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Este Domínio, que corresponde à Bacia do Paraná, foi individualizado por suas características morfoestruturais, onde os relevos foram modelados em litologias sedimentares de idade Paleozóica e Mesozóica com predomínio de rochas de textura arenosa, exceção feita àquelas oriundas da consolidação dos magmas predominantemente básicos de idade jurocretácica. Recobrindo essas litologias, ocorrem sedimentos cenozóicos com pouca ou nenhuma consolidação, também predominantemente arenosos, representados pelos depósitos coluviais, colúvio-aluviais e aluviais que, juntamente com os elúvios, compõem as formações superficiais.

Neste estudo considera-se os elúvios como materiais de alteração in situ; os colúvios como depósitos detríticos resultantes do transporte a pouca distância por efeito dos movimentos de

massa e do escoamento superficial difuso e em parte concentrado elementar, recobrindo os topos e encostas dos divisores de água e interflúvios e, por vezes, o sopé das encostas, onde

podem estar inumando depósitos aluviais.

Os alúvios constituem os depósitos detríticos deixados por um curso de água e contidos dentro de vales atuais pretéritos. Os depósitos detríticos mistos e aqueles cuja identificação não foi possível ou sua distinção não era compatível com a escala do mapeamento foram considerados como depósitos colúvio-aluviais. As litologias supracitadas, dispostas em camadas que se apresentam inclinadas, possuem um mergulho regional em direção ao eixo da Bacia do Paraná.

? Região dos Planaltos do Alto Rio Paraná

Esta Região ocupa todo o oeste do Estado de São Paulo, porção oriental do Estado de Mato Grosso do Sul e norte do Estado do Paraná. Limita-se a sudeste, com as Regiões Geomorfológicas Planalto das Araucárias, Patamar oriental da Bacia do Paraná e Depressão Paulista.

Na maior parte da Região predomina uma aparente homogeneidade de relevo onde se destacam extensos planaltos, constituindo interflúvios inclinados em direção ao vale do rio Paraná, com altitudes que passam de 1.000 -1.200 m na borda oriental, no Estado do Paraná, até 200-300 m próximo ao rio Paraná, voltando a se elevar até atingir atitudes em torno de 600 m no Estado de Mato Grosso do sul.

Em certos locais, tais interflúvios recebem denominações de “serras” por constituírem a maior expressão topográfica local, como ocorre na Serra dos Dourados próximo à cidade de Umuarama (PR). Relevos com desníveis acentuados e frentes escarpadas, festonadas, somente ocorrem na borda oriental, no contato com a Região Geomorfológica Patamar Oriental da Bacia do Paraná e em áreas localizadas no interior.

Esse conjunto geomorfológico encontra-se drenado pelas bacias hidrográficas dos rios do Peixe, Aguapeí ou Feio; pelos cursos inferiores e/ou médio dos rios Ivaí, Paranapanema, Tiête e Grande pela margem esquerda e Sucuriú, Verde, Pardo e Ivenhema pela margem direita do curso superior do rio Paraná, além de outras bacias menores.

Esses rios se apresentam encaixados, em amplos vales, com vertentes longas e pouco inclinadas muitas vezes escalonadas, exceção feita à porção oriental, no contato co as Regiões Geomorfológicas Patamar Oriental da Bacia do Paraná e Depressão Paulista. Aí, os rios cataclinais, por superimposição, abriram passagens nas escarpas indiferenciadas e cuestas mantidas pelos arenitos silicificados da Formação Botucatu e por rochas efusivas da Formação Serra Geral. Como Conseqüência da atuação da drenagem cataclinal e anaclinal as escarpas se apresentam descontínuas e festonadas.

A litologia apresenta diferentes tipos de rochas com predomínio dos arenitos das formações Caiuá, Santo Anastácio, Adamantina e Marília no Grupo Bauru, dos arenitos da Formação Botucatu e dos basaltos toleíticos da Formação Serra Geral no Grupo São Bento.

Essas litologias que se apresentam com diferente resistência à ação dos processos de intemperismo e erosão, principalmente quando ultrapassa as formações superficiais encaixando seus vales na rocha do subestrato, apresenta uma adaptação às linhas de fraqueza impressas no embasamento pré-Cenozóico, mais acentuada se o substrato for constituído por rochas pré-Grupo Bauru.

As formações superficiais, exceção feita às resultantes de acumulações fluviais e lacustres, mesmo remanejados recobrindo linhas-de-pedra e paleossolos, apresentam uma grande vinculação com a rocha do subestrato. Assim, constatou-se que formações superficiais de textura mais argilosas, sobre as quais se desenvolveram solos de textura mais argilosa como o Latossolo Roxo sobre basaltos, coincidem. Do mesmo modo, subestrato constituídos por arenitos possuem formações superficiais arenosas onde se desenvolveram solos com textura semelhante.

Esta Região Geomorfológica apresenta-se constituída por níveis escalonados, aplanados, conservados e degradados ou retocados, inumados, por vezes com dissecação de densidade grosseira ou média e aprofundamento dos canais fluviais entre 25 a 40 m, encontrando-se separados por modelados de dissecação de densidade e aprofundamento diversos e/ou por escarpas indiferenciadas e ressaltos topográficos.

? Unidade do Patamar de Itapetininga

Integrante da Região Geomorfológica patamar oriental da Bacia do Paraná, encontra-se localizada no extremo sudeste da folha, no Estado de São Paulo.

A drenagem apresenta um padrão predominantemente paralelo, passando a dendrítico nas áreas de nascentes. Localmente, conformado pelos rios Santo Inácio e Capivari, ocorre um padrão de drenagem radial-anelar. Na Bacia do rio Santo Inácio foi detectada uma possível ocorrência de captura de drenagem onde o rio Bonito, por recuo de cabeceira, teria capturado o antigo alto curso do rio Santo Inácio. Indícios do encaixamento da drenagem foram observados, destacando-se os níveis de cascalheiras compostas predominantemente por seixos arredondados de quartzitos, quartzo e silexitos.

Os modelados predominantes constituem os de dissecação, principalmente grosseira, com aprofundamento entre 30 e 50 m, porém modelados de aplanamento retocado inumado são comuns nas áreas baixas marginais aos principais rios.

Existem duas porções topograficamente distintas, quais sejam: - Áreas de depressões interplanálticas;

Localiza-se nas áreas, em grande parte alagadas pelas águas da represa de Jurumirim, marginais ao rio Paranapanema e seus afluentes como no baixo curso dos rios Taquari, Apiaí, Itapetininga, Capivari e ao longo do rio Guareí e dos ribeirões dos Carrapatos e das Posses. Nessas áreas deprimidas, cuja altitude raramente excede 600 m, alguns modelados apresentam- se com interflúvios amplos, topos convexizados, vertentes côncavas e vales geralmente encaixados, atingindo 30 a 50 m de profundidade. O modelado que caracteriza esta porção deprimida é o aplanamento retocado, inumado, onde as vertentes coalescem com as áreas de terraços dos rios, através de rampas de declividade inferior a 3º. Estes terraços ocorrem ao longo dos vales,

Seus modelados foram esculpidos sobre rochas arenosas do Subgrupo Estrada Nova e das Formações Pirambóia e Botucatu e sobre efusivas básicas da Formação Serra Geral, todas inumadas por formações superficiais arenosas, com espessura média entre 2 e 3 m, pedogeneizadas constituindo Latossolos Vermelho-Escuro e Vermelho-Amarelo e secundariamente solos Podzólico Vermelho-Amarelo e Areias Quartzosas.

- Áreas de interflúvios e divisores de água

Encontram-se distribuídas por toda a Unidade Geomorfológica Patamares de Itapetininga. Na porção sul atingiu cotas de 800 m, com relevos constituídos essencialmente pelos sedimentos carboníferos do Grupo Itararé Indiviso compostos por arenitos, siltitos, diamictitos e tilitos. Seus modelados apresentam formas colinosas, topos convexos, encostas dom declividade próxima de 15º, com uma dissecação grosseira e aprofundamento dos vales fluviais entre 30 e 50 m

Na área de transição entre as porções norte e sul desta Unidade Geomorfológica, o subestrato rochoso é formado por sedimentos permianos compostos por arenitos, siltitos e folhelhos dos grupos Guatá e Passa-Dois que se manifestam na topografia, deixando, ao redor da cidade de Itapetininga (SP), relevos bem destacados, de topo tabular extenso e aplanados, inumados. Próximo aos vales, que são geralmente abertos, os modelados apresentam-se dissecados, com densidade de drenagem grosseira e aprofundamento dos vales entre 65 e 106 m.

Esses relevos situam-se a uma altitude entre 700 e 800 m, destacando-se das áreas circunvizinhas através de ressaltos topográficos, por vezes abruptos, constituindo a leste e nordeste limites às serras do Palmital, de Angatuba e do Bom-Bom.

Estas serras apresentam altitudes de 800 m, destacando-se aproximadamente 200 m acima do vale do rio Itapetininga. São relevos que se manchem elevados pela presença de soleiras de diabásio.

Na porção norte da Unidade, os relevos foram modelados sobre litologias arenítica e basálticas do Subgrupo Estrada Nova e das Formações Pirambóia e Serra Geral. Próximo ao litoral com a Unidade Geomorfológica Planaltos Residuais Cuestiformes, apresentam altitudes em torno dos 650 m. Dispõem-se modelados de topos alongados, vertentes côncavas, dissecadas, com uma densidade de drenagem grosseira e aprofundamento dos vales entre 65 e 106 m. Destaca-se a nordeste da Unidade Geomorfológica morros residuais com altitudes superiores a 800 m.

Sobre essas formações superficiais a atuação dos processos pedogenéticos deu origem a solos do Tipo Latossolo Vermelho-Escuro nos relevos de topos conservados e nas áreas mais dissecados a solos do tipo Podzólico Vermelho-Amarelo.

? Unidade do Patamar do Tibagi

Localizado na porção sul-sudeste da Folha SF. 22 Paranapanema, quase totalmente no nordeste do Estado do Paraná. Seu contato com a Unidade Geomorfológica Planaltos Residuais Cuestiformes se faz através de relevos dissecados, ressaltos e escarpas indiferenciadas, onde afloram arenitos e efusivas das Formações Botucatu e Serra Geral.

O padrão geral da drenagem é retangular, às vezes modificado para angular. Os principais rios que fazem parte desta unidade em estudo correspondem a seu médio curso e apresenta diversas inflexões nos trechos em que se superimposição do rio Tibagi, conseqüente da dissecação concomitante ao soerguimento epirogênico da Bacia do Paraná, deixa morros testemunhos com altitudes superiores a 1.000 m, remanescentes da Unidade Geomorfológica planaltos residuais Cuestiformes à custa da qual evoluiu a Unidade em pauta.

Recobrindo os diversos tipos de modelados de dissecação e aplanamento que compõem a Unidade Geomorfológica Patamar do Tibagi, Brasil (1983), esclarece que foi observado nos trabalhos de campo, a existência de formações superficiais com espessura e textura variáveis, desde poucos centímetros até 7-8 m, arenosas a argilosas. É comum, no contato com a rocha do subestrato ou no interior das formações superficiais arenosas a argilosas, ocorrerem cascalheiras e paleopavimentos detríticos visíveis nos cortes das principais rodovias da área. Nas cascalheiras predominam os seixos de quatzito, quartzo, silexito e calcedônia, bem arredondadas, com diâmetro de até 0,20 m. Nos paleopavimentos detríticos predominam os seixos de quartzito, silexito, quartzo e fragmentos ferruginosos, poucos retrabalhados, com diâmetro máximo de até 0,45 m.

FOLHAS SG.22 E PARTES DAS FOLHAS - SG.21 E SG.23