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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Avaliação dos projetos pleiteadores de recursos do FEHIDRO de 2005-2011 e

5.1.3. Análise geral da pontuação obtida pelos projetos na seleção e hierarquização

diretrizes e de critérios, previamente elaborada, destinados à atuação de cada Comitê (AZEVEDO, 2009). No caso do CBH-TJ, nos anos de 2005 a 2011, foram utilizadas 3 deliberações que aprovaram as diretrizes e critérios: a deliberação CBH-TJ 02/04, de 27 de maio de 2004 – que aprovou critérios para distribuição de recursos do FEHIDRO em 2005; a deliberação CBH-TJ 05/05, de 10 de novembro de 2005 - que aprovou critérios para distribuição de recursos do FEHIDRO em 2006, 2007, 2008 e 2009; e a deliberação 07/09, de 17 de dezembro de 2009 – que aprovou critérios para distribuição de recursos do FEHIDRO em 2010 e 2011 (vide deliberações no Anexo B).

A verificação do processo de hierarquização dos projetos no CBH-TJ foi analisada através da avaliação da ficha de pontuação de cada projeto. Esse levantamento, nos anos de 2005 a 2011, foi possível devido à análise dos projetos, de planilhas cedidas pelo Comitê com a pontuação obtida por cada projeto e de deliberações ligadas ao FEHIDRO. No caso específico de 2011 foi possível acompanhar a vivência dos membros das CTs no processo de avaliação dos projetos.

 Solicitações no ano de 2005 a 2009

É importante lembrar que, apesar de existir uma deliberação com critérios para o ano de 2005 e outra com os critérios para os anos de 2006 a 2009, não houve diferença nos critérios aplicados, apenas no texto inicial da deliberação; portanto, as avaliações desses anos serão apresentadas conjuntamente.

A avaliação dos projetos, através da aplicação das fichas de pontuação, nos anos de 2005 a 2009 estabeleceu a divisão deles em categorias: obras, projetos e serviços e, ainda, estabeleceu 10 critérios para a avaliação dos empreendimentos proposto pelo tomador. Entretanto, dos 10 critérios existentes, a categoria obras e serviços adota apenas 8, podendo obter uma pontuação total equivalente a 80 pontos, e a categoria projeto adota 7, sendo sua pontuação total equivalente a 70 pontos (vide Anexo B).

A pontuação total de cada projeto, de acordo com as deliberações, foi feita através de soma aritmética dos pontos obtidos de cada critério. Para o resultado final, era comparado com a pontuação de todas as solicitações, compondo-se uma única lista de prioridades, por tipo de solicitação, com pontuação decrescente (CBH-TJ, 2005).

Analisando os quadros, no Apêndice A, pode-se constatar:

 No ano de 2005, de 30 projetos encaminhados, foi possível obter a pontuação de apenas 13, o que impossibilitou uma avaliação mais precisa dos pontos fracos encontrados na sua avaliação;

 No ano de 2006, de 28 projetos, um projeto foi desclassificado e 2 projetos não foram pontuados;

 No ano de 2007, todos os 30 projetos obtiveram pontuação;

 No ano de 2008, dos 21 projetos apresentados, um projeto foi desclassificado e o restante foi pontuado; e

 No ano de 2009, dos 6 projetos solicitadores de recursos para a demanda induzida, apenas um obteve pontuação e, dos 31 projetos de demanda espontânea, apenas 19 foram pontuados.

Dos projetos pontuados foi possível identificar alguns pontos fracos no processo de avaliação e preenchimento da ficha de pontuação, sendo:

 Projetos com algumas informações não disponibilizadas, o que prejudicou a avaliação de alguns critérios.

 Critérios incompletos, que dificultam a impessoalidade na hora da pontuação;

 Critérios confusos e/ou não pertinentes para alguns projetos; e

 Favorecimento de projetos bem elaborados e não as prioridades da UGRHI. Estes pontos não foram identificados apenas na pesquisa, pois, em avaliação das atas das reuniões extraordinárias realizadas pelo Comitê, no período em tela, por diversas vezes foi mencionada a necessidade de redefinição das normas e de critérios de seleção e priorização de projetos.

Exemplificando esse fato, tem-se, no ano de 2005, a ata da 2ª Reunião Plenária Extraordinária, realizada no dia 16 de junho de 2005, em Bocaina/SP, onde, ao colocar em pauta as discussões a respeito da priorização de projetos em 2005, “[...] a Prefeita de Pederneiras Sra. Ivana Maria Bertolini Camarinha, questiona os critérios de avaliação do projeto [...].” (SÃO PAULO, 2005, p. 34).

Em 2007, na ata da 2ª Reunião Plenária Extraordinária, realizada no dia 12 de julho de 2007, em Lençóis Paulista/SP, o Eng. Jozrael Henriques Rezende, membro da Sociedade Civil e coordenador da CT de Recursos Naturais da época, reconhece que as normas utilizadas para seleção e priorização de projetos possuem suas falhas (SÃO PAULO, 2007).

Por fim, em 2009, na ata da 42ª Reunião Plenária Extraordinária, realizada no dia 10 de outubro de 2007, em Itaju/SP, o vice-presidente Jozrael Henriques Rezende “ [...] diz pensar que falta clareza na Deliberação CBH - TJ 05/05 de 10/11/2005 que é utilizada [...], e está claro que esta Deliberação deverá ser modificada pelas CTs e depois submetida à aprovação da Plenária [...]” (SÃO PAULO, 2009, p. 48).

Diante disso, no ano de 2009, o CBH-TJ resolveu alterar a deliberação até então utilizada. Para tanto foi acordado, na 2ª Reunião Plenária Extraordinária de 2009, que seria dado um prazo para os membros do Comitê sugerirem mudanças. Depois de várias reuniões e trocas de e-mail com sugestões, no dia 07/12/2009 foi finalizada e aprovada a deliberação 07/2009, que aprovou critérios de distribuição de recursos para o ano de 2010 e que posteriormente foi utilizada em 2011.

 Solicitações no ano de 2010 e 2011

A ficha de pontuação que contém os critérios de avaliação dos projetos, aplicados em 2010 e 2011, estabeleceu 8 critérios para a avaliação deles. Entretanto, para os projetos cujos tomadores pertencem à Sociedade Civil são utilizados apenas 7 critérios e sua soma total é de 70 pontos. Já o segmento Município e Estado utilizam todos os critérios, sendo a soma total de 80 pontos. Observa-se, na deliberação em anexo, que, para não haver diferença no momento da classificação, é calculada uma pontuação relativa de cada projeto.

Analisando os quadros, no Apêndice A, pode-se constatar:  No ano de 2010, de 28 apenas um não foi pontuado; e  No ano de 2011, todos os 32 projetos obtiveram pontuação.

Nos projetos pontuados, foi possível identificar um ponto fraco quanto ao procedimento de avaliação:

 Critérios incompletos, que dificultam a impessoalidade na hora da pontuação;

Apesar de ser identificado apenas um ponto a ser melhorado no processo, essas dificuldades ainda persistem, fato este constatado pelo vice-presidente do CBH-TJ Prof. Dr. Jozrael Henriques Rezende. Na ata da 47ª Reunião Plenária, realizada no dia 15 de junho de 2011, em Jaú/SP, é relatado que:

[...] a partir da Reunião das CTs que priorizou os projetos, fica cada vez mais claro que a deliberação que define critérios para pontuação dos projetos, revisada há dois anos, já não atende plenamente a nossa demanda, mesmo sendo já uma evolução da anterior, porém algumas falhas ainda são detectadas. (SÃO PAULO, 2011, p. 44).