• Nenhum resultado encontrado

Capítulo 3. Promoção da Energia Renovável: Análise Descritiva e Análise Cluster

3.2 Análise das Variáveis

Nesta seção, será analisada a evolução de algumas variáveis relativas ao desenvolvimento das energias renováveis durante o período de 2010 a 2015, quer ao nível dos grupos de países definidos na seção anterior, quer ao nível agregado da EU-27. O objetivo da análise é perceber se existem diferenças significativas na evolução das variáveis escolhidas consoante os grupos de países, o que permitirá retirar conclusões acerca da relação entre os critérios usados para constituição dos grupos de países (que refletem características institucionais, económicas e ambientais) e as variáveis selecionadas.

As variáveis em estudo serão as seguintes:

1. Quota de Energia Renovável no Consumo Final Bruto de Energia; 2. Produção Global de Energia Renovável;

3. Produção de Energia Renovável per capita;

4. Percentagem da Produção de Energia Eólica no Total da Produção de Energia Renovável;

5. Percentagem da Produção de Energia Solar no Total da Produção de Energia Renovável.

1. Quota de Energia Renovável no Consumo Final Bruto de Energia (QER):

Neste ponto, é analisada a evolução da QER média para cada grupo de países no período 2010 a 2015. Note-se que, a formação de grupos de países de acordo com o Critério 1 é baseada nos objetivos fixados para 2020 quanto à quota de energia renovável no consumo final bruto de energia por país. Ou seja, a variável agora em estudo (QER) corresponde à evolução real do objetivo traçado pela União Europeia.

Os Quadros 9, 10 e 11 apresentam os valores médios da QER nos anos 2010 a 2015 para cada grupo de países e para a EU- 27,19 Em cada quadro é ainda apresentado, por grupo de países e para e EU-27, o valor médio do objetivo para 2020. Por exemplo, no Quadro 9, a linha do Grupo I apresenta as médias das quotas efetivas para o conjunto de países que pertencem a este grupo de acordo com o Critério 1 para os anos de 2010 a 2015, e a coluna “Objetivo Médio” apresenta a média da quota objetivo prevista na Diretiva 2009/28/CE por grupo e para a EU-27.

Quadro 9 – Média das QER observadas para cada grupo formado com o Critério 1 e para a UE – 27, para os anos de 2010 a 2015

Critério 1 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Objetivo Médio Grupo I 25,08% 25,43% 26,79% 27,94% 28,88% 29,57% 30,16% Grupo II 9,44% 10,07% 11,37% 12,56% 13,06% 13,59% 16,43% Grupo III 6,48% 7,10% 7,91% 8,46% 9,11% 9,43% 12,63% UE - 27 15,51% 16,01% 17,20% 18,18% 18,92% 19,45% 20%

Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de Eurostat (2016a)

Do Quadro 9, podemos verificar que a evolução das médias para os três grupos de países e para a EU-27 é crescente em todos os anos, havendo assim uma aproximação ao objetivo para 2020. No ano mais recente de análise, 2015 (a cinco anos de 2020), observamos alguns detalhes interessantes: i) a média do Grupo I para a quota de energia renovável já se encontra muito próxima do objetivo médio, distando apenas 0,59 p.p.; ii) situação idêntica temos para a média da UE-27, em que o valor efetivo dista 0,55 p.p. do

objetivo para 2020; iii) para os Grupos II e III, a situação é diferente, uma vez que a diferença entre a média das quotas observada em 2015 e o objetivo médio para 2020 é de 2,84 p.p. e 3,2 p.p., respetivamente. Importa ainda referir que, para todos os anos considerados, os valores da QER média do Grupo I são significativamente mais elevados do que nos outros grupos: mais de 15 p.p. em relação ao Grupo II mais de 18 p.p. em relação ao Grupo III, o que revela uma forte heterogeneidade no desenvolvimento da energia renovável entre os países da EU-27.

Conclusão 1: Podemos concluir que uma maior exigência institucional poderá estar positivamente relacionada o com o cumprimento do objetivo. Isto é, maior exigência na fixação do objetivo está associada a um maior desenvolvimento efetivo das energias renováveis. Esta conclusão vai ao encontro das conclusões do trabalho desenvolvido por Marques et al. (2010).

Quadro 10 – Média das QER observadas para cada grupo formado com o Critério 2 e para a UE - 27, para os anos de 2010 a 2015

Critério 2 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Objetivo Médio Grupo I 16,10% 16,60% 17,72% 18,56% 19,64% 20,26% 23,73% Grupo II 9,87% 10,03% 11,53% 12,80% 13,3% 13,67% 17% Grupo III 17,65% 18,27% 19,31% 20,31% 20,80% 21,28% 21,77% UE - 27 15,51% 16,01% 17,20% 18,18% 18,92% 19,45% 20%

Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de Eurostat (2016a)

A observação da evolução da QER média para os grupos de países formados sob Critério 2 dá-nos um panorama diferente em relação a análise anterior. O Critério 2 permite estudar a influência da riqueza na evolução da quota de energia renovável nos diferentes grupos. Podemos afirmar que, o objetivo médio para 2020 para os diferentes grupos está mais próximo do target de 20%, contrariamente ao que sucede com os grupos formados sob o Critério 1 em que a diferença entre as médias de cada grupo é muito elevada. Sem grande surpresa, o Grupo I, que corresponde ao grupo de países de riqueza acima da média, é aquele que tem um objetivo médio maior. Seria de esperar que o objetivo

médio fosse decrescendo à medida que a riqueza média dos grupos fosse menor. Contudo, tomamos nota que o Grupo III, que aglomera o conjunto dos países de riqueza menor tem um objetivo médio superior ao Grupo II, que alberga os países de riqueza média, 17%. Relativamente aos valores observados para a QRE, observa-se que, em todos os anos de análise, os valores médios do Grupo III (onde se inclui, por exemplo, Portugal) são sempre superiores aos dos Grupos I e II e. No último ano de análise – 2015 – os grupos I e III ultrapassavam já, em média, o target de 20% para a UE-27. Por ordem de aproximação ao objetivo médio, em 2015, temos em primeiro lugar o Grupo III, que dista 0,49 p.p.; em segundo lugar o Grupo II, que dista do objetivo médio 3,33 p.p.; e, em último lugar, o Grupo I distando 3,47 p.p.

Conclusão 2: Nada podemos afirmar quanto à relação entre a riqueza média dos países e a evolução da QER. O grupo de maior riqueza média tem o objetivo médio para 2020 mais elevado mas o grupo de riqueza intermédia tem um objetivo médio inferior ao grupo de riqueza baixa. Isto poder-se-á explicar pelo facto de o Grupo II, sob Critério 2, ser constituído por apenas 3 países.

Quadro 11 – Média das QER observadas para cada grupo formado com o Critério 3 e para a UE - 27, para os anos de 2010 a 2015

Critério 3 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Objetivo Médio Grupo I 11,46% 11,92% 12,74% 13,46% 14,45% 15,01% 17,88% Grupo II 14,05% 14,43% 15,69% 16,63% 17,39% 17,96% 20,82% Grupo III 21,58% 22,30% 23,74% 25,04% 25,49% 25,95% 25,75% UE - 27 15,51% 16,01% 17,20% 18,18% 18,92% 19,45% 20%

Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de Eurostat (2016a)

Recordemos que, sob o Critério 3, os grupos formados têm que ver com intensidade poluidora. Os grupos são, por ordem decrescente de intensidade, o I, o II e o III. Do Quadro 11, verificamos que os objetivos médios são maiores à medida que a intensidade emissora de gases com efeitos de estufa diminui. Em termos de valores efetivos verificamos que, para todos os anos de análise, a QER média do Grupo III é maior que a

do Grupo II que, por sua vez, é maior que a do Grupo I. Notemos que, em 2015, os grupos I e II distam do objetivo médio, respetivamente, 2,87 p.p. e 2,86 p.p., ou seja, ambos encontram-se, no último ano de análise, em termos comparativos, no mesmo pé de igualdade. Ao revés, o Grupo III já ultrapassava em 2015 em 0,20 p.p. o objetivo médio estipulado para 2020. Observa-se que o esforço de incremento QER é maior para os países menos poluidores: para o Grupo I a QER cresceu, no período de análise, 3,55 p.p., o Grupo II cresceu 3,91 p.p. e o Grupo III cresceu 4,37 p.p.

Conclusão 3: Os grupos de países de menor intensidade emissora de gases poluentes são aqueles que têm maiores objetivos médios e são aqueles que fazem um esforço maior no investimento nas energias renováveis. Ou seja, verifica-se uma relação negativa entre a intensidade emissora e o investimento em energias renováveis, contrário ao que seria de esperar. Esta conclusão corrobora a conclusão retirada no estudo de Marques et al. (2010) que, como visto anteriormente, foi um resultado inesperado nos pressupostos desse mesmo estudo.

Figura 9 - Quota de Energia Renovável na Europa, em 2015

Fonte: Eurostat (2016a)

2. Produção Global de Energia Renovável (PER)

Os dados analisados neste ponto estão medidos na unidade de 1000 Toe (Tonne of oil equivalent) que corresponde ao calor libertado pela combustão de uma tonelada de petróleo cru20. Os quadros seguintes apresentam os valores médios da produção global de energia renovável recorrendo a todas as fontes (eólica, solar, etc) de 2010 a 2015, para os diversos grupos de países21.

201 Toe = aprox. 12 GWh. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tonelada_equivalente_de_petr%C3%B3leo, acedido em 27/05/2018.

Quadro 12 – Média da PER (em 1000 Toe) para cada grupo formado pelo Critério 1 e para a UE - 27, para os anos de 2010 a 2015, 1

Critério 1 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Grupo I 7345,49 6822,27 7403,68 7833,42 7818,267 7898,84 Grupo II 9108,47 9396,44 10539,93 11384,13 11802,59 12653,41 Grupo III 1612,99 1730,08 1908,01 2056,76 2045,33 2140,70 UE - 27 6176,79 6057,56 6674,78 7121,52 7228,56 7511,69

Fonte: Elaboração própria com dados extraídos do Eurostat (2016b)

Verificamos, em primeiro lugar, que a PER média é, maior no Grupo II, quer em comparação com restantes grupos quer em comparação com a média da UE – 27, para todo o período de análise. Este resultado pode ser explicado pelo facto de incorporarem o Grupo II países que individualmente têm produções globais de energia renovável elevadas, como é o caso da Alemanha ou da Itália. Paralelamente, quer o Grupo I quer o Grupo II têm uma PER superior à média na UE – 27. Importa ainda referir que as taxas de crescimento da PER, entre 2010 e 2015 para os grupos I, II, III e EU-27 são as seguintes, respetivamente: 7,5%, 38,9%, 32,7% e 21,6%.

Conclusão 4: O Grupo I, para o qual o objetivo em termos de QER para 2020 é em média mais elevado, apresenta um crescimento de apenas 7,5% na PER muito abaixo dos restantes grupo e inclusive da UE – 27. Contudo, verificamos que o crescimento da PER é superior no Grupo II face ao Grupo III para o qual a exigência em termos de QER para 2020 é maior. Esta ausência de uma relação imediata entre a exigência, por via da definição de objetivo de quotas e o esforço efetivo na produção de mais energia renovável, eventualmente poderá ser explicada pelo estado em que se encontram os grupos no momento de definição do objetivo. É possível que os países do Grupo I, no momento da definição do objetivo para 2020 estivessem já em condições de abrandar o seu processo de investimento, ao passo que os restantes (a EU – 27, no seu conjunto) têm de fazer um investimento superior e um esforço maior na produção de energia renovável.

No Quadro 13, estão representadas as médias da PER recorrendo a todas as fontes (eólica, solar, etc.) de 2010 a 2015, para os grupos I, II e III definidos pelo Critério 2.

Quadro 13 – Média da PER (em 1000 Toe) para cada grupo e para a UE - 27, para os anos de 2010 a 2015, sob o Critério 2

Critério 2 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Grupo I 8941,45 8823,43 9843,65 10230,83 10412,76 11145,55 Grupo II 11370,30 10758,07 11951,97 13723,60 13919,30 13518,47 Grupo III 2638,97 2632,49 2775,62 2967,01 2990,22 3050,72 UE - 27 6176,79 6057,56 6674,78 7121,52 7228,56 7511,69

Fonte: Elaboração própria com dados extraídos do Eurostat (2016b)

Sob o Critério 2, em termos de produção de energia renovável os grupos e a EU – 27 comportam-se da mesma forma. As taxas de crescimento da PER no período 2010 a 2015 para os grupos I, II, III e EU-27 são as seguintes, respetivamente: 24,6%; 18,8%; 15,6%; e 21,6%. Apesar de a produção, em termos médios, ser maior no grupo II, é o Grupo I que lidera o crescimento na produção de energia renovável, seguindo-se o Grupo II e, por fim, o Grupo III.

Conclusão 5: Há uma relação positiva entre a o nível médio de riqueza e as taxas de crescimento de PER, no período considerado.

No Quadro 14, estão representadas as médias da PER recorrendo a todas as fontes (eólica, solar, etc) de 2010 a 2015, para os grupos I, II e III definidos pelo Critério 3.

Quadro 14 - Média da PER (em 1000 Toe) para cada grupo formado pelo critério 3 e para a UE - 27, para os anos de 2010 a 2015

Critério 3 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Grupo I 2473,88 2558,89 2805,55 2934,10 3010,81 3117,59 Grupo II 10112,20 9892,36 11012,35 12026,99 12171,47 12663,63 Grupo III 4468,53 4283,40 4579,85 4563,91 4649,80 4821,89 UE - 27 6176,79 6057,56 6674,78 7121,52 7228,56 7511,69

Da análise do Quadro 14, verificamos que a evolução da PER não é crescente durante o período 2010 a 2015, isto é, há anos de quebra de produção em alguns grupos e na própria UE – 27.

São exemplos, o ano de 2011 para os grupos I e II e para a UE – 27 e o ano de 2013 para o Grupo III. As taxas de crescimento dos grupos, durante o período em análise são: para o Grupo I um crescimento de 26%; para o Grupo II um crescimento de 25,5% e o Grupo III um crescimento de 7,9%.

Conclusão 6: Conclui-se que as taxas de crescimento de produção de energia renovável, que se traduzem no esforço de investimento da energia renovável, são maiores nos grupos cuja intensidade emissora de gases poluentes é maior.

Figura 10 - Produção de Energia Renovável na Europa, em 2015

Fonte: Eurostat (2016d)

3. Produção Global de Energia Renovável per capita (PER per capita)

Os dados analisados neste ponto estão medidos na unidade de 1000 Toe (Tonne of oil equivalent) que corresponde ao calor libertado pela combustão de uma tonelada de petróleo cru22, por habitante da UE - 27 Estados-Membros, em 1 de Janeiro do ano seguinte ao ano de análise.

22 1 Toe = aprox. 12GWh. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tonelada_equivalente_de_petr%C3%B3leo, acedido em 27/05/2018.

Nos quadros seguintes são apresentados os valores médios da PER per capita para os grupos de países formados de acordo com os três critérios em análise, para a EU-27 , bem como as taxas de crescimento entre 2010 e 2015 para os mesmos grupos23.

Quadro 15 – PER per capita para cada grupo formado com o Ccritério 1 e para a UE - 27, para os anos de 2010 a 2015 Critério 1 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Grupo I 0,001179 0,001149 0,001219 0,001233 0,001273 0,001277 Grupo II 0,001075 0,001048 0,001212 0,00135 0,001378 0,001412 Grupo III 0,000612 0,000625 0,000681 0,000725 0,000688 0,000736 UE - 27 0,000334433 0,00032725 0,000359787 0,000382476 0,00038703 0,000400752 Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de Eurostat (2016c)

Quadro 16 – PER per capita para cada grupo formado com o Critério 2 e para a UE - 27, para os anos de 2010 a 2015 Critério 2 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Grupo I 0,000721 0,000712 0,000762 0,000771 0,000786 0,000844 Grupo II 0,00303 0,002889 0,003273 0,003742 0,003801 0,003751 Grupo III 0,000734 0,00074 0,000797 0,000796 0,000799 0,000812 UE - 27 0,000334433 0,00032725 0,000359787 0,000382476 0,00038703 0,000400752 Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de Eurostat (2016c)

Quadro 17 – PER per capita para cada grupo formado com o Critério 3 e para a UE - 27, para os anos de 2010 a 2015 Critério 3 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Grupo I 0,000288 0,0003 0,000329 0,000344 0,000363 0,000379 Grupo II 0,001297 0,001248 0,001369 0,001517 0,001536 0,001563 Grupo III 0,001249 0,00125 0,001359 0,001326 0,001328 0,001359 UE - 27 0,000334433 0,00032725 0,000359787 0,000382476 0,00038703 0,000400752 Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de Eurostat (2016c)

Quadro 18 – Taxas de crescimento da PER per capita, entre 2010 e 2015, para os 3 grupos formados pelos 3 critérios e para UE -27

Critério I Critério II Critério III

Grupo I 8,3% 17,0% 31,6%

Grupo II 31,3% 23,8% 20,5%

Grupo III 20,2% 10,6% 8,5%

UE -27 12,0% 12,0% 12,0%

Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de Eurostat (2016c)

Uma vez que esta variável é uma variação da anterior optou-se pela condensação da análise das taxas de crescimento que traduzem a intensidade do esforço dos grupos consoante os critérios institucionais, económicos e ambientais. Sob o critério institucional (Critério 1), continua a ser o Grupo II que desenvolve um maior esforço no incremento da produção de energia renovável, contudo per capita, o esforço revela-se menor em todos os grupos, à exceção do grupo cuja taxa de crescimento é maior per capita do que global. Já sob o Critério 2 (critério económico), o grupo de países mais ricos (Grupo I) bem como o grupo de países mais pobre (Grupo III) fazem um esforço menor per capita do que comparado com a análise anterior. Os países de riqueza média fazem um esforço maior per capita. Por fim, de acordo com o critério ambiental (Critério 3), surge logo em destaque que o esforço, per capita, é superiores no grupo de países mais poluidores e nos menos poluidores, ao passo que esse esforço é menor nos países de intensidade emissora média.

4. Percentagem de Produção Primária de Energia Eólica no Total da Produção de Energia Renovável (PEO)

Nos quadros seguintes são apresentados os valores médios de PEO para os grupos de países formados de acordo com os três critérios em análise, para a EU-27 , bem como as taxas de crescimento entre 2010 e 2015 para os mesmos grupos24.

Quadro 19– Percentagem PEO para cada grupo de países formados com o Critério 1 e para a UE - 27, para os anos de 2010 a 2015

Critério 1 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Grupo I 6,21 7,45 8,56 8,91 9,40 10,10 Grupo II 12,56 16,44 16,43 17,78 18,13 20,19 Grupo III 3,42 5,11 5,57 6,26 5,90 7,06 UE - 27 7,68 9,43 9,80 10,53 11,09 12,72

Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de Eurostat (2016d)

Quadro 20 – Percentagem PEO para cada grupo de países formado com o Critério 2 e para a UE - 27, para os anos de 2010 a 2015

Critério 2 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Grupo I 10,67 13,99 13,85 15,16 15,99 17,99 Grupo II 11,12 13,77 16,47 16,99 14,81 15,55 Grupo III 3,01 3,85 4,65 4,90 5,11 5,72 UE - 27 7,68 9,43 9,80 10,53 11,09 12,72

Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de Eurostat (2016d)

Quadro 21 – Percentagem PEO para cada grupo de países formado com o Critério 3 e para a UE - 27, para os anos de 2010 a 2015

Critério 3 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Grupo I 8,43 11,86 11,73 13,07 12,79 14,83 Grupo II 8,98 10,85 11,69 12,15 12,68 13,63 Grupo III 2,96 3,89 4,98 5,42 5,63 6,30 UE - 27 7,68 9,43 9,80 10,53 11,09 12,72

Fonte: Elaboração própria com dados extraídos de Eurostat (2016d)

Em primeiro lugar, constatamos que a percentagem da PEO cresceu em quase todos os anos do período em análise, atingindo o valor médio de 12,72% para a UE - 27, o que representa um crescimento de, aproximadamente, 66% entre 2010 e 2015. O crescimento desta fonte de energia renovável no conjunto da produção global é significativo.

Da análise do Quadro 21, o peso da PEO é maior no Grupo II, seguindo-se o Grupo I e, por fim, o Grupo III. Apesar de o rácio em estudo ser maior no Grupo II, para concluirmos quanto ao impacto da força institucional nesta variável temos de calcular as taxas de crescimento para aferir o esforço dos grupos. As taxas de crescimento, entre 2010 e 2015 são: para o Grupo I, 62,6%; para o Grupo II, 60,7%; e para o Grupo III, 106,4%. Embora as taxas de crescimento dos grupos I e II sejam elevadas, importa destacar que a taxa de crescimento do Grupo III é consideravelmente superior aos dos outros grupos. Uma possível explicação para este comportamento poderá estar relacionada com o ponto de partida em que os países do Grupo III se encontrava no momento da definição do objetivo para 2020. É possível que a definição de um objetivo ainda que baixo comparativamente a outros países mas elevado face à situação de cada país em termos de POE leve a um maior investimento na energia eólica.

Relativamente ao critério 2, que está representado no Quadro 22, constatamos que o rácio em 2015 é maior no Grupo I (17,99%), seguido pelo Grupo II (15,55%) e, por fim, do Grupo III (5,72%). Podemos concluir que, que quanto maior a riqueza média dos países maior é o rácio em estudo. Contudo, um maior rácio não significa um maior esforço. De facto, a taxa de crescimento do rácio no Grupo III foi de 90,0% ao passo que nos grupos I e II foi de 68,6% e 39,8%. Quer isto dizer que o grupo de países de riqueza baixa fez um

esforço substancialmente superior aos demais no investimento na energia eólica. Por outro lado, o grupo de países de riqueza superior fez um esforço maior no investimento em energia eólica do que os países de riqueza média. Nestes dois grupos o fator riqueza teve uma influência positiva na promoção desta fonte de energia. O fator riqueza tem influência positiva na promoção da energia eólica pelo menos quando comparamos os grupos I e II.

Por fim, em relação ao critério 3, podemos observar que o rácio é maior no Grupo I, depois no Grupo II e, por último, no Grupo III, sendo de notar que no primeiro ano de análise – 2010 – este rácio era ligeiramente superior no grupo II. Adicionalmente, constatamos que o rácio nos grupos I e II é superior à média da UE em todo o período de análise. Em termos de taxas de crescimento temos: i) Grupo I: 75,9%; ii) Grupo II: 51,8%; e Grupo III: 112,8%. O esforço do investimento na energia eólica, quando comparado com todas as fontes de energia renovável, é maior no grupo III do que nos restantes, e dentro dos grupos I e II o grupo I enfrenta um maior esforço do que o grupo II. Podemos então concluir que os países menos poluidores são aqueles que, em média, investem mais neste tipo de fonte de energia.

Conclusão 7: Na análise desta variável encontramos um padrão nas taxas de crescimento do rácio nos três critérios: o Grupo III de cada critério é o grupo de países que tem uma taxa de crescimento superior que traduz o esforço de investimento na fonte de energia em análise. Quer isto dizer que, os países com menor objetivo de quota de energia renovável para 2020, os países mais pobres e os menos poluidores são os mais propensos ao investimento em energia eólica.

5. Percentagem da Produção Primária de Energia Solar no Total da Produção de Energia Renovável (PES)

Nos quadros seguintes são apresentados os valores médios de PES para os grupos de países formados de acordo com os três critérios em análise, para a EU-27, bem como as taxas de crescimento entre 2010 e 2015 para os mesmos grupos25.

Documentos relacionados