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Análises dos Dados

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2 REVISÃO TEÓRICA

Entrevistado 4 – Henrique de Toledo Filho

3.4 Análises dos Dados

As análises dos dados obtidos nas entrevistas, por meio da análise de conteúdo, que é citado por autores como Roesch (1999, p.168) como um método aplicado às pesquisas de caráter qualitativo. O método de interesse desta pesquisa é definido por Bardin como sendo um

[...] conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens (BARDIN, 1977, p. 42).

Esse método de análise de dados tem o objetivo de fazer emergir aspectos a partir de inferências sobre indicadores quantitativos ou não, os quais são p p “ ” documento analisado e, com isso, expor o contexto no qual a mensagem foi produzida. Utiliza em sua prática, procedimentos rigorosos e explícitos, em relação a todas as escolhas e etapas realizadas sobre a análise do material. O objetivo do rigor em relação aos métodos é conferir maior credibilidade e reduzir as incertezas, especialmente quanto à subjetividade do investigador.

A pesquisa está estabelecida sobre objetivos que levam à utilização deste método. A partir do tema principal do trabalho, foram estabelecidas as perguntas pretendidas no roteiro de entrevista, e as repostas dos entrevistados.

A análise de conteúdo pode assumir duas funções diferentes: função heurística, sem estabelecer previamente objetivos quanto ao que se espera do material a ser analisado, com o intuito de explorar e descobrir; ou estabelecer hipóteses, objetivos e, no mínimo, expectativas do que existe.

Para realizar a análise de conteúdo, é necessária a execução de alguns passos que seguem a seguinte estrutura:

1. pré-análise;

2. exploração do material;

3. tratamento dos resultados, inferência e interpretação.

À primeira fase é delegada à tarefa de organização:

Corresponde a um período de instituições, mas tem por objetivo tornar operacionais e sistematizar as ideias iniciais, de maneira a conduzir a um esquema preciso do desenvolvimento das operações sucessivas, num plano de análise [...] Geralmente, esta primeira fase possui três missões: a escolha dos documentos a serem submetidos à análise, a formulação das hipóteses e dos objetivos e a elaboração de indicadores que fundamentem a interpretação final (BARDIN, 1977, p. 95).

A escolha dos documentos é uma etapa necessária e deve seguir algumas regras para tornar o material analisado interessante como fonte de informação para a pesquisa. O material pertinente denomina-se corpus, que é p “[...] j p serem submetidos aos procedimentos analíticos. A sua constituição implica, , h , ” ( R IN, 1977, p. 96). No caso desta pesquisa, os dados serão constituídos pelas respostas obtidas nas entrevistas e pela análise documental.

Para finalizar a primeira etapa da pré-análise, é preciso definir os indicadores que são utilizados para se chegar à etapa da inferência e posterior análise (interpretação). Os indicadores, por sua vez, necessitam que unidades de codificação sejam definidas, a fim de organizar o material em unidades significativas e classificáveis.

Esses recortes devem ser úteis para os objetivos do investigador e, ao mesmo tempo, continuar a fornecer significado, ainda que separados do texto de origem. As unidades de codificação ou de registro podem ser, dentre as poss , “[...] p , , , í . O aspecto exato e bem delimitado do corte, tranqu ê ” (BARDIN, 1977, p.36).

Para a pesquisa, a unidade de registro mais adequada é o tema, em forma de palavras ou frases, que correspondem às temáticas relacionadas à categoria. A definição de índices e indicadores, bem como o processo de classificação, é inerente à codificação. Bardin (1977) afirma que a codificação:

[...] corresponde a uma transformação – efetuada segundo regras precisas – dos dados brutos do texto, transformação esta que, por recorte, agregação e enumeração, permite atingir uma representação do conteúdo, ou da sua expressão, suscetível de esclarecer o analista acerca das características do texto, que podem servir de índices [...] (BARDIN, 1977, p.103).

A descrição é a etapa que exige mais esforços, porque concentra toda a parte referente à organização, composta pela pré-análise e pela exploração do material, na qual se obtêm índices, indicadores; realiza-se o tratamento dos resultados, definindo-se unidades de registro e de contexto, para que a etapa de inferência possa ser executada concomitante à interpretação.

A categorização será utilizada como forma de organizar o material e o conteúdo das mensagens; mesmo que não seja obrigatória, é realizada na prática da análise de conteúdo. Bardin (1977) argumenta que a categorização é um processo que envolve a classificação dos elementos, buscando a comparação e definindo semelhanças e diferenças, para agrupá-los segundo as características comuns, ou seja, o objetivo da categorização é que as informações da mensagem se disponham sintetizadas, para que um resumo da mensagem possa ser visualizado. A partir desse agrupamento de informações em categorias é que podem ser extraídas as inferências.

As inferências são deduções lógicas, conclusões particulares de dados gerais. Elas são relevantes para a análise de conteúdo e exaltadas como sendo o objetivo primordial da análise de conteúdo. Bardin afirma “ intenção da análise de conteúdo é a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção (ou, eventualmente, de recepção), inferência esta que ( )”, j , “[...] reside na descrição dos conteúdos, mas sim no que estes nos poderão ensinar após serem tratados (por classificação, por exemplo) relativamente a outras ” ( R IN, 1977, p.38).

A ilustração feita por Bardin (1977) sobre a posição da inferência em relação às etapas que compõem a análise de conteúdo é puramente uma maneira didática de demonstrar as três etapas do método. Além disso, antes de se passar de uma fase a outra, da descrição à interpretação, é necessário que a inferência seja um procedimento ou etapa obrigatória, a qual confere à interpretação maior precisão. As etapas podem ser dispostas na sequência de execução da seguinte maneira: 1. Descrição; 2. Inferência; 3. Interpretação. As inferências respondem a dois problemas da análise de conteúdo:

O que é que conduziu a um determinado enunciado? Este aspecto diz respeito às causas ou antecedentes da mensagem. Quais as consequências que um determinado enunciado vai provavelmente provocar? Isto se refere aos possíveis efeitos das mensagens (por exemplo: os efeitos de uma campanha publicitária, de propaganda) (BARDIN, 1977, p.39).

A inferência auxilia a esclarecer as causas e consequências da mensagem. No caso da entrevista, a inferência é usada para entender os motivos (causas) e características determinantes das mensagens emitidas pelo sujeito.

A análise foi realizada com base nos dados constituídos pelas respostas das questões estruturadas nas entrevistas.

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