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Enquadramento metodológico dos processos de treino no futsal

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Academic year: 2021

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(1)Enquadramento Metodológico dos Processos de Treino no Futsal. Tiago Nuno Nogueira Durães Barros. Porto, 2007.

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(3) Enquadramento Metodológico dos Processos de Treino no Futsal. Monografia realizada no âmbito da disciplina de Seminário do 5º ano da Licenciatura em Desporto e Educação Física, na área de Desporto de Rendimento - Futebol, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Trabalho Orientado por: Mestre José Guilherme Granja de Oliveira Trabalho Realizado por: Tiago Nuno Nogueira Durães Barros. Porto, 2007.

(4) Prova de Licenciatura Barros, T. (2007). Enquadramento metodológico dos processos de treino no Futsal. Porto: Barros, T. Tese de Licenciatura apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Palavras chave: Futsal, Periodização, Modelo de Jogo, Especificidade, Táctica..

(5) Agradecimentos Este trabalho não poderia ser realizado se para ele não tivesse contribuído um conjunto de pessoas e instituições, que de uma ou outra forma nos apoiaram e nos guiaram. Assim, queria deixar aqui o meu agradecimento a todos a quantos contribuíram para que este momento se concretizasse: •. Ao Mestre Guilherme Oliveira, pela sabia influência e orientação, bem. como pelo seu incentivo; •. Aos treinadores integrantes da amostra pela disponibilidade, empenho. e cedência de informações durante a entrevista; •. Aos responsáveis pelas instituições às quais me desloquei e que tão. bem me receberam;. •. Ao Eduardo Queiroz que, por materializar em todos os sentidos o. conceito de uma verdadeira amizade, permitiu que nunca deixasse de acreditar;. •. Ao Paulo Andrade, pelo apoio prestado e cedência de material. necessário, por tempo indeterminado;. •. À minha família e amigos pelo apoio incondicional e paciência. demonstradas perante as faltas de presença sentidas e não cobradas; •. À Cátia por todo o carinho e companheirismo, pelos conhecimentos. postos incondicionalmente à disposição, e por ter partilhado a concretização de um sonho, que, sem ela, teria sido incomparavelmente mais amargo;. I.

(6) Índice Geral I. Agradecimentos............................................................................................I II. Indice Geral...................................................................................................II III. Indice de Anexos.........................................................................................IV IV. Resumo.........................................................................................................V 1. Introdução......................................................................................................1 2. Revisão da Literatura....................................................................................5 2.1 Futsal, afinal o que é?..............................................................................5 2.1.1 Futsal no universo dos JDC.....................................................5 2.1.2 Futsal: jogo táctico-técnico.......................................................6 2.1.3 Futsal: um jogo de ataque, defesa e transições.......................7 2.1.3.1. O processo ofensivo.................................................8. 2.1.3.2. O processo defensivo...............................................9. 2.1.3.3. Futsal: um jogo de transições..................................9. 2.2. Necessidade de uma nova preocupação.............................................11 2.2.1. Conceito: Modelação Sistémica..........................................11. 2.2.2. A Complexidade dos fenómenos........................................12. 2.2.3. A dimensão táctica do jogo.................................................13. 2.2.4 Pressupostos básicos da operacionalização do treino: modelos no processo de treino........................................................................15 2.2.4.1 Concepção / Filosofia de jogo...................................15 2.2.4.2 Modelo de jogo: Comportamentos colectivos............16 2.2.4.2.1 Princípios e sub-príncipios de uma certa forma de jogar........................................................................................18 2.2.4.3 A especificidade, dentro da especificidade do jogo...20 2.2.4.4 A “forma desportiva” dentro de uma certa forma de jogar........................................................................................21. II.

(7) 2.2.4.5. Os principios metodológicos que dão corpo à. estrutura da unidade de treino e ao padrão semanal, que se repete ao longo da época.......................................................22 2.2.4.5.1 Princípio da progressão complexa.............22 2.2.4.5.2. Princípio. da. alternância. horizontal. em. especificidade.........................................................................23 2.2.4.5.2.1 – O desgaste “mental-emocional”. Efeitos da concentraçao.........................................................24 2.2.4.5.3 Princípio das propensões...........................26 3. Enquadramento Metodológico...................................................................27 3.1 Caracterização da amostra...............................................................27 3.2 Metodologia......................................................................................27 3.3 Recolha de dados.............................................................................28 4. Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados..............................29 4.1 Como é que os treinadores vêm e dividem os momentos/fases do jogo de futsal?...................................................................................................29 4.2 Táctica como requisito fundamental.................................................30 4.3 Modelo de Jogo – Concepção/filosofia.............................................33 4.4 Modelo de jogo – principios e sub-princípios como comportamentos basilares do processo de treino.........................................................................35 4.5 O trabalho em “Especificidade”........................................................37 4.6 O conceito de forma desportiva?......................................................39 4.7 A Concentração – Desenvolvimento e recuperação........................41 4.8 Importância do treino e do seu planeamento...................................43 5. Considerações Finais.................................................................................47 6. Sugestões para futuros estudos..............................................................51 7. Bibliografia.................................................................................................53 8. Anexos........................................................................................................59. III.

(8) Indice de Anexos. Anexo 1: Questões da Entrevista Anexo 2: Entrevistas aos Treinadores. IV.

(9) RESUMO A teoria tradicional do treino transporta várias lacunas no que concerne à metodologia a adoptar numa modalidade inserida nos jogos desportivos colectivos. É para nós fundamental, a procura do esclarecimento dessa problemática, dos conceitos de planeamento e programação na preparação das equipas. Com a realização deste trabalho monográfico pretende-se esclarecer algumas questões relativas à Periodização Táctica, bem como relacionar se o trabalho realizado nos clubes da primeira divisão nacional de Futsal está inserido com esta nova abordagem metodológica. No sentido de encontrar-mos respostas para as questões, traçamos objectivos para o nosso estudo: analisar as metodologias utilizadas pelos treinadores durante a periodização e o planeamento da época, bem como averiguar se a especificidade e o modelo de jogo têm um papel fundamental. Saber o grau de importância que dão aos princípios e sub-princípios de jogo e à recuperação na periodização por eles delineada. Para efeito, além de uma pesquisa bibliográfica e documental, recorreu-se à realização de várias entrevistas abertas aos treinadores de seis equipas. Deste modo, através do cruzamento da informação conclui-se que, a dimensão táctica não é a gestora de todo o processo de treino, o conceito Especificidade surge, muitas vezes, associado a dimensão física e dimensão técnica individual. Concluiu-se ainda que o modelo de jogo é a base de todo o planeamento, mas não parece estar muito bem definido. A importância concedida pelos treinadores à recuperação mental é quase nula e continua a ser elevada relativamente ao preparador físico. Deste processo de reflexão, constata-se a necessidade de o Futsal procurar uma nova teoria orientada para a Especificidade da modalidade. Palavras chave: Futsal, Periodização, Modelo de Jogo, Especificidade, Táctica. V.

(10) 6.

(11) Introdução. 1. Introdução 1.1 Pertinência e âmbito de Estudo. Em Portugal, o Futsal tem, de uma forma gradual, conquistado um reconhecimento desportivo, social e cultural inequívoco, edificado em resultados desportivos internacionais relevantes. Na nossa experiência profissional enquanto praticantes da modalidade, deparamos com treinadores que privilegiavam a dimensão Física como a base para um bom rendimento no jogo. Tivemos, ainda, treinadores que aplicavam quantidades desproporcionais de exercícios apelando apenas à dimensão Técnica, realçando, ao jogador, que para ter sucesso na carreira teria que ser um “dotado” tecnicamente. Por fim, alguns treinadores abordavam a táctica como forma mecanizada, amestrando jogadas estereotipadas no complexo processo ofensivo e defensivo. A nossa experiência profissional enquanto técnicos de Futsal, tem levantado várias interrogações sobre aspectos ligados à metodologia de treino da modalidade. Sendo o Futsal considerado um Jogo Desportivo Colectivo não, podemos deixar de falar na vertente táctico-técnica, pelo que nos surgem várias problemáticas acerca da operacionalização e organização metodológica do treino, aspecto que nos parece importantíssimo na construção e evolução qualitativa de uma equipa, pelo que pensámos que uma reflexão neste sentido seria mais um contributo para elevar a qualidade do nosso Futsal, dos nossos treinadores, atletas, professores e mesmo dirigentes ligados à modalidade. O nosso estudo levará a cabo uma análise das metodologias aplicadas no treino no escalão Sénior no Futsal, em seis equipas da 1ª. Divisão Nacional. Na primeira fase do trabalho procuraremos reunir um conjunto de opiniões de autores exploradores do tema, finda qual passaremos a examinar as metodologias. 1.

(12) Introdução. dos treinadores dos clubes da 1ª Divisão Nacional, processo através do qual tentaremos reflectir acerca do estado actual do processo de treino no Futsal Português. Por estes motivos coloca-se como fundamental uma investigação a este nível. É necessário implementar no Futsal uma metodologia que se preocupe com o processo jogo como um todo, sem haver necessidade de o decompor em dimensões (táctica, técnica, física e psicológica). Esse conceito denomina-se Periodização Táctica e surge como uma forma de entender e perceber o complexo fenómeno – Jogar. Pensamos que o importante não é trabalhar apenas para a evolução do jogador (individual), mas sim da equipa, para que esta jogue de forma coerente com o Modelo de Jogo preconizado. 1.2 Objectivos. O nosso estudo está centrado na alta competição a nivel nacional, escalão senior, da 1ª Divisão Nacional. Deste modo, através do cruzamento e sistematização da informação proveniente da revisão bibliográfica e da entrevista realizada aos treinadores das equipas, pretendemos construir um discurso lógico que permita reflectir um pouco sobre questões do planeamento e periodização do treino, ou seja, saber quais as metodologias utilizadas pelos treinadores e se vão de encontro aos objectivos da Periodização Táctica. Até que ponto deveremos periodizar em termos físicos e não dar maior importância à componente táctica, seguindo o Modelo de jogo criado, cumprindo com todos os seus princípios? Onde a componente física e todas as outras dimensão aparecerão arrastados pela componente táctica, sem maximizar cada uma delas em separado. Para além destas questões existem outras que pretendemos ver esclarecidas, e que estão relacionadas com a. 2.

(13) Introdução. periodização de treino, tais como: até que ponto a recuperação é importante e está inserida nessa periodização? Será que a Especificidade e o Modelo de Jogo deverá ser o principal pilar do treino? Assim, será importante reflectir sobre um conjunto de questões fundamentais para o processo de treino, que influencia o modo de jogar das equipas e se, de facto, vão de encontro a esta nova abordagem metodológica.. 1.3 Estrutura do trabalho O presente estudo será estruturado em sete pontos. O primeiro, Introdução, tem como objectivo apresentar e justificar a pertinência do tema e do estudo, definir objectivos, descrever metodologia adoptada e explicar a estrutura do trabalho. No segundo ponto, denominado Revisão Bibliográfica, pretende-se confirmar o Futsal como o modalidade desportiva, realizar uma síntese evolutiva dos conceitos de periodização, explorar a importância do Modelo de Jogo adoptado os princípios desse Modelo de Jogo e a importância da Especificidade. O terceiro ponto, Enquadramento Metodológico, onde apresentaremos a caracterização da amostra, a metodologia utilizada e a recolha de dados. Com o quarto ponto, intitulado Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados, pretende-se apresnetar resultados, comparando-os com os conceitos da revisão bibliográfica. No quinto ponto, apresentar-se-ão as considerações finais do estudo. No sexto ponto, serão apresentadas algumas sugestões para futuros estudos. No sétimo ponto estará presente toda a bibliografia utilizada.. 3.

(14) Introdução. 4.

(15) Revisão da Literatura. 2. Revisão da Literatura 2.1 Futsal: afinal o que é? 2.1.1 Futsal: no universo dos JDC Desde o seu aparecimento na década de 30 na América do Sul, o Futsal tem evidenciado um enorme e claro desenvolvimento à escala nacional e mundial, contudo Braz (2006) refere que o Futsal não apresenta um lugar de destaque na pesquisa cientifica, tal como, o Futebol, Basquetebol, Andebol e Voleibol e como tal, são escassas as informações relativas à modalidade em causa. Sousa (2002; citado por Braz, 2006), defende que esta modalidade está inserida na classificação. dos. jogos. desportivos. colectivos. (JDC),. pois. apresenta. características comuns às outras demais modalidades deste grupo, que segundo Bayer (1994) são: existência de uma bola, pela posse da qual lutam duas equipas; espaço delimitado (terreno de jogo), onde se desenvolve o “confronto”; presença de um alvo a atacar e outro a defender (balizas); cumprimento das regras de jogo e a cooperação com os colegas de equipa e a oposição aos adversários. Também Tavares (1996) considera o Futsal como um JDC quando as suas acções de jogo possuem imprevisibilidade de natureza complexa, existindo vários componentes (colega, adversário, bola, campo de jogo, regras) que se confrontam constantemente. O Futsal conquistou o seu espaço próprio no mundo dos JDC, pois tal como refere Rodriguez (2000) esta modalidade procura características multifuncionais, isto é, jogadores que saibam jogar em todas as posições (jogador polivalente), a melhoria das acções táctico-técnicas, devido ao aperfeiçoamento (carga horária de treinos mais elevada, os escalões de base com formação no Futsal), maior velocidade de execução gestual e uma maior intensidade em jogo (somente descanso no banco ou nos tempos mortos do jogo, permitindo aos seus jogadores. 5.

(16) Revisão da Literatura. uma maior continuidade nas acções de jogo). Em sintonia com esta ideia, Amaral (2004). refere. que,. actualmente,. fruto. da. especificidade. táctica,. do. aperfeiçoamento técnico e do desenvolvimento energético-funcionais, bem como da proveniência dos jogadores dos escalões de formação, a ideia que o Futsal seria um “parente pobre” do Futebol parece cada vez mais distante. Neste ponto é importante referir que o Futsal é uma modalidade diferente do Futebol, pois embora tenha adquirido características dete, também o fez relativamente a outros desportos. Regras, técnicas, movimentações e rotações são características em que o Futsal se apoiou para se afirmar como modalidade própria e que foram evoluindo, ao longo dos tempos, as suas característica particulares, aumentando assim a sua dinâmica de jogo (Braz, 2006). Tornou-se então necessário uma melhor compreensão do jogo por parte dos jogadores, através do estabelecimento de princípios de comunicação, concretizados através de acções motoras (técnica) colectivas coordenadas (táctica).. 2.1.2 Futsal: jogo táctico-técnico Apesar de integrado no conjunto de modalidades que constituem os JDC, o Futsal ainda não possui lugar de destaque na investigação científica. Assim, poucos são os dados referentes às variáveis de jogo de Futsal (Sousa, 2002 e Barbero, 2002; citados por Braz, 2006) facto que se constata quando se procede à analise da literatura especializada. Barbero (2002; citado por Braz, 2006), refere que o Futsal é, frequentemente, considerado um desporto para jogadores de grande habilidade técnica, sendo de vital importância o correcto dominio da bola, assim como a velocidade de execução das diferentes acções técnicas. Isto levou a um exacerbada incidência técnica no ensino do jogo, descuidando a aprendizagem de factores fundamentais na compreensão do mesmo. Esta ideia é também partilhada por Garganta (2002). 6.

(17) Revisão da Literatura. relativamente aos JDC, já que defende que a didáctica dos mesmos repousa numa análise formal e mecanicista, e o Futsal não é excepção. Segundo Osimani (2004) em Espanha, que apresenta um jogo tacticamente evoluído, utiliza-se um método global, partindo do jogo, aglomerando conteúdos. No caso do seleccionador nacional espanhol Lozano (2005; citado por Braz, 2006) encoraja os seus jogadores a pensar, a tomar decisões e a encontrar soluções para os problemas que o jogo lhes coloca, pelo que deste modo dificilmente será limitado tacticamente. Uma caracteristica da actividade dos JDC é que todas as acções realizadas são essencialmente determinadas sob o ponto de vista táctico (Konzag, 1983), sendo unânime, entre especialistas, a importância do factor táctico na resolução dos problemas que o jogo coloca. Soluções essas que poderão surgir num número quase infinito de respostas, e segundo Braz (2006) cabe ao treinador a orientação das mesmas. Para Dugrand (1989) a equipa deve ser vista como um todo, como um sistema em que o objectivo de jogadores, em interacção dinâmica, está organizado em função de um objectivo, nas diferentes fases do jogo. A equipa ganha indentidade própria (Castelo 1994; Pinto, 1996) que lhe advém uma cultura organizacional específica (linguagem táctica comum). A táctica desempenha um papel fundamental, pois é entendida como um factor integrador e simultaneamente condicionador (Pinto, 1996) de todos os outros (técnicos, fisicos e psicológicos).. 2.1.3 Futsal: Um jogo de ataque, defesa e transições Para Teoduresco (1984) o jogo é caracterizado por uma luta da posse de bola, entre o ataque e a defesa, dois processos perfeitamente distintos e entendidos como processo ofensivo e defensivo (Castelo,1994). No entanto o mesmo autor refere ainda que, apesar de serem processos sob uma oposição lógica, no fundo. 7.

(18) Revisão da Literatura. são, o complemento um do outro, significando que cada um deles está implicado com o outro. A complementar esta ideia, Queiroz (1986) refere ainda que o jogo se caracteriza pela aplicação de certos precedimentos antagónicos, de ataque e defesa, tendo como objectivo o desiquilíbrio do sistema contrário, organizados e ordenados num sistema de relações e inter-relações coerente e consequente a que chamamos lógica interna do jogo. Para melhor compreensão destes processos antagónicos, julgamos ser importante realizar uma descrição sucinta de algumas das suas características.. 2.1.3.1. O Processo Ofensivo. Segundo Teoduresco (1984), o processo ofensivo representa uma das fases do jogo, sendo objectivamente determinado, pela equipa que se encontra de posse de bola, com vista à obtenção do golo, sem cometer infracções às leis do jogo. Este mesmo conceito para Garganta (1997), abarca todas as acções realizadas pelos jogadores pertencentes à equipa detentora da posse de bola, e que ocorrem com base em objectivos, hierarquizados em função da finalidade do jogo: manter a posse de bola, aproximar-se da baliza adversária e marcar golo, é precisamente para este objectivo que, segundo Castelo (1996), os jogadores das duas equipas, quando de posse de bola, direccionam as suas intenções e acções. A fase ofensiva do jogo, para Kacani (1984), começa assim que a equipa recupera a bola ao adversário e termina quando perde a sua posse, baseando-se na cooperação de todos os jogadores na coordenação dos elementos das várias formações, alternando ataques lentos e rápidos.. 8.

(19) Revisão da Literatura. 2.1.3.2. O Processo Defensivo. O processo defensivo representa a fase do jogo na qual uma equipa luta pela posse de bola, com vista à realização de acções defensivas, sem cometer infracções e sem permitir que a equipa adversária obtenha golo (Teoduresco, 1984). Para Castelo (1994) a fase defensiva caracteriza-se pelas acções de marcação que exprimem a oposição do conjunto dos defesas através de comportamentos táctico-técnicos individuais e colectivos, que visam essencialmente a anulação e a cobertura dos adversários e espaços livres, concretizando o cumprimento dos objectivos fundamentais da defesa: a defesa da baliza, impedindo a finalização e a recuperação da posse de bola, retirando assim a iniciativa ao adversário. Apesar de, na opinião de Castelo (1996), processo defensivo conter em si uma acção negativa, onde, a equipa não poderá concretizar o objectivo do jogo, este processo deverá ser encarado como uma forma de recurso, sendo abandonado quando se recupera a posse de bola. Na conquista de uma vantagem importante, o processo defensivo desempenhou o seu papel e, então, tem que desenvolver o ataque aproveitando esse benefício, na qual a passagem rápida ao ataque é o momento mais brilhante do processo defensivo, falamos, claro, das transições.. 2.1.3.3 Um jogo de transições Segundo Guilherme Oliveira (2004), alguns treinadores (Frade, 1989; Loius Van Gaal citado por Kormelink & Seeverens, 1997; Mourinho, 1999; Valdano 2001; Guilherme Oliveira, 2003a) consideram que o jogo não tem apenas duas fases, mas sim quatro momentos: organização ofensiva, organização defensiva, transição defesa/ataque e transição ataque/defesa. O mesmo autor refere que,. 9.

(20) Revisão da Literatura. tem mais lógica fala-se em momentos de jogo do que em fases, pois ao considerar que o jogo pode ter quatro momentos, eles deixam de aparecer sequencialmente, como acontecia nas fases, e a ordem de apresentação é arbitrária. Barreto (2003) refere que depois da destruição (defesa) é necessário construir (atacar), e é esta capacidade de coordenar estes dois tempos distintos e diversos, que muitas equipas tem dificuldade de realizar. O treinador Mourinho (2003a) refere que os jogadores, nas transições, têm de saber não só efectuar a melhor escolha como também adoptar a melhor posição. Num sistema que se baseia muito num jogo posicional de linhas e triângulos para uma perfeita cobertura do terreno de jogo nas suas diferentes fases, a equipa quando tem posse de bola deve ter os seus jogadores sempre em posição de a receber e quando não a tem, os jogadores devem apostar numa pressão, coberturas e permutas. Por sua vez, Vázquez (2003) afirma que as transições são “momentos-chave” do jogo, assim, faz todo o sentido Couto (2006) referir que as equipas equilibradas são as que melhor dominam os momentos transitórios. Já segundo Jesualdo Ferreira (2003), as equipas terríveis são as que diminuem o tempo entre o ganhar a bola e atacar e entre o perder a bola e defender. É este o segredo do jogo actual. Mourinho (2003a) é também categórico quando diz que no futebol de hoje, os dois momentos mais importantes são o momento em que se perde a bola e o momento em que se ganha a bola. Para Guilherme Oliveira (2004), o momento de transição ataque/defesa é caracterizado pelos comportamentos que se devem assumir durante os segundos após a perda da posse de bola. Por outro lado, este mesmo autor, refere que o momento de transiçao defesa/ataque é caracterizado é caracterizado pelos comportamentos que se devem ter nos segundos imadiatos à conquista da posse de bola. Assim sendo fica clara a importância das transições defesa-ataque e ataquedefesa, onde podemos perceber que são decisivos na fluidez do “jogar”, sendo. 10.

(21) Revisão da Literatura. que a ideia é reorganizar rapidamente para poder aproveitar a desorganização temporária do adversário.. 2.2 Necessidade de uma nova preocupação... “A preocupação é ter uma equipa a jogar de determinada maneira, onde o padrão, as preocupações, são sempre jogar” (Frade, 1989). 2.2.1 Conceito: Modelação Sistémica. “Devido à continua ligação entre prática e teoria atinge-se um estado superior de compreensão da realidade do jogo, sendo possível proceder-se a uma sintese, ou seja, a uma generalização e sistematização dos seus elementos fundamentais.” (Teoduresco, 1984). Moigne (1994) refere que o conceito de modelação sistémica aparece no sentido de permitir perceber e tratar fenómenos complexos (jogo), sem necessidade de os decompor analíticamente. Assim, segundo Guilherme Oliveira (2002), se entendermos o conceito de modelação sistémica como periodização “táctica”, este desenvolve-se para uma análise, conhecimento e modelização reflectida do jogo, sem que para isso seja necessário a sua redução a aspectos tácticos, físicos, técnicos e psicológicos. Reclama-se, então por uma modelização (periodização) que revele suficientemente a inteligibilidade dos fenómenos para que possa permitir a deliberação racionada, a invenção e a avaliação dos seus projectos de acção (Moigne, 1994). Para Moigne (1994), a modelação da complexidade permite aos jogadores e treinadores interessados apropriarem-se dela cognitivamente, construindo a sua. 11.

(22) Revisão da Literatura. inteligência intencional. Segundo Moigne (1994), o modelizador constroi as representações multidimensionais dos processos físicos e cognitivos no seio dos quais intervém intencionalmente; representações ou modelos sobre os quais exercerá o seu entendimento, a fim de elaborar e avaliar os projectos de acção que pode considerar. O método de modelação sistémica justifica-se por uma axiomática à qual o modelizador deve incessantemente referir-se, se não quiser construir de uma forma não consistente e se não pretender modelizar analiticamente cortando, e destruindo a complexidade em vez de a conceber na sua potencialidade (Moigne, 1994).. 2.2.2 A Complexidade dos fenómenos.... Segundo Moigne (1994) a complexidade caracteriza um sistema modelizável susceptível de manifestar comportamentos que não sejam todos pré-determinados (necessários) ainda que potencialmente antecipáveis (possíveis) por um observador deliberado desse sistema. Esta definição sugere um método de análise conceptual da complexidade instantânea de um sistema (uma “medida” de complexidade), pela colocação em correspondência (Moigne, 1994): ƒ. do. número. de. comportamentos. possíveis. desse. sistema. (ponderados pela sua probabilidade de ocorrência); ƒ. com. o. seu. número. de. comportamentos. certos. (pré-. determináveis). Existe agora, um modo de representação dos fenómenos que não esgota, e que não mutila, a ambiguidade, a imprevisibilidade, e por conseguinte, a complexidade dos fenómenos: uma complexidade a partir de então concebível. É preciso, considerando a exposição deste paradigma como adquirido, interpretá-lo. 12.

(23) Revisão da Literatura. agora em termos de método. Assim o método da complexidade é antes de mais método de concepção de modelos complexos (Moigne, 1994). Deste modo, conceber, é organizar; uma concepção é uma organização, organizada e organizante. Precisamos de construir um modelo e lê-lo na sua potencialidade organizadora, ou seja, tem de ser organizante se pretende dar conta da complexidade apercebida (imprevisibilidade essencial) do fenómeno que foi modelizado (Moigne, 1994). A concepção de um modelo com o objectivo de intervir é avaliar a situação e explorar modelos disponíveis até que, como que um puzzle, se possa corresponder às casas do modelo às peças recortadas na análise. O que acontece na prática é escolher um modelo antes e, de seguida, realizar o corte de forma a que as peças se ajustem, “como que por acaso”, nas casas reservadas à sua intenção (Moigne, 1994). É o projecto do modelizador que, ao procurar interpretar as percepções que se constroi do fenómeno, vai dar-lhe sentido, torná-lo inteligível, “compreendê-lo projectivamente”: este projecto modelizador torna-se a “causa final” relativamente à qual a representação será significativa (Moigne, 1994). Neste sentido, é necessário entender o jogo como algo complexo, para o poder perceber e analisar, não esquecendo que, a equipa obedece a uma ordem, isto é, as suas partes estão ligadas entre si e sob alguma regra (Garganta, 1996) – a dimensão táctica.. 2.2.3 A dimensão táctica do jogo Segundo Garganta (1997) o espaço de jogo dos JDC é estandardizado, tem medidas fixas e é estável. O que varia é o espaço informacional, o organizacional, em função da movimentação dos jogadores, da posse ou não da bola, da zona do terreno ocupada e da velocidade de execução das tarefas.. 13.

(24) Revisão da Literatura. Assim a táctica não se traduz apenas numa organização das varáveis físicas (tempo e espaço) do jogo mas implica, sobretudo, uma organização informacional. Como tal, nos JDC não devem apenas ser consideradas as distâncias métricas, mas também o espaço de interacção e a componente decisional (Moreno, 1994). A magnitude de uma distância, nesses contextos, avalia-se não apenas na medida das exigências do foro energético, ou físico, mas também pela dificuldade em cobri-la, de acordo com as sucessivas configurações que o jogo apresenta (Garganta, 1997). Ainda segundo o mesmo autor para que as acções tácticas sejam eficazes, os jogadores devem eleger os espaços de jogo que permitam um intercâmbio de funções entre os companheiros, ou seja, um complexo de relações mútuas que se estabelece entre os jogadores, de acordo com as finalidades das respectivas acções de jogo. Numa partida, em cada acção a realizar, os problemas prioritários que se colocam ao jogador são de natureza táctica (Garganta, 1997). Desta forma, são as situações de jogo com a variabilidade, alternância e a aleatoridade que lhes é inerente, que determinam a direcção dos comportamentos a adoptar pelos jogadores, pelo que a estes é reclamada uma atitude táctica permanente (Garganta, 1995). Os conhecimentos que o jogador dispõe, permitem-lhe orientarse prioritariamente para certas acções em detrimento de outras (Tavares, 1994). Assim, o conceito de táctica pressupõe, segundo Teoduresco (1984), a existência de uma concepção unitária da equipa (modelo) para tornar o jogo mais eficaz, ou seja, é necessário um tema geral sobre o qual os jogadores concordam e que lhes permite estabelecer uma linguagem comum Castelo (1994).. 14.

(25) Revisão da Literatura. 2.2.4 Pressupostos básicos da operacionalização do treino: modelos no processo de treino. “Um reconhecimento: toda a acção de jogo contém incerteza. Uma necessidade: realizar estratégias de comportamento, como arte de agir em condições aleatórias e adversas” (Frade, 1985). 2.2.4.1 Concepção / Filosofia de jogo “É absolutamente indispensável a existência de uma concepção, uma filosofia, uma teoria de forma a “dar” um sentido, um horizonte ao processo de treino e de jogo” (Frade, 1985). A concepção/filosofia de jogo de um treinador está relacionada com a forma como este entende o próprio jogo e que pretende que a sua equipa jogue (Frade, citado por Leandro 2003). Assim, a forma como um treinador orienta a sua equipa deverá estar relacionada com a sua filosofia de jogo. Reforçando esta ideia Caçador (citado por Fernandes, 2003) refere que se o treinador não tiver ideias perfeitamente definidas em relação ao que pretende do jogo e da equipa, certamente não terá sucesso. Segundo Leandro (2003) é de máxima importância para qualquer treinador a concepção que o mesmo tem do jogo. No entanto, para que isso aconteça é necessário ter o conhecimento de outras concepções. O que realmente se verifica é que cada treinador tem uma concepção diferente, isso consequentemente terá como resultado formas de jogar também elas diferentes. Como refere Mourinho (2002c) quando um treinador vai para um clube, deve encontrar mais do que um sistema táctico, um modelo, uma filosofia de jogo. Face a isto, um aspecto fundamental é a tarefa do treinador de transmitir aos jogadores a sua ideia de. 15.

(26) Revisão da Literatura. jogo, de forma organizada, com objectivos definidos. Por isso, Mourinho (citado por Faria, 1999, pág. 44) salienta que “tudo passa por explicar aos jogadores aquilo que eles têm de fazer”.. 2.2.4.2. Modelo de jogo: Comportamentos colectivos. “O mais importante numa equipa é ter determinado modelo, determinados principios, conhecê-los bem, interpretá-los bem, independentemente do facto de ser utilizado este ou aquele jogador. No fundo é aquilo a que eu chamo de organização de jogo” (Mourinho, 2002a) “São comportamentos que nós queremos que a nossa equipa tenha em todos os momentos de jogo. É uma forma de jogar,é “saber-se” aquilo que se tem de fazer permanentemente em todas as circunstâncias de jogo ” (Guiherme Oliveira citado por Tavares, 2003). Para Frade (1997) o conceito de Periodização Táctica está directamente relacionada com o modelo de jogo do treinador, pois constitui-se como um pressuposto fundamental que dinamiza, baliza e orienta a definição de objectivos e a selecção de meios e métodos mais adequados com vista à obtenção de melhores rendimentos (Leal & Quinta, 2001). Desta forma o modelo de jogo pode ser entendido como uma conjectura, um corpo de ideias em relação a uma determinada forma de jogar, constituindo assim como o “perfil” de jogo da equipa (Graça & Oliveira, 1994). Leandro (2003) refere também que cada concepção de jogo produz um modelo de jogo próprio, uma vez que as ideias, inerentes a uma determinada cultura de jogo, são também elas diferentes. O modelo de jogo criado, deve, segundo Leal & Quinta (2001); Guilherme Oliveira (1991); Castelo (1994) e Martins (2002), constituir-se por todo um. 16.

(27) Revisão da Literatura. conjunto de atitudes e comportamentos que permitam caracterizar a organização dos processos tácticos, suportados pelos principios de jogo, que o treinador pretende que sejam adoptados pela sua equipa, tentando assim simplificar realidades complexas, no entanto, o jogo é sempre mais complexo e completo do que a sua reprodução através de um qualquer modelo (Garganta, 1996 & Araújo, 1998). O modelo de jogo caracteriza-se assim por ser uma referência, que se deseja atingir, havendo, portanto a necessidade de construir o presente em “função” do futuro a que se aspira, tratando-se de um processo que nunca está concluido (Frade, 1985) e para a sua elaboração é necessário considerar-se não apenas as caracteristicas desse modelo, mas também as caracteristicas morfofuncionais, sócio-culturais e psicológicas dos seus jogadores, assim como as condições geográficas e climatéricas onde o clube se insere (Frade, 2001). Os modelos de jogo devem reproduzir, de uma forma metódica e sistemática, um sistema de relações que se estabelece entre os diferentes elementos duma equipa numa determinada situação de jogo, definindo tarefas e comportamentos táctico-técnicos exigíveis aos jogadores, em função dos seus níveis de aptidão e capacidade (Queiroz, 1986). Desta forma todos os jogadores em campo devem conhecer e saber o que fazer no que se refere a acções tácticas colectivas de acordo com as referências numa relação permanente e ajustada entre eles de modo a garantir eficácia colectiva (Vingada, 1989). Para Guilherme Oliveira (2002) o modelo de jogo consubstancia-se na construção de um conjunto de princípios de jogo referentes aos quatro momentos de jogo (ataque, defesa e respectivas transições), idealizados pelo treinador, que estão intimamamente relacionados com a organização estrutural utilizada, servindo como uma referência para os jogadores na competição. Podemos, portanto concluir que o modelo de jogo baseia-se na concepção/filosofia idealizada pelo treinador, no que se refere a um conjunto de aspectos essenciais para a organização dos processos ofensivo e defensivo, tais como métodos de jogo ofensivos e defensivos, os princípios de jogo, os sistemas de jogo e todo um. 17.

(28) Revisão da Literatura. conjunto de comportamentos que permitam definir a organização dos métodos ofensivos e defensivos, individuais e colectivos da equipa (Araújo, 1998). Os principios de jogo podem ser entendidos como padrões de comportamento que orientam a actividade.. 2.2.4.2.1 Principios e sub-princípios de uma certa forma de jogar “Nós não treinamos exercícios, nós treinamos princípios.” (Guilherme Oliveira citado Tavares, 2003). Os principios e sub-principios de jogo assumem um papel fundamental na caracterização dos modelos de jogo das diferentes equipas, logo como consequência, na sua forma de jogar. Por outro lado, podemos referir que os princípios de jogo, os sub-princípios, sub-princípios dos sub-princípios, são comportamentos e padrões de comportamento que os treinadores desejam ver revelados pelos seus jogadores, individual, em grupo ou colectivamente, nos diferentes momentos de jogo, na procura de soluções mais eficazes (Guilherme Oliveira, 2003b). Castelo (1996) refere que os principios estabelecem um quadro de referências para. os. jogadores,. orientando. o. pensamento. táctico. dos. mesmos,. e. consequentemente, o comportamento táctico-técnico com vista à resolução eficiente das diversas situações que a competição em si encerra. Nesta linha de ideias, torna-se importante reforçar que os princípios são representativos do “todo” que é o modelo de jogo, nunca podendo ser vistos de forma isolada (Barreto,2003) pois só dessa forma, se tornarão representativos (Guilherme Oliveira, 2002). Ainda segundo Frade (1998) o importante é que o processo de treino incuta na equipa e não nos jogadores, uma determinada alteração ou transformação que implica uma organização colectiva desses jogadores. Uma organização que promova uma forma de jogar em termos defensivos e ofensivos. É portanto, a. 18.

(29) Revisão da Literatura. articulação desses princípios e sub-princípios, nos diferentes momentos de jogo, que revelarão a verdadeira dinâmica de uma equipa, ou seja, a sua organização funcional (Guilherme Oliveira, 2003a). No entanto, esta forma de jogar (organização) segundo Frade (1998, citado por Rocha, 2000), não é apenas ter em acção uma equipa de cada lado e pô-los a jogar, mas deverá ser uma aquisição de um determinado princípio ou a articulação de um princípio com outro. A titulo de exemplo e segundo Barreto (2003), da articulação de dois princípios, em momentos diferentes, podemos referir que o “pressing alto” do F.C.Porto de José Mourinho, era feito de uma forma pressionante (zona pressing), no meio campo do adversário. Assim, o “pressing alto” da F.C.Porto era visto como um meio, criar dificuldades ao adversário, para atingir um fim, a recuperação da posse de bola o mais rapidamente possivel. No que se refere à aplicação prática dos princípios, no processo de treino, segundo o treinador pode construir o seu modelo de jogo, operando tanto de uma forma global sobre todos os princípios, como também de uma forma mais parcial ou isolada, sobre apenas um ou alguns dos princípios. Neste ponto, Guilherme Oliveira (2002) chama a atenção que, apesar de os poder desintegrar, esses princípios devem manter a sua complexidade natural, para serem representativos do “todo”. A corroborar esta ideia está Bondarchuk (1982) que refere que no treino não se deve dividir analiticamente em preparação geral, específica, capacidades condicionais, técnica, táctica, etc. O ideal é trabalhar tudo em simultâneo, com base num conjunto de exercícios específicos de treino sempre tendo como base o modelo de jogo. Assim, o modelo de jogo e os seus princípios determinam os exercícios a adoptar, prevendo-se o grau de complexidade, dificuldade de execução, exigências a nivel da coordenação motora, grau de estimulação provocada e a sua especificidade (Bondartchuk, 1982).. 19.

(30) Revisão da Literatura. 2.2.4.3 A especificidade, dentro da especificidade do jogo “Para o jogo ser jogo, o treino não pode ser outra coisa que não jogo” (Guilherme Oliveira, 1991). O conceito de especificidade pode-nos levar a várias interpretações, pois segundo Freitas (2004) este tipo de especificidade não é aquela que advém da caracterização das exigências fisiológicas, físicas ou mesmo da situacionalidade das acções da modalidade, mas sim, uma especificidade que deve ser vista como uma forma de estruturação intimamente relacionada com o modelo de jogo criado, respectivos princípios e sub-princípios, todas as exigências específicas das suas solicitações, aberta a todas as impresibilidades que a essência do próprio jogo transporta (Guilherme Oliveira, 1991). Para este mesmo autor só se poderá chamar de especificidade se houver uma permanente relação entre dimensões psico-cognitivas, táctico-técnicas, físicas e coordenativas, em correlação constante com o modelo de jogo criado e os respectivos princípios que lhe dão corpo”. No fundo, Faria (1999), resume que é necessário mais do que uma especificidademodalidade,. é. necessário. uma. especificidade-modelo. de. jogo.. Esta. “especificidade, devido às caracteristicas que o próprio jogo contém na sua essência, é um “conceito aberto ao imprevisivel, ao aleatório, ao acaso” (Carvalhal 2001:67). Centra-se na procura da adequação dos efeitos do treino não só à modalidade em causa mas fundamentalmente ao modelo de jogo, sendo essencial que o objectivo final estaja sempre em visualização (Frade, 1985). Para Frade (citado por Silva, 1998), a equipa deverá realizar o treino, ou procurará fazer, o que conjectura como competição possivel, através de exercícios mais ou menos complexos, com mais ou menos gente, num espaço maior ou menor, etc, mas sempre sobrecondicionados a uma articulação de sentido, treinando os princípios de determinada forma e sabendo coordenar isso e logo a maximização da especificidade é conseguida no treino, com a acentuação de princípios.. 20.

(31) Revisão da Literatura. Guilherme Oliveira (1991) afirma que a especificidade tem de passar a ser uma metodologia, uma forma de estar, uma filosofia de treino onde não basta afirmar que a especificidade é importante, é necessário que este “princípio” se assuma como o baluarte de toda uma metodologia adoptada. Mas Pereira (1993) num estudo realizado, vai mesmo mais longe ao demonstrar que a especificidade é mesmo uma metodologia a adoptar, no sentido de uma rentabilização máxima das capacidades do jogador e da equipa. A especificidade está relacionada com a operacionalização dos princípios, subprincípios e sub-princípios dos sub-princípios do modelo de jogo criado (Frade, 2001). Assim, segundo Guilherme Oliveira (2004), a especificidade condiciona e direcciona tudo aquilo que deve ser feito no processo de treino, nomeadamente a intervenção interactiva do treinador com o exercício e com os jogadores. O mesmo autor vai ainda mais longe e afirma que, durante a operacionalização do processo de treino, a postura do treinador vai influenciar no mesmo exercício, na mesma equipa, diferentes graus de especificidade. Para Frade (2001) o princípio da especificidade é um dos pressupostos que orienta a Periodização Táctica. Guilherme Oliveira (2004) refere que o conceito de especificidade não deve estar relacionado só com a modalidade em causa, mas também tem de estar ligado à singularidade da equipa e presente em todo o processo de intervenção, ou seja, na criação, organização e operacionalização do processo de treino.. 2.2.4.4 A “forma desportiva” de uma certa forma de jogar Para Faria (1999) o conceito de forma desportiva aparece ligado ao modelo de jogo e aos seus princípios, ou seja, a uma determinada e especifica forma de jogar. A forma desportiva é uma derivação da contínua manifestação de regularidades que a equipa possa expressar e que indicam a sua qualidade (entenda-se identidade) (Frade, citado por Faria, 1999).. 21.

(32) Revisão da Literatura. Segundo Silva (citado por Faria, 1999), a periodização deve atribuir importância primordial à “estabilização da forma desportiva”, derivado de um longo período competitivo. Completando esta ideia, Garganta (1992) refere que parece ser mais correcto evitar grandes oscilações de forma, adoptando os chamados “patamares de rentabilidade” em detrimento dos “picos de forma”. Estar em forma é conseguir estar o menos abaixo possível daquilo que eventualmente seria um máximo possível para um período bastante reduzido, durante o máximo de tempo, isto é, o máximo de rendimento possivel para o tempo de competitição. Tudo isto implica estabilizar rendimentos, regularidades, organização e adaptação (Frade, citado por Vieira, 1993).. 2.2.4.5 Os princípios metodológicos que dão corpo à estrutura da unidade de treino e ao padrão semanal, que se repete ao longo da época “Não é o treino que torna as coisas perfeitas, mas antes o “perfeito” treino é que permite obter a perfeição” (Frade, 2001). 2.2.4.5.1 Princípio da progressão complexa Na ideia de Amieiro et al. (2006) este princípio diz respeito a uma hierarquização dos principios e sub-princípios de jogo. Nada tem a ver com a uma progressão do geral para o específico, do volume para a intensidade e nem do aeróbio para o anaeróbio. Estamos, portanto, a falar de uma progressão como pano de fundo duma aquisição de uma determinada forma “jogar”, que acontece, pelo menos, em três níveis diferentes: ao longo da época, ao longo da semana (tendo em conta o jogo passado e o próximo) e por fim ao longo de cada unidade de treino, tornando-se assim, uma progressão complexa onde cada nível tem relação com os demais.. 22.

(33) Revisão da Literatura. Após a desintegração dos princípios em sub-princípios e sub-princípios dos sub-princípios do modelo de jogo, torna-se necessário reintegrá-los, sempre dentro de uma dinâmica do processo, de uma vivência hierarquizada dos princípios de jogo (Amieiro et al., 2006), porém, para perceber a lógica estrutural do padrão semanal na sua totalidade é necessário associar ao princípio da progressão complexa o principio da alternância horizontal em especificidade.. 2.2.4.5.2 Princípio da alternância horizontal em especificidade. “A estruturação da semana de treino e do que fazer em cada dia não está apenas relacionada com os objectivos tácticos, mas também com o «regime físico» a priveligiar, na medida em que tenho de ter em conta, por exemplo os aspectos da recuperação, nomeadamente no que diz respeito à proximidade ou não do jogo anterior e do próximo. Portanto, num determinado dia o trabalho táctico-técnico incide mais sobre a recuperação do último jogo, noutro dia, sobre aquilo que eu, para simplificar, chamo de «força técnica», e assim sucessivamente.” (Mourinho citado por Amieiro et al., 2006). O principio metodológico acima referido é fundamental na concretização da Periodização Táctica, funcionando como que um guia processual, pois para além da aquisição hierarquizada do modelo de jogo criado e dos princípios que lhe dão corpo, é necessária uma preocupação em manter uma regularidade semanal no que diz respeito à alternância dos diferentes padrões de desempenhorecuperação (Amieiro et al., 2006). Isto remete-nos para o tema da dinâmica das cargas, onde Bondarchuk (1992) defende uma utilização, ao longo de toda a época, de uma percentagem muito elevada de exercícios específicos com intensidade elevada e volume constante. De acordo com esta ideia, Court (1992) salienta que os exercícios específicos só produzem resultados positivos se trabalhados a altas intensidades durante toda a época desportiva.. 23.

(34) Revisão da Literatura. Para Carvalhal (2001), tudo é feito em alta intensidade, ou seja, velocidade em concentração. O treino específico requer intensidades máximas, então o volume deverá ser o das intensidades máximas acumuladas. Neste ponto, o mesmo autor refere que a recuperação deve estar sempre presente entre os exercícios. Segundo. Silva. (1993,. citado. por. Vieira,. 1993),. devemos. trabalhar. fundamentalmente acções de máxima intensidade instantânea, que tem a vantagem de não ser tão desgastante assegurando, assim, uma fácil recuperação, pois será importante estabilizar também as recuperações (Carvalhal, 2001). Assim, Amieiro et al. (2006) referem que a recuperação se processa alternando o padrão de contracção muscular dominante, realizando treinos mais descontínuos e treinos menos descontínuos ao longo da semana (alternância horizontal), sempre subordinados ao princípio da especificidade. Assim, estes autores concluem que a lógica de distribuição dos conteúdos pelas diferentes unidades de treino é assegurada pelo princípio da progressão complexa e da alternância horizontal em especificidade, sempre tendo em consideração a recuperação e o desgaste global, onde podemos inserir o “físico” e o “mental-emocional”, resultante do grau de complexidade dos desempenhos.. 2.2.4.5.2.1. –. O. desgaste. “mental-emocional”.. Efeitos. da. concentração. Como ponto de introdução, seria interessante procurar um entendimento daquilo que é concentração; Silvério e Srebro (2002) defendem que a definição de concentração comporta duas dimensões: por um lado, a capacidade de prestar atenção à informação pertinente e ignorar a irrelevante e os estímulos perturbadores e, por outro, a capacidade de manter essa atenção durante um longo período de tempo. Assim sendo, e, para Freitas (2004), as informações pertinentes para um jogador seriam as suas funções em campo, a posição da bola. 24.

(35) Revisão da Literatura. e a posição e os movimentos dos seus colegas e adversários. As informações irrelevantes e perturbadores seriam o ruido do público, fotógrafos, jornalistas e pensamentos negativos e de insegurança. A concentração tem, por isso, a ver com os mecanismos de atenção selectiva, que pode ser interna ou externa (Cruz, 1996). O mesmo autor refere que o elevado número de estímulos a que um jogador está sujeito no decorrer de um exercício de treino ou num jogo propicía a que a eficiência das acções esteja altamente dependente da capacidade de concentração, para que para que possa assimilar e consolidar os comportamentos inerentes às suas funções em campo (Lopes, 2005). Assim sendo, a concentração surge, segundo Frade (1990, citado por Freitas, 2004), do agir em função de um propósito e é isso que faz crescer o investimento emocional e a concentração – a verdadeira especificidade. A esta perspectiva, Mourinho (2002b) acrescenta que uma das coisas que faz com que o seu treino seja mais intenso é a concentração que exige, associado portanto a um desgaste em termos emocionais (Fernandes, 2003). Ora, reconhecendo a importância desse desgaste, resultante do jogar concentrado, impõe-se a necessidade de um conceito de recuperação diferente do tradicional, ou seja, daqueles que se reporta apenas à dimensão físiológica dos jogadores (Lopes, 2005). O mesmo autor, complementa referindo que desta forma importa que durante a organização e gestão do processo de treino, na distribuição semanal dos conteúdos, haja respeito pelas consequências que dimanam do facto de os jogadores terem de estar concentrados (Lopes, 2005). A este desgaste “mental-emocional”, Frade (2004) dá o nome de “fadiga táctica”. enquanto. tradução. da. incapacidade. de. os. jogadores. estarem. concentrados nas acções que caracterizam a forma de jogar da sua equipa.. 25.

(36) Revisão da Literatura. 2.2.4.5.3 Princípio das Propensões Quando se pretende aprender ou melhorar um determinado princípio ou subprincípios de jogo a melhor forma de o fazer é criando exercícios para os treinar. Remetendo para o que diziam Goleman et al. (2002), é necessário criar um espaço onde os velhos hábitos possam ser evitados e possam ensaiar o novo comportamento. Frade (2004) considera que o exercício é uma configuração de um determinado existir, ou seja, interessa que certas coisas que se prendem com um princípio apareçam mais vezes que outras. Este autor considera, por isso, que a configuração do exercicío e o tempo de acção devem ser propensos ao aparecimento frequente de determinados comportamentos, levando a uma aquisição do princípio. É aquilo a que Carvalhal (2001) designa por “exercícios condicionantes”, pois segundo ele os exercícios condicionam o fazer. Se, por exemplo, configurarmos um exercício onde uma equipa está reduzida ao seu sector. defensivo,estando. constantemente. a. defender. certamente. que. o. aparecimento de comportamentos relacionados com a organização defensiva de sector defensivo está a ser exponenciado. E aí surgirão muitas oportunidades de “moldar” esses comportamentos. Jensen. (2002). refere. que. a. respeito. do. sucesso. da. recuperação. (eventualmente, no jogo) de memórias aprendidas, é sempre muito dependente do estado, tempo e do contexto. Toda a aprendizagem é associada a dados sensoriais: tais como visões, cheiros e localizações (Jensen, 2002). Então, para Fernandes (2003), a exercitação deve decorrer num espaço “com significado” (zona do campo, corredores, posicionamento dos colegas, áreas e linhas do campo, etc), para que os jogadores tenham alguns referenciais (neste caso visuais).. 26.

(37) Enquadramento Metodológico. 3. Enquadramento Metodológico 3.1 Caracterização da Amostra Sendo o objectivo deste trabalho aferir se as metodologias utilizadas, no alto. rendimento nacional de Futsal se enquadram dentro da metodologia “periodização táctica”, apresentaremos entrevistas realizadas a seis treinadores de Futsal da 1ª Divisão Nacional de Futsal: Adil Amarante – Treinador do S.L.Benfica Paulo Fernandes – Treinador do S.C.Portugal Paulo Tavares – Treinador do G.D.Fundação Jorge Antunes Luís Almeida – Treinador do Módicus – Sandim Miguel Couto – Treinador do Junqueira Joaquim Brito – Treinador da A.R.Freixieiro Foram escolhidos estes treinadores, pois, pelo menos quatro das equipas, são consideradas “profissionais” e duas “amadoras”. Decidimos apresentar os resultados e as entrevistas em anexo, por uma questão de confidencialidade, chamando os entrevistados por Treinador A,B,C,D,E e F.. 3.2 Metodologia A técnica adoptada para a recolha de dados, foi uma entrevista aberta. Foi utilizado um gravador Olympus – Pearlcorder J300 e cassetes Sony, com o conhecimento e autorização dos entrevistados. Tendo em vista a análise pormenorizada das entrevistas, estas foram transcritas para o programa Microsoft Word do Windows XP Professional, através de um computador portátil Sony Vaio VGN-S5HP.. 27.

(38) Enquadramento Metodológico. Nas entrevistas, foi utilizado um guião de perguntas, por nós elaborado, que durante a entrevista serviu de orientação para a realização da mesma. A realização do guião, com base na parte teórica deste trabalho, sustentando-se numa pesquisa bibliográfica e documental, tendo em vista a concretização dos objectivos deste estudo, aplicou-se fundamentalmente pelo facto de ser um meio precioso para uma condução clara e estruturada da entrevista. Devido à problemática deste estudo ser muito recente no Futsal, considerou-se que a utilização deste meio de recolha de dados, através de uma entrevista, poderia fornecer elementos de reflexão importantes e variados em termos de qualidade de conteúdo, pondo de parte a quantidade de conteúdo, comparativamente a utilização de um inquérito. As questões realizadas foram relativamente abertas, para que os intervenientes pudessem expor os seus pontos de vista de uma forma clara e o mais aprofundada possível. Em alguns casos foram adicionadas ao formulário algumas perguntas, com o intuito de esclarecimento de ideias. Na apresentação dos resultados serão transcritas as afirmações consideradas mais importantes para o estudo. Para melhor contextualizar as referidas afirmações, deve-se recorrer aos anexos, onde as entrevistas vêm reproduzidas na integra.. 3.3 Recolha de dados. A recolha de dados teve lugar nos meses de Abril e Maio de 2007. As entrevistas foram realizadas após os treinos nos respectivos clubes ou em Hotéis onde as equipas estagiavam.. 28.

(39) Apresentação, Análise e Discussão de Resultados. 4 Apresentação, Análise e Discussão de Resultados A revisão da literatura efectuada permitiu identificar e esclarecer uma orientação metodológica para o processo de treino em Futsal. Esta orientação metodológica tem como designação “Periodização Táctica” e é defendida por diversos autores, tendo sido o seu mentor o Professor Vítor Frade. Na sequência deste conceito, remetemos para este ponto do trabalho, o confronto das diversas opiniões expressadas pelos treinadores. Essas ideias e concepções serão fundamentais no desenvolvimento deste trabalho monográfico, permitirão esclarecer alguns conceitos. Vamos, ao longo desta discussão, ter como núcleo central, os pressupostos pelos quais se rege a Periodização Táctica, sendo esta que irá nortear toda a discussão. A análise da amostra terá como objectivo, verificar se ao nível do alto rendimento nacional, os intervenientes no processo de planeamento do treino se aproximam desta realidade científica, teórica e necessariamente prática. No desenvolvimento da discussão serão também analisados e apresentados os resultados das entrevistas. O texto integral de cada uma das entrevistas poderá ser consultado nos anexos.. 4.1 Como é que os treinadores vêm e dividem os momentos/fases do jogo de futsal? Parece-nos fundamental, no sentido do organizarmos as ideias, começar por tentar perceber como é que treinadores entrevistados vêm o jogo de futsal, e, acima de tudo, como é que dividem as suas fases/momentos. Como referimos anteriormente, a equipa deve ser vista como um todo, como um sistema organizado em função de um objectivo, nas diferentes fases do jogo. Assim sendo, a revisão da literatura, segundo alguns autores, sugere claramente que o jogo de. 29.

(40) Apresentação, Análise e Discussão de Resultados. futsal apresenta quatro momentos: a organização ofensiva, a organização defensiva, a transição defesa/ataque e a transição ataque/defesa. Em relação a este tema, o treinador A refere que divide o jogo em “dois grandes momentos: defensivo e ofensivo”, pois vê as transições como “componentes não essenciais. do modelo de jogo, que serão sempre. condicionadas pelo estudo do adversário”. Por seu lado, o treinador B e D são de diferente opinião, afirmando que dividem o jogo em quatro momentos: o ataque, a defesa e as respectivas transições. Concordando com esta divisão, o treinador C é mesmo peremptório afirmando que dá primazia à organização defensiva, depois a organização ofensiva e todas as variantes que conduzem a esses mesmos princípios tanto defensivos como ofensivos. E em seguida o processo de transição: ataque-defesa e defesa-ataque. Tendo em consideração todas as afirmações dos diferentes treinadores, parece haver algumas divergências na maneira como dividem os momentos do jogo. Obviamente que isto vai implicar diferentes maneiras de perceber o jogo.. 4.2 A Táctica como requisito fundamental.... Seguindo a nossa bibliografia, verificamos a existência de quatro dimensões de jogo: táctica, técnica, fisica e psicológica. Percebemos que, adoptando o conceito de Periodização Táctica, a forma como as diferentes dimensões são abordadas divergem, pois apoiando-nos na nossa revisão, percebemos que o jogo é fundamentalmente táctico. Como é referido atrás, a táctica desempenha um papel importante, pois é percebida como um factor integrador e simultaneamente condicionador de todos os outros.. 30.

(41) Apresentação, Análise e Discussão de Resultados. Quando confrontado sobre qual o requisito mais importante para um jogador estar adaptado à forma de jogar da equipa, o treinador A refere que dá importância à “situação táctica”, pois é “a base do seu modelo”. O treinador C refere mesmo que o mais importante é contextualizar todo o trabalho em função daquilo que pretende, dando mesmo um exemplo: ”se não tiver uma equipa dotada de uma capacidade física interessante, não consegue trabalhar uma defesa forte, trabalhar transições rápidas porque vai faltar velocidade. Por outro lado, se analisar essas circunstâncias, vai ver que se tiver uma equipa extremamente dotada de uma capacidade física, mas se não tiver raciocínio táctico, quando roubam uma bola não sabem o que fazer com ela.” O treinador D corrobora com o anterior, referindo que “trabalhamos todos eles de forma integrada, dando maior enfâse aqueles que, em determinadas situações, sejam mais importantes .Se estiver a trabalhar a componente do ataque organizado, já tenho de dar muito maior enfâse à técnica e táctica. Na defesa, também já tem a ver com a parte psicológica, principalmente se estivermos a trabalhar inferioridade numérica defensiva e é muito importante o tipo de concentração, a parte volitiva do atleta, portanto, vamos adaptando os princípios de acordo com as situações mais específicas.” Para o treinador E, o ênfase deve ser dado a todos, pois “fisicamente, toda a gente sabe que numa modalidade destas se não estiver bem fisicamente, nem tão pouco pensa. Por isso eu acho que todos eles são importantes, cada um na sua área.” O mesmo treinador afirma também, que “a parte psicológica é uma parte mais dificil.” De encontro com esta ideia vão as afirmações do treinador B, para quem “o mais importante é o psicológico”, pois os jogadores tem capacidades técnicas e tácticas praticamente idênticas. Quando confrontado com esta questão, o treinador F, refere que “defender é a atitude, o querer, depois, naturalmente, está o posicionamento.” Mas fomos ainda mais longe, questionando acerca do papel do preparador físico de cada treinador, onde podemos verificar uma grande variância nos. 31.

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