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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS PARA A AVALIAÇÃO DE

4.4 ANÁLISES ESPACIAIS DE RESERVATÓRIOS COM TEMAS DE

São avaliados a seguir os efeitos das informações espaciais de infraestrutura e meio ambiente sobre as identificações de potencialidades e restrições que impactam nas tomadas de decisões em potenciais hidroelétricos. A identificação espacial das potencialidades e restrições é relevante para a atribuição de valores quantitativos ou qualitativos nas análises multicritério das alternativas dos potenciais estudados.

São avaliados a seguir os resultados alcançados pela aplicação dos seguintes processos de análises espaciais para quantificação de: (i) áreas de inundações dos reservatórios conforme a cota estimada, (ii) restrições de áreas ambientais e de infraestruturas de rodovias, ferrovias, aeroportuárias, culturas agrícolas ou áreas produtivas e (iii) volume estimado a partir do polígono do reservatório e do MDE/SRTM. As avaliações são realizadas por processos de álgebra de mapas em SIG. Os resultados são obtidos por meio de operações topológicas para aferir relações espaciais entre os temas estudados.

4.4.1 Avaliações das áreas de inundações dos reservatórios conforme a cota estimada, potencialidades e restrições

O processo de estimativa de altura do reservatório e definição de cota máxima de cheia pode ser iterativo em ambiente SIG, pois conforme a estimativa de altura do reservatório, novos cenários de engenharia de barragem devem ser considerados em função das características econômico-financeiras dos componentes da usina e interferências, geológico-geotécnicas, hidrológicas e geomorfológicas do local estudado. O processo envolve várias variáveis, porém, na etapa de prospecção a variável cota estimada do topo da barragem e a variável espacial do polígono de inundação podem fornecer outras informações relevantes ao processo decisório para avaliação e priorização de potenciais hidroelétricos.

A Figura 4.24 apresenta a simulação de modificação do eixo de barramento associada a definição da cota do topo da barragem. Esses parâmetros definem a área de inundação do reservatório para uma estimativa preliminar de impactos estudados para o reservatório Galileia (Latidude, -19,0085; Longitude, -41,5627) localizado no rio Doce, com Potência Outorgada de 238.000 KW.

O banco de dados do SIGEL não forneceu a informação de área do reservatório da usina Galileia, porém, esse valor existe para outros reservatórios. Os resultados do banco de dados do SIGEL foram comparados com as informações geradas no ambiente SIG a partir do MDE/SRTM. A informação da área de inundação em forma de polígono é mais rica de informações associadas do que somente o valor da área. Além disso, o polígono contém o valor de área como atributo do espelho d‘água.

Figura 4.24. Área de inundações por simulação de reservatórios e relações com fatores econômicos, sociais e ambientais.

Em função da área de inundação pela simulação do reservatório é possível a avaliação prévia para estudos de prospecção de indícios de afogamento em barragens à montante, problema que gera ameaças à segurança de barragens, de ordem de fatores técnicos. A Figura 4.25 apresenta um exemplo de simulação de uma cota de espelho d‘água para uma barragem com cota de topo na altimetria 60, com possibilidades de gerar afogamentos na barragem a montante, com cota máxima de 70 metros. A acurácia do modelo MDE/SRTM não permite a aferição de valores de cota altimétrica

com exatidão, porém, o erro estimado do MDE/SRTM permite descartar a opção do potencial, adotar outro arranjo, aprofundar os estudos de campo ou aceitar um nível de risco nessa opção de arranjo de potencial para quantificações em um modelo multicritério.

4.4.2 Cálculo do volume de armazenamento estimado a partir do polígono do reservatório e do MDE/SRTM

O cálculo preliminar do volume de armazenamento do reservatório é determinado pelo somatório da diferença entre a cota máxima do barramento do reservatório (―Water Surface Elevation‖) subtraído do MDE adotado (Figura 4.26). Esse somatório deve ser multiplicado pela área da célula do MDE para obtenção do volume estimado do reservatório, conforme apresentdo por Yi et al. (2010).

Figura 4.26. Esquema conceitual para cálculo de volume de armazenamento do reservatório. Adaptado de Yi et al., 2010.

4.4.3 Quantificação de temas de infraestrutura e ocupação de áreas ambientais por meio das análises espaciais

As avaliações espaciais possibilitam a extração de informações que podem ser aplicadas em modelos de análise multicritério para cada alternativa de potencial hidroelétrico. A análise multicritério pelo método AHP possibilita a inserção de dados qualitativos e quantitativos das alternativas de potenciais avaliados. No exemplo estudado, podem ser aferidas informações sobre a elevação de custos financeiros pela escolha de um potencial devido a interferência da área de inundação em rodovias ou a necessidade de obras de contenção devido a rodovia contornar a área inundada. Também podem ser previamente avaliados e quantificados em valores de áreas, as interferências e ameaças com projetos de assentamentos e as unidades de conservação que foram afetadas pela simulação da área de inundação do reservatório. Essa avaliação é realizada de forma imediata em SIG, orientando-se pelas curvas de nível geradas do modelo altimétrico, por meio de consultas boleanas por interseção geométrica de polígonos gerando como resultado os polígonos de intersecção georreferenciados com atributos de área.

4.5 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL HIDROENERGÉTICO: APOIO À DECISÃO POR