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ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO NUTRICIONAL

VANTAGENS DESVANTAGENS

III) COMPOSIÇÃO CORPORAL

6. Thorland et al., 1984 Jovens entre 14 e 19 anos (atletas de atletismo, ginástica, mergulho e luta)

3.3.2. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO NUTRICIONAL

A partir das informações dietéticas coletadas através dos diferentes métodos de consumo alimentar, torna-se necessário o processamento, a análise e a interpretação das informações obtidas.

A entrada dos dados dietéticos tem sido realizada, em sua maioria, por programas computacionais específicos para analisar dietas sendo amplamente utilizado na prática clínica. O alimento, a preparação ou o produto industrializado é

inserido no programa de acordo com a porção consumida e convertido em nutrientes, empregando-se tabelas de composição química (GUGELMIN & BIESEK, 2010).

Os dados de ingestão de nutrientes podem ser apresentados por média, mediana ou distribuição percentual por grupos específicos, segundo idade, sexo, etnia, renda, entre outros. Essas características podem afetar diretamente a ingestão de alimentos, por isso a necessidade de considerá-las no momento de análise (GUGELMIN & BIESEK, 2010).

Há também outros fatores que podem interferir nas análises computacionais, são eles: ausência de produtos regionais; preparações comerciais; receitas e produtos formulados (caso o entrevistador não o encontre é possível inseri-lo no programa); treinamento do avaliador; dentre os inúmeros programas existentes é necessário a escolha de um que contemple o maior número de tabelas e preparações; pode haver variação na composição química de alguns alimentos de acordo com solo, a maturidade, a estação do ano, o clima, a estocagem, o transporte e o processamento do alimento podendo gerar erros e limitações na análise; e em estudos longitudinais, desenvolvidos por um período maior que 1 ano, recomenda-se utilizar o mesmo programa de análise (GUGELMIN & BIESEK, 2010).

Outro método, simples e rápido para a interpretação dos dados é comparar a ingestão dietética com o Guia da Pirâmide Alimentar. O método foi elaborado pelo Departamento de Agricultura do Governo Norte-americano (USDA) em 1988, de forma a refletir mais claramente o estado atual do conhecimento nutricional e facilitar a visualização dos eventuais desvios nutricionais (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2001; LANCHA JUNIOR, 2002; GUGELMIN & BIESEK, 2010). Em 1999, a pirâmide alimentar foi adaptada para a população brasileira por Philippi e col. com o objetivo de utilizar alimentos habituais e tradicionais da população brasileira como o hábito do consumo de arroz e feijão, por exemplo (PHILIPPI, 2013).

Na pirâmide alimentar brasileira (figura 3), os alimentos estão distribuídos em oito grupos e em quatro níveis da pirâmide, segundo o nutriente que mais se destaca na sua composição. Para cada grupo foi estabelecido valores energéticos, fixados em função da dieta e das quantidades dos alimentos, permitindo obter valores equivalentes em energia (kcal). Para facilitar o entendimento e

compreensão, os valores dos alimentos nas porções também foram apresentados em gramas, quilocalorias (kcal) e medidas usuais (PHILIPPI, 2013).

Figura 3. Pirâmide dos alimentos

FONTE: PHILIPPI, 2013.

O quadro 5 ilustra as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira (2006), indicando o valor energético e o número de porções por grupo de alimentos da pirâmide alimentar brasileira com o exemplo de dieta de 2000 kcal (recomendação energética média diária da população brasileira pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA)

Quadro 5. Valor energético e número de porções por grupo de alimentos em exemplo de dieta de 2000kcal.

Em contraposição à abordagem tradicional que possui o enfoque em um único nutriente ou em alguns alimentos, encontra-se o estudo do padrão dietético ou mais conhecido como Índice de Qualidade da Dieta (IQD). Este instrumento de análise vêm sendo proposto para avaliar o consumo alimentar e incorporar nas análises a correlação entre os alimentos e nutrientes, tornando possível obter uma estimativa geral da natureza saudável da dieta, avaliando diversos aspectos, como: padrão de consumo; diversidade e moderação; escores de ingestão de nutrientes; pontuações de ingestão de alimentos específicos; adequação do consumo e ainda permite refletir a qualidade da dieta em relação as recomendações nacionais (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2001; GUGELMIN & BIESEK, 2010, PREVIDELLI et al., 2011).

O IQD, após publicação do Guia Alimentar da População Brasileira em 2006, necessitou de ajustes e se atualizou, originando o Índice de Qualidade da Dieta Revisado para a população brasileira (IQD-R). Segundo Previdelli et al. (2011), “O IQD-R propicia mensurar variados fatores de riscos dietéticos, permitindo, simultaneamente, avaliar e monitorar a dieta em nível individual e ou populacional”.

Para calcular o IQD-R utiliza-se o recordatório de 24 horas, mencionado anteriormente, calcula-se a composição química dos alimentos, agrupando-os de acordo com sua composição. Este contém 12 componentes, sendo nove fundamentados nos grupos de alimentos do Guia Alimentar da População Brasileira, cujas porções diárias são expressas em densidade energética; dois nutrientes (sódio e gordura saturada); e Gord_AA (calorias provenientes da gordura sólida, álcool e açúcar de adição). Definiu-se o número de porções diárias recomendadas dos grupos de alimentos para 1.000kcal e para porções maiores ou igual às porções recomendadas atribuiu-se pontuação máxima (cinco ou 10 pontos) e zero para ausência do consumo, e valores intermediários foram calculados proporcionalmente à quantidade consumida (PREVIDELLI et al., 2011).

Além das possibilidades já descritas para análise e interpretação dos dados de consumo alimentar, na prática clínica tem sido utilizada a comparação direta dos alimentos ingeridos com os valores de referência.

As recomendações nutricionais estipuladas por valores de referência de determinados nutrientes são instrumentos importantes para o planejamento, prescrição e avaliação de dietas. Estas utilizam-se de várias evidências científicas,

como estudos populacionais de consumo, observações epidemiológicas, avaliações bioquímicas de restrição e saturação de nutrientes (AQUINO; EGASHIRA; PHILIPPI, 2009).

As recomendações nutricionais internacionais propostas pelo Food and

Nutrition Board (FNB) vieram em substituição às recomendações para população

americana (Recommended Dietary Allowances) e para a população canadense (Recommended Nutrient Intakes) e foram chamadas de Dietary Reference Intakes (DRIs), introduzindo inovadores e importantes conceitos (FISBERG; MARCHIONI; SLATER, 2005; AQUINO; EGASHIRA; PHILIPPI, 2009).

As DRIs referem-se ao conjunto de 4 valores de referência de ingestão dietética estimados para um mesmo nutriente, diversificando e ampliando a utilização das recomendações. Segundo Maughan & Burke (2004); Franceschini; Priore; Euclydes (2005); Fisberg; Marchioni; Slater (2005); Aquino, Egashira; Philippi (2009); Gugelmin & Biesek (2010), as atuais referências de ingestão são:

1. Necessidade Média Estimada (Estimated Average Requirement - EAR): nível de ingestão diária de um nutriente estimado para suprir as necessidades de metade dos indivíduos saudáveis em um determinado estágio de vida e gênero. Utilizado para calcular a RDA, os valores são aplicados para avaliar e planejar o consumo de grupos populacionais.

2. Ingestão Dietética Recomendada (Recommended Dietary Allowance - RDA): nível de ingestão dietética média diária suficiente para atender a necessidade do nutriente de aproximadamente 97,5% da população saudável em um determinado estágio de vida e gênero.

3. Ingestão Adequada (Adequate Intake - AI): nível de ingestão de nutrientes a ser utilizado em substituição a RDA e a EAR quando estas não podem ser determinadas. O estabelecimento da AI indica que são necessárias mais pesquisas para determinar, com algum grau de confiança, a média e a distribuição do nutriente.

4. Nível Superior Tolerável de Ingestão (Tolerable Upper Intake Level - UL): nível mais alto de ingestão habitual do nutriente que provavelmente não apresente riscos adversos à saúde da maioria dos indivíduos em um determinado estágio de vida e gênero. Conforme a ingestão aumenta acima da UL, também aumenta o risco potencial de efeitos danosos à saúde.

As DRIs também estabeleceram um conceito, em relação aos macronutrientes (carboidratos, lipídeos e proteínas), quanto a distribuição energética que pode ser definida em limites percentuais de ingestão conhecida como AMDR (Acceptable Macronutrient Distribution Range). De acordo com a AMDR, para indivíduos adultos, a ingestão de proteínas deve estar entre 10 a 35% do valor calórico total, enquanto os lipídeos devem estar entre 20 a 35% e os carboidratos de 45 a 65%, sendo considerados estas como a faixa de distribuição aceitável de macronutrientes (FRANCESCHINI; PRIORE; EUCLYDES, 2005; AQUINO; EGASHIRA; PHILIPPI, 2009).

Como forma de analisar a compreensão e assimilação do conteúdo trabalhado com os atletas, ao longo do ciclo paralímpico, para este trabalho foi adaptado e aplicado o questionário de avaliação dos conhecimentos em nutrição (apêndice 4) proposto por Bassit & Malverdi (1998). Este analisa conhecimentos básicos em nutrição, contendo sete questões que avaliam o conhecimento das funções de alguns nutrientes, alimentos fonte de nutrientes específicos, substitutos de alimentos por outros de similar composição; e além de uma questão dissertava sobre a opinião pessoal a respeito do acompanhamento nutricional realizado durante todo o ciclo.

a) RECOMENDAÇÕES E DESEMPENHO FÍSICO

Os valores recomendados para macronutrientes (carboidratos, lipídeos e proteínas) e micronutrientes (vitaminas e minerais) segundo as DRIs encontram-se descritas anteriormente. Contudo, ao se tratar da ingestão desses nutrientes em atletas, essas recomendações parecem ser diferentes, dependendo do tipo de exercício praticado, da duração e, para alguns nutrientes, do período em que são ingeridos.

As recomendações nutricionais existentes para o futebol, são trazidas para o futebol de 5 devido as suas semelhanças fisiológicas e também pela inexistência de recomendações específicas relacionadas a essa modalidade. Sendo que e as recomendações nutricionais para o desempenho físico, devem ser de acordo com a ingestão diária individualizada, e depende de fatores como: a periodização do treinamento, as sessões de treinamento, os períodos de competição e de acordo com as prioridades da equipe e do atleta.

Os carboidratos, têm recebido grande atenção dentro da nutrição no esporte e enquanto o aumento nos estoques de glicogênio muscular estão relacionados com o acréscimo no tempo de execução do exercício e melhora no desempenho físico, sua diminuição ou esgotamento dos estoques estão associados à fadiga, prejuízo nas habilidades físicas, na concentração, e maior percepção de esforço (RIBEIRO, 2010; ACSM, 2016; LOSADO & CENI, 2016).

As necessidades diárias, para atletas ou praticantes de atividade física, relacionadas ao carboidrato como fonte de energia e recuperação, e adequadas à modalidade são classificadas em relação ao nível de atividade: moderada (em média uma hora por dia) de cinco a sete gramas de carboidratos por quilograma de peso corporal por dia e alta (exercício de endurance uma a três horas por dia), segundo o

American College of Sports and Medicine (2016). Porém, deve-se levar em

consideração fatores importantes e específicos do esporte e do atleta como: a posição do jogador no time ou naquele jogo específico, a distância que ele percorre e também o estilo de jogo adotado (GUERRA, 2010 (b)).

Já as proteínas possuem associação com o exercício de forma a proporcionar o estímulo e o substrato para as sínteses contrátil e metabólica, assim como favorece as mudanças estruturais em tecidos não musculares, como tendões e ossos (JUNIOR; ROGERO; TIRAPEGUI, 2010; ACSM, 2016).

As necessidades protéicas atuais, para atletas ou praticantes de atividade física, assim como foi utilizado neste trabalho, sugerem a ingestão de um vírgula dois a dois gramas por quilograma de peso corporal por dia, como suporte para as adaptações metabólicas, reparação, remodelação e renovação do tecido muscular. E devem ser estipuladas baseando-se nas sessões de treinamento e/ou competição do atleta, amparada pela periodização do treinamento, objetivos, necessidades de nutrientes específicos, necessidades energéticas e escolhas alimentares (ACSM, 2016).

Outro nutriente essencial para uma dieta saudável, é a gordura que fornece energia, é essencial na manutenção das membranas celulares e auxília a absorção das vitaminas lipossolúveis (ACSM, 2016).

A ingestão de gorduras por atletas ou praticantes de atividade física deve estar de acordo com as DRIs, sendo que a recomendação de gordura saturada dentro da proporção de lipídeos da dieta, deve ser limitada a menos de 10% do total dessa ingestão e devem ser incluídos alimentos com fontes de ácidos graxos

essenciais como o linoléico (ômega-6) e linolênico (ômega-3), atendendo às recomendações de AI ou ingestão adequada. Mesmo que o objetivo do atleta seja perder peso ou melhorar a composição corporal, as recomendações não devem ser menores que 20% da ingestão alimentar total diária.

Os exercícios utilizam inúmeras vias metabólicas, e estes podem resultar em adaptações musculares que recrutam maior necessidade de alguns micronutrientes. As maiores deficiências em atletas são encontradas no cálcio, ferro, vitamina D e alguns antioxidantes (ACSM, 2016). Apesar da necessidade de alguns nutrientes serem maiores nos atletas em geral, assim como no futebol, avaliar o estado nutricional do atleta, em todos os aspectos mencionados nesta revisão e de forma individual, é de fato a maior e mais efetiva recomendação a ser feita.

Recomendações de nutrientes em atletas de futebol devem conter todos os nutrientes importantes (carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais), em quantidades adequadas, para que o desempenho máximo seja alcançado. Porém, respeitar a individualidade do atleta, seu comportamento alimentar, suas preferências, dentre outros inúmeros fatores que possam surgir dentro do planejamento nutricional, trará ao profissional nutricionista maior aderência às recomendações por parte do atleta.

Em acréscimo às recomendações no desempenho físico, e não menos importante está a hidratação, fator de extrema relevância em atletas de futebol de 5. Quando a eliminação de líquidos pelo organismo é superior à ingestão de fluidos (não somente água), tornando o chamado balanço hídrico de forma negativa, ocorrerá o quadro de desidratação, sendo que, quanto maior for o grau de desidratação durante o exercício, maior será o impacto de seus efeitos no sistema fisiológico e no desempenho do atleta. A desidratação é considerada, pela maioria dos autores, fator limitante no rendimento físico e mental, afetando a capacidade para realizar tarefas cognitivas; alterando a força muscular; reduzindo o tempo de reação; concentração; discriminação perceptiva; aumentando o risco de cãibras e hipertermia. (GUERRA, 2010(a); JIMÉNEZ; LUCAS; PELLICER, 2010; ADAN, 2012).

As alterações na quantidade de água corporal e o estado de hidratação do indivíduo podem ser determinadas através de marcadores como peso corporal e urina, pois quando a ingestão calórica é monitorada e balanceada, a urina é quantificada e o indivíduo perde peso corporal, isso significa que a perda foi essencialmente de água. Diante disso, há na literatura uma classificação de

desidratação de acordo com peso corporal perdido, sendo um estado de desidratação suave quando a perda de água corporal é de 1 a 2% do peso, desidratação moderada na perda de 2 a 5% e grave se superior a 5% (JIMÉNEZ; LUCAS; PELLICER, 2010; ADAN, 2012). Contudo, segundo o ACSM (2007), para detectar desvios no balanço hídrico é necessário o uso de metodologia mais apropriada, com os mesmo biomarcadores, como a coleta do peso corporal de manhã em jejum e após micção, em combinação com uma medida de concentração de urina.

É importante ressaltar que autores como Noakes, (2007), Goulet (2011 e 2013) e Wall et al. (2013), questionam as recomendações citadas, sugerindo que a desidratação de 2% ou mais da perda de peso corporal não interfere no desempenho do atleta, na sua frequência cardíaca e na percepção de esforço e sugere que a hidratação deve ser feita a livre demanda de acordo com a percepção de sede do indivíduo.

É importante salientar que na eliminação de líquidos pelo suor ocorre também a perda de sódio, eletrólito presente em maior quantidade na composição do suor, e que por este motivo a reposição hídrica não deve ser somente de água.

As alterações no rendimento fisico e também mental que podem ser ocasionadas pela desidratação, afetam diretamente o atleta de futebol de 5, visto que a modalidade exige capacidades físicas, como por exemplo, a movimentação e constante mudança de direção, como também capacidades mentais, como por exemplo, compreender as informações transmitidas pela equipe (treinador, goleiro ou chamador) e se dimensionar em campo, detectando sua posição, dos adversários e da bola, como já descrito anteriormente nesta revisão.

b) RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA ATLETAS DEFICIENTES VISUAIS

Do ponto de vista fisiológico, não há diferencas em relação às recomendações nutricionais para atletas deficientes visuais (DV) em comparação com atletas sem deficiência. Contudo, para profissionais de nutrição esportiva é importante amparar o atleta em todos os aspectos de forma a entender as dificuldades e atender as necessidades específicas da deficiência visual e do nível de dependência do mesmo, para que a conduta realizada seja efetivamente seguida.

Atletas DV, em tempos atuais, com freqüência utilizam estratégias e tecnologias que lhes fornecem independência, e questioná-lo quanto a melhor forma de receber condutas nutricionais pode favorecer a aderência às recomendações. Sendo mais adequado, em sua maioria, a disponibilização de informações no formato eletrônico, permitindo que o atleta amplie a fonte no caso de deficientes com baixa visão ou a conversão em formato de áudio, traduzindo a informação escrita em fala (CRAWSHAY & CROSLAND, 2014).

Em períodos de treinamento, competições e viagens, as refeições são comumente realizadas em restaurantes tipo buffet. Estes por sua vez, não são fáceis para o DV se alimentar, por isso, o auxílio de membros (que enxergam) da equipe é bastante comum. Ao prestar assistência aos atletas, é essencial que todos os alimentos e preparações ofertadas sejam lidos previamente, permitindo que o atleta planeje sua refeição mentalmente antes de iniciá-la na prática. Caso haja possibilidade, é prudente realizar contato com hotéis e restaurantes para evitar a disponibilização de alimentos que requeiram escolhas como peixes com espinhos, carnes com ossos e azeitonas com caroço. Após a montagem do prato, a disposição dos alimentos também precisa ser apresentada ao atleta, podendo utilizar as posições do relógio como explicação para os alimentos (por exemplo, a carne está às três horas e os vegetais às nove), além de procurar não mover itens que o atleta já tenha se familiarizado como copos ou guardanapos (CRAWSHAY & CROSLAND, 2014).

As viagens e alterações de ambientes habituais podem representar desafios, levando os atletas a necessitar de apoio adicional no início, porém os DV, assim como todos os atletas (mesmo sem deficiência), procuram estabelecer rotinas de independência sempre que possível. Orientações, pelo nutricionista esportivo, quanto à alimentação, nestes casos, deve ser detalhada e conduzida: planejar com antecedência; ingerir alimentos e bebidas de forma adequada durante a trajeto; atentar-se pela higiene de alimentos e água; levar na viagem alguns alimentos ou lanches favoritos, especialmente se o atleta ficar muito tempo longe de casa; e ainda, escolher adequadamente os locais das refeições (INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTEE, 2012; CRAWSHAY & CROSLAND, 2014).

No ambiente doméstico dos atletas DV, as recomendações pelo nutricionista devem ser concentradas em alimentos, e se possível, em marcas específicas e detalhes da embalagem, e caso o atleta tenha auxílio de pessoa sem

deficiência, conversar e dar conselhos detalhados pode ser importante (CRAWSHAY & CROSLAND, 2014).

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