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5 TRANSPORTE DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NO MEIO RURAL

5.1 Economia rural em regiões pobres

As empresas rurais desempenham um papel econômico importante, contribuindo para a prosperidade e o bem-estar nacional, mas geralmente são um ponto cego no desenvolvimento rural e em políticas e evidências econômicas mais amplas. As empresas rurais são exportadoras de bens e serviços significativamente mais fortes e têm bens ou serviços adequados para exportação. No entanto, existem algumas fraquezas e obstáculos ao sucesso comercial que dizem respeito a empresas significativamente mais rurais do que urbanas, que variam com a ruralidade dos distritos locais e exigem a atenção dos formuladores de políticas e provedores de apoio que buscam alcançar uma economia mais equitativa e equilibrada (PHILLIPSON et al., 2019).

Segundo Santos et al. (2018), no Brasil a agricultura familiar faz-se presente nas formas social e econômica, sendo caracterizada pelas unidades de trabalho nas atividades domésticas e de produção, que conforma um estilo de vida muito presente e significativo na formação do tecido social brasileiro, particularmente no meio rural.

As disparidades socioeconômicas dos estabelecimentos agropecuários, reveladas pela tipificação, é condição básica para o desenho e para a implementação de políticas públicas coerentes às limitações e potencialidades dos agricultores familiares (SCHEUER et al., 2019). Ao longo das gerações, os filhos têm sucedido os pais na gestão dos negócios rurais, por meio de um processo conhecido como sucessão geracional. No entanto, a desistência dos filhos para seguir na mesma ocupação dos pais e a desmotivação social e econômica para permanecer no campo têm levantado dúvidas quanto à disponibilidade e à renovação da mão de obra no meio rural, principalmente jovem (MATTE et al., 2019).

Segundo Chen e Wang (2019) em áreas rurais chinesas o abandono da terra é considerável e a possibilidade de agricultores retornarem para suas terras é baixa. O abandono de terras rurais reflete um declínio no desenvolvimento da economia agrícola nas áreas rurais. Os padrões de bem-estar são negativamente afetados porque, as políticas desfavorecem o conjunto da produção (agrícola e industrial), no sentido de impedir o alcance dos níveis pretendidos e, ainda, de reduzir os níveis atuais de produção, ao deslocar parte da mão de obra produtivamente empregada no setor rural para o desemprego urbano (NOJIMA, 2008).

O crescimento desequilibrado da China causou uma lacuna entre o desenvolvimento econômico urbano e rural, que está ligado aos residentes rurais que migram para as cidades em busca de trabalho mais bem remunerado. As políticas pró-rurais do governo nos últimos anos trouxeram mais migrantes rurais de volta às suas cidades (CHEN; WANG, 2019).

Em contrapartida, Qin e Zhang (2016) também na China, mostram que o acesso às estradas facilita a especialização na produção agrícola. Em aldeias com melhor acesso rodoviário, os agricultores plantam menos números de colheitas, compram mais fertilizantes e contratam mais mão de obra. No geral, as estradas rurais são importantes, na especialização agrícola e redução da pobreza, especialmente em regiões isoladas e empobrecidas.

O crescimento recente em muitos países africanos foi acompanhado por uma rápida urbanização, que poderia ter grandes impactos nos meios de subsistência rurais. Diao et al. (2019) concluíram que muitas famílias rurais nas áreas próximas às cidades mudaram seu emprego primário da agricultura para a não-agricultura. Essa tendência se fortalece com o tempo, isso parece ocorrer em contraste com o modelo tradicional de diversificação dos meios de subsistência rurais, com alguns membros da família trabalhando na agricultura e outros na não-agricultura.

De acordo com Santana et al. (2017), a agricultura é uma atividade capaz de contribuir com o desenvolvimento local na medida em que interfere positivamente para melhoria dos aspectos econômico, social, ambiental e alimentar e, consequente, inclusão das famílias envolvidas. Desde que sanadas essas limitações, sobretudo, em questões que independem diretamente da atuação dos agricultores, uma vez que os principais problemas enfrentados são a dificuldade de transporte para escoar a produção, o acesso à aquisição de insumos, a falta de orientação técnica, além da ausência de infraestrutura.

Como afirma Castro (2012), a agricultura no Brasil é umas das principais bases da economia do país, evoluindo das extensas monoculturas para a diversificação da produção. No Nordeste brasileiro, a agricultura tem papel de destaque na economia regional. Um dos grandes problemas da região são as estiagens prolongadas, provocando o êxodo rural, a perda de produção, minimizados seus efeitos por meio de ações governamentais de emergência, através da construção de açudes e outras obras paliativas, como a transposição do Rio São Francisco.

De acordo com Cavalcanti Júnior e Lima (2019), a região Nordeste do Brasil continua sendo um espaço de relativo atraso socioeconômico. Essa evidência se torna ainda mais profunda em sua área semiárida, que pode ser considerada uma das regiões mais pobres do país. O semiárido evoca a ideia de um lugar predominantemente rural, com economia de

baixa produtividade, escassa presença de infraestrutura e onde as relações econômicas ainda se mostram deficientes.

Além disso, a agricultura nordestina apresenta outros problemas e desafios, que vão da reforma agrária às queimadas; do êxodo rural ao financiamento da produção; da infraestrutura de escoamento da produção à viabilização econômica da agricultura familiar: envolvendo questões políticas, sociais, ambientais, tecnológicas e econômicas (CASTRO, 2012).

A região do semiárido, por uma série de questões históricas, socioeconômicas e geográficas, se caracterizou por ser uma região de debilidade, com atrasadas relações econômicas em relação ao âmbito nacional. Porém, indicadores recentes vêm demonstrando que está região vem apresentando uma considerável melhora em seu panorama (REGO; LIMA, 2015).