastreio n=161 % óbito (7) Nº de óbito % de

0 - Normal 7 4,35 0 0,00

1 - Anormal 144 89,44 6 85,71

Valores em falta

(“NA”) 10 6,21 1 14,29

Pela Tabela 26, verifica-se que das 161 pacientes submetidas ao rastreio do CCU, 144 (89,44%) tiveram resultados anormais, 7 (4,35%) tiveram resultados normais e 10 (6,21%) não tivemos a informação do resultado de rastreio. Dos totais 7 óbitos registados nas mulheres submetidas ao rastreio, 6 ocorreram nas mulheres que tiveram citologia anormal antes da data do diagnóstico e 1 óbito ocorreu numa mulher sem informação do resultado do rastreio.

4.2. ASSOCIAÇÃO ENTRE RASTREIO E O COMPORTAMENTO DO CANCRO DO