Análise quantitativa conjunta

Para a análise quantitativa incialmente foram analisadas as médias, medianas e modas da satisfação geral com os transportes das análises realizadas separadamente, como podem ser observadas na Tabela 32.

Tabela 32 - Média, mediana e moda da avaliação dos transportes

Transporte escolar Transporte informal Transporte atividades econômicas Conjunto geral Média 3,98 3,28 3,70 3,65 Mediana 4 3 4 4 Moda 4 4 4 4 Fonte: A Autora (2020).

Na análise conjunta, os transportes apresentam uma avaliação positiva (mediana e moda = 4). A avaliação do transporte escolar e o do transporte voltado às atividades econômicas apresentaram a mesma mediana e moda igual a 4, considerando em sua maioria, os entrevistados mais satisfeitos. Para o transporte informal a moda continua a mesma, embora a mediana seja menor, denotando um menor nível de satisfação. Observando as médias, pode-se perceber que o grupo entrevistado que se apresenta mais insatisfeito são os usuários do transporte informal. A mediana igual a 3 como resposta desse grupo, segundo a escala Likert adotada, apresenta uma tendência a ser indiferente em relação à satisfação com o transporte.

Na sequência foi realizado teste não paramétrico de Kruskal-Wallis para amostras independentes, buscando identificar se as avaliações dependem das categorias abordadas, analisando todas separadamente. Foi realizado o teste de hipótese para saber se as avaliações do transporte de maneira geral dependem do gênero, do modo de transporte, do tipo de estrada e da zona de moradia ou trabalho. Todas as saídas dos testes de hipóteses, realizadas no IBM SPSS Statistics 23, podem ser observadas no Apêndice G.

Na Tabela 33 podem ser observadas as médias, medianas e modas da avaliação do transporte de todos os grupos entrevistados conjuntamente, separadas pelo gênero do entrevistado.

Tabela 33 - Média, mediana e moda da avaliação dos transportes, com relação ao gênero Masculino Feminino Média 3,76 3,56 Mediana 4 4 Moda 4 4 Fonte: A Autora (2020).

É possível verificar que apesar de apresentarem a mesma moda e mediana, as mulheres são mais insatisfeitas que os homens, pois apresentam uma avaliação média um pouco mais baixa. Com isso, as distribuições das avaliações dependem do gênero dos entrevistados, pois o teste apresentou significância igual a 0%, rejeitando a hipótese nula de que seguiam a mesma distribuição.

A média, mediana e moda, divididas com relação ao modo de transporte, podem ser apreciadas na Tabela 34.

Tabela 34 - Média, mediana e moda da avaliação dos transportes, com relação ao modo de transporte

A pé Moto Carro Toyota Caminhão Ônibus

Média 3,74 3,83 3,64 3,34 3,79 3,93

Mediana 4 4 4 4 4 4

Moda 4 4 4 4 4 4

Fonte: A Autora (2020).

Apesar de apresentarem a mesma mediana e moda, o modo de transporte utilizado interfere na satisfação dos usuários, pois o teste apresentou significância de 0%. Pode ser observado que o modo em que os usuários são mais satisfeitos é o ônibus, seguido da motocicleta, caminhão, a pé, carro e por último Toyota, visto que é um veículo adaptado para o transporte de passageiros.

Com relação ao tipo de estrada, a avaliação do transporte de todos os grupos conjuntamente pode ser vista na Tabela 35. Quando observados em conjunto os resultados parecem contraditórios, pois a melhor avaliação é representada pelos usuários de estradas não pavimentadas. Observando-se os grupos em separado, percebe-se que apenas representantes da atividade produtiva reconhecem os problemas nas estradas como ponto de insatisfação.

Os grupos que responderam aos questionários sobre o transporte escolar e o transporte informal por alguma razão que não se conseguiu perceber, valorizam mais os percursos em estradas não pavimentadas do que pavimentadas. O teste de hipótese aplicado confirma as diferenças de avaliação entre os grupos.

Tabela 35 - Média, mediana e moda da avaliação dos transportes, com relação ao tipo de estrada Estrada não pavimentada Estrada ambas Estrada pavimentada Média 3,96 3,52 3,53 Mediana 4 4 4 Moda 4 4 4 Fonte: A Autora (2020).

Para a avaliação com relação ao local de moradia ou de desenvolvimento da atividade econômica, as médias, medianas e modas das avaliações, podem ser visualizadas na Tabela 36.

Tabela 36 - Média, mediana e moda da avaliação dos transportes, com relação a zona de moradia ou trabalho

Zona rural Zona urbana

Média 3,81 3,36

Mediana 4 4

Moda 4 4

Fonte: A Autora (2020).

Os usuários de transportes que moram ou trabalham na zona rural estão em geral mais satisfeitos com o transporte que se tem disponível no município, pois apresentam nota média maior que os residentes e trabalhadores da zona urbana, apesar da mediana e moda serem iguais. A partir disso, infere-se que a zona da moradia ou trabalho interfere na avaliação do transporte, pois o teste realizado apontou significância de 0%, rejeitando-se, portanto, a igualdade dos fatores.

Esse resultado corrobora com a avaliação com relação ao tipo de estrada, que apresenta como mais satisfeitos os usuários que transitam em estradas não pavimentadas, exatamente as que dão acesso à zona rural. Esse resultado deve ser devido aos moradores rurais serem mais resignados com a natural carência de transportes e infraestruturas adequadas, diferentemente dos moradores da zona urbana, talvez mais exigentes.

Em conjunto, as condições de transportes desse município apresentam uma avaliação com viés positivo, sendo o transporte escolar o melhor avaliado, seguido do transporte das atividades econômicas e por último o transporte informal. A maior satisfação para o transporte escolar se deve aos programas federais de transporte escolar implantados no município. O transporte informal tem a pior a avaliação devido à falta de fiscalização e implantação da legislação local.

As mulheres são as mais insatisfeitas com os transportes. O veículo adaptado Toyota apesar de ser o mais utilizado no município, como transporte informal, obteve a maior insatisfação por parte dos atores locais. Por fim, os usuários de estradas não pavimentadas, moradores e trabalhadores da zona rural, se mostram mais satisfeitos com as estradas que os demais, mostrando serem menos rigorosos na avaliação.