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4. RESULTADOS

4.5. Análise termo-econômica

De posse das informações referentes ao comportamento térmico de cada parede, basta conhecer o custo total de cada uma, para fazer a relação entre a parte térmica e a econômica.

4.5.1. Custo total de cada parede

A composição do custo total por metro quadrado de cada parede (Figura 93) foi realizada com base nos preços de insumos e de serviços do SINAPI (2009) – a maneira Ricardo Forgiarini Rupp – TCC – Curso de Engenharia Civil – UNIJUÍ, 2009 e atualizado os valores de acordo com o valor do CUB-RS de janeiro de 2012. A forma pela qual foi realizada a composição do custo total por metro quadrado de cada parede encontra-se no ANEXO 1.

Figura 93-Custo total por metro quadrado das paredes.

As paredes 4 e 5, assentadas na maior dimensão do tijolo, apresentaram os maiores custos devido à necessidade de preparação (através da colocação de tela de estuque) do substrato (poliestireno expandido) para a aplicação do revestimento de argamassa. Já as

paredes 6 e 7, paredes duplas apresentaram custos medianos, diferindo, entre si, no custo total somente devido à colocação de EPS no meio da parede 6.

Com relação às paredes com execução mais simples (sem poliestireno nem camada de ar), a parede 8 apresenta o maior custo relativo, porém no geral apresenta um preço entre as paredes com custo mediano e as que requerem menor investimento. Logo, as paredes 1 e 2 possuem os menores custos, sendo que a parede 1 possui somente revestimento de argamassa no lado interno, sendo a parede com menor preço dentre as estudadas.

Através dos valores referentes ao custo de cada parede, a Tabela 20 apresenta uma classificação das paredes em ordem, da parede mais econômica para a que requer maior investimento inicial.

Tabela 20-Classificação das paredes quanto ao custo total por m2

Para realizar a análise termo-econômica destas configurações de paredes utilizou-se a

relação entre custo (R$) e gasto por m2 para um fluxo mínimo de calor (C=Ci..Ni

Figura 94- Desempenho térmico das paredes para temperaturas externas maiores que as temperaturas internas.

Pela análise do gráfico, estão evidentes quais paredes tiveram o melhor desempenho térmico. A parede 7 é a parede com melhor desempenho, o que pode ser justificado por esta apresentar uma camada de ar entre as camadas de tijolo, sendo que a condutividade térmica do ar é menor do que a de qualquer outro material, dificultando assim a passagem do calor de uma camada para a outra.

O segundo melhor desempenho térmico é o da parede 6, sendo este desempenho justificado pela camada de isopor entre as duas camadas de paredes, pois o isopor também possui uma condutividade bastante baixa comparando-se com os demais materiais.

Na seqüência, as paredes 4 e 5 possuem desempenhosemelhante, sendo que a parede 5 apresenta um desempenho melhor que a parede 4, um pouco atrás dessas, completando o grupo de configurações térmicas, a parede 8 mostra-se como uma boa alternativa construtiva. As paredes 1,2 e 3 não apresentam um bom desempenho termo-econômico.

Analisando o desempenho térmico para as temperaturas externas menores que as temperaturas internas, se têm os dados conforme Figura 95.

Figura 95- Desempenho térmico das paredes para temperaturas externas menores que as temperaturas internas.

Analisando o gráfico de desempenho térmico onde a temperatura externa das paredes é menor que a interna, observa-se um desempenho semelhante ao gráfico anterior (Figura 94), onde a temperatura externa é maior que a interna. Desta forma conclui-se que a melhor opção de parede para a nossa região onde as estações do ano são bem definidas, é a configuração de parede número 7, pois apresenta o melhor bloqueio entre as temperaturas internas e externas, sendo que para este bloqueio só é necessário uma pequena camada de ar entre as extremidades da parede.

Apesar dessas observações, cabe salientar que com este trabalho não se pretende afirmar com absoluta certeza que uma configuração de parede é a mais indicada e deve ser utilizada em todos os locais e em todas as situações, pois para fazer isto seria necessário considerar uma série de outros fatores - dentre eles o clima da região, a finalidade (ocupação) da edificação; mas sim, destacar a importância que uma análise térmica tem para apontar possíveis soluções construtivas que podem ser utilizadas, melhorando-se o desempenho energético das edificações. É prática comum na engenharia adotar soluções construtivas de menor custo econômico possível, que requerem baixo investimento inicial, na maioria das vezes, gera construções de baixa qualidade energética, prejudicando o meio ambiente, além de em longo prazo, tais soluções construtivas de baixo custo inicial tornam

mais onerosas que construções que levam em consideração outras variáveis, além da econômica.

Também é importante destacar que o presente trabalho somente torna-se relevante, quando, no projeto de uma edificação, leva-se em conta as demais variáveis intervenientes no ambiente construído. Dentre essas se destacam três grandes: as variáveis climáticas, as variáveis humanas e as variáveis arquitetônicas. Dentro de cada uma dessas variáveis existem várias outras. Este trabalho estuda apenas uma dessas variáveis, as paredes que estão inseridas no grupo dos fechamentos opacos, que por sua vez estão dentro do grupo das variáveis arquitetônicas. Percebe-se assim que a edificação tem de ser avaliada como um todo, já que suas partes dependem intrinsecamente umas das outras. Por exemplo, em uma parede com aberturas, de pouco adianta fazer um estudo de qual configuração de parede adotar, desta forma garantindo um bom desempenho neste fechamento opaco, enquanto que nos fechamentos transparentes empregam-se materiais de baixa qualidade, desta forma, resultando em ganhos de calor excessivos e conseqüentemente baixando o desempenho geral da edificação. É necessário mudar as técnicas construtivas e porque não, a percepção de mundo. Só assim pode-se viver em um mundo mais sustentável.

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