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CAPÍTULO 3: INTERPRETANDO A VISÃO DOS PARTIPANTES SOBRE

4.1 Análise da primeira atividade de leitura

A primeira atividade de leitura aplicada aos dois grupos objetivou diagnosticar o desempenho de leitura em Língua Inglesa dos participantes da pesquisa. A atividade foi realizada no dia 23/02/2006 por ambos os grupos, porém em horários diferentes. Participaram da atividade 35 alunos do grupo “A”, e 34 alunos do grupo “B”. O texto escolhido por nós intitula-se “RRisk 2002 – Risk taking in adolescence” (ANEXO A) utilizado na segunda etapa do PAIES-Subprograma 2002-2005 da universidade federal local. A atividade de compreensão desse texto, também em Língua Inglesa, compreende 16 questões de verificação (V ou F).

É importante mencionar que o professor colaborador aplicou a atividade para os dois grupos, porém, a pesquisadora também permaneceu na sala. Como já havia sido explicitado aos alunos o objetivo da pesquisa, bem como a realização das atividades, não foi necessário uma outra discussão a esse respeito. Os alunos fizeram alguns questionamentos como uso de caneta, necessidade de identificação, tradução de palavras desconhecidas, dentre outros; que foram respondidos pelo professor colaborador, pois, antes da aula alguns aspectos relevantes sobre a realização das atividades de leitura foram discutidos com o professor colaborador, buscando não comprometer o resultado da pesquisa.

Na seqüência, o professor distribuiu os textos para os alunos que iniciaram a leitura. Enquanto os alunos liam o texto, o professor observava-os e caminhava pela sala. Durante a realização da atividade não houve questionamentos sobre a tradução de vocábulos desconhecidos. Os textos foram recolhidos após todos os alunos terem finalizado.

No que diz respeito ao desempenho em leitura dos alunos participantes, podemos observar, através da análise do resultado da primeira atividade, que os alunos do grupo “A” obtiveram uma média de acertos maior (60,53%) com relação ao grupo “B” (54,04%), como mostram os gráficos abaixo. Podemos notar, ainda, que os dois grupos configuram-se como heterogêneos, pois há alunos que apresentam um índice muito baixo de acertos e outros que apresentam índices altos, ou seja, há alunos com bom desempenho em leitura e alunos com desempenhos ruins.

No caso do grupo “A”, há alunos que obtiveram (35%) de acertos e outros que obtiveram (95%). Já no grupo “B”, observamos que alguns alunos obtiveram (25%) de acertos e outros obtiveram (80%).

Gráfico 24 – Resultado da primeira atividade de leitura – grupo B

Ainda com o propósito de obter uma visão mais ampla sobre o desempenho em leitura dos alunos de ambos os grupos, desenvolvemos uma auto-avaliação de habilidade de leitura em Língua Inglesa com o objetivo de observar como os alunos se auto-avaliam enquanto leitores em Língua Inglesa.

Como apresentado na metodologia, na auto-avaliação os alunos deveriam escolher o quadro que melhor expressaria o seu desempenho em leitura. Convém mencionar que o quadro inicia-se com descrições que indicam um nível básico de leitura até a leitura de textos complexos de nível avançado.

As respostas dos participantes de ambos os grupos limitaram-se aos quadros de número 1, 2, 3, que correspondem aos níveis, A1, A2 e B1 do Quadro Comum Europeu de Referência para as Línguas (2001). Segundo o documento, o nível A1 como também o A2 descreve um aprendiz, no nosso caso, um leitor, iniciante. Contudo, como demonstra o Quadro, o nível A1 é o nível mais baixo de proficiência. Desse modo, compreendemos que,

há uma variação entre o iniciante A1 e o A2, ou seja, o nível A2 reflete um leitor mais proficiente; um leitor que apresenta habilidades de leitura mais complexas que o leitor representado pelo nível A1. Já no que diz respeito ao nível B1, de conformidade com o Quadro, este descreve um aprendiz independente, capaz de compreender as questões quando é usada uma linguagem clara e estandardizada e os assuntos lhe são familiares.

A1-Sou capaz de compreender nomes conhecidos, palavras e

frases muito simples, por exemplo, em avisos, cartazes ou folhetos.

6 respondentes (18%)

A2-Sou capaz de ler textos curtos e simples. Sou capaz de

encontrar informação previsível e concreta em textos simples de uso corrente, por exemplo, anúncios, folhetos, ementas, horários. Sou capaz de compreender cartas pessoais simples.

20 respondentes (59%)

B1-Sou capaz de compreender textos em que predomine uma

linguagem corrente do dia-a-dia ou relacionada com trabalho ou escola. Sou capaz de compreender descrições de acontecimentos, sentimentos, desejos, em cartas pessoais.

8 respondentes (23%)

Quadro 3 – Quadro de auto-avaliação de habilidade de leitura – grupo A

A1-Sou capaz de compreender nomes conhecidos, palavras e

frases muito simples, por exemplo, em avisos, cartazes ou folhetos.

21 respondentes (62%)

A2-Sou capaz de ler textos curtos e simples. Sou capaz de

encontrar informação previsível e concreta em textos simples de uso corrente, por exemplo, anúncios, folhetos, ementas, horários. Sou capaz de compreender cartas pessoais simples.

11 respondentes (32%)

B1-Sou capaz de compreender textos em que predomine uma

linguagem corrente do dia-a-dia ou relacionada com trabalho ou escola. Sou capaz de compreender descrições de acontecimentos, sentimentos, desejos, em cartas pessoais.

2 respondentes (6%)

Com base nas informações advindas da auto-avaliação, podemos notar que a maioria dos participantes do grupo “A” (59%) afirma que são leitores capazes de ler textos curtos e simples. De acordo com o Quadro Europeu, tais alunos são considerados leitores iniciais de nível A2. Quanto ao grupo “B”, (62%) dos alunos afirmam ser capazes de compreender nomes conhecidos, palavras e frases muito simples. Esses leitores são considerados iniciantes A1. Ainda podemos verificar que (8 alunos, 23%) do grupo “A” são leitores do nível B1, já no grupo “B” há apenas (2 alunos, 6%) que se auto-avaliam neste nível. Esses dados revelam que o grupo “A” parece ser composto de alunos mais proficientes em leitura em inglês.

Os dados obtidos através da análise do resultado da primeira atividade de leitura, bem como as informações advindas da auto-avaliação dos participantes, nos permitem observar que o grupo “B” parece configurar-se como menos proficiente na leitura em Língua Inglesa com relação ao grupo “A”. Essas informações atrelam-se a outras advindas do Questionário Informativo, em que a maioria dos alunos do grupo “B” (63%) aponta compreender menos da metade dos textos de PAIES e vestibular.

Desse modo, baseando-nos nas informações acima, optamos por selecionar o grupo “B” para desenvolvermos diferentes atividades de ativação do conhecimento prévio sobre o assunto antes da leitura dos textos em inglês. Neste primeiro momento, partimos do pressuposto de que o grupo “B”, que parece ter um menor desempenho em leitura em inglês, e ainda, acreditam que são menos proficientes pode, através da ativação do conhecimento prévio sobre o assunto antes da leitura de cada texto do PAIES, demonstrar um nível de leitura igual ou superior ao grupo “A”, uma vez que, segundo a literatura em questão, o conhecimento prévio sobre o assunto é fundamental para a compreensão do texto.

Sendo assim, os dois grupos realizaram as mesmas atividades de leitura, todavia, no grupo “A” em que a pesquisadora atuou como observadora não participante, o professor

colaborador aplicou as atividades sem se comprometer com a realização de atividades de ativação do conhecimento prévio.