• Nenhum resultado encontrado

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE COMPREENSIVA DOS DADOS

No documento Download/Open (páginas 70-75)

2 REVISÃO TEÓRICA

Entrevistado 4 – Henrique de Toledo Filho

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE COMPREENSIVA DOS DADOS

Neste capítulo será abordada a trajetória da Universidade Metodista de São Paulo como também a descrição do Programa Metodista Sustentável, objeto deste estudo.

4.1 A História da Universidade Metodista de São Paulo

A Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) é uma instituição privada de ensino superior localizada no município de São Bernardo do Campo, estado de São Paulo. Sua história teve início em 1938 quando o III Concílio Geral da igreja Metodista, decidiu pela unificação de suas duas instituições de ensino tecnológico - o Seminário do Instituto Metodista Grambery, em Juiz de Fora (MG), e a Faculdade de Teologia do Concílio Regional Sul, em Porto Alegre, RS. No final de 1939, a nova instituição, criada pelo Concílio Geral, instalou-se em São Paulo, no bairro de Vila Mariana, em uma residência alugada na Rua Cubatão, 948. Em 1941, a Igreja Metodista adquiriu uma propriedade de quase 70.000 metros quadrados, no então bairro dos Meninos, hoje Rudge Ramos, por considerarem uma região em que se configurava um dos principais centros de transformações sociais, políticas e econômicas do país. (PPI – Projeto Pedagógico Institucional).

Com o objetivo de fortalecer o compromisso com a educação, em 1970, por proposta do Conselho Diretor da Faculdade de Teologia, aprovou a criação do Instituto Metodista de Ensino Superior (IMS), que passaria a funcionar em 1971, por meio da Faculdade de Ciências Humanas com o curso de Letras e Pedagogia. Conforme descrito em seu projeto pedagógico:

A METODISTA assume sua responsabilidade - como Universidade - de participar do processo de construção que a humanidade vem fazendo de si mesma por meio do conhecimento que, produzido historicamente, constitui a cultura humana. Neste sentido, pois, a Universidade tem uma tríplice responsabilidade, qual seja, a de conservar, de regenerar e de produzir conhecimentos e saberes que possam contribuir com a manutenção e para o desenvolvimento da vida humana em

esfera individual e coletiva. Esta instituição participa dessa tarefa como uma universidade confessional de identidade metodista. (PROJETO PEDAGÓGICO, 2005, p. 2)

Em 1978, o IMS já contava com outras faculdades e cursos e criou seu primeiro programa de pós-graduação stricto sensu na área de Comunicação Social. Na mesma época, a Faculdade de Teologia oferecia o mestrado em teologia que, na década de 1980, passou para a gestão do IMS com nomenclatura atual – Ciências das Religião (PPI – Projeto Pedagógico Institucional).

A Metodista passou a figurar entre as mais conceituadas Instituições de Ensino Superior do país, isso permitiu que, em 1997, conquistasse o status de Universidade, ampliando os cursos oferecidos. Atualmente, como instituição confessional, a Universidade Metodista faz parte da Rede Metodista de Educação que, no Brasil, é integrada por mais de 50 escolas, entre elas, duas universidades. Suas ações educativas partem de uma concepção cristã de mundo e são guiadas pelas Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista, principal documento balizador da educação metodista, promovendo o:

Processo que oferece formação melhor qualificada nas diversas fases, possibilitando às pessoas o desenvolvimento de uma consciência crítica e seu comprometimento com a transformação da sociedade. (PPI – PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL, p.19)

A UMESP guia suas ações educativas por uma filosofia pautada nos princípios cristãos e no compromisso com a construção da cidadania, desta forma tem como missão, visão e valores (METODISTA, 2013). A missão, visão e valores da UMESP são:

Missão

Participar efetivamente na formação de pessoas, exercendo poder de influência e contribuindo na melhoria da qualidade de vida, baseada em conhecimento e valores éticos.

Visão

Ser referência educacional na construção de uma comunidade aprendente, reconhecida nacional e internacionalmente por serviços de qualidade e relevância social, com práticas flexíveis, criativas e inovadoras.

Valores Essenciais

 Desenvolvimento de consciência crítica da realidade;

 Desenvolvimento de senso de justiça e de solidariedade, e de sua prática, inclusive nas relações de trabalho;

 Prática reflexiva voltada para o âmbito da espiritualidade cristã;

 Desenvolvimento da consciência de que os interesses social e individual são igualmente importantes para o equilíbrio das relações sociais;

 Inovação e criatividade subordinadas à ética, na construção e socialização do conhecimento.

Atualmente, a UMESP possui três campi em São Bernardo do Campo (Rudge Ramos, Planalto e Vergueiro), onde são distribuídos os cursos de graduação (modalidade presencial e ensino à distância - nas áreas Biológicas e Saúde, Comunicação, Humanidades, Gestão e Negócios e Tecnologia).

Possui também o programa de pós-graduação Stricto Sensu (modalidade presencial e ensino à distância) em Administração, Ciências da Religião, Comunicação Social, Educação, Odontologia e Psicologia da Saúde, além dos cursos de especialização (modalidade presencial e ensino à distância) Lato Sensu.

4.2 O Programa Metodista Sustentável

No ano de 2008 a UMESP reformulou o Projeto Pedagógico Institucional (PPI), para o período 2008-2012, o qual foi elaborado a partir de uma reflexão profunda sobre o novo cenário educacional e a partir de mudanças que também ocorreram na sociedade em seus diferentes níveis: regional, nacional e internacional. Esse documento reflete a inquietação de uma instituição que, além da busca permanente de qualificação da vida e missão institucional, quer

ter relevância para o entorno onde está inserida. (PPI – Projeto Pedagógico Institucional)

O PPI nasce então a partir de três eixos articuladores: confessionalidade – por ser uma instituição da Igreja Metodista, mantêm-se o zelo de educação da tradição metodista, o bem comum - a universidade é desafiada a pensar o bem comum de forma transversal, construindo uma nova política de tudo o que é comumente comprometido com a garantia da vida e o desenvolvimento integral das pessoas e suas sociedades e a sustentabilidade – através do desenvolvimento do bem comum, a concepção do eixo de sustentabilidade desafia a gestão e manejo responsável de recursos nos termos do desenvolvimento de práticas voltadas à área ambiental, econômica, social e cultural, sendo esse um compromisso da geração atual com as futuras gerações (PPI – Projeto Pedagógico Institucional). Nas palavras da Profa. Dra. Waverli Neuberger:

Os profissionais têm que pensar na sustentabilidade, pois não existe a possibilidade de umas pessoas que vai se formar daqui a dois ou quatro anos, que vai entrar no mercado de trabalho e que vai estar no auge das suas atividades em 10 anos, não ter que trabalhar com a questão ambiental. Em qualquer área que ela estiver atuando, vai ter que lidar com isso. (PPI – PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL, 2008, p. 17)

A partir desse eixo de sustentabilidade é que foi desenvolvido o Programa Metodista Sustentável (PMS), objeto de estudo dessa dissertação.

O lançamento do Programa Metodista Sustentável ocorreu a partir do 1º Fórum de Sustentabilidade ocorrido em 2 de abril de 2009, ocorrido em um parque localizado em São Bernardo do Campo, que teve a participação de 110 funcionários do Instituto Metodista de Ensino Superior, dentre coordenadores e diretores das sete faculdades, gerentes administrativos e gestores, pró-reitores e reitor e equipe da Pastoral Universitária (METODISTA, 2013).

O objetivo deste fórum foi provocar os funcionários para uma reflexão, através de mapas mentais sobre a extensão dos desafios existentes na área de sustentabilidade, sobre como a educação formal e as ações da Universidade refletem nesta questão e como podemos ser parte da solução. Como resultado

desse encontro criou-se uma carta de intenções, disponível nos Anexos deste trabalho, em que os participantes criaram um texto, destacando medidas emergenciais e as áreas que mais precisam de transformação para que a Metodista se torne uma Universidade Verde (METODISTA, 2013).

Importante ressaltar que o PMS apesar de ser lançado em 2009, a Metodista já se preocupava com a Sustentabilidade desde 2002 com o Núcleo e Agência Ambiental, cujo objetivo é concentrar as pesquisas ambientais necessárias à comunidade através de projetos em parcerias com instituições de ensino, indústrias, administrações públicas, ONGs e outros segmentos da sociedade interessados na pesquisa ambiental, além de contribuir para o conhecimento de ecossistemas locais e oferecer modelos viáveis para sua conservação. (METODISTA, 2013)

Através do Programa Metod S (PMS), “ U como objetivo geral implantar a sustentabilidade em seus setores acadêmicos e administrativos, e na sua relação com stakeholders, de forma que a sustentabilidade seja uma atitude transversal e perene em suas ações e na ”. (METODISTA, 2013)

A inserção do PMS prevê:

a redução efetiva da pegada ecológica da instituição ao incluir critérios e medidas de sustentabilidade em suas operações, criando assim um ambiente propício para a inovação em direção ao conceito e comportamento de Universidade Verde. Esta mudança implica em um aprendizado profundo por parte das pessoas responsáveis por estabelecer políticas educacionais: administradores, coordenadores de cursos, professores e todos os demais atores da área da educação superior. (METODISTA, 2013)

Para isso, o PMS foi estruturado em dois componentes que se p , p “p p ” (METODISTA, 2013):

Educacional: desenhado para inserir a sustentabilidade de forma transversal nos cursos da Universidade;

Ações estruturantes: utilizar os indicadores de uso de água, gasto de energia e emissão de gases de efeito estufa e posteriormente questões

ligadas ao consumo, fornecedores e destinação de resíduos para identificar e adequar as operações da instituição às práticas sustentáveis.

4.2.1 Ação Educacional – FLESES

Com relação ao primeiro componente que é o Educacional o PMS criou o Programa Metodista de Formação de Lideranças para Educação na Sustentabilidade no Ensino Superior (FLESES), dando o primeiro passo para inserir a sustentabilidade nos currículos dos cursos oferecidos pela Universidade.

O j FLESES “ ses para que cada uma das sete faculdades da Universidade possa criar os caminhos para inserir a h ” (METO IST , 2013). Para isso, foram realizadas reuniões com os coordenadores dos cursos e diretores de cada faculdade em que foram identificados, através da construção de mapas mentais, em quais módulos/ disciplinas o tema sustentabilidade poderia ser incluído na grade curricular. A partir daí os coordenadores indicaram os docentes responsáveis por estes módulos/ disciplinas para participarem da turma I do FLESES.

O FLESES é composto pelos três módulos a seguir:

No documento Download/Open (páginas 70-75)