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Mapa 21 − Mapa de detalhe da temperatura de superfície terrestre no período seco de

6 DINÂMICA HISTÓRICA, SOCIOECONÔMICA E EXPANSÃO

7.1 Análise geral da evolução das Ilhas de Calor de Superfície

O produto gerado a partir das imagens de satélite Landsat 5 nas décadas de 80, 90 e 2000 (correspondentes aos anos de 1986, 1996 e 2010) expuseram os padrões da distribuição das Ilhas de Calor de Superfície (I.C.S) para estes anos no recorte espacial que compreende o município de Juazeiro do Norte, evidenciando seus núcleos de calor. A nível municipal, os maiores valores da temperatura de superfície encontram-se na transição das áreas rurais ou áreas urbanas de baixa densidade e acentuam-se gradualmente aos perímetros densamente urbanizados, como é o caso do núcleo urbano de Juazeiro. As classes de da temperatura de superfície mais amenas, foram identificado nas franjas urbanas ou áreas de características rurais, bem como setores urbanos de baixa densidade, confirmado o que a literatura científica elucida sobre o canal termodinâmico, precisamente relacionado à manifestação das ilhas de calor.

Observou-se que comportamento das Ilhas de Calor de Superfície não demonstrou-se de forma clássica, ou seja, quando há um núcleo de calor na área central da cidade que geralmente pode estar associado ao centro comercial da mesma. Diferentemente, identificou-se outro padrão, no qual corresponde à dispersão do núcleo de calor em outras áreas do município que retratam a presença de elementos potencialmente susceptíveis a alcançar temperatura semelhantemente quente, como é o caso do surgimento de novos centros comerciais.

A forma das Ilhas de Calor de Superfície de Juazeiro, como supracitado não se mostrou de forma clássica, ou seja, quando ocorre um único núcleo de calor no município correspondente a maior classe de temperatura, muito embora, no período chuvoso nos três anos de análise fora identificado um núcleo de calor de maior densidade, localizado numa circunferência que engloba o setor sudoeste do município. O núcleo de calor significativo identificado no período chuvoso (verão) desmembra-se no período seco (segundo semestre do ano), apresentando características de dispersão em outros núcleos de calor igualmente quente, espraiando-se, sobretudo nos setores sudeste, sul e sudoeste.

A intensidade da ilha de calor superficial é distinta de acordo com o período analisado. No período chuvoso (verão) esta afigurou-se exibindo um núcleo de calor principal expressada na porção sudoeste do perímetro urbano. Esta resolução se dá em

virtude da ampla quantidade de material construído e pela pouca capacidade destes materiais em transferir o calor armazenado e não conter qualidades permeáveis para realizarem o resfriamento evaporativo. Associado a estes elementos ainda incide a baixa presença de vegetação, importante fator de atenuação das condições térmicas tanto do ar como da superfície. Em contrapartida, as áreas com classe de temperatura de superfície mais amenas distribuíram-se expressivamente em recintos com presença de vegetação, corpos hídricos ou solo com alguma influência vegetacional, como gramíneas (que em relação ao asfalto ou concreto transforma calor através da evapotranspiração), ou em virtude do fator climático altitude, representado pela colina do Horto com 587 metros (onde a cada 100 metros a temperatura diminui cerca de 0,65 ºC). A distribuição das classes mais aprazíveis nestes espaços específicos sobreveio por conta da relevante concentração de umidade nos ambientes naturais, produto da precipitação associada aos sistemas atmosféricos atuantes na área, no período em questão.

No período seco, que corresponde ao segundo semestre do ano, observou-se que a ilha de calor apresenta características de dispersão de seu núcleo de calor principal e desmembra-se em outros núcleos de menor extensão e de temperatura igualmente elevada. Recintos que no período chuvoso dispunha de classes que os qualificavam como áreas de temperatura amena, na estação seca vivencia uma redução efetiva em termos de área. Esta mudança drástica pode ser explicada pela diminuição ou ausência de umidade no solo ou na própria vegetação, que por ser em maior parte a caatinga, na ausência de precipitação se adapta e perde sua folhagem, reduzindo assim seu poder evaporativo, bem como sua capacidade de sombreamento, evitando que a superfície, seja natural ou artificial venha a se aquecer.

Ainda na estação seca, percebeu-se que as classes pertinentes às temperaturas superficiais mais aprazíveis estão integradas às localidades que compreendem a colina do Horto e remanescentes de matas ciliares tanto do rio Salgadinho, como do riacho das Timbaúbas, ambos associado à bacia do Salgado. Esta afirmativa pode ser verificada na medida em que localiza-se na extremidade sul, sudeste e sudoeste um rastro da classe que exprime as temperaturas mais agradáveis, moldando os meandros que corresponde ao referido rio e riacho.

A espacialização da forma e intensidade da ilha de calor de superfície descrita nos parágrafos anteriores depende de um conjunto de atributos que irão moldar tais características. Estes atributos podem ser modificados de acordo com a época do ano investigado (resultado da repercussão dos sistemas atmosféricos para cada estação), bem

como por fatores como a própria característica do município (elevação, as superfícies líquidas presentes, a vegetação e a propriedade térmica dos materiais urbanos). Estes atributos irão resultar no comportamento espacial e temporal da ilha de calor de superfície no município, moldando sua localização e magnitude.

7.2 A relação da sazonalidade e a distribuição das ilhas de calor superficial nos anos de