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O IVSE sintetiza todas as informações da dimensão socioeconômica Foi estabelecido a partir da adaptação de indicadores já existentes, como o IDH e o Índice FIRJAN de Desenvolvimento

ETAPA 4 Cálculo do IVSp

3.2. Análise dos Resultados

O IVS e o IVSp assim como os pesos padronizados de cada indicador que os compõem podem ser visualizados no Quadro A I.3 (Anexo I). Tanto para o Ip quanto para IVSp o valor de 0,00, em um município, não representa ausência de vulnerabilidade, e sim que o índice é o menor valor dentre todos os municípios, como também o valor 1,00 não representa vulnerabilidade extrema, mas uma maior vulnerabilidade relativa que os demais municípios em análise.

Como apresentado anteriormente, há uma ausência de dados em determinados municípios o que torna a informação final instável, podendo não retratar a realidade. Vários podem ser os motivos: “não houve casos? Foi atendido em outro município? Houve subnotificação de casos?”, entre outros questionamentos. Porém, devido à ausência desses dados os índices (IVS e o IVSp) apresentam uma oscilação significativa.

Analisando as tendências, observa-se que os municípios selecionados apresentam, na sua maioria, tendência estável. Porém a tendência crescente moderada aparece no município de Piatã para LTA. A mesma tendência aparece em São Gabriel para Leishmaniose Visceral. A tendência crescente moderada, para Animais Peçonhentos, aparece em: Abaré, Botuporã, Brotas de Macaúbas, Caetité, Cafarnaum, Campos Formoso, Érico Cardoso, Guanambi, Ibipitanga, Igaporã, Irecê, Jacobina, Lapão, Matina, Morpará, Morro do Chapéu, Mulungu do Morro, Oliveira dos Brejinhos, Paramirim, Paratinga, Paulo Afonso, Pedro Alexandre, Pilão Arcado, Presidente Dutra, Riacho de Santana, Rio do Pires, Rodelas, Sebastião Laranjeiras, Sento Sé, Tanque Novo, Uauá, Uibaí, Umburanas e Várzea Nova; e Urandi apresenta tendência crescente acentuada. Dengue apresenta tendência crescente moderada em: Caturama, Jeremoabo, Morro do Chapéu, Ourolândia, Santa Brígida e Santo Sé; e tendência crescente acentuada em: Guanambi, Miguel Calmon, Riacho de Santana e São Gabriel. Esquistossomose apresenta tendência crescente moderada em: Brotas de Macaúbas e Uibaí. Diarreia apresenta tendência crescente moderada em: Cafarnaum, Jussara, Macaúbas, Matina e São Gabriel. Nenhum município apresentou tendência crescente acentuada para Diarreia.

Para um melhor entendimento apresenta-se, no Quadro 3.2, um resumo do texto apresentado.

Quadro 3.2. Número de municípios com as respectivas tendências crescente moderada e acentuada por morbidades

Tendência Animais

Peçonhentos Dengue LTA

Leishmaniose

Visceral Esquistossomose Diarreia

Crescente

Moderada 34 6 1 1 2 5

Crescente

Acentuada 1 4 - - - -

Fonte: Elaboração própria

Alguns municípios apresentaram tendência crescente moderada e acentuada para algumas doenças, a saber: Brotas de Macaúbas (Esquistossomose e Animais Peçonhentos); Cafarnaum e Matina (Animais Peçonhentos e Diarreia); Guanambi (Leishmaniose Visceral, Animais Peçonhentos e Dengue); Morro do Chapéu (Animais Peçonhentos e Dengue); Riacho de Santana (Animais Peçonhentos e Dengue); São Gabriel (Leishmaniose Visceral, Dengue e Diarreia); Sento Sé (Animais Peçonhentos e Dengue); Uibaí (Esquistossomose e Animais Peçonhentos).

Dos 84 municípios que foram objeto de estudo, Animais Peçonhentos e Dengue estão presentes em todos. A Esquistossomose aparece em 34 representando 40,48% do total. A LTA em 37 (44,05%) e a Diarreia, 29 (34,52%). Observa-se que nos municípios de: Boninal, Chorrochó, Glória, Ipupiara, Macururé, Pilão Arcado, Rio de Contas, Rodelas, Uauá, Umburanas e Urandi, das seis doenças analisadas quatro (Esquistossomose, LTA, Leishmaniose Visceral e Diarreia) não apresentam casos.

Estatísticas descritivas, para o Índice Padronizado (Ip) das morbidades e mortalidade selecionadas para o estudo, podem ser melhor visualizados no Quadro 3.3 e nas Figuras 3.6 a 3.12 (Boxplots). A mediana e o primeiro quartil (Q1) coincidem para Dengue, Esquistossomose e LTA, e para Mortalidade por diarreia em menores que 5 anos de idade, a mesma coincide com o terceiro quartil (Q3).

Os boxplots (gráficos de caixa) para os Ips de cada morbidade e mortalidade, identificam, além das estatísticas descritas, quais sejam, mediana, 1º. e 3º. Quartis (Q1, Q3), e pontos (municípios) que estão “fora do padrão”, isto é valores extremos, encontrados para os Ips dessas morbidades e mortalidade. Estes extremos podem ser altos ou baixos, porém o IVSp não apresentou valores extremos baixos. Conforme resultados dos Boxplots, para cada morbidade e mortalidade, a ordem dos municípios, cujos valores dos Ips são citados do menos para o mais discrepante em relação aos demais municípios do estudo.

Estatísticas descritivas A n ima is p e ço n h e n to s D e n gu e Esqu isto ssomo se LTA Le ishma n io se V isc e ral M o rtal id ad e p o r d iar re ia < 5an o s Índice de Vulnerabilidade da Saúde(IVS) Índice de Vulnerabilidade da Saúde padronizado (IVSp) Média 0,289 0,244 0,324 0,278 0,328 0,372 0,279 0,411 Mediana 0,250 0,125 0,143 0,143 0,214 0,400 0,252 0,360 Mínimo 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,063 0,000 Q1(25%) 0,125 0,125 0,143 0,143 0,143 0,200 0,178 0,219 Q3(75%) 0,375 0,250 0,571 0,429 0,429 0,400 0,391 0,623 Máximo 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 0,589 1,000 Moda 0,125 0,125 0,143 0,143 0,143 0,400 0,188 0,237 Erro padrão da média 0,025 0,022 0,050 0,040 0,031 0,049 0,014 0,027 Desvio padrão 0,227 0,199 0,293 0,240 0,259 0,266 0,130 0,247 Fonte: Elaboração própria

Para Animais Peçonhentos, os municípios que se destacam são: Botuporã, Igaporã, Caetité e Urandi. Para Dengue: Ourolândia, Morro do Chapéu, Souto Soares, Mulungu do Morro, Miguel Calmon e Riacho de Santana. Os municípios de Guanambi, Irecê e Canarana apresentam valores atípicos (que são os extremos mais altos, acima de Q3+3AIQ). (AIQ = Amplitude interquartil). Para Esquistossomose observa-se a mediana coincidindo com o 1º. Quartil (Q1), mas não apresenta valores extremos. Para Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) destacam-se três municípios: Seabra, Bom Jesus da Lapa e Miguel Calmon. Para Leishmaniose Visceral (LV), os municípios Barro Alto, Uibaí, Buritirama, Cafarnaum, Canarana e Guanambi são os discrepantes.

Para Mortalidade por diarreia em menores que 5 anos, quatro municípios aparecem com valores discrepantes altos: Bonito, Santa Brígida, Central e Jeremoabo.

Figura 3.6 Boxplot do Ip para Animais Peçonhentos Fonte: Elaboração própria

Figura 3.7. Boxplot do Ip para Dengue Fonte: Elaboração própria

Figura 3.9. Boxplot do Ip para LTA Fonte: Elaboração própria Figura 3.8. Boxplot do Ip para Esquistossomose

Figura 3.12. Boxplot do IVS e do Índice padronizado IVSp Fonte: Elaboração própria

Note-se que o IVS varia entre 0,063 e 0,589, o que denota que estão classificados entre

Figura 3.11. Boxplot do Índice padronizado para Mortalidade em crianças <5anos

Fonte: Elaboração própria Figura 3.10. Boxplot do Índice padronizado para

Leishmaniose Visceral Fonte: Elaboração própria

0,360, e que 50% dos municípios estão entre 0,219 (Q1) e 0,623 (Q3), significando que, da mesma forma, classificam-se entre moderado e médio, Quadro 3.4.

Analisando os valores extremos, máximo (1,00) e mínimo (0,00), dos Ips das doenças por municípios, observa-se que: a Dengue em Abaré, Boninal, Chorrochó, Pindaí e Urandi teve o menor valor de Ip e em São Gabriel o maior. Animais Peçonhentos em Barro Alto, Novo Horizonte, Rio de Contas e Sobradinho tiveram o menor valor de Ip e o maior foi para Urandi. Esquistossomose aparece com menor valor de Ip em Casa Nova, Seabra e Tanque Novo e o maior valor em Uibaí. LTA apresentou valor mínimo em Paulo Afonso e o valor máximo em Miguel Calmon. Leishmaniose Visceral apresentou valor de Ip mínimo em Campo Alegre de Lourdes, Itaguaçu da Bahia e Jeremoabo e o valor máximo em Canarana e Guanambi, observando-se que foi a única doença onde o Ip máximo aparece em dois municípios. A Diarreia apresentou valor de Ip mínimo em Barra, Campo Formoso, Guanambi, Jacobina e Seabra e o valor máximo foi em Jeremoabo.

Os resultados dos IVSps mostraram que os municípios analisados têm uma heterogeneidade significativa. Porém para um melhor entendimento optou-se por classificá-los em 5 níveis (Muito Baixo, Baixo, Médio, Alto e Muito Alto) de acordo com os respectivos valores. Para tal agregou-se os municípios de acordo com os seus valores de IVSp.

Quadro 3.4. Classificação dos 84 municípios de acordo com os valores dos IVSps e respectivos percentuais

Intervalos -IVSp Nº de Municípios Percentual (%) Classificação

0,00 2 2,38 0,01- 0,20 16 19,05 Muito Baixo 0,21 - 0,40 32 38,10 Baixo 0,41 - 0,60 12 14,29 Médio 0,61 - 0,80 16 19,05 Alto 0,81 - 1,00 6 7,14 Muito Alto

Fonte: Elaboração própria

Observa-se que a maior concentração (39,29%) ocorre dentre os classificados como moderados. Entre os de IVSp baixo e alto o percentual (19,05%) é o mesmo. Os classificados como médios (15,48%) apresentaram o percentual mais baixo com exceção dos classificados como muito alto (7,14%), que são os mais vulneráveis no IVSp (Figura 3.13).

Figura 3.13. Classificação dos Municípios segundo o IVSp Fonte: Elaboração própria

Para analisar os municípios que tiveram os valores de IVSp muito alto, questiona-se: quais fatores poderiam contribuir para que estes municípios tivessem valores nessas magnitudes? Como resposta imediata analisa-se seis municípios que apresentaram valores muito altos, a saber: Quadro 3.5. Observa-se que Uibaí teve o valor máximo de IVSp (1,00), apresentando quatro das seis doenças estudadas, sendo que duas (Esquistossomose e Leishmaniose Visceral) tiveram valores altos no Índice padronizado da doença (Ip): 1,00 e 0,86, respectivamente. Tais valores foram os que mais influenciaram na elevação de seu IVSp. Barra do Mendes teve o IVSp de 0,99, e apresentou quatro das seis doenças estudadas, sendo que três (Dengue, Esquistossomose e Leishmaniose Visceral) se destacaram por terem valores Ip acima de 0,50. Mulungu do Morro teve seu IVSp de 0,91, e apresentou as seis doenças estudadas, destacando duas (Esquistossomose (Ip 0,71) e Animais Peçonhentos (Ip 0,63) (Figura 3.14).

Quadro 3.5. Índice Padronizado da Doença (Ip) e os municípios que apresentaram valores muito alto de IVSp

Municípios

Índice Padronizado da Doença (Ip)

IVSp Animais

Peçonhentos Dengue Esquistossomose LTA

Leishmaniose Visceral Diarreia Uibaí 0,25 0,25 1,00 - 0,86 - 1,00 Barra do Mendes 0,13 0,50 0,86 0,86 0,99 Mulungu do Morro 0,63 0,50 0,71 0,43 0,57 0,40 0,91 Guanambi 0,63 0,75 0,71 0,14 1,00 0,00 0,90 Irecê 0,38 0,75 0,71 0,14 0,57 - 0,85 Urandi 1,00 0,00 - - - - 0,83

Fonte: Elaboração própria

Guanambi teve como valor de IVSp 0,90, e apresentou todas as doenças selecionadas para o estudo, como destaque principal a Leishmaniose Visceral com Ip máximo (1,00), seguido de Dengue

Muito Baixo 19,05% Baixo Médio 14,29% Alto; 19,05% Muito Alto 7,14%

apresentadas, com destaque para Dengue (Ip 0,75) e Esquistossomose (Ip 0,71). O município de Urandi, que teve o IVSp de 0,83, apresentou valores apenas para Animais Peçonhentos (1,00) e Dengue (0,00), porém com valores de Ip extremos (Figura 3.15). Na Figura 3.16 observa-se os dois municípios que apresentaram IVSp mais altos e os dois que apresentam IVSp mais baixo, com os valores dos Ips das doenças que contribuíram para os seus respectivos valores.

As Figuras 3.17 a 3.22 representam os indicadores das morbidades estudadas e representada nos mapas conforme os seus respectivos valores de Ips. A Figura 3.23 representa o IVSp de cada município.

Figura 3.14. Municípios com IVSp altos e doenças que influenciaram Fonte: Elaboração própria

Figura 3.15. Municípios com IVSp altos e doenças que influenciaram Fonte: Elaboração própria

ANIMAIS

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