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Grupo IV Animais sadios submetidos a cateterismo central bilateral e uma sessão de hemodiálise clássica de seis horas de duração (uma sessão – mono-lúmen).

GII GIII G

Figura 20 - Fluxo de sangue (ml/min) de eqüinos hígidos em hemodiálise com cateteres de mono e duplo-lúmen.

Os resultados de fluxo sanguíneo nos três grupos experimentais dialisados foram bastante uniformes, ocorrendo poucas diferenças. Para o grupo II, o tempo 1 diferiu (p<0,05) dos tempos 3, 4, 5, 6, 7 e 8, apresentando o primeiro valor mais baixo. Este fato se deve ao início da diálise, momento no qual o fluxo sanguíneo é menor, pois a sua elevação é gradual, conforme a disponibilidade do acesso vascular.

Entre os grupos foi observado diferença (p<0,05) nos tempos 5, 6 e 7 do grupo I, em relação ao grupo II.

O fluxo sanguíneo pode sofrer diversas alterações durante uma sessão de hemodiálise com seis horas de duração. Alterações do fluxo de sangue, via de regra, representam disfunção do cateter, como citado por Thomé et al. (1999), Besarab e Raja (2003) e Ram et al. (2005), sendo as mais comuns provocadas por obstrução ou mal posicionamento do mesmo.

Sempre que ocorreu a interrupção brusca do fluxo de sangue, duas medidas foram tomadas como procedimentos padrão. A primeira providência consistiu no reposicionamento do cateter por meio de massagem sobre o sulco da jugular, ou pela elevação e estiramento do pescoço e cabeça por alguns instantes. Essas ações normalmente promoveram o retorno do fluxo sanguíneo por eliminarem a oclusão posicional da luz do cateter, concordando com as observações de Thomé et al. (1999), Besarab e Raja (2003) e Ram et al. (2005)

Nos casos em que a obstrução do fluxo sanguíneo persistiu mesmo após a tentativa de reposicionamento do cateter, a diálise foi interrompida por alguns segundos e realizou-se a lavagem do

lúmen do cateter com solução salina 0,9%. Nas situações em que foi necessária, a infusão de solução salina para desobstrução do cateter se mostrou efetiva, embora D’Cunha e Besarab (2004) indiquem o uso de soluções fibrinolíticas para esta finalidade.

Em função destas variações, o fluxo sanguíneo sofreu algumas alterações, como apontado pelas diferenças observadas.

No caso da hemodiálise em seres humanos, Santoro et al. (2006) indicam um valor mínimo de 250 ml/min. para que o acesso vascular seja adequado. Já para D’Cunha e Besarab (2004), o cateterismo é considerado inadequado quando o fluxo sanguíneo obtido é menor do que 300 ml/min.

O fluxo sanguíneo mínimo foi atingido para os três grupos experimentais em ambos os protocolos de cateterismo testados. Há que se considerar, entretanto, a diferença de volume plasmático a ser tratado na espécie eqüina por ser um animal de grande porte. Perante estes valores de fluxo sanguíneo, a dose de diálise deve ser adequada em termos de tempo e eficiência do dialisador.

O fluxo estabelecido para o dialisato foi de 500 ml/min., como sugerido por Daugirdas e Van Stone (2003), sendo este valor mantido durante todas as hemodiálises. Para esta velocidade de fluxo de dialisato, o fluxo de sangue preconizado foi de 500 ml/min., correspondendo à capacidade máxima da máquina de diálise utilizada. Apesar desta velocidade de fluxo sanguíneo ter sido alcançada durante a diálise, a média observada permaneceu aquém deste valor. Ainda assim, os valores médios de fluxo sanguíneo nos grupos II, III e IV

estão dentro dos limites propostos por Daugirdas e Van Stone (2003).

O fluxo médio de sangue obtido no presente estudo também se aproximou dos valores descritos por Vivrette et al. (1993), que obtiveram fluxos de sangue entre 214 a 330 ml/min., para um fluxo constante de dialisato de 500 ml/min. Deve-se ressaltar, entretanto, que Vivrette et al. (1993) trabalharam com um potro de 72 kg, o que pode ser comparado a um indivíduo adulto pesando 70 kg.

Neste estudo foram utilizados animais com média de peso superior a 230 kg, sendo este um aspecto relevante, por determinar um volume plasmático a ser depurado bastante superior ao previsto para um ser humano adulto.

Veenman et al. (2002) trabalharam com eqüinos entre 100 e 150 kg de peso e preconizaram um fluxo de sangue de 2 ml/kg/min., utilizando para tal o acesso vascular veno-venoso temporário bilateral com cateteres mono-lúmen de calibre 7,5 Fr.

Adotando-se a recomendação de Veenman et al. (2002) os fluxos sanguíneos médios alcançados nos grupos II, III e IV podem ser considerados insuficientes. Contudo, individualmente, os animais com peso inferior a 240 kg atingiram valores de 2ml/kg/min. durante a sessão de hemodiálises.

Seguindo-se as sugestões descritas por Mashita (1994), Tanaka et al. (1992) e Ijima (1995) a velocidade mínima de fluxo sanguíneo para os animais deste estudo deveria ser estipulada entre 600 a 900 ml/min., podendo chegar a fluxos de 1.800 ml/min., sendo estes dados bastante superiores às médias observadas na Tab. 25.

Sabe-se que valores de fluxo de sangue elevados são indicados para aumentar a eficiência dialítica, quando há necessidade de depuração de maior volume de sangue. Deve-se associar a este fato a recomendação de Daugirdas e Van Stone (2003), de que o fluxo de sangue deve acompanhar o fluxo de dialisato, e não se tornar muito superior a este, sob risco de diminuição da eficiência da diálise por dificultar mecanismos de difusão de solutos. Assim, valores de fluxo sanguíneo máximos de 600 ml/min. parecem ser mais adequados para acompanhamento do fluxo de dialisato de 500 ml/min., empregado neste estudo. Considerando apenas estes aspectos, os resultados não foram adequados ao porte dos pacientes tratados.

Ainda, em relação às recomendações para fluxo sanguíneo deve-se lembrar que foram feitas para seres humanos e caninos, cujo tempo de hemodiálise adotado é relativamente curto, de duas a quatro horas de tratamento por sessão, que são suficientes para o tratamento de indivíduos com pesos corporais entre 10 e 70 kg. Portanto, o fluxo de sangue deve ser o maior possível em relação ao tamanho do paciente, mas não deve superar o fluxo de dialisato.

Outro ponto chave a ser considerado em relação ao fluxo de sangue é o equipamento de diálise empregado. Neste trabalho, a máquina de proporção utilizada permitiu velocidade de bomba de sangue máxima de 500 ml/min., sendo portanto este o limite imposto, e que foi efetivamente alcançado na maioria dos animais, nas primeiras horas de diálise. A eficiência da hemodiálise não depende exclusivamente do fluxo de sangue, mas

também da eficiência do dialisador utilizado e do tempo de cada sessão, como descrevem Daugirdas e Van Stone (2003). Os fatores determinantes da quantidade de hemodiálise aplicada são, em primeiro lugar, a duração (tempo) da sessão, seguida pelo fluxo sanguíneo alcançado e a eficiência do dialisador (Daugirdas et al., 2003b). Sendo assim, as características do dialisador e o tempo devem ser discutidos conjuntamente com o fluxo.

Em relação ao tempo, os conceitos atuais de adequação dialítica em seres humanos portadores de insuficiência renal crônica preconizam a diminuição do tempo de cada sessão de hemodiálise, procurando proporcionar maior conforto ao paciente que depende deste tratamento continuamente (Castro, 1994).

No entanto, esta preocupação descrita por Castro desde 1994 não se aplica totalmente para situações onde a diálise é emergencial, em tratamentos de curta duração, que como ressaltou Veado et al. (2002), consiste na grande maioria dos casos em medicina veterinária. A adequação do tempo de diálise, nas condições agudas, depende diretamente do dialisador disponível e do fluxo sanguíneo adquirido com acesso vascular. Em seres humanos adultos Daugirdas et al. (2003b) recomendam inicialmente 240 minutos de hemodiálise, para fluxo sanguíneo de 350 ml/min. e fluxo de dialisato de 500 ml/min. Já Gourley et al. (1973), Cowgill e Lagnston (1996) e Elliott (2000) concordam com sessões de diálise de 180 a 300 minutos, com exceção da primeira hemodiálise, em que sugerem tempo máximo de 60 a 120 minutos.

O tempo de diálise estipulado para esta pesquisa foi fixado em 360 minutos, exatamente para serem observadas as diferenças na eficiência dialítica, pelo uso de diferentes cateterismos e pelo aumento de área de troca do dialisador.

Um aspecto prático na avaliação do tempo da sessão de hemodiálise é a contagem do número de vezes que o volume plasmático total é depurado. Em seres humanos o volume plasmático total é depurado cerca de 10 a 15 vezes em uma sessão de diálise (Veado et al., 2002).

Para um eqüino de 250 kg de peso corporal, o volume sangüíneo é cerca de 20.000 ml (8% do peso). Com uma velocidade de fluxo sangüíneo de 350 ml/min, em seis horas de diálise, este animal terá seu volume total de sangue depurado cerca de 6,3 vezes. Para animais de grande porte, pesando mais de 200 kg, fluxos de sangue inferiores a 500 ml/min. podem diminuir a eficiência da diálise por levarem a um reduzido número de passagens do sangue pelo circuito extracorpóreo, tornando um procedimento de 360 minutos insuficiente.

Objetivando-se um valor médio de 12 passagens do volume sanguíneo pelo circuito extracorpóreo, o tempo de cada hemodiálise corrigido seria de aproximadamente 12 horas contínuas. Desta forma, utilizaram-se dois hemodialisadores, conectados em série, visando duplicar a área de superfície de troca, sem perda da eficiência, para uma sessão de seis horas de diálise. O número de passagens, do volume sangüíneo pelos dialisadores, foi de 13,95 + 3,10, 13,54 + 3,12 e 11,72 + 2,72 vezes, para os grupos II, III e IV, respectivamente, o que corresponde à cerca de 40 litros de

sangue depurados a mais, nos animais dos grupos II e III (duplo-lúmen), em relação aos do grupo IV(mono-lúmen) (Tab. 26). Os dados da Tab. 25 e 26 indicam que, para animais de grande porte, pesando mais de 200 kg, fluxos de sangue inferiores a 500 ml/min. podem diminuir

a eficiência da diálise por levarem a um reduzido número de passagens do sangue pelo circuito extracorpóreo, tornando um procedimento de 360 minutos insuficiente.

Tabela 26 - Número de passagens do volume plasmático total pelo circuito extracorpóreo ao longo de 360 minutos de hemodiálise (média ± desvio padrão).

Grupos* GII GIII GIV

Número de passagens (um dialisador) 6,97 ± 1,55 6,77 ± 1,56 5,86 ± 1,36 Número de passagens (dois dialisadores) 13,95 ± 3,10 13,54 ± 3,12 11,72 ± 2,72 * Grupo II: Cateter duplo-lúmen e uma sessão de hemodiálise; Grupo III: Cateter duplo-lúmen e duas sessões de hemodiálise; Grupo IV: Cateter mono-lúmen e uma sessão de hemodiálise.

Levando-se em conta os fatores que determinam a dose de diálise, as alternativas possíveis nestas condições incluem o aumento no tempo de cada sessão de diálise, ou o aumento na eficiência do dialisador.

Considerando-se os valores expostos na Tab. 26 e objetivando-se um valor médio de 12 passagens do volume sanguíneo pelo circuito extracorpóreo, nos animais desta pesquisa o tempo de cada hemodiálise corrigido seria de aproximadamente 12 horas contínuas. Embora não exista tempo máximo para se manter um indivíduo em hemodiálise, o aumento na duração da sessão implica em grande desconforto para o paciente e também para a equipe de trabalho. Contudo, a adequação da hemodiálise ainda pode sofrer influência da eficiência do hemodialisador.

O hemodialisador selecionado para este estudo seguiu a recomendação da maioria dos autores (Cowgill e Langston, 1996; Elliott, 2000; Daugirdas et al., 2003b;

Prado et al., 2005), motivo pelo qual optou-se por uma membrana sintética de baixo fluxo. Para este equipamento, a sua superfície de troca é o fator determinante da sua eficiência.

Dada a importância da área ou superfície de troca do dialisador, associada ao peso corporal dos eqüinos, procurou-se trabalhar com o maior tamanho possível de hemodialisador, de 1,8 m2. Além disso, para proporcionar aumento na área de troca, trabalhou-se com dois hemodialisadores iguais, conectados em série, duplicando a eficiência da diálise. O uso de dois hemodialisadores, para o mesmo paciente, já foi descrito em seres humanos. Eles podem ser configurados em série e em paralelo, sendo a primeira opção considerada mais efetiva (Polaschegg, 2006; Eloot et al., 2005). O número de passagens do volume plasmático total no circuito extracorpóreo, para os grupos II, III e IV, considerando-se a duplicação do

hemodialisador estão expostos na Tab. 26. O número de passagens do volume sanguíneo pelo sistema foi semelhante àquele estipulado nas diálises em seres humanos. A partir da observação destes dados, pode-se considerar o tempo de 360 minutos de hemodiálise suficiente.

A área de troca do dialisador também pode ser adequada ao peso do paciente como proposto por Barreira (1998). O índice sugerido por este autor entre área de troca sobre o peso do paciente é de, no mínimo no 0,024 m2/kg.

O cálculo da relação entre a superfície do dialisador (m2) e o peso corporal médio (kg) dos animais dos grupos II, III e IV foi de 0,015, 0,016 e 0,014 m2/kg, respectivamente.

Para esta finalidade, é interessante notar que a área do dialisador utilizado (1,8 m2) foi multiplicada por dois, visto que foram empregados dois hemodialisadores por eqüino.

Analisando-se estes dados constata-se novamente a grande dificuldade em adaptar o equipamento de hemodiálise e o conhecimento já pré-estabelecido para espécies de grande porte. Os índices alcançados, mesmo com a duplicação da área de troca, ainda são inferiores aos valores recomendados por Barreira (1998). A avaliação destas respostas indica que, para eqüinos, idealmente, a área de troca disponível deve ser de aproximadamente 6 m2, desconsiderando- se dados de fluxo sanguíneo e tempo de diálise. Entretanto, a avaliação da eficiência deve considerar a análise conjunta de todos os fatores envolvidos. Para verificar se a dose de hemodiálise indicada é suficiente, são mensurados parâmetros que representam a depuração do sangue durante cada sessão, isto é, a

quantidade de solutos removida, quantificada pelo clearance, como sugerido por Depner (2005).

Nesta pesquisa foram avaliadas as taxas de depuração de uréia e creatinina em intervalos pré-determinados durante a diálise. Os clearances para uréia e creatinina foram calculados a partir da fórmula proposta por Daugirdas e Van Stone (2003) e estão descritos para os grupos II, III e IV na Tab. 27 e Fig. 21 e 22.

Segundo Depner (2005) a simples medida do clearance de uréia trata-se de uma estimativa grosseira da eficiência da diálise, mas pode ser de grande utilidade para avaliações imediatas da dose de diálise aplicada.

No presente estudo utilizou-se a taxa de remoção de uréia e creatinina por não existirem na literatura parâmetros que indiquem com melhor precisão a adequação da diálise em eqüinos. Somando-se a este fato, ressalta-se que não foi objetivo primário deste trabalho testar ou promover a remoção de solutos de baixo peso molecular, visto que este evento já é comprovado para o dialisador empregado.

Os clearances mensurados nos diferentes tempos de diálise, para ambos os protocolos de cateterismo preconizados não apresentaram quaisquer diferenças (p>0,05) entre os tempos ou grupos. A única exceção é feita nos grupos II e IV, cujas amostras 6 diferiram (p<0,05). Os dados de clearance expressos na Tab. 27 podem variar grandemente, durante o decorrer da diálise, pois sofrem influência de diversos fatores, como fluxo sanguíneo e estado de hidratação do animal. A perda de água durante o procedimento dialítico, em animais sem distúrbios

hidroeletrolíticos prévios, diminuirá falsamente os valores de clearance.

Além disso, as análises do clearance de uréia e creatinina revelaram um coeficiente de variação elevado e um desvio padrão que, em alguns momentos, superou a média encontrada. O elevado valor do desvio padrão produziu sobreposição do intervalo de confiança, dificultando a análise destes dados e revelando respostas individuais. A remoção de uréia e creatinina durante uma sessão de hemodiálise é determinada principalmente por suas concentrações séricas pré-diálise. Ou seja, o valor de clearance estipulado para um paciente depende do grau de azotemia/uremia do mesmo. O transporte difusivo dos solutos pela membrana depende de um gradiente de concentração entre sangue e dialisato (Cowgill e Langston, 1996; Elliott, 2000). Exceção é feita somente para a primeira sessão de diálise, na qual a taxa de remoção da uréia não deve ser superior a 40% (Daugirdas et al., 2003b).

Para este estudo, a informação de maior relevância é a ausência de diferenças nos clearances para os diferentes cateteres utilizados. A taxa de remoção de solutos, em alguns momentos, foi superior a 40%, sugerindo que o sistema de diálise adotado e a eficiência do mesmo foram satisfatórios.

Todos os indivíduos submetidos aos tratamentos apresentavam-se saudáveis, com concentrações séricas de uréia e creatinina dentro dos valores de referência para espécie eqüina. Estes valores iniciais de uréia e creatinina não colaboram para estabelecimento de um gradiente de concentração pronunciado. Assim, a depuração de uréia e creatinina foram consideradas satisfatória.

4.5 - Anticoagulação

A anticoagulação durante uma sessão de hemodiálise é essencial para que não ocorra a coagulação do sangue no circuito extracorpóreo, e é realizada universalmente com heparina sódica (Hertel et al., 2003).

Para anticoagulação do circuito de diálise foram adotadas as recomendações descritas por Hertel et al. (2003) utilizando-se heparina sódica como recomendado por Vivrette et al. (1993), Guimarães et al. (2002), Veado et al. (2002) e Veenman et al. (2002).

A quantidade de heparina administrada foi dividida em uma dose inicial para preenchimento do sistema, seguida por doses reduzidas de manutenção durante toda a hemodiálise, sendo estes dados compilados na Tab. 28. Esta apresenta a quantidade de heparina média em mililitros e unidades internacionais, por grupo a cada hora, e a quantidade de heparina administrada por grupo, a intervalos de 30 minutos.

Considerando a quantidade média de heparina administrada por hora, ao longo de 360 minutos de hemodiálise, nos grupos II, III e IV, nenhuma diferença entre estes pôde ser detectada. Destaca-se que as dosagens acima estão expressas em mililitros, sendo que 1ml da droga convencional possui 5.000 UI de heparina sódica.

Tabela 27 - Depuração da uréia e da creatinina em eqüinos hígidos submetidos à hemodiálise (média ± desvio padrão do percentual).

Tempos**/Grupos* GII GIII GIV

Depuração de uréia (%) Amostra 1 55,28 ± 66,92 31,35 ± 14,80 30,18 ± 13,42 Amostra 2 16,30 ± 26,66 20,43 ± 28,25 14,37 ± 13,81 Amostra 3 39,84 ± 8,99 21,72 ± 18,15 12,73 ± 16,35 Amostra 5 60,09 ± 80,14 16,19 ± 49,50 35,84 ± 14,78 Depuração de creatinina (%) Amostra 1 60,10 ± 90,65A 37,19 ± 34,28 47,54 ± 73,36A Amostra 2 25,14 ± 34,50A 15,80 ± 58,70 -2,22 ± 17,21A Amostra 3 11,56 ± 17,96A 13,05 ± 64,52 7,93 ± 69,79A Amostra 4 17,61 ± 39,05A - 9,83 ± 44,95 -29,04 ± 44,48A Amostra 5 -35,33 ± 53,86A 15,48 ± 57,02 17,33 ± 40,99A Amostra 6 41,40 ± 33,76Ba -10,00 ± 41,23b 35,77 ± 38,81Ba AB

médias seguidas por letras maiúsculas, na mesma coluna, diferem (P<0,05). ab

médias seguidas por letras minúsculas, na mesma linha, diferem (P<0,05).

* Grupo II: Cateter duplo-lúmen e uma sessão de hemodiálise; Grupo III: Cateter duplo-lúmen e duas sessões de hemodiálise; Grupo IV: Cateter mono-lúmen e uma sessão de hemodiálise.

**Amostra 1: 30 minutos após o início da diálise; Amostra 2: 60 minutos após o início da diálise; Amostra 3: 90 minutos após o início da diálise; Amostra 4: 120 minutos após o início da diálise; Amostra 5: 150 minutos após o início da diálise;Amostra 6: 180 minutos após o início da diálise.

0 20 40 60 80 100 1 2 3 4 Tempo de diálise Ta x a de r e m o ç ã o ( % )

GII GIII GIV

-60 -40 -20 0 20 40 60 80 1 2 3 4 5 6 Tempo de diálise T axa d e remo ção ( % )

GII GIII GIV

Figura 22 - Depuração da creatinina em eqüinos hígidos submetidos à hemodiálise.

Avaliando-se a quantidade de heparina administrada a cada 30 minutos, várias diferenças foram observadas dentro dos grupos, em diferentes tempos, contudo, entre os grupos, no mesmo tempo a uniformidade foi mantida, sendo a única exceção à amostra 2 do grupo II, que diferiu dos grupos III e IV (p<0,05). Como era esperado, a amostra 0 de todos os grupos apresentou diferença (p<0,05) em relação aos demais tempos até o final de diálise. A primeira dose de heparina serviu para preenchimento do sistema extracorpóreo, sendo utilizado neste momento o dobro da dose calculada para manutenção.

Em todos os animais empregou-se a recomendação de Vivrette et al. (1993) e Guimarães et al. (2002), e a primeira dose de heparina foi estipulada em 100 UI/kg. Esta dose foi injetada no circuito extracorpóreo, após a limpeza deste com

solução salina 0,9%, repetindo-se o procedimento sugerido por Hertel et al. (2003).

Além da diferença já citada, no grupo II o tempo 1 diferiu (p<0,05) dos tempos 2, 5, 7, 8, 9, 11 e 12, sendo que nestes tempos a dosagem de heparina foi menor. No grupo III o tempo 1 diferenciou-se (p<0,05) dos tempos 2, 3, 5, 6, 7, 9, 11 e 12, identificando dessa maneira os tempos em que se diminuiu a quantidade de heparina administrada. Para o grupo IV o tempo 1 apresentou diferença (p<0,05) dos tempos 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12, sendo para estas, verificado as menores doses de heparina.

De modo geral, após a primeira hora de diálise verificou-se a diminuição da dose de heparina em todos os grupos, interrompendo-se essa medicação em todos os animais pelo menos 30 minutos antes do encerramento da hemodiálise.

Em algumas éguas a interrupção da heparina foi realizada uma hora antes do

término da diálise, mas este fato representou variações individuais.

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