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???? = 100 40 − %?? (17) Para realização do teste de navículas a amostra padrão, que é o pó fluxante peritérico

(*) Resíduo de

5.2.1 Análise Química

Os novos fluxantes foram analisados quimicamente pelo método via úmida para obtenção da exata composição química e seus resultados foram comparados à composição projetada os quais podem ser observados na figura 16. Além disto, os fluxantes comerciais também foram analisados por via úmida, no entanto estes foram

Componentes Composição fornecida pelo fabricante Fluxante comercial P3 P8 CaO 40,5 - 45,5 44,1 34,1 39,3 SiO2 28,0 - 33,0 30,1 25,1 21,3 F- 8,0 - 11,0 8,0 10,4 10,3 Al2O3 3,0 - 5,0 3,9 5,3 4,4 MgO 0,0 - 1,5 0,9 8,9 8,7 Na2O 3,0 - 5,0 4,9 4,8 4,9 K2O 0,0 - 1,0 0,3 1,6 1,3 Fe2O3 0,0 - 1,0 1,6 1,7 1,4 Li2O 0,0 - 1,0 0 0 0 Ctotal 3,5 - 5,5 6,2 8,3 8,2 Clivre 2,0 - 3,0 - 1,9 2 Basicidade (CaO/SiO2) 1,20 - 1,60 1,47 1,36 1,84

comparados aos resultados do EDS e à composição química fornecida pelo fabricante cujos resultados estão apresentados na tabela 17.

Pode-se perceber para ambas tabelas que o método EDS foi muito eficaz na obtenção da composição química já que seus resultados foram muito próximos da análise por via úmida. Na tabela 16, apesar da não evidência, o EDS foi utilizado para calcular a composição química das matérias-primas para, por meio desta, obter as projeções de composição química para os novos fluxantes. É importante destacar que a composição química obtida pelo método via úmida foi levada em consideração para todos os testes realizados neste trabalho.

Segundo IRVING (1993), o pó fluxante, além de ter a função de absorver inclusões, forma um filme lubrificante sobre a superfície do lingote. Este filme pode ter estrutura vítrea ou cristalina, dependendo da natureza do pó fluxante: baixa ou alta basicidade (alta relação CaO/SiO2), respectivamente. Portanto, procurou-se estabelecer valores de basicidade elevados para os novos fluxantes já que este parâmetro aumenta sua cristalinidade. Para os fluxante P1 a P8 observa-se valores mais elevados comparados ao fluxante PC e acredita-se que, segundo Irving (1993), a formação de uma escória com maior basicidade proporciona melhor absorção de inclusões e o aumento da temperatura de cristalização, aspectos esperados para fluxantes utilizados no lingotamento de aços peritéticos.

Diante dos resultados apresentados, há uma análise um pouco discrepante com aquilo que é apresentado por diversos autores (CRUZ, CHÁVEZ, ROMERO E PALACIOS, 2007; GÖRNERUP et al., 2004) com relação ao teor de flúor apresentado pelos fluxantes comerciais. Geralmente o teor de flúor em fluxantes utilizados em aços peritéticos é maior comparado à fluxantes utilizados para aços baixo carbono, pois este elemento tende a formar a cuspidina que é um elemento cristalino, no entanto não foi o que ocorreu para os fluxantes comerciais. Além disto, fases cristalinas são desejáveis em fluxantes utilizados em aços peritéticos para que a sua opacidade diminua a transferência de calor entre molde/placa e, por conseguinte, diminuir a contração que o aço peritético apresenta. Todavia, mais adiante neste trabalho, será mostrado que este fator não influenciou negativamente na cristalinidade do material.

Tabela 16 – Composição química projetada e medida (método por via úmida) dos novos pós fluxantes formulados.

Fonte: Autor, 2016.

Tabela 17 – Composições químicas dos fluxantes comerciais obtidas por: fabricante, método via úmida e método EDS.

Fonte: Autor, 2016.

Fluxantes CaO SiO2 F

- Al

2O3 MgO Na2O K2O Fe2O3 Ctotal Clivre B2

Proj. Med. Proj. Med. Proj. Med. Proj. Med. Proj. Med. Proj. Med. Proj. Med. Proj. Med. Proj. Med. Proj. Med. Proj. Med. P1 31 30,4 28 29,3 6,6 6,5 6 4,9 10,1 10,6 5,5 5,8 1,8 2 1,9 1,9 9,1 8,7 2,2 - 1,11 1,04 P2 32,7 33,1 26,5 27,5 8,5 8,3 5,6 4,8 9,4 8,7 5,1 5 1,7 2,3 1,8 1,8 8,7 8,5 2 - 1,23 1,2 P3 34,1 34,7 25,1 25,5 10,4 11,2 5,2 4,3 8,8 8 4,8 4,6 1,6 2,1 1,7 1,8 8,3 7,6 1,9 - 1,36 1,36 P4 35,6 37,8 23,6 24,2 12,3 12,1 4,9 4,1 8,2 7,9 4,5 4,4 1,5 2 1,6 1,8 7,8 5,9 1,8 - 1,51 1,56 P5 44 44,5 24 24,7 10,6 10,8 5,2 4,6 3 2,7 4,9 4,4 1,6 2,1 1,7 1,8 5 4,4 2,1 - 1,83 1,80 P6 42,4 42,8 23,1 23,7 10,5 10,4 4,9 4,4 4,8 4,7 5,1 5,3 1,5 1,9 1,6 1,8 6,1 5 2 - 1,84 1,81 P7 41 41,2 21,9 22,8 10,4 10,3 4,6 4,4 6,8 6,4 5,1 4,9 1,4 1,9 1,5 1,5 7,3 6,6 2 - 1,87 1,81 P8 39,3 39,9 21,3 22 10,3 10,2 4,4 3,9 8,7 8,4 4,9 5,2 1,4 1,7 1,4 1,5 8,3 7,2 2 - 1,84 1,81 Componentes Fluxante PC Fluxante BC Composição fornecida pelo fabricante (%) Via Úmida (%) EDS (%) Composição fornecida pelo fabricante (%) Via Úmida (%) EDS (%) CaO 40,5 - 45,5 46,1 44,1 31,5 - 35,5 34,3 32,8 SiO2 28,0 - 33,0 30,8 30,1 29,0 - 33,0 35,8 34,4 F- 8,0 - 11,0 7,4 8 6,5 - 8,5 7,9 8,5 Al2O3 3,0 - 5,0 3,3 3,9 2,0 - 4,0 2,8 3,3 MgO 0,0 - 1,5 0,9 0,9 0,0 – 3,0 2,8 2,7 Na2O 3,0 - 5,0 4,3 4,9 8,5 – 11,5 10,9 10,5 K2O 0,0 - 1,0 0,5 0,3 0,0 - 1,0 0,2 0,3 Fe2O3 0,0 - 1,0 1,2 1,6 0,0 - 1,0 0,5 0,8 Ctotal 3,5 - 5,5 5,7 6,2 3,5 - 5,5 4,8 6,7 Clivre 2,0 - 3,0 - - 2,0 - 4,0 - - Basicidade (CaO/SiO2) 1,20 - 1,60 1,5 1,47 0,82 - 1,05 0,96 0,95

5.2.2 Obtenção das fases mineralógicas

Na figura 47 são apresentados os resultados da difratometria de Raios X dos fluxantes comerciais. Pode-se perceber a presença de fluorita, volastonita, quartzo e calcita na composição de ambos. O aparecimento das mesmas fases deve-se ao fato de possuírem os mesmos elementos químicos, diferindo-se pela quantidade de cada um presente.

Fonte: Autor, 2016.

Na figura 48 são apresentados os resultados da difratometria de Raios X dos novos fluxantes P1, P2, P3 e P4. Observa-se a presença dos mesmos picos apresentados pelo fluxante comercial peritético (figura 47-a), com exceção da volastonita (CaSiO3) que foi substituída pela dolomita [CaMg(CO3)2]. Isto ocorreu devido o teor elevado de magnésio nos novos fluxantes que induziram a formação deste elemento. Devido o aparecimento deste composto o aspecto do gráfico foi alterado, pois os picos de dolomita se apresentaram com uma intensidade muito elevada, entretanto para os mesmos picos apresentados no fluxante PC a intensidade permanece aproximadamente a mesma.

É importante ressaltar o evidente acréscimo nos picos de fluorita e o decréscimo nos picos da dolomita na seguinte ordem P1, P2, P3 e P4, respectivamente, o que condiz com a composição química apresentada na tabela 16. Nesta tabela o teor de flúor aumenta nesta mesma ordem favorecendo os maiores teores de fluorita e em contrapartida o teor de magnésio tem um mínimo descréscimo desfavorecendo os picos de dolomita.

A figura 49 apresenta os resultados da difratometria de raios X dos novos fluxantes P5, P6, P7 e P8. Assim como para o primeiro grupo de fluxantes, estes também apresentaram as mesmas fases do fluxante PC, com exceção da volastonita (CaSiO3) que foi substituída pela dolomita [CaMg(CO3)2] e o surgimento da cal (CaO). Neste grupo de fluxantes a grande diferença de composição química está na variação do magnésio que reflete no crescimento dos picos de dolomita de P5 a P8, respectivamente. Percebe-se a inclusão da fase lime (CaO) nestes fluxantes devido a inclusão da cal na mistura para aumento de basicidade já que a quantidade de resíduo de mármore (fonte de CaO) foi diminuída.

Fonte: Autor, 2016.

Fonte: Autor, 2016.

5.2.3 Granulometria

Os resultados dos ensaios granulométricos via laser e via MEV dos fluxantes são mostrados nas figuras 50 e 51. Segundo dados obtidos do software da máquina a laser, a faixa granulométrica do fluxante BC, fluxante PC e fluxante P5 são, respectivamente: 0,240 - 158µm; 0,240-158µm e 0,316-208µm. Pode-se observar que a distribuição granulométrica dos fluxantes comerciais são idênticas e similares ao fluxante P5, no entanto 1% dos grãos deste último citado se encontra em faixas superiores de granulometria comparado aos comerciais.

É bom lembrar que a granulometria do fluxante P5 é menor comparada à das matérias-primas (figura 45) utilizadas para sua fabricação provavelmente devido à maceração a qual foi submetida com o intuito de obter melhor homogeneidade da amostra. Este resultado reforça que um processo de moagem/seleção poderá ser capaz de fazer o ajuste necessário da granulometria das matérias-primas caso a mesma não seja adequada para processos industriais.

Fonte: Autor, 2016.

Fonte: Autor, 2016. 5.3 ANÁLISE DA CRISTALINIDADE

5.3.1 Teste de Stollberg Modificado

Após o aquecimento/resfriamento dos fluxantes, todos eles foram fotografados a fim de compará-los quanto a cristalização. A figura 52 mostra o resultado dos fluxantes comerciais baixo carbono (BC) e peritético (PC). O fluxante PC foi o que apresentou a aparência física de maior cristalinidade devido a sua inquestionável opacidade quando comparado com o fluxante BC. A cristalinidade maior induz uma menor taxa de transferência de calor através do filme. No caso do lingotamento de aços peritéticos a contração é muito elevada (devido transformação da ferrita- δ em austenita- γ) e diante deste fato utiliza-se um fluxante mais cristalino (visualmente opaco) para redução da transferência de calor por radiação (FREDRIKSSON e NASSAR, 2010). Além disto, a cristalinidade pode estar relacionada à maior formação de cuspidina e à maior basicidade (LI, THACKRAY e MILLS, 2004; MILLS et al., 2004; BEZERRA, M. C. C, 2004). Portanto, o aspecto apresentado na figura 52 está de acordo com a literatura, pois o fluxante PC está mais cristalino, entretanto, neste caso, acredita-se

que a basicidade superior ao fluxante BC tenha influenciado neste aspecto. Isso porque o teor de flúor dos dois fluxantes comerciais estão muito próximos segundo a análise química por via úmida (tabela 17).

Fonte: Autor, 2016.

Nas figuras dos novos fluxantes que virão a seguir observa-se a presença do fluxante peritético comercial em todas as figuras, pois este foi colocado a fim de comparação, já que o objetivo do trabalho é formular um novo fluxante peritético.

Na figura 53, observa-se os fluxantes P1, P2, P3, P4 e PC. É evidente a grande similaridade entre as amostras P1, P2 e P3, ou seja, aspecto vítreo e um começo de cristalinização na amostra P4. É importante que se observe nesta última os pedaços menores dispostos lateralmente pois neles percebe-se que o interior da amostra permanece vítreo. Apesar do flúor elevado nestas amostras, não houve uma cristalização satisfatória comparada ao fluxante comercial (PC) em nenhuma das amostras. Segundo Li, Thackray e Mills (2004) teores de Mg > 5-7% promovem a formação de fase vítrea e portanto acredita-se que este elemento seja um dos impedimentos à cristalização do material devido seus teores elevados (tabela 16). Outro aspecto de importância é a basicidade binária inferior de P1, P2 e P3 com relação ao fluxante PC que como dito anteriormente tem influência direta na cristalinidade. Este parâmetro tende a ser menor para basicidades inferiores e portanto pode também ter contribuído para a menor cristalinidade dos fluxantes.

Figura 52 - Fotografias dos fluxantes comerciais após o Teste de Stollberg modificado: (a) PB e (b) PC.

Fonte: Autor, 2016.

A figura 54 mostra fotografias dos fluxantes P5, P6, P7, P8 e PC. Neste grupo de amostras, procurou-se fixar o teor de flúor e basicidade em, aproximadamente, 10,5% e 1,8 respectivamente e variar o teor de MgO (abaixo do teor presente nos fluxantes P1, P2, P3 e P4). Observou-se para a amostra P5 (MgO=2,7%) a perfeita cristalinização do fluxante a olho nu. Já para as amostras P6 (%MgO=4,7%), P7 (%MgO=6,4%) e P8(%MgO=8,4) observa-se um aumento gradativo da fase vítrea.

Fonte: Autor, 2016.

Portanto, dentre os novos fluxantes realizados, a quantidade ideal de MgO para que ocorra a total cristalinização é 2,9%, pois teores acima deste especificado irão prejudicar este fator. Diante deste fato, é preciso utilizar uma quantidade menor de resíduo de mármore nas misturas devido seu teor elevado de magnésio, ou então, recorrer a um mármore calcítico o qual possui teores de MgO mais baixos.

Já a figura 55 apresenta o resultado dos fluxantes P3, P8 e PC. Neste grupo de amostras, como dito anteriormente, o fluxante P8 possui maior basicidade (%CaO/%SiO2) comparado ao fluxante P3 e os outros elementos foram deixados Figura 53 - Fotografias dos fluxantes após o Teste de Stollberg modificado: (a) P1, (b) P2, (c) P3, (d)

P4 e (e) PC.

Figura 54 - Fotografias dos fluxantes (a) P5, (b) P6, (c) P7, (d)P8 e (d) PC após o Teste de Stollberg modificado.

aproximadamente os mesmos conforme tabela 16. Pode-se perceber no fluxante P8, que apesar da basicidade e do flúor elevados não ocorreu a cristalinização ocorrida no fluxante PC. Acredita-se que isso tenha ocorrido pois o teor do óxido de magnésio continuou elevado e este composto impediu a cristalinização do fluxante.

Portanto, acredita-se que mesmo quando o flúor e basicidade estejam elevados não se conseguirá a cristalinidade desejada caso o óxido de magnésio (MgO) também o esteja.

Fonte: Autor, 2016.

Devido o fato de o fluxante P5 ser o mais parecido, visualmente, com o fluxante PC, foi feita uma comparação isolada dos dois a qual pode ser observada na figura 56. As figuras 56-(a) e (b) correspondem ao lado do fluxante que não ficou em contato com o cadinho de aço. Já as figuras 56-(c) e (d) correspondem ao lado do fluxante que resfriou em contato com o cadinho. Observa-se a grande similaridade física entre eles, apesar de pequenas diferenças com relação à composição química, como por exemplo o teor de MgO e flúor mais elevado em P5.

Fonte: Autor, 2016.

Figura 55 - Fotografias dos fluxantes (a) P3, (b) P8 e (c) PC após o Teste de Stollberg modificado.

Figura 56 - Fotografias dos fluxantes P5 e PC após teste de Stollberg modificado. (a) e (b) Sem contato com o cadinho de aço inoxidável; (c) e (d) Em contato com o cadinho de aço inoxidável.

Após a análise visual, foram realizadas as difratometrias de Raios X dos fluxantes como descrito no item 4.3.1. A figura 57 apresenta aqueles relacionados aos fluxantes comerciais PC e BC. Para o fluxante BC foram realizadas duas difratometrias de Raios X, pois a escória que ficou em contato com o cadinho de aço formou uma fina película de coloração mais escura que em contrapartida contrastava com o resto da amostra que se apresentou vítrea. Portanto a figura 57-(b) apresenta os Raios X da escória que ficou em contato com o cadinho de aço assim como foi feito para o peritético (figura 57-a) e a figura 57-(c) apresenta o difratograma dessa mesma escória lixada até retirar a fina película formada.

Ao compararmos as figuras 57-(a) e 57-(b) observa-se que a cuspidina e nefelina são as principais fases formadas, as quais também foram obtidas por Soares e colaboradores (1998) e Arefpour, Soolari e Monshi (2014). Segundo Cruz, Chávez, Romero e Palacios (2007), fluxantes com teores de fluorita acima de 12% (CaF2) tendem a formar compostos como a cuspidina formada nos fluxantes BC e PC. No entanto, enquanto fases cristalinas se formaram na totalidade do fluxante PC, no fluxante BC somente houve a formação desta fase cristalina em uma fina película em contato com o cadinho de aço. Ao lixar a fina película no fluxante BC, os Raios X (figura 57-c) apresentaram-se sem fases cristalinas, ou seja, totalmente vítreo assim como é observado em grande parte da escória apresentada na figura 52-(a).

A cristalização é essencial para o fluxante PC, mas o inverso é esperado para o fluxante BC. Acredita-se que a fina película cristalina no fluxante BC pode diminuir a transferência de calor entre o molde de cobre e a placa de aço no lingotamento contínuo. Por isso, Valadares e colaboradores (2014) utilizaram em seu trabalho um fluxante baixo carbono isento de flúor para que obtivesse uma difratometria de Raios X similar ao apresentado na figura 57-(c). Além destas considerações, observa-se mais formação de nefelina para o fluxante BC devido a maior presença de óxido de sódio (Na2O) em sua composição e segundo Cruz, Chávez, Romero e Palacios (2007) esse composto é favorável para lingotamento de aços com baixo teor de carbono no qual a temperatura ótima de solidificação deve estar entre 1040°C e 1060°C.

A presença das outras fases, em menor quantidade, é dependente do teor de Na2O, MgO e Al2O3 e portanto houve variações para os fluxantes PC e BC. Algumas delas também foram encontradas por Arefpour e Soolari Monshi (2014), como, por exemplo, akermanite e gelenita. O cálcio silicato e gelenita formados no fluxante PC podem ter sido favorecidos devido elevado teor de cálcio neste fluxante. A fluorita também presente neste fluxante não aparece para o fluxante BC e provavelmente tenha se transformado, toda ela, em cuspidina. A microcline presente no fluxante BC pode ter sido favorecida devido a presença de teores elevados de sílica.

Fonte: Autor, 2016.

A figura 58 apresenta os resultados da difratometria de Raios X dos fluxantes P1, P2, P3 e P4 após o Teste de Stollberg. Quando comparados àquela difratometria do fluxante PC (figura 57-a) observa-se a similaridade quanto às fases cristalinas presentes, porém observa-se para o PC uma menor quantidade de picos de saphirine devido este possuir menor quantidade de magnésio em sua composição química. De P1 a P4, nesta ordem, observa-se um crescente aumento no pico isolado de cuspidina (aproximadamente 27,5°) e em todos os picos de fluorita o que é explicado pelo crescente aumento de flúor nas amostras. Para as outras fases cristalinas observam- se intensidades aproximadamente iguais já que a composição química dos elementos formadores destes são similares (tabela 16).

Os resultados da difratometria de Raios X dos fluxantes P5, P6, P7 e P8 podem ser observados na figura 59. Nestes fluxantes foi acrescentada a cal (CaO) e foi diminuído o teor de magnésio comparado aos fluxantes P1 a P4, por isso foram observados maiores picos de calcita e menores de sapphirine nos fluxantes P5 a P8. Com relação às fases apresentadas, todos os fluxantes de P1 a P8 apresentaram as mesmas as quais são similares ao fluxante comercial PC.

Por último, foram realizadas microanálises no MEV (Microscópio Eletrônico de Varredura) para os fluxantes comerciais (PC e BC) e também para o fluxante P5 após o teste de Stollberg modificado e os resultados podem ser observados na figura 60. Da mesma forma que foi feito na difratometria por Raios X, o fluxante BC foi analisado de duas maneiras diferentes. Neste caso, uma foto correspondente à parte que resfriou em contato com o molde que se apresentou como uma fina camada cristalina (figura 60-a) e a outra correspondente à parte lateral que se apresentou vítrea (figura 60-b). Pode-se perceber que na figura 60-(a) há indícios de formação de grãos correspondente a fase cristalina que se formou com o resfriamento. Já a figura 60-(b) não há qualquer indício de formação de grãos e por isso se apresenta vítrea. Esses resultados estão de acordo com a difratometria de Raios X da figura 57-(b) e (c) no qual são identificadas as fases cristalinas presentes na fina película cristalina formada e a fase amorfa presente no restante da amostra, respectivamente.

Fonte: Autor, 2016.

Fonte: Autor, 2016.

As figura 60-(c) e (d) apresentam as micrografias dos fluxantes PC e P5, respectivamente. Observa-se para ambos a mesma morfologia e acredita-se ser o aspecto esperado para fluxantes cristalinos devido a aparente formação de grãos.

Fonte: Autor, 2016.

5.3.2 Lâminas Delgadas

As micrografias das lâminas delgadas após observação no microscópio de luz transmitida podem ser observadas na figura 61. Além das análises dos fluxantes comerciais e do P5, foi também analisada a calcita e o vidro a fim de comparação. Estas análises permitiram a diferenciação dos fluxantes quanto a cristalinidade, granulometria após fusão e também a identicação de um mineral em específico.

As figuras 61-(c) e (d) correspondem ao fluxante BC e o vidro respectivamente, os quais foi evidenciado a inexistência de quaisquer propriedades ópticas em ambos materiais, ou seja, resultado característico de material amorfo. Já para os fluxantes PC e P5 dispostos nas figuras 61-(a), (e) e (f) observa-se claramente a representação de materiais cristalinos já que possuem formação de grãos claramente delimitada. Figura 60 - MEV após teste de Stollberg modificado: (a) fluxante BC – parte em contato com o molde; (b) fluxante BC – corte lateral; (c) fluxante PC – parte em contato com o molde; (d) fluxante P5 – parte

Estes grãos não podem ser denominados de minerais, pois se acredita que não possuem uma composição química suficientemente uniforme, sendo portando, classificados como mineralóides (DANA e HURLBUT, 1960). Acredita-se que o tempo e a temperatura a que foram submetidos não foram suficientes para sua melhor formação, impossibilitando uma clara identificação de todos os mineralóides. No entanto, quando foram aplicadas técnicas de identificação mineral hábitos semelhantes a de minerais foram observados, como extinção e birrefringência.

Fonte: Autor, 2016.

Figura 61 - Centro da lâmina delgada observada em microscópio de luz transmitida no qual utilizou-se nicois cruzados e compensador de 1λ: (a) PC, (b) Calcita, (c) BC, (d) vidro, (e) P5 com aumento de

Ao se comparar a figura 61-(a) e (e), cujos aumentos são os mesmos, pode-se perceber que o fluxante PC possui maiores tamanhos de grãos e que estes possuem formatos diferentes quando comparados ao P5. Segundo Susa e colaboradores (2011), tamanho de grão pode afetar a transferência de calor por radiação, no entanto este efeito tem maior influência em fluxantes isentos de óxido de ferro. Estes autores fizeram testes para fluxantes com 1% de Fe2O3 e observaram uma leve diminuição da transferência de calor por radiação quando se aumenta o tamanho de grão dos fluxantes. Apesar dos fluxantes apresentados pelo Susa e colaboradores possuírem tamanhos de grãos muito inferiores ao apresentado neste trabalho, acredita-se que a mesma tendência observada por eles possa ser aplicada, ou seja, o fluxante PC devido possuir maiores tamanhos de grãos pode ter uma transferência de calor por radiação um pouco reduzida quando comparado ao fluxante P5. Com relação ao formato dos grãos, observa-se que o fluxante PC apresenta grãos arredondados enquanto que no P5 observa-se grãos aciculares, no entanto não se sabe a real influência deste parâmetro na qualidade dos fluxantes.

Na figura 62 são apresentadas as micrografias das bordas dos fluxantes PC e P5 após fusão, ou seja, a parte que resfriou rapidamente. Estas foram elaboradas com o intuito de prever como se dá a formação dos grãos dos fluxantes na interface molde/placa. Observou-se uma transição granular mais brusca para o fluxante PC e para o P5 uma mais suave. Acredita-se que quanto mais próximo ao molde, menores são os grãos devido ao resfriamento brusco e próximo a placa o inverso seja observado, mas ainda não se sabe o porquê da diferença granular entre estes dois fluxantes.

Fonte: Autor, 2016.

Figura 62 – Borda da lâmina delgada observada em microscópio de luz transmitida no qual utilizou-se nicois cruzados e compensador de 1λ: (a) PC, (b) P5 com aumento de 50x.

5.3.3 Cálculo Matemático

A porcentagem de cristalinidade foi mensurada por meio da fórmula 11 em conjunto com a 12 e o resultado pode ser observado na tabela 18. É importante destacar que, segundo Li, Thackray e Mills (2004), valores de NBO/T abaixo de 2 significam que as escórias se apresentam totalmente vítreas (porcentagem de cristalinidade muito baixas) e que acima deste valor a porcentagem de cristalinidade cresce linearmente com o aumento de NBO/T. No entanto, o gráfico (figura 34) apresentado por Li, Thackray e Mills (2004) mostra que a porcentagem de cristalinidade (0-100%) cresce linearmente para valores de NBO/T de 2 até 2,7. Logo, para resultados de NBO/T>2,7 acredita-se que a escória já deva estar com 100% de cristalinização.

Ao se comparar os resultados práticos - teste de Stollberg modificado - com o resultado obtido pela fórmula matemática (tabela 18), fica claro a semelhança entre

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