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A tabela de preços mínimos de fretes, sempre foi pauta de reivindicação dos caminhoneiros, a mais de 30 anos quase todas as paralisações de caminhoneiros no Brasil eram por esse motivo. Um dos fatores que colaborou para a crise do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil foram as novas tecnologias que nos últimos tempos vem ajudando e ao

mesmo tempo acabaram atrapalhando alguns setores da economia. Com toda essa evolução quem ganha é o embarcador e a transportadora que tem o

poder de barganha. A transportadora que antes tinha caminhões começou a diminuir a frota própria e aumentou a subcontratação de caminhoneiros autônomos e empresas de pequeno porte devido a facilidade de conexão caminhão versus carga por meio das plataforma tecnológicas, com isso diminuiu seus custos com celetistas, manutenção, depreciação de equipamentos, seguros, indenizações por acidentes, impostos e encargos, em fim a

subcontratação se tornou um ótimo negócio. Por esse motivo e entre outros tantos, é que existe a necessidade do piso mínimo de

frete, essa lei vem para regular o mercado de fretes e diminuir a exploração que sofre o caminhoneiro que é o elo mais fraco da corrente, mas é o que suporta a maior carga.

O piso mínimo é uma medida social para o transporte rodoviário de cargas, com toda a exploração sofrida, o caminhoneiro não tem condições de manter o seu caminhão com

manutenções preventivas, com isso causa acidentes, mortes, impactos ambientais, sofre com depressão, alta carga horaria de trabalho, não tem acesso a plano de saúde, não consegue melhorar seu equipamento de trabalho, se obriga a rodar com pneus velhos, recapados e quando compra novo vai para o mercado negro adquirir pneus importados clandestinamente do Paraguai, em fim faz malabarismos para conseguir colocar comida na mesa no final de uma viagem.

Devido a paralisação histórica no ano 2018 o Governo Michel Temer por pressão da categoria publicou uma medida provisória no Diário oficial da união regulamentando uma tabela mínima de fretes vinculativa, hoje chamada de Piso mínimo de frete. A MP832 teve como relator o Deputado Federal Osmar Terra, que fez um papel muito importante para que a MP fosse transformada em lei definitiva. A medida foi aprovada historicamente na Câmara dos Deputados e no Senado Federal no mesmo dia, a força da articulação e mobilização dos caminhoneiros na greve surtiu efeito e a conquista tão esperada chegou.

A agencia nacional dos transportes terrestres ANTT teve o papel de criar a resolução de acordo com a lei 13.703 do Piso mínimo de frete, aplicar valores por quantidade de eixos e quilometro rodado, também tem o papel de fiscalizar e autuar embarcadores, transportadoras, caminhoneiros.

Também é papel da ANTT fiscalizar quem publica fretes abaixo do piso mínimo em

sites, aplicativos de cargas e outros meios conforme o Artº 8 da lei 13.703 que coíbe

postagens de fretes em sites e aplicativos ou qualquer outro espaço com valores abaixo do piso estabelecido por lei. Para burlar o parágrafo da lei sites e aplicativos usam a opção a combinar como postagem de valores de frete, mesmo sabendo que podem responder subsidiariamente na justiça caso um caminhoneiro carregar a carga ofertada pela plataforma e ajuizar a cobrança do frete mínimo que é de 2 vezes a diferença do valor que empresa deixou de pagar. Várias ações tramitam na justiça correlacionadas a lei do piso mínimo de frete, pois a lei é clara, não é aceito nenhum tipo de acordo paralelo entre partes e o que vale é o legislado sobre o acordado, no caso a opção a combinar que as plataformas usam está completamente fora lei.

Diante disso o setor de transportes aguarda a lei ser cumprida, que é de responsabilidade da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que segundo ela não tem condições para toda a demanda de fiscalização.

Tabela 3: Tabela de frete

Fonte: ANTT

Um aspecto ressaltado por Severo (2006), as empresas tentam administrar os custos com a logística, tendo em vista de que são determinantes para os resultados finais das empresas, sempre buscando o modal e se encaixe com menor custo.

Na composição dos fretes entre as filias usando frota terceirizada não está sendo cumprida a legislação como em todo país não está sendo, portanto, o frete é definido pela empresa (Anexo D).

A mesma análise feita anteriormente, agora com o valor correto por lei que não está sendo cumprida, não só na cooperativa, mas em todo Brasil, pode-se visualizar o grande aumento do frete.

A (Tabela 4) mostra a abela do frete da menor distância de transportes entre filial e matriz da cooperativa.

Tabela 4: Custo do frete menos distante previsto por lei

Produto Recebimento (ton) Caminhões truck Distância (km) Valor frete (km/eixo) Frete Santo Cristo/Matriz Trigo 2.492 178 29 R$ 2,10 R$ 32.520,60 Soja 5.510 394 29 R$ 2,10 R$ 71.905,50 Milho 2.280 163 29 R$ 2,10 R$ 29.754,00

Total 10.282 734 87 R$ 134.180,10

Fonte: Autoria própria (2019)

A (Tabela 5) mostra a tabela do frete da maior distância de transportes entre filial e matriz da cooperativa.

Tabela 5: Custo do frete mais distante previsto por lei

Produto Recebimento (ton) Caminhões truck Distância (km) Valor frete (km/eixo) Frete Porto Lucena/Matriz Trigo 1.022 73 69 R$ 2,10 R$ 31.733,10 Soja 5.788 413 69 R$ 2,10 R$ 179.717,40 Milho 1.240 89 69 R$ 2,10 R$ 38.502,00

Total 8.050 575 207 R$ 249.952,50

Fonte: Autoria própria (2019)

O valor do frete calculado pela cooperativa é de forma diferente do que manda lei, a cooperativa calcula frete por quilômetro rodado multiplicado pelo peso em toneladas e na tabela de frete se calcula quilômetro rodado multiplicado pelo número de eixos.

Comparando com o frete de acordo com a lei n. 13.703 que regula o frete mínimo no Brasil, analisando o frete de Santo Cristo para a matriz com a distância de 29 quilômetros de acordo com o que é pago pela cooperativa existe uma grande diferença, como apresentado na (Figura 21).

Figura 21: Comparativo frete menos distante

Fonte: Autoria própria (2019)

Analisando o frete de acordo com a tabela de frete existe um aumento significativo de aproximadamente 20%, do valor pago atualmente na cooperativa.

Foi comparado também o frete mais distante que é de Porto Lucena para a matriz que é de 69 quilômetros e que a diferença é muito grande, como apresentado na (Figura 22).

Figura 22: Comparativo frete mais distante

Conforme assunto abordado pode-se verificar que existe muita diferença do que é adotado para o que deve ser cumprido por lei. O frete total pago pela cooperativa seria de R$ 202.342,50 e se cumprida a tabela de frete seria R$ 249.952,50, uma grande diferença como colocado anteriormente.

4.4 ANÁLISE DOS MODAIS DE TRANSPORTES E O MODAL PREDOMINANTE NO

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