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Anexo 1

Questões da Entrevista

1. O que pensa sobre o treino e qual a importância que dá ao treino?

2. Tendo em conta a sua perspectiva, considera que é o treino que faz o jogo ou o jogo que faz o treino? Explique

3. Quais os objectivos fundamentais do treino? E qual a melhor estratégia para os atingir?

4. O que entende por Modelo de Jogo?

5. Quando considera mais importante trabalhar essa forma de jogar?

6. No seu caso, o Modelo de Jogo que definiu para a sua equipa é reflexo da filosofia de jogo?

6.1. Teve de efectuar alguns reajustamentos? 6.2. Se fez reajustamentos, quais foram as razões?

7. No seu entendimento do jogo e no Modelo de Jogo criado, considera importantes as fases/momentos do jogo?

8. De uma forma simples, e, tendo em conta os momentos de jogo, quais são os comportamentos que quer que a sua equipa tenha em campo?

9. Há comportamentos a que dê mais ênfase do que outros? Se sim, quais? 10. A forma de atacar e defender exige dos jogadores determinados requisitos ao

nível técnico, físico, táctico e psicológico. Entre estes requisitos a qual ou a quais dá mais importância?

11. Qual o papel do preparador físico?

12. Hoje em dia fala-se muito no trabalho específico. Tendo em conta o seu plenamento e preparação do treino, qual a importância do conceito e trabalho em “especificidade”?

13. Ligado ao modelo de jogo e seus princípios, aparece o conceito de “forma desportiva”. Na sua perspectiva, como é entendido?

14. Acha que a concentração pode ser trabalhada? 14.1. Se sim, como?

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ENTREVISTA AO TREINADOR A

Tiago Barros (TB) – O que pensa sobre o treino e qual é a importância que dá ao treino?

Treinador A (TA) – O treino vai ser fundamental no desenvolvimento e preparação de uma equipa que, neste caso, está em competiçao. Portanto o treino é um processo, que de alguma forma, permite aos jogadores e aos treinadores poderem, de algum modo, criar um colectivo que supostamente irá por na competição a qualidade adquirida nesse próprio treino. O treino é o fundamento do jogo e o jogo é tudo aquilo que se faz no treino.

TB – Nessa perspectiva, é o treino que faz o jogo ou o jogo que faz o treino? (TA) – Eu acho, fundamentalmente que o treino é que faz o jogo. Tudo é o conjunto de situações provocadas pelo treino, essencialmente isso (...)

TB – E, para si, quais são os objectivos fundamentais do treino, e qual é a melhor estratégia para os atingir?

(TA) – Os objectivos fundamentais do treino colidem todos com os objectivos fundamentais do jogo, portanto, nós tentamos preparar no treino tudo aquilo que, de alguma forma, se desenvolve no jogo com a particularidade (...) depois com o estudo do adversário em termos de jogo e da competição em que a gente está inserido. E a melhor estratégia é aproximar o mais possível o treino daquilo que a gente pretende fazer no jogo, esse é, para mim, o objectivo fundamental do treino. Depois passará por uma estratégia, muito também, em função do adversário que nos vai aparecer no final do objectivo semanal, ao fim ao cabo. Depois passará

também, e isso é um elemento fundamental, pelo campeonato que se joga, que também, de alguma forma, tem particularidades que podem condicionar o treino, não é?

Agora, o que me parece também é que, essencialmente no treino, o treino que é muito mais vocacionado para a equipa que treina do que com quem se vai jogar, portanto a minha preocupação fundamental é que a minha equipa, de alguma forma, faça nos treinos todo o desenvolvimento que eu quero e que esteja apetrechada estatégicamente no jogo possa funcionar. Esse é o objectivo que eu traço, é preparar a minha equipa de forma a que esteja preparada para todas as condicionantes que o adversário colocar e estarmos preparados para isso.

TB – E o que entende por Modelo de Jogo?

(TA) – Modelo de jogo essencialmente, para mim, baseia-se numa situação muito simples. Eu, de alguma forma, trabalho (...) o nosso modelo de jogo é trabalhado em dois sistemas: o sistema defensivo e o sistema ofensivo e depois ainda consigo, de alguma forma, porque tenho jogadores com esse perfil, em poder dentro destes sistemas ter alternâncias, tanto no ofensivo como no defensivo, e o modelo de jogo, basicamente, ou por outra, o fundamento do modelo de jogo baseia-se nos sistemas que, de alguma forma o componhem.

O sistema defensivo, depois poderemos mudar por alguns sistemas defensivos, um, dois, três (...) eu tenho dois sistemas defensivos. Os sistemas ofensivos temos dois de raiz e depois tem, de alguma forma, algumas nuances tácticas e estratégicas que complementam esses prórpios sistemas. Isto é o meu modelo de jogo, que está basicamente alicerçado em dois sistemas ofensivos e dois defensivos.

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TB – Divide, portanto, o jogo em 2 grandes momentos: ofensivo e defensivo. Não considera as transições?

(TA) – As transições e a estratégia, nomeadamente de lances de bola parada, cantos, livres e lançamentos que são componentes do modelo de jogo, mas como complemento. Não são o essencial, partilho que o essencial sejam os sistemas defensivo e ofensivo. Serão condicionadas através do estudo do nosso adversário. São elas a parte do treino em que nós lhe damos mais especificidade em relação ao adversário que vamos encontrar. Estes poderão ser os detalhes importantes dentro do modelo de jogo que, de alguma forma, podemos (..) priviligiar mais nas tansições. Temos, como tu sabes, dois tipos de transiçao: a defesa-ataque e a ataque-defesa. O que é que vai condicionar este tipo de estratégia? (..) essencialmente a capacidade fisica do nosso adversário, o sistema ofensivo utilizado pelo nosso adversário, o sistema defensivo, alguns pormenores em relação ao guarda-redes adversário. Fundamentalmente as transições têm a ver com o adversário.

TB – Tendo em conta esse modelo de jogo, quando é que considera ser mais importante trabalhar essa “forma de jogar”?

(TA) – O modelo de jogo é a nossa cartilha. Eu acho que é, fundamentalmente, uma coisa extremamente importante. A partir do primeiro momento da época deve-se, de alguma forma, trabalhar o modelo de jogo e todo o trabalho deve estar orientado em função do modelo de jogo. O modelo de jogo tem de estar presente em todos os treinos e em todos os jogos.

TB – Nesse caso, o modelo de jogo que definiu para a equipa é reflexo da sua filosofia de jogo ou tive de efectuar alguns reajustamentos?

(TA) – A um nível destes, estamos a falar de uma primeira divisão patamar B, há essa condicionante. Um treinador tem, por obrigação, analisar os seus jogadores e dentro da qualidade técnica existente no seu plantel deverá entao elaborar o modelo de jogo que tenha reunidos as qualidades técnicas dos seus jogadores para fazer um desenvolvimento do modelo de jogo, para que não crie problemas depois em termos de o treinar. O treinador tem as suas ideias em termos de modelo de jogo, mas fica sempre condicionado à qualidade técnica dos seus jogadores.

TB – E quais são os comportamentos que quer que a sua equipa tenha em campo nas diferentes fases de jogo, que me falou à pouco que eram a defesa e o ataque?

(TA) – Comportamentos deste jogo, passam por um factor que, para mim, é extremamente importante, que é a concentração. Saber analisar todos os comportamentos do nosso adversário, essencialmente isto. O jogador de futsal de um nível razoável ou elevado se não tiver este tipo de comportamento, se não souber analisar com quem é que está a jogar, essencialmente isto, não vai perceber se, de facto, aquilo que vai por em jogo, em termos do modelo que lhe foi apresentado a treinar, irá ter muitas dificuldades.

Então quais são os comportamentos que eu, de alguma forma, lhes peço? Essencialmente, muita concentração e uma disponibilidade muito grande em perceber o jogo. Depois estamos a falar de uma situação que é perceber se os nossos jogadores, de alguma forma, têm uma leitura correcta com aquilo que o treinador pede e aí é que vai, para mim (...) se nós tivermos jogadores que percebam o jogo, vão perceber o meu modelo, se eu tiver tiver jogadores que não

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percebam o jogo, vaão ter dificuldades em interpretar o meu modelo, ou seja, vai então entroncar naquilo que é o modelo que eu preparo para a minha equipa em função dos meus jogadores. Logicamente que estes comportamentos que eles vão ter que perceber que ao atacar um sistema defensivo, vão ter de interpretar um sistema ofensivo que lhes propus no modelo e vice-versa.

Não precisamos de ir muito longe, vejamos, por exemplo, o Módicus – Benfica, em que nós temos um situação que é o nosso sistema defensivo é de todo solicitado devido à qualidade do Benfica, que tem um sistema ofensivo extremamente agressivo e de grande qualidade. Se os meus jogadores não conseguirem interpretar o sistema ofensivo que treinam, não conseguirem interpretar aquilo que o adversário quer, vão ter muitas dificuldades. Para isso é preciso ter grandes níveis de concentração, fundamentalmente este jogo passa por concentração. Os atletas que praticam futsal devem ter padrões de concentração elevados, devem ter uma disponibilidade física muito grande e devem ter acima de tudo uma coisa muito importante neste jogo, que é serem correctos com eles próprios, ou seja, um jogador não pode estar em défice dentro de campo.

TB – A forma de atacar e defender exige grandes requesitos a nível técnico, fisico, tactico e psicológico. E entre estes quais considera mais importantes?

(TA) – De alguma forma é um conjunto de situações, o que, de alguma forma, nos preocupamos é que ele esteja com estes padrões de comportamento sempre elevados. Agora, essencialmente uma grande disponibilidade para o jogo é importante. Começa por aí. Depois, eu em termos de jogo, dou uma importância essencialmente à situação táctica, ou seja, ao comportamento em relação àquilo que os atletas teriam de fazer.

E porque é que é importante? É importante porque é essa a base do modelo. E então se nós pedirmos aos atletas que estejam preocupados com que

eles ponham em prática os sistemas por nós treinados, todas as outras componentes irão estar num patamar bom, razoável para enfrentarmos o jogo. Precisamos, de alguma forma, que os atletas também percebam de que, de facto, todas estas componentes estão ligadas e são todas importantes para que, de alguma forma, tenham sucesso.

TB – Qual o papel do seu preparador físico?

(TA) – Não tenho. Não tenho preparador, tenho adjunto. Eu sei que esta terminologia (...) o Mourinho criou uma ruptura em termos de filosofia de trabalho não foi? (...) As pessoas esquecem-se que o Mourinho trabalha uma situação que já tinha trabalhado e aprofundou-a. O sr. Van Gaal já trabalha assim há 10 anos. O futsal é um bocado isto. Porque é que fazes essa pergunta? Eu sei porque é que tu fazes essa pergunta, porque há uma coisa que eu luto muito contra isso que é a futebolização do futsal. E então é assim, assim como nós temos o modelo de jogo, assim como nós temos (...) e eu não diferencio os meus jogadores, começa na baliza e o resto dos jogadores. Eu não tenho nem defesas nem atacantes. Tenho jogadores que me preocupo com a universalidade deles. Numa equipa técnica, eu continuo a dizer que não há nem treinador principal, nem adjuntos, nem treinadores de guarda-redes, nem preparadores fisicos. Há uma equipa técnica e, esta equipa técnica, tem de trabalhar, de alguma forma, numa simbiose total e em equipa. Se me perguntar se eu sou o lider da equipa, ou seja, o porta-voz. Sou. Mas a minha voz é um conjunto de opiniões.

TB – Falou-me atrás em trabalho específico. Tendo em conta o planeamento e a preparação do treino, qual a importância deste conceito e do trabalho em “especificidade”?

(TA) – Trabalhar em especificidade, fundamentalmente é trabalhar (...) sobre todas as questões do treino, sobre todos os elementos (...) é fundamentalmente

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trabalhar o modelo de jogo, modelo de jogo está concebido e tem de se trabalhar em especificidade o modelo de jogo. Continuo a dizer que é trabalhar sobre todas as componentes e introduzi-las no modelo de jogo. Através do modelo de jogo, nós trabalhamos todas as componentes que são fundamentais para o rendimento do atleta. Eu procuro, de alguma forma, trabalhar sobre este ponto de vista. Agora, que, de alguma forma, é dificil...é, porque nós treinamos 3 vezes por semana. E depois temos aqui algumas nuances, nomeadamente, a falta de tempo, que não me permitem trabalhar estratégias e situações um bocado mais analíticas, que de alguma forma, vai infuenciar a dificuldade em trabalhar em especificidade. Agora, se eu fosse treinador de uma equipa profissional, trabalhava só em especificidade.

Eu trabalho consoante o meu contexto.

TB – Ligado ao modelo de jogo e aos seus princípios, aparece o conceito de “forma desportiva”. Na sua perspectiva, como é que o entende?

(TA) – A forma desportiva é (..) o que é estar em forma? É estar dentro das capacidades reais que um atleta pode desenvolver, essencialmente isto, ou seja, nós, ao longo de uma época, sabemos que há atletas que sobem e descem de rendimento, podemos chamar a isto “forma desportiva”. É lógico que uma equipa como a minha, em que tem factores condicionantes dessa própria produção desportiva, estamos a falar de estudantes universitários, esta semana só pude dar dois treins porque eles têm a queima das fitas e são situações que eu percebo, podia não perceber (...) mas não e isso (...) é o pai que está doente, é o cão que não sei quê, é a namorada. Tudo isto condiciona o rendimento desportivo. O meu trabalho influencia o rendimento desportivo, mas há outra parte em que eu não consigo dominar para que o seu rendimento desportivo seja o melhor que eles têm. A forma desportiva é o que o atleta melhor pode dar. Estejam sempre no patamar onde dão sempre o máximo. Esta, para mim, é que é a forma desportiva.

TB – Acha que a concentração pode ser trabalhada? Se pode, como?

(TA) – A concentração é das coisas que mais se trabalha e que mais dificuldades cria a um treinador.

TB –...e como é que a trabalha?

(TA) – Essencialmente dando-lhes problema (...) problema. E dando-lhes sempre alguma coisa que os obrigue a pensar. A concentração para mim, é trabalhada essencialmente fezendo com que os meus jogadores estejam a pensar coisas sobre o meu modelo de jogo. Ao estar-lhes a dar isso, consigo em grande parte, que eles não se desviem daquilo que é pretendido. Têm de estar atentos e concentrados naquilo que lhes vou estando semrpe a dizer, ou seja, direcciono- lhes a concentração para o modelo de jogo e para o que estão a fazer. Depois hà situações que eu não consigo dominar, onde os atletas vêm treinar por obrigação, sem vontade, pois a disponibilidade dos atletas nestas equipas, não é total.

TB – E após um jogo, como é que operacionaliza a recuperação do esforço? (TA) – Simples. Bom fim de semana para todos e façam o que vocês quiserem. Não lhes posso exigir mais nada. Na segunda-feira temos treino, perfeitamente normal. Acho que não faz sentido um treino de recuperação passadas 48 horas. Tem o domingo descansados e segunda à noite treino. É assim que eu faço. É a minha realidade.

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ENTREVISTA AO TREINADOR B

Tiago Barros (TB) – Miguel, o que pensas sobre o treino e qual é a importância que dás ao treino?

Treinador B (TB) – O treino é o espelho daquilo que nós vamos fazer no jogo(..) ou seja, nós temos de analisar as caracteristicas do jogo, quais são as características da nossa equipa, tentá-las potencializar e ver os nossos erros e isso só se consegue fazer através do treino. Através de muitas repetições, muitas correcções, muitas paragens e só é possível durante o treino. Claro que durante o jogo também se consegue fazer algumas rectificações, consegue-se desenvolver bastantes aspectos mas o treino é o caminha para o sucesso do jogo.

TB – Nessa tua perspectiva, então, é o treino que faz o jogo ou o jogo que faz o treino?

(TB) – O treino depende do que nós fazemos no jogo, ou seja, das nossas capacidades, nós vamos trabalhar aquilo que está bem, mas acima de tudo aquilo que está mal. Só conseguimos analisar no jogo, esse é o nosso ponto de avaliação, é o jogo, para ver se conseguimos estarmos a trabalhar bem, se a nossa metodologia está a ser bem aplicada e isso só se consegue fazer através do jogo, ou seja, um espelho daquilo que nós fazemos no jogo.

TB – E quais são os objectivos fundamentais do treino, e qual é a melhor estratégia para os atingir?

(TB) – Eu tenho uma maneira diferente de muita gente de trabalhar. Eu tento trabalhar sempre na perspectiva de conseguir tirar proveito dos pontos mais frágeis do adversário. Nós estamos em constante adaptação à filosofia do

adversário, mantendo sempre os nossos princípios, ou seja, o que eu previligio mais são os meus princípios e dentro dessa base tentamos aproveitar conforme as características do adversário

TB – ...mas é preciso ter em atenção também para não dar demasiada importância às características do adversário para não correres o risco de perderes o “fio à meada” aos teus princípios...

(TB) – Não, os meus princípios de jogo estão presentes para qualquer adversário, são sempre os mesmos, a movimentação-base é sempre a mesma, agora eu posso prviligiar os apoios no meio, paralelas ou jogo profundo, sair 4:0 mas com chegadas em 2:2 ou 3:1, conforme as características do adversário.

TB – E o que entendes por Modelo de Jogo?

(TB) – Modelo de jogo (..) modelo de jogo é a movimentação-base, no meu entender. Em termos ofensivos, porque em termos defensivos nós temos de estar em constante adaptação, não podemos, eu pelo menos, não entendo que posso definir a nossa estratégia base como sendo sempre a mesma, porque vou encontrar adversários diferentes, estratégias diferentes, isto está sempre em constante mutação. Por isso é que o jogo tem paragens e nós aproveitamos qualquer interrupção para dar-mos novos feedbacks ou novas orientações, ou seja, temos de estar sempre em constante adaptação, agora, se nós temos os nossos princípios, temos de definir se queremos defender as alas ou se queremos defender o meio e a partir daqui, se estiverem bem definidos os principios vão-se conseguir adaptar a essas novas directrizes, não é assim tão dificil.

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Esse é o meu ponto de vista, o meu modelo de jogo tem uma movimentação-base a a partir dessa movimentação tenho várias soluções e estratégias que podemos utilizar.

TB – Quando é que consideras ser mais importante trabalhar essa “forma de jogar”?

(TB) – Como assim?

TB – ...se dás mais ênfase no período preparatório, no competitivo, etc? (TB) – Sempre. Sempre. Não há alterações, os principios de jogo podem-se ir desenvolvendo, não podemos andar a alterar.

TB – ...os principios, então são trabalhados desde o primeiro dia de trabalho?

(TB) – Desde o primeiro dia até ao final da época. E se conseguirmos alcançar esses objectivos, vamos definir novos objectivos.

TB – O modelo de jogo que definiste para a equipa é reflexo da tua filosofia de jogo ou tiveste de efectuar alguns reajustamentos?

(TB) – É um reajustamento à minha equipa e às equipas adversárias. As diferentes divisões, que eu já percorri, obrigam-nos a tomar diferentes estratégias. A estatégia que nós conseguimos utilizar no ano passado na 2ª Divisão não tem resultados aqui, na 1ª Divisão, ou seja, tem de haver, para além da adaptação dos jogadores e da minha adaptação aos jogadores para tirar proveito das suas caracteristicas, tembém tem de haver uma adaptação às exigências do próprio jogo.

TB – No teu entendimento do jogo e no modelo de jogo criado, consideras importantes as fases ou momentos de jogo?

(TB) – O jogo é dividido de momentos, de segundos, ainda para mais nesta divisão, qualquer segundo, momento conta.

TB – ...eu estava-me a referir ao ataque, defesa e respectivas transições... (TB) – Nós tentamos desenvolver tudo. Na tentativa de desenvolver, por exemplo, a posse de bola, ai trabalhamos só o ataque e condicionamos a defesa, apesar de, em face às características da minha equipa, eu trabalhar muito mais as transições defesa-ataque e ataque-defesa, do que propriamente a posse de bola. É a minha adaptação à equipa.

TB – Tendo em conta esses mesmos momentos de jogo, quais são os comportamentos que queres que a tua equipa tenha em campo?

(TB) – São muito variados, ou seja, eu acho que nas equipas, de um modo geral, não estão muito bem trabalhadas no aspecto defensivo individual, ou seja, poucos jogadores fortes no 1x1 em termos defensivos e uma das coisas que procurei desenvolver este ano foi esse aspecto. Se nós formos fortes em termos individuais não precisamos de tantas ajudas, logo vamos ser mais pressionantes, vamos ter mais probabilidades de sucesso(..)

Nos aspectos ofensivos tentar sempre criar situações de superioridade numérica, tento fazer com que não haja ataque sem inferioridade numérica, não se perca a bola de uma maneira inocente.

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TB – E há principios a que dês mais ênfase do que outros?

(TB) – Não. Dou importância a todos. São inalteráveis e a base, sem essa base não adianta nada trabalhar outras coisas, no meu entender...

TB – A forma de atacar e defender exige grandes requesitos a nível técnico, fisico, tactico e psicológico. E entre estes quais consideras mais

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