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Análises fatoriais de correspondência das variáveis geográficas, pontos amostrados e espécies arbóreas

IV – MATERIAL E MÉTODOS

5.3. Análises fatoriais de correspondência das variáveis geográficas, pontos amostrados e espécies arbóreas

Os fatores das análises fatoriais de correspondência apresentaram diferentes pesos explicativos da variância, a saber:

- fator 1 – 21, 05 % da variância; - fator 2 – 16,67 % da variância; - fator 3 – 15,24% da variância;

Os fatores 1 e 2, que estão apresentados no gráfico 2, explicam 37, 70% da variância total. Os fatores 1 e 3, que estão apresentados no gráfico 3, explicam 36, 26% da variância total. Os fatores 2 e 3, apresentados no gráfico 4, explicam 32% variância total da análise. O tamanho dos símbolos utilizados nos gráficos, corresponde ao valor da contribuição (em médias ponderadas) de cada variável sobre os três primeiros fatores. Com os três primeiros fatores da análise fatorial de correspondência apresentam-se 52,94% da variância total. Este valor encontrado é considerado um bom resultado devido ao tamanho da planilha.

O fator 1 apresenta dois conjuntos de Estados em oposição nas coordenadas positivas e negativas, sendo os Estados do Nordeste AL e BA mais o Estado do ES representados nas coordenadas positivas, e o restante dos Estados agrupados nas coordenadas negativas.

A melhor contribuição dos Estados, neste fator, (com maior grau de confiabilidade de sua projeção), estão representados pelos seguintes Estados: BA, AL, ES, SP e RJ (Apêndice IV).

O fator 2 destaca uma forte oposição entre o Estado de AL, coordenada positiva e BA e ES em coordenadas negativas. O Estado de AL é o melhor representado sobre este fator com uma contribuição de 66%.

O fator 3 opõe o Estado da BA ao Estado do ES. A maior contribuição dos Estados sobre este fator está representada respectivamente por BA, ES e RJ (Apêndice IV). O que reforça a oposição entre BA e ES é o fato de serem Estados vizinhos geograficamente.

0

Fator 2 16.69 % da variancia total

Alagoas

Bahia Espirito Santo

Rio Grande do Sul Santa Catarina

São Paulo Paraná

1 2

Fator 1 21.05 % da variancia total Alti. Lat. Long. Ev. Insol. Temp. Rio de Janeiro - 0.5 1 - 0.5 0 0 Pluvio. 0 0.5 1.5 1 2 - 0.5 0 0.5 1.5 2 - 0.5 1 2

Gráfico 2. Representação gráfica dos fatores 1 e 2 com as variáveis ativas representadas pelos Estados (em vermelho) e as variáveis ilustrativas geo-climáticas (em azul).

0 0.5

Fator 3 15,24 % da variância total

Alagoas Bahia

Espírito Santo Rio Grande do Sul

Santa Catarina São Paulo

Paraná

-1

0 1 2

Fator 1 21,02 % da variância total Alti. Lat. Long. Ev. Insol. Temp. Rio de Janeiro - 0.5 1 - 1 - 0.5 0.5 1.5 0 0.5 -1 - 0.5 1 1 2 0 - 0.5 0.5 1.5 Pluvio.

Gráfico 3. Representação gráfica dos fatores 1 e 3 com as variáveis ativas representadas pelos Estados (em vermelho) e as variáveis ilustrativas geo-climáticas (em azul).

0 0.5

Fator 3 15,23 % da variância total

Alagoas Bahia

Espírito Santo

Rio Grande do Sul

Santa Catarina São Paulo

Paraná

1 2 Fator 2 16.67 % da variância total Alti. Lat. Long. Ev. Insol. Temp. Rio de Janeiro - 0.5 1 - 1 - 0.5 0 0.5 -1 - 0.5 1 0 Pluvio. 0 1 2

Gráfico 4. Representação gráfica dos fatores 2 e 3 com as variáveis ativas representadas pelos Estados (em vermelho) e as variáveis ilustrativas geo-climáticas (em azul).

Para descrever a distribuição das espécies de acordo com cada Estado (correspondência direta), considerando a impossibilidade de representar ao mesmo tempo as 1837 espécies em um único gráfico, elaborou-se uma representação das espécies comparando a ocorrência entre dois Estados respectivamente; (Gráficos 5, 6, 7 e 8). Nesta representação gráfica, com o cruzamento do fator 1 e 2 (com maior explicação da variância), observa-se claramente o sistema de relação entre os Estados . A distribuição se faz de acordo com duas tendências; uma ligada às matas dos Estados do nordeste e o Estado do Espírito Santo, e outra aos Estados do sul e sudeste, que apresentam uma grande homogeneidade.

O gráfico 5 permite constatar a distribuição particular das espécies arbóreas de AL, praticamente todas com coordenadas positivas nos fatores 1 e 2. O Estado de AL compartilha espécies com BA, ES, SP SC e RS. O Estado do RJ compartilha menos espécies arbóreas com AL. O Estado do RS compartilha espécies arbóreas com os outros Estados do sul e sudeste e com o Estado de AL. As espécies disjuntas com o Estado da BA são pouco significativas.

0 1 2 3 Fator 2 16,69 % da variância total Alagoas BA ES

Rio Grande do Sul SC RJ SP PR -1 0 1 2 Fator 1 21,05 % da variância total Alti. Lat. Long.

Ev. Insol. Temp.

Estados espécies do Rio Grande do Sul espécies de Alagoas

Gráfico 5. Representação gráfica dos fatores 1 e 2 com a distribuição das espécies de AL (verde) e do RS (cruz verm.):

variáveis ativas representadas pelos Estados (em vermelho) e as variáveis ilustrativas geo-climáticas (em azul).

0 1 2 3 Fator 2 16,69 % da variância total AL Bahia ES RS Santa Catarina RJ SP PR -1 0 1 2 Fator 1 21,05 % da variância total Alti.

Lat. Long.Ev.Insol. Temp.

Estados espécies de Santa Catarina espécies da Bahia

Gráfico 6. Representação gráfica dos fatores 1 e 2 com a distribuição das espécies da BA (violeta) e de SC (cruz preta). variáveis ativas representadas pelos Estados (em vermelho) e as variáveis ilustrativas geo-climáticas (em azul).

0 1 2 3 Fator 2 16,69 % da variância total AL BA Espírito Santo RS SC RJ SP Paraná -1 0 1 2 Fator 1 21,05 % da variância total Alti.

Lat. Long. Ev.Insol. Temp.

Estados espécies do Paraná espécies do Espírito Santo

Gráfico 7. Representação gráfica dos fatores 1 e 2 com a distribuição das espécies do ES (Azul) e do PR (triângulo preto). variáveis ativas representadas pelos Estados (em vermelho) e as variáveis ilustrativas geo-climáticas (em azul).

0 1 2 3 Fator 2 16,69 % da variância total AL BA ES RS SC Rio de Janeiro Sao Paulo PR -1 0 1 2 Fator 1 21,05 % da variância total Alti. Lat. Long. Ev. Insol. Temp.

Estados espécies de São Paulo espécies do Rio de Janeiro

Gráfico 8. Representação gráfica dos fatores 1 e 2 com a distribuição das espécies de SP (cruz preta) e do RJ (laranja). variáveis ativas representadas pelos Estados (em vermelho) e as variáveis ilustrativas geo-climáticas (em azul).

A distribuição dos Estados de SC e BA está representada no gráfico 6. O padrão da distribuição das espécies do Estado da BA compreende uma maioria de espécies comuns com o Estado do ES, secundariamente com AL e um grupo mais importante de espécies ligadas aos Estados o Sul e sudeste.

O padrão de distribuição das espécies de SC apresenta uma distribuição um pouco semelhante ao RS, mas compartilha mais espécies com o Estados da BA, AL e ES.

O gráfico 7 representa o padrão de distribuição das espécies arbóreas dos Estados do ES e PR. O Estado do ES possui a maioria de suas espécies disjuntas com os Estados da BA e AL, e um outro grupo de espécies com os demais Estados do sudeste .

O Estado do PR possui a maioria espécies comuns com os Estados do sul e sudeste, mas curiosamente apresentando algumas espécies em comum com AL.

O gráfico 8 apresenta o padrão de distribuição das espécies arbóreas dos Estados do RJ e SP. Os Estados de RJ e SP possuem padrões semelhantes de distribuição das espécies arbóreas, sendo que a maioria das espécies arbóreas é comum aos dois Estados, havendo uma sobreposição destas espécies compartilhadas. O Estado de São Paulo apresenta um maior número de espécies comuns com os Estados de AL, BA e ES, do que o Estado do RJ.

Todos estes resultados convergem sobre a questão da importância da distribuição das espécies restritas e comuns dos diferentes Estados, formando um sistema muito complexo que apenas está sendo descrito. Como comentado anteriormente, a combinação de espécies restritas e outras compartilhadas entre os diferentes Estados, explica a estrutura gráfica encontrada na análise fatorial. Essas relações bem particulares são evidentes entre os Estados vizinhos, como também entre os Estados mais distantes, que é o caso de AL e RS. Este fato complica relativamente à interpretação dos resultados.

A análise fatorial de correspondência, descrita no gráfico 9, demonstra como estão posicionados os pontos amostrados de acordo com as variáveis geo-climáticas. Os dois primeiros fatores explicam mais de 90% da variância total. Por isso, a interpretação destes resultados é facilitada em comparação com as análises anteriores da repartição das espécies arbóreas.

0 Fator 2 11,52 % da variância total -0.30 0 0.5 1 Fator 1 79,42 % da variância total -0.15 0.15 Insolação Temperatura Evapotranspiração Longitude Pluviometria Latitude Geomorfologia Altitude AL BA RS ES SC PR SP RJ

Gráfico 9. Representação gráfica dos fatores 1 e 2 com as variáveis geo-climáticas e os pontos de coletas por Estados.

O fator 1 destaca a importância da altitude em oposição as outras variáveis. O fator 2 apresenta a estrutura geral das demais variáveis. Onde se observa a organização das variáveis e sua influência nos Estados. A latitude está mais ligada aos Estados do sul PR e SC. Enquanto o Estado do RS está ligado a insolação (hs) e temperatura (0C). Pois é o Estado que apresenta,

junto com AL a maior quantidade de insolação anual e também as temperaturas mais baixas. O Estado de AL apresenta seus pontos isolados dos demais Estados, ligados à insolação e a temperatura alta. Os pontos do Estado do RJ estão ligados a altitude, e os pontos do Estado de SP apresentam dois grupos de distribuição, sendo um grupo de pontos ligados a altitude e outros de áreas de planícies. Os pontos de SP que estão ligados à altitude, também apresentam relação com a geomorfologia. Logicamente todos os pontos do Estado do RJ e a maioria dos pontos de SP estão destacados pela variável altitude. Os pontos de SC e de SP de planície, estão mesclados, juntos com o único ponto de coleta do Estado do PR. Destacam-se os pontos da BA que estão mesclados com alguns pontos dos Estados de SC, RS e ES, que compartilham os mesmos parâmetros geo-climáticos.