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ANEXO F GREENPEACE BUSINESS CONFERENCE – EXTRATOS DAS PALESTRAS

Denúncia baby food Novartis, Zurich.

ANEXO F GREENPEACE BUSINESS CONFERENCE – EXTRATOS DAS PALESTRAS

Ex t r a t os da pa le st r a de Robe r t B. Sh a pir o, Ch a ir m a n da M on sa n t o, n a Gr e e n pe a ce Bu sin e ss Con fe r e n ce , Lon dr e s, ou t u br o de 1 9 9 9

“ Não há dúvidas em m inha m ent e, e suspeit o que nem na de vocês, que a discussão pública sobre a biot ecnologia at é est e pont o t em t ido a form a e t odas as car act er íst icas de um debat e. Posições for am fer ozm ent e at acadas e defendidas. Não houve som br a de possibilidade par a um t er r eno com um , um int er esse com um , obj et ivos com uns nem as m esm as pr eocupações.

A Monsant o e eu, pessoalm ent e, t em os que ar car com nossa par cela de responsabilidade por essa sit uação. ( ...) Tendem os a ver com o nossa t arefa convencer as pessoas que est a é um a t ecnologia boa, út il; convencer as pessoas, resum indo, que est am os cert os e por conseqüência, que as pessoas com pont os de vist a difer ent es est ão er r adas – ou ao m enos enganadas. Provavelm ent e ir r it am os e ant agonizam os m ais pessoas do que as que per suadim os.

Pensam os poder t razer benefícios im port ant es para as pessoas ao redor do m undo e per m anecem os com pr om et idos com o desenvolvim ent o de produt os bons, segur os e út eis. Est am os agor a publicam ent e com pr om et idos em dialogar com as pessoas e gr upos envolvidos nest e assunt o.

Desej o iniciar enfat izando que a biot ecnologia é um a fer r am ent a. ( ...) um conj unt o de t écnicas que est ão rapidam ent e evoluindo, que perm it em - nos t r aduzir esse conhecim ent o em aplicações pr át icas: na agr icult ur a, na nut r ição, na saúde hum ana.

A quest ão par a a sociedade no caso da biot ecnologia, com o no caso de t oda t ecnologia im por t ant e é: com o ela deve ser usada? Com o ela deve ser r egulam ent ada, de for m a a cr iar benefícios par a as pessoas, evit ar r iscos e possíveis abusos e assegurar que esses benefícios sej am dist ribuídos am pla, j ust a e equit at ivam ent e na sociedade?

Ninguém discor dar ia que a biot ecnologia sozinha é a solução para as com plexas quest ões da sust ent abilidade da agricult ura e da segurança alim ent ar. I nquest ionavelm ent e ela pode incr em ent ar a pr odut ividade, enquant o r eduz alguns dos efeit os negat ivos das at uais pr át icas agr ícolas, com o ex cessivo uso de pest icidas. Recent es t est es na Í ndia, com algodão genet icam ent e m odificado para cont rolar o bollw orm – um a im port ant e praga do algodão – elim inaram t odos os set e sprays inset icidas norm alm ent e usados para prot egê- lo num a safra dent ro da m édia – ao m esm o t em po em que aum ent ou em 40% a pr odut ividade. Segundo o Dr. Paul Christ ou, cient ist a do John I nnes Cent er em Norwich, ‘Cerca de 80% de redução no uso de inset icidas foi verificado apenas nas plant ações de algodão dos EUA, com o r esult ado da int r odução de plant as r esist ent es aos inset os. As est at íst icas do USDA t am bém m ost ram claram ent e um a redução de 30 a 40% no uso de her bicidas com a adoção de plant as r esist ent es.’

A biot ecnologia pode aj udar a r eduzir o gast o de água, a er osão do solo e as em issões de gás carbônico na at m osfera. Pode ser usada para colocar vit am inas e nut rient es diret am ent e em grãos e óleos veget ais com uns, de m odo a lidar com pr oblem as de desnut r ição m uit o difíceis e int r at áveis em gr andes por ções do m undo. Pode ser usada para m elhorar a qualidade dos óleos encont rados em nossas cult ur as par a m aior saúde car diovascular . E a biot ecnologia pode ser usada para criar novos m edicam ent os, t ransform ando plant as em fábricas pr odut or as.

Agora, para t odos esses benefícios pot enciais, t am bém há preocupações pot enciais.

A com ida ser á segur a de se consum ir ? O pr ocesso de r egulam ent ação adot ado por cada nação ser á suficient e par a dar aos consum idor es a segur ança de que podem consum ir esses alim ent os sem riscos para si e suas fam ílias? Esses pr odut os ser ão segur os par a o m eio- am bient e? Com o afet ar ão a biodiver sidade? Com o afet ar ão out r as plant as, inset os e aves? E sobr e o cr uzam ent o de genes? O que acont ecerá se eles cruzarem com espécies selvagens? Com o as novas t ecnologias afet ar ão as pr át icas t r adicionais de cult ivo? Com o afet ar ão a vida r ur al? Com o afet ar ão os agr icult or es or gânicos?

Cor por ações com o a Monsant o ir ão ganhar poder excessivo sobr e a agr icult ur a – o que ger a quest ões sobr e o que poder á ser pat ent eado, e com o a sociedade pode gar ant ir que países em desenvolvim ent o t enham acesso a essas t ecnologias?

Essa aplicação da ciência é ét ica? Est am os brincando de Deus? E no final, vam os colet ivam ent e t er a sabedor ia necessár ia par a usar bem essas t ecnologias?

Vocês dev em t er v ist o o com prom isso público que fizem os segunda- feira de não com ercializar as sem ent es est éreis com a t ecnologia popularm ent e conhecida com o ‘Ext erm inador’. Vocês devem saber que chegam os a est a decisão após ex aust ivas consult as e diálogo com pessoas e gr upos ao r edor do m undo que t inham um a variedade de pont os de vist a, especialm ent e no m undo em desenvolvim ent o.

À m edida em que t r abalham os par a aj udar a desenvolver r espost as const r ut ivas para t odas essas quest ões que as pessoas ao redor do m undo t êm no alvorecer dessa nova t ecnologia, est am os com prom et idos em nos engaj ar abert am ent e, honest am ent e e não- defensivam ent e no t ipo de diálogo que possa pr oduzir boas respost as para t odos nós. Obrigado.”

Ex t r a t os da pa le st r a de Pe t e r M e lch e t t , D ir e t or Ex e cu t ivo do Gr e e n pe a ce, n a Gr e e n pe a ce Bu sin e ss Con fe r e n ce , Lon dr e s, ou t u br o de 1 9 9 9 , e m r e spost a a o discu r so de Bob Sh a pir o, da M on sa n t o.

“ ( ...) Sua em pr esa est á em apur os em Wall St r eet , analist as financeir os r espeit ados no seu pr ópr io país publicar am um r elat ór io cham ado “ OGMs est ão m or t os” , apar ent em ent e t odo fabr icant e de alim ent os e super m er cado na Gr ã Br et anha evit a OGM com o a um a pr aga. A cúpula da Associação Am er icana de Produt ores de Milho descreve seus produt os com o um albat roz na nuca dos fazendeir os. Novas pr eocupações cient íficas em ergem a cada sem ana m as são ignor adas por sua indúst r ia, que pr efer e t ent ar dest r uir a nós t odos com

pr om essas fr escas de novos e excit ant es pr odut os logo na esquina, enquant o isso no m er cado pr êm ios est ão sendo pagos a safr as não t r ansgênicas.

Vocês com et er am um a sér ie de er r os e você os m encionou, m as o er r o fundam ent al foi falhar em com preender a form a com o os valores públicos est ão se desenvolvendo na Eur opa e ao r edor do r est o do m undo. A vast a m aior ia das pessoas não são ant i- ciência ( ...) . As pessoas est ão cada vez m ais conscient es e desconfiadas da com binação da grande ciência e do grande negócio. ( ...) As pessoas cada vez m ais ent endem com o é difícil par a os gover nos e ór gãos reguladores prot egerem o int eresse público em geral num m undo onde cresce a desregulam ent ação, o livre com ércio, nos Est ados Unidos houve por exem plo um a m aciça r eação pública aos per igos dos r esíduos de pest icidas nas fr ut as e a ligação ent r e num er osos pr odut os quím icos - t óx icos por ém apr ovados - e o cân cer de m am a, na Eur opa t ivem os a doença da Vaca Louca, no m undo t odo vim os quím icos que er am fer ozm ent e defendidos com o segur os – com o o DDT e o CFC – agora condenados. A energia nuclear, originalm ent e prom ovida pelos cient ist as e governos com o segura, econôm ica e absolut am ent e necessária ao progresso hum ano e ao desenvolvim ent o, agora t ot alm ent e rej eit ada ( ...) .

Em vist a de t udo isso, as pessoas apr ender am a pensar por si m esm as, t or nar - se responsáveis por suas próprias ações e desprezam afirm ações pat ernalist as baseadas na pr em issa de que não sabem o que é bom par a elas. ( ...) Am er y Lobbins, aut or de um im por t ant e novo livr o subt it ulado “ A pr óxim a r evolução indust rial” diz sobre a biot ecnologia ‘sua am bição é subst it uir a sabedoria da nat ur eza com a esper t eza hum ana, t r at ar a nat ur eza não com o um m odelo e m ent or , m as com o um conj unt o de lim it es a ser em ult r apassados quando inconvenient es, não est udar a nat ur eza, m as r eest r ut ur á- la...’. ( ...) Precisam os agir de acordo com os lim it es que o planet a nos im põe, são t odos part e do sur gim ent o de sociedades hum anas m ais civilizadas. O r epúdio cr escent e aos OGMs m ost ra as pessoas agindo em conform idade com valores e sent im ent os sobre nossa relação com a nat ureza m ais civilizados.

As t écnicas agr ícolas t r ansgênicas t êm sido um t em a da hor a, m ost r ando- se com o o fut uro e essenciais à nossa sobrevivência enquant o espécie, na realidade represent am o passado, um passado no qual t ecnocrat as excessivam ent e confiant es e fora de sint onia com os valores e aspirações das pessoas com uns, t ent aram im por soluções à sociedade, um passado no qual governos e grandes indúst r ias deit ar am - se j unt os na cam a, aparent em ent e incapazes de serem honest os sobre os lim it es da sua com preensão. ( ...) A visão cont rária dos cidadãos foi dispensada com o algo irrelevant e e suas reclam ações encaradas com o ignorant es, em ocionais e at é hist éricas. Adm it o que ‘ciência da vida’ é um bom nom e, m as vocês aplicar am ao t ipo er r ado de ciência, t em os que nos em penhar em r est aur ar a Ter r a, r em endar a t eia da vida, const r uindo, nut r indo, sust ent ando sist em as que supor t em a vida na Ter r a.

Um a ciência da vida verdadeiram ent e holíst ica é aquela solução que com bina a m et a fundam ent al de obt er pr odut ividade agr ícola enquant o sust ent a a vida em t oda a sua r ica diver sidade at ualm ent e exist ent e, diret am ent e em sint onia com os valor es públicos, t r abalhando par a t ir ar o m elhor pr oveit o dos pr ocessos nat urais, produzindo alim ent os da m ais alt a qualidade e oferecendo prêm ios especiais aos fazendeir os – é cham ada de Agr icult ur a Or gânica. Ela vai de encont r o com o que as pessoas ent endem com o sendo bom par a elas m esm as e

o m eio- am bient e. O pot encial ainda não percebido da agricult ura orgânica é im enso e sim plesm ent e necessit a que se aplique a ela o m esm o t ipo de apt idão t écnica e r ecur sos que t êm sido canalizados para a t ecnologia t ransgênica e a agr icult ur a indust r ial nos últ im os 50 anos.

A m ensagem é clara, est ej am avisados...avanços por si só, ainda que apr esent ados com um r acional de desenvolvim ent o sust ent ado plausível não ser ão suficient es e não im por t a quão gr ande a em pr esa, se ela falhar em com pr eender os valor es sociais e am bient ais de cidadãos cada vez m ais sofist icados e aut oconfiant es, pagar á um alt o pr eço.

Penso que est as sucessivas confer ências pr om ovidas pelo Gr eenpeace m ost ram o quão grande é hoj e nosso rol de t rabalhos criat ivos com em presas que se defr ont am com desafios ecológicos e obviam ent e gost ar íam os de fazer m ais nesse sent ido const rut ivo. Podem os aj udar a criar a prim eira em presa de ciências da vida genuína, baseada em princípios ecológicos, orgânicos e holíst icos, ofer ecendo os 26 anos de exper iência, as equipes de volunt ár ios e m em bros do Greenpeace, um a visão inovadora, nosso alcance e credibilidade.”

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