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A análise de similares é uma importante etapa para o planejamento de qualquer projeto. Através dela podemos obter informações importantes que vão contribuir com o desenvolvimento do trabalho. É imprescindível que, antes de projetar o designer inspire-se em outras ideias, fazendo um levantamento de materiais similares. Dessa maneira, pode-se unir, substituir, melhorar e incorporar novas ideias às já criadas.

É realidade que o SINE (Sistema Nacional de Emprego), não tem uma identidade visual padrão para todas as agências. Por esse motivo, cada Agência do Trabalhador, de cada Prefeitura pertencente a cada Estado, desenvolve sua identidade visual própria, incluindo cartazes, banners, folders e placas de sinalização internas. A pesquisa realizada pela internet focou nos cartazes em diferentes municípios. Houve certa dificuldade de encontrar cartazes pertencentes a municípios da região metropolitana de Curitiba, por isso optou-se por analisar cartazes de outros Estados e Municípios do Brasil. Também não havia muitas opções disponíveis na internet no que se refere a cartazes com conteúdo voltado ao trabalhador. Os cartazes analisados do Estado do Paraná foram: Agência do Trabalhador de Curitiba, Agência do Trabalhador de São José dos Pinhais, Agência do Trabalhador de Cambé e Agência do Trabalhador de Palotina. Também foram analisados cartazes de outros Estados: Agência do Trabalhador de São Bento do Sapucaí, em São Paulo, Agência do Trabalhador de Feliz no Rio grande do Sul e Agência do trabalhador de Goiânia em Goiás.

Antes de realizar a análise buscou-se observar os princípios básicos do design como referência bibliográfica para basear a análise. Conforme WILIANS (2013), existem quatro princípios básicos do design a serem respeitados dentro da diagramação de uma peça gráfica: contraste, repetição, alinhamento e proximidade. O objetivo do contraste é evitar os elementos meramente similares em uma página.

Se os elementos (tipo, cor, tamanho, espessura de linha, forma, espaço) não forem os mesmos, o ideal é que sejam diferenciados entre si. Com relação à repetição, o autor sugere que sejam repetidos os elementos visuais do design e que sejam espalhados pelo material, podendo ser repetidos a cor, a forma, a textura e as relações espaciais com a espessura, os tamanhos, etc. Isso ajuda a criar uma sensação de organização e fortalece a unidade. A repetição pode ser considerada como “consistência” e promove sensação de pertencimento, além de representar um esforço consciente para unificar todos os elementos do design. (WILLIANS, 2013). O alinhamento diz respeito à ligação visual existente com outro elemento da página, não deixando que elementos sejam colocados de maneira arbitrária. O alinhamento cria uma aparência de limpeza e sofisticação e suavidade. Ainda conforme Willians (2013), quando os itens são alinhados na página há uma unidade coesa e mais forte. Com relação à proximidade, ela ajuda a organizar as informações e reduz a desordem, visto que os itens relacionados entre si são agrupados, tornando-se uma unidade visual e não várias unidades individualizadas.

O cartaz da agência do Trabalhador de Curitiba, apresentado na figura 30, está divulgando o dia D, que é o evento realizado anualmente, com o objetivo de divulgar a inclusão social e profissional das pessoas com deficiência e dos profissionais reabilitados do INSS. A tipografia utilizada em todo o cartaz é sem serifa, o que traz uma certa leveza visual, principalmente no título. Percebe-se que onde há maiores espaços de respiro há uma leiturabilidade melhor, além de um senso de organização maior. Isso é percebido na parte superior do cartaz. Porém, na parte inferior há um excesso de informações em um espaço menor, prejudicando a hierarquia da leitura. Poderia haver uma área de respiro maior. Neste cartaz nota- se a presença de imagens e vetores. As imagens possuem boa qualidade, porém há uma desproporção entre o tamanho da imagem da atendente comparado com a imagem da pessoa com deficiência. Se o cartaz é voltado para as pessoas com deficiência infere-se que a imagem do rapaz deveria estar em maior proporção neste caso. As cores utilizadas foram: azul marinho, branco, laranja, amarelo, verde e vermelho. Tratam-se de cores vivas em sua maioria e contrastantes.

Figura 30: Cartaz da Agência do Trabalhador de Curitiba, PR.

Fonte: www.google.com/imagens, 2019

O cartaz da Agência do Trabalhador de São Jose dos Pinhais (Figura 31) refere-se à divulgação de Cursos gratuitos disponibilizados pela agência. O Cartaz apresenta um grid bem estruturado: na parte superior localiza-se o título e uma imagem de boa qualidade e na parte inferior, ocupando maior proporção da página, as informações referentes a informações sobre inscrição e cursos ofertados. O título e os textos são legíveis em sua grande maioria, mas poderiam melhorar na parte de “inscrição”, no que se refere ao tamanho do texto, que poderia ser maior e com maior visibilidade. As cores (azul, amarelo e branco) foram bem utilizadas, pois contrastam entre si e não há excessos em sua utilização. O alinhamento dos textos dá sensação de organização ao cartaz.

Figura 31: Cartaz da Agência do Trabalhador de São Jose dos Pinhais, PR.

Fonte: www.google.com/imagens, 2019.

O cartaz da agência do Trabalhador de Cambé-PR (figura 32), divulga as inscrições para o curso de capacitação em Gestão Empresarial. Observa-se que o cartaz está bem confuso, pois apresenta excesso de informações, cores e tipografias diferentes. A estrutura geral do cartaz não estabelece uma hierarquia de com relação às informações inseridas: utilizou-se o mesmo tamanho e a mesma cor e fonte para “inscrições abertas” e para o nome do Curso ofertado, diferenciando apenas com o sublinhado em “inscrições abertas”. A cor branca com o fundo azul não oferece tanto destaque ao título, sobressaindo no cartaz as cores do logotipo da Prefeitura e o plano de fundo utilizado. Não há combinação nem harmonia na utilização de cores e tipografias, dando sensação de confusão. Não há uma unidade

de maneira geral. Também há repetição da logomarca e falta de alinhamento dos textos, o que polui visualmente o cartaz.

Figura 32: Cartaz da Agência do Trabalhador de Cambé, PR.

Fonte: www.google.com/imagens, 2019.

O cartaz da Agência do trabalhador de Palotina-PR (figura 33), divulga o programa de Jovem aprendiz 2018 na área de auxiliar administrativo. Ele é dividido em três partes verticalmente: título (na parte superior), ocupando um espaço considerável, texto (no centro) ocupando o mesmo tamanho e informações de contato na parte inferior, ocupando um espaço menor. A divisão respeita uma hierarquia de informações, em que as informações mais importantes estão na parte superior e central do cartaz, porém há certa dificuldade para ler o texto referente aos “requisitos” para o programa de Jovem Aprendiz. As cores contrastam com o texto, oferecendo boa leiturabilidade para o título e para as informações de contato. O alinhamento do texto concede sensação de organização ao cartaz.

Figura 33: Cartaz da Agência do Trabalhador de Palotina, PR.

Fonte: www.google.com/imagens, 2019

O cartaz da Agência do Trabalhador de São Bento do Sapucaí-SP exibe alguns cursos rápidos para os usuários. (figura 34). Neste cartaz contém uma imagem na parte superior, as informações referentes aos cursos na parte central e as informações relativas ao contato na parte inferior, além do espaço destinado às logomarcas. Apesar de haver uma delimitação de espaços, dá a impressão que as informações se confundem, não havendo destaque entre as palavras “cursos” e “pré-requisitos” e os itens listados. Também não há destaque para o título, que possui a mesma cor do texto, só mudando o tamanho. As cores utilizadas são: verde claro, verde escuro, preto e branco. O contraste entre as cores e o texto é baixo.

Figura 34: Cartaz da Agência do trabalhador de São Bento do Sapucaí.

São Paulo. Fonte: www.google.com/imagens, 2019

Os banners da Agência do Trabalhador de Feliz, no Rio Grande do Sul estão localizados na área externa da agência, como é mostrado na figura 35 e possuem função informativa e de sinalização. Eles estão dispostos na parede lateral e frontal da agência, um ao lado do outro. Na parte frontal o banner apresenta o “sine” com imagens de carteira de trabalho e documentos pessoais. Há um ruído visual, pois tratam-se de diferentes e variadas imagens sobrepostas juntamente com a logomarca da prefeitura do Município. Há uma quebra visual entre imagem fotográfica e vetor, sem haver diferentes níveis de contraste entre essas imagens. O banner lateral apresenta uma lista de serviços oferecidos pela agência. Mostra-se de maneira simples, sem utilização de imagens e utiliza apenas a cor verde no título, o

que empobrece o banner devido à falta de contraste. As logomarcas apresentam-se de tamanhos diferentes entre si, não respeitando a proporção de cada um.

Figura 35: Banner da Agência do Trabalhador de Feliz, Rio Grande do Sul.

Fonte: www.google.com/imagens, 2019

O cartaz da Agência do Trabalhador de Goiânia/Goiás (figura 36), apresenta o dia D, que é o dia da inclusão social e profissional de pessoas com deficiência e dos beneficiários reabilitados do INSS. O Cartaz é dividido verticalmente em duas partes. A parte superior apresenta-se a imagem em vetor representando as pessoas com deficiência trabalhando, uma frase de efeito “ Você é capaz. O mercado só precisa saber disso” e o logotipo do dia D em tamanho estendido interagindo com a imagem. Há diversas cores na imagem como: azul, branco, verde, amarelo, rosa, laranja, cinza, preto e lilás.

Apesar de haver uma boa harmonia e equilíbrio, dada pela repetição de uso das cores, pouca variação de tipografia e cores bem distribuídas, o texto na parte inferior do cartaz está com uma letra bem menor, o que acaba não chamando a atenção do leitor.

Figura 36: Cartaz da Agência do trabalhador de Goiânia/Goiás.

3.3.1 Conclusão da Análise de similares

Diante da análise dos cartazes de outras agências e de acordo com os princípios básicos do design, destacados pelo autor Robin Willians (2013), pode-se estabelecer algumas observações sobre o que funciona e do que não funciona em um cartaz. Abaixo foram listadas dicas do que fazer e o que não fazer ao desenvolver um cartaz:

- Saber a ideia que se quer passar; - Estabelecer um grid;

- Saber definir uma tipografia legível; - Usar poucas variações de tipografias; - Estabelecer áreas de respiro;

- Respeitar hierarquias nos textos (dar destaque ao que for mais importante); - Saber escolher imagens com qualidade;

- Cuidar com excesso de informação;

- Cuidar com a proporção de textos e imagens no geral; - Evitar ruídos ou poluição visual;

- Definir poucas cores em textos e títulos e saber como utilizá-las; - Combinar elementos;

- Cuidar com o alinhamento de imagens e textos; - Cuidar com o contraste do texto e das imagens; - Estabelecer uma unidade ao cartaz;

- Destacar títulos e subtítulos;

- Cuidar com a proporção dos logotipos;

- Se houver interação entre a imagem e o texto será uma boa saída; - Saber distribuir as cores.

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